Batalha de Berlim

     

 

O Prelúdio da Batalha

A partir de 12 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho começou a Ofensiva de Vistula-Oder através do rio Narew e, a partir de Varsóvia, uma operação de três dias em uma ampla frente que incorporou quatro frentes do Exército soviético. No quarto dia, o Exército Vermelho rompeu as linhas inimigas e começou seu avanço  para oeste, numa média de 30 km a 40 km por dia, contestando a Prússia Oriental, Danzig e Potsdam, e estabelecendo uma linha de sessenta quilômetros a leste de Berlim, ao longo do rio Oder.

 

O recém-criado Grupo de Exércitos Vístula, sob o comando do Reichsführer-SS Heinrich Himmler, tentou um contra-ataque, que só ocorreu no dia 24 de Fevereiro. O Exército Vermelho então se dirigiu para a Pomerânia, abrindo a margem direita do Rio Oder, atingindo assim a Silésia.


No sul o Cerco de Budapeste, estava dramático. Três tentativas alemãs para aliviar o cercou a capital húngara Budapeste falharam e a cidade é dominada pelos soviéticos em 13 de Fevereiro. Adolf Hitler insistiu em um contra-ataque para recapturar o triangulo Drau-Danúbio. O objetivo foi estabelecido para garantir a região petrolífera de Nagykanizsa e recuperar o rio Danúbio para ações futuras. As forças esgotadas alemãs tinham recebido uma tarefa impossível. Em 16 de março, a ofensiva alemã falhou, e dentro de vinte e quatro horas um contra-ataque do Exército Vermelho tomou de volta tudo o que os alemães haviam ganhado em dez dias. Em 30 de Março, os soviéticos entraram na Áustria e, durante a ofensiva de Viena, eles finalmente capturaram Viena a 13 de abril de 1945.

Entre junho e setembro de 1944, a Wehrmacht tinha perdido mais de um milhão de homens, e faltava combustível e armamento que eles tanto precisavam para funcionar eficazmente. Em 12 de abril de 1945, Adolf Hitler, que já havia decidido permanecer na cidade de Berlim, contra a vontade do seus assessores, ouviu a notícia de que o presidente americano Franklin D. Roosevelt tinha morrido. Esta notícia brevemente levantou falsas esperanças no Führerbunker de que poderia ainda haver uma briga entre os Aliados, e que Berlim seria salva no último momento como já aconteceu uma vez antes, quando foi ameaçada no passado.

 

Nenhum plano foi realmente autorizada para se conquistar a cidade de Berlim pelos americanos e britânicos. O General Dwight D. Eisenhower perdeu o seu interesse na corrida para Berlim e não via a necessidade de continuar a sofrer pesadas baixas em atacar uma cidade que estaria na esfera de influência soviética após a guerra. Eisenhower previa que poderia haver choque entre ambos os exércitos se tentassem ocupar a cidade de uma vez. A principal contribuição dos Aliados ocidentais para a batalha foi o bombardeio estratégico de Berlim durante o ano de 1945. Em 1945, a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos lançou uma série de grandes ataques diurnos sobre Berlim, e a noite a cidade foi atacada seguidamente por 36 pela RAF, que terminou seus raides na noite de 20/21 de abril 1945, pouco antes dos soviéticos entrarem na cidade.

 

Preparativos

O ataque final à Alemanha, seria efetuado por três Grupos de Exércitos soviéticos (os soviéticos utilizavam a designação «Frente» para referir um grupo de exército). As três frentes soviéticas tinham completamente 2,5 milhões de homens (incluindo 78.556 soldados do 1º Exército polonês), 6.250 tanques, 7.500 aeronaves, 41.600 peças de artilharia e morteiros, 3.255 caminhões onde estavam montados lançadores de foguetes Katyusha (apelidado de "Órgãos de Stalin"), e 95.383 veículos a motor. A Ordem de Batalha das Frentes eram:

Ao norte a 1ª Frente da Bielorússia, sob o comando do marechal Rokossovski, contava com os seguintes exércitos:

2º Exército de choque (2 corpos de exército)
65º Exército (3 corpos de exército)
70º Exército (3 corpos de exército)
49º Exército (5 corpos de exército)
19º Exército (3 corpos de exército)
5º Exército blindado da guarda (1 corpo de exército e duas brigadas)
4ª Força Aérea

Diretamente em frente a Berlim, estariam as tropas da 2ª Frente da Bielorrússia, sob o comando do marechal Zhukov, com a incumbência de atacar diretamente Berlim e de tomar a cidade com as seguintes forças:

61º Exército (3 corpos de exército)
1º Exército polaco (5 corpos de exército)
47º Exército (3 corpos de exército, 1 regimento blindad, 5 regimentos de artilharia assalto)
3º Exército de choque (4 corpos de exército. Um deles blindado)
5º Exército de choque (3 corpos de exército)
8º Exército da guarda (3 corpos de exército, 3 regimentos independentes de blindados, 7 regimentos de artilharia de assalto)
69º Exército (3 corpos de exército, 1 brigada blindada, 4 regimentos de artilharia de assalto)
33º Exército (3 corpos de exército)
16º Exército aéreo
18º Exército aéreo
1º Exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
2º Exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
3º Exército (3 corpos de exército e 3 regimentos de artilharia de assalto)

A sul a 1ª Frente da Ucrânia, sob o comando do marechal Koniev, cujos exércitos se posicionam de forma a poder tomar Berlim, se conseguirem ser mais rápidos que os exércitos de Zhukov. As forças de Koniev eram as seguintes:

3º exército da guarda (4 corpos de exército, um deles blindado)
13º exército (3 corpos de exército, 1 regimento blindado independente e 4 regimentos de artilharia de assalto)
5º exército da guarda (4 corpos de exército, um deles blindado)
2º exército polaco (3 corpos de exército um dos quais blindado)
52º exército (4 corpos de exército, um deles mecanizado)
2º exército aéreo
3º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
4º exército blindado da guarda (3 corpos de exército)
28º exército (3 corpos de exército)
31º exército (1 corpo de cavalaria, 1 brigada blindada independente)

Para se opor à avalanche de 26 Exércitos soviéticos, as forças alemãs chamaram o general Gothard Henrici, um especialista de ações defensivas, que passa a comandar o grupo de exércitos do Vístula. O grupo de exércitos do Vístula, era composto pelas seguintes forças:

III Exército blindado (3 Corpos de Exército e a guarnição de Swinemunde )
IX Exército (4 Corpos de Exército e a guarnição de Frankfurt-Oder)
Existia ainda um corpo de exército de reserva (Corpo de Exército Steiner)
No flanco sul, participou também na batalha de Berlim, o V Corpo de Exército, que ficou isolado do resto do IV Exército .

A ofensiva soviética na região central da Alemanha, que mais tarde se tornou a Alemanha Oriental tinha dois objetivos. Stalin não acreditava que os Aliados ocidentais iriam ceder território ocupado por eles no pós-guerra para a zona soviética, e assim que começou a ofensiva numa frente ampla, ele ordenou que os soviéticos se encontrasse com as tropas ocidentais o mais longe que possível. Mas o objetivo principal era capturar Berlim. N a verdade esses dois objetivos eram complementares, pois a posse de uma grande zona não podia ser ganha rapidamente a menos que Berlim foi tomada. Outra consideração era que Berlim no pós-guerra teria ativos estratégicos, incluindo Adolf Hitler e o programa de bomba atômica alemã. Em 6 de Março, Hitler nomeou o tenente-general Helmuth Reymann como o comandante da Defesa da Área de Berlim substituindo o tenente-general Bruno Ritter von Hauenschild.

 

Marechal Zhukov, comandante da 2ª Frente da Bielorrússia, que tinha a incumbência de atacar diretamente Berlim e de tomar a cidade

 

Em 20 de Março, o general Gotthard Heinrici foi nomeado Comandante-em-Chefe do Grupo de Exército Vístula substituindo o Reichsführer-SS Heinrich Himmler. Heinrici foi um dos melhores estrategistas de defesa no exército alemão e ele imediatamente começou a traçar planos de defesa. Heinrici corretamente avaliou que o principal impulso do avanço soviético seria feita sobre o rio Oder e ao longo da principal Autobahn leste-oeste. Ele decidiu não tentar defender as margens do rio Oder, com nada mais do que uma teia de escaramuças leves. Em vez disso, Heinrici alocou engenheiros, para fortalecer as defesas nas Colinas de Seelow que dominavam o rio Oder, no ponto onde a Autobahn o atravessava. Isto estava a cerca de 17 quilômetros a oeste do Oder e a 90 quilômetros a leste de Berlim. Heinrici diluiu a linha de defesa em outras áreas para aumentar os recursos humanos disponíveis para defender as colinas. Os engenheiros do exército alemão transformaram as margens do Oder, já saturado pela corrente da primavera em um pântano, liberando as águas de um reservatório a montante, como forma de dificultar a movimentação de tanques e blindados. Atrás deste os engenheiros construíram três cinturões de defesa.  Estes embasamentos chegavam aos arredores de Berlim (as linhas mais próximas de Berlim, foram chamadas de posição Wotan). Estas linhas consistiam de valas anti-tanque, embasamentos anti-tanque e uma extensa rede de trincheiras e bunkers.

 

Aqui Hitler é visto com Willi Huebner de 16 anos (ele parece mais novo) que foi condecorado com a Cruz de Ferro, Segunda Classe, por seus  serviços na recaptura de Lauban em março de 1945. O garoto era um mensageiro e se distinguiu em seu serviço.

 

A 9 de Abril de 1945, Königsberg, na Prússia Oriental, cai sob o domínio do Exército Vermelho, liberando assim a 2ª Frente da Bielorrússia do Marechal Rokossovsky para avançar em direção à margem oriental do rio Oder. Durante as primeiras duas semanas de abril, os russos realizaram a sua mais rápida realocação de unidades na guerra. O General Georgy Zhukov concentrou a sua 1ª Frente da Bielorrússia, que havia sido posicionada ao longo do rio Oder, em uma área em frente as Colinas de Seelow. A 2ª Frente da Bielorrússia moveu-se então para as posições deixadas pelas forças de Zhukov ao norte de Seelow. Enquanto a reorganização ocorria, espaços foram deixados entre as frentes e parte das forças do II Exército Alemão, que tinham formado bolsas de resistência perto de Danzig na Pomerânia, conseguiram escapar através do rio Oder. Para o sul, o Marechal Konev deslocou o peso principal da sua 1ª Frente da Ucrânia na Alta Silésia para o noroeste até o rio Neisse.

O III Exército Panzer comandado pelo General Hasso von Manteuffel foi posicionado para receber o grosso da arremetida das forças da 1ª Frente da Bielorrússia. Suas tropas eram uma miríade de unidades desfalcadas de homens e equipamentos. À sua direita, estavam posicionados o IV Exército Panzer e o IX Exército Alemão, este último sob ordens do General Theodore Busse. Suas tarefas eram auxiliar o III Exército Panzer e, mais importante de tudo, impedir que as forças de Konev realizassem o movimento em pinça pelo sul que cercaria a capital do Reich e as forças que a defendiam.

 

A Batalha do Oder-Neisse

Zhukov havia decidido concentrar tropas no intuito de atacar o último obstáculo natural antes de Berlim: as Colinas de Seelow. Neste setor aconteceria a maioria dos combates na ofensiva global, era a última grande linha defensiva fora de Berlim. Seria uma tarefa difícil tomar posições inimigas escondidas em locais que possibilitavam aos alemães vislumbrarem do alto a movimentação do Exército Vermelho. Entretanto Zhukov sabia que uma vez conquistado aquele ponto da frente de batalha, Berlim estaria apenas à 60 quilômetros de seus exércitos.


Essa batalha durou quatro dias, de 16 de Abril até 19 de abril, foi um das últimas batalhas campais da Segunda Guerra Mundial, e envolveu quase um milhão de soldados do Exército Vermelho e mais de 20.000 tanques e peças de artilharia estavam em ação para romper os "Portões para Berlim", que foi defendido por cerca de 100.000 soldados alemães 1.200 tanques e canhões. No entanto, as forças soviéticas lideradas por Zhukov finalmente romperam as posições defensivas, tendo sofrido cerca de 30.000 baixas, enquanto os alemães perderam 12.000 homens.

 

O ataque as Seelow começou na madrugada de 16 de abril. A 1ª Frente da Bielorrússia abriu o ataque com fogo de artilharia e barragem de foguetes Katiuchas. O poder de fogo era avassalador. Segundo alguns relatos, o impacto dos projéteis de artilharia foi sentido em Berlim, a pouco mais de sessenta quilômetros dali. Mais ao sul, as tropas de Konev também abriram fogo contra as posições alemães. Pouco depois sua infantaria e tanques avançavam sobre as defesas alemães situadas do outro lado do Oder. Para Zhukov o ataque não saiu como planejado. Com a decisão de Heinrici de concentrar suas unidades na segunda linha de defesas, o fogo soviético apesar de imenso, pouco dano causou. Quando chegou a hora dos tanques avançarem, não só encontraram muito lodaçal e crateras abertas por sua própria artilharia, como também se viram frente à frente com intactas unidades de defesa do inimigo. Posicionados nas Seelow a artilharia alemã possuía excelente visão dos atacantes às margens do rio. O poder de fogo delas não tardou em abrir claros na compacta formação de tanques e blindados soviéticos. Enquanto isso, o Primeiro Front Ucraniano obteve sucesso em seu avanço. Os exércitos de Konev cruzaram o rio Oder com relativamente poucas baixas e já faziam os alemães recuarem. O IV Exército Panzer sob ordens do general Fritz-Hubert Gräser lutava desesperadamente para manter as margens do rio, mas agora não apenas se via empurrado para trás pelo avanço inimigo, como já havia a ameaça de ter sua coesão quebrada. Suas unidades começavam a perder contato entre si uma vez que os soviéticos se infiltravam nos espaços deixados sem defesa. Com as dificuldades de Zhukov em frente as Seelow, Stalin permitiu que Konev utilizasse seus exércitos para atacar Berlim pelo sul.

 

Os alemães, aqui tropas pára-quedistas, estavam fortemente entrincheirados nas Colinas de Seelow.

 

Assim, no dia 18 de abril, Konev ordenou que o Terceiro Exército de Tanques de Guardas do general Pavel Rybalko e o Quarto Exército de Tanques de Guardas sob o general Dmitri Lelyushenko realizassem inflexão de suas forças para o norte para atacar Berlim pelo sul. Durante este período, a 1ª Frente da Bielorrússia realizou custosos e lentos progressos para tomar as posições alemães nas Colinas de Seelow.

 

Durante o dia 19 de Abril, no quarto dia de ofensiva soviética, a 1ª Frente da Bielorrússia atravessou a linha final das Colinas Seelow, não conseguiu quebrar as formações alemãs que situavam-se entre eles e Berlim. A 1ª Frente da Ucrânia, tendo capturado Forst no dia anterior, estava avançando em campo aberto. Um avanço poderoso por parte do Terceiro Exército de Tanques de Guardas do general Pavel Rybalko e do Quarto Exército de Tanques de Guardas sob o general Dmitri Lelyushenko em direção ao norte para atacar Berlim pelo sul, enquanto outros exércitos avançavam para o oeste para uma seção da linha da frente a sudoeste de Berlim sobre o Elba. Com isso, as forças soviéticas estavam a conduzir uma cunha entre o Grupo de Exércitos Vístula alemão no norte e o Grupo de Exércitos Centro, no sul. Até o final do dia, a Linha Norte oriental alemã de Frankfurt em torno das Colinas Seelow e ao sul em torno de Forst tinha deixado de existir. Estes avanços permitiram as duas frentes soviéticas envolverem o IX Exército alemão em um grande bolsão a oeste de Frankfurt. Tentativas do IX Exército de sair para o oeste resultaria na Batalha de Halbe. O custo para as forças soviéticas tinham sido muito elevado, entre 1º e 19 de Abril, mais de 2.807 tanques foram perdidos, incluindo, pelo menos, 727 só nas Colinas de Seelow.

 

O T-35/85 foi o principal tanque soviético na ofensiva contra Berlim.

O T-34/85 foi desenvolvido durante a segunda guerra mundial, com o objetivo de dotar o T-34 (o modelo original armado com um canhão de 76mm) com uma arma principal mais potente, neste modelo de 85 mm, com capacidade para vencer a blindagem dos tanques alemães que começaram a aparecer na fase intermédia da guerra, notadamente os Panzer-IV com canhão longo e mais tarde os Panther e os Tiger. O T-34/85 foi um dos melhores tanques do conflito europeu, embora quando foi colocado em serviço, os carros de combate alemães lhe fossem já superiores, em potência e blindagem.  Tinha tripulação de 5 homens
 

Cerco de Berlim
Em 20 de abril, o aniversário de Hitler, a artilharia soviética da 1ª Frente da Bielorrússia começou a atacar o centro de Berlim e não parar até que a cidade se rendeu (o peso das munições disparadas pela artilharia soviética durante a batalha foi maior do que a tonelagem lançada pelos bombardeiros Aliados ocidentais sobre a cidade). Enquanto a 1ª Frente da Bielorrússia avançava em direção ao leste e nordeste da cidade, a 1ª Frente da Ucrânia tinha empurrado as últimas formações da ala norte do Grupo de Exércitos Centro e passou ao norte de Juterbog bem mais do meio do caminho para as linhas de frente dos americanos sobre o rio Elba, em Magdeburg. Para o norte entre Stettin e Schwedt, a 2ª Frente da Bielorrússia atacou o flanco norte do Grupo de Exército Vístula, na área do III Panzer Army do general Hasso von Manteuffel. Durante o dia seguinte, o 2º Exército de Guardas de Bogdanov avançou quase 50 km ao norte de Berlim e, em seguida, atacou a sudoeste de Werneuchen. O plano soviético era circundar Berlim e depois envolver o IX Exército.

O comando do V Corpo V anexado ao IX Exército ao norte de Forst, passou do IV Exército Panzer para o IX Exército. O corpo ainda estava agarrado a linha d frente Berlim-Cottbus. Quando o velho flanco sul do IV Exército Panzer teve alguns sucessos locais em seus contra-ataques contra a 1ª Frente da Ucrânia, Hitler deu ordens que mostraram que o entendimento dele da realidade militar tinha ido embora e tinha ordenado ao IX Exército para assegurar Cottbus e montar um contra-ataque no oeste. Em seguida, eles deviam atacar as colunas soviética que avançavam para o norte. Isso lhes permitiria formar uma pinça no norte, que se reuniria com o IV Exército Panzer vindo do sul e envolveria a 1ª Frente da Ucrânia antes de destruí-la.


Eles deviam se antecipar a um ataque ao sul do III Exército Panzer e estarem prontos para serem o braço sul de um ataque de pinça que envolveria a 1ª Frente Bielo-russa que seria destruída pelo destacamento do General-SS Felix Steiner que avançava do norte de Berlim. Mais tarde naquele dia, quando Steiner deixou claro que ele não tinha as divisões para fazer isso, Heinrici deixou claro para o pessoal de Hitler, que a menos que o IX Exército se retirasse imediatamente ele estava prestes a ser envolvido pelos soviéticos e ressaltou que já era tarde demais para que ele se movesse para o noroeste de Berlim, e teria que recuar para o oeste. Heinrici passou a dizer que, se Hitler não permitisse que ele se movesse para o oeste ele iria pedir para ser dispensado de seu comando.

 

Enquanto a 1ª Frente da Bielorrússia e a 1ª Frente da Ucrânia cercavam  de Berlim, e começava a batalha pela própria cidade, a 2ª Frente da Bielorrússia de Rokossovsky começou sua ofensiva ao norte de Berlim. Em 20 de Abril entre Stettin e Schwedt, Rokossovsky atacou o flanco norte do Grupo de Exército Vístula, no setor do III Exército Panzer. Em 22 de abril, a 2ª Frente da Bielorrússia tinha estabelecido uma cabeça-de-ponte, na margem leste do Oder, que foi tinha mais de 15 km de profundidade e se engajou fortemente com o III Exército Panzer. Em 25 de Abril, Rokossovsky quebrou a linha de defesa do III Exército Panzer em torno da ponte ao sul de Stettin, atravessou o pântano Randowbruch, e suas tropas estavam agora livres para moverem-se para o oeste em direção ao 21º Grupo de Exércitos de Montgomery no porto báltico de Stralsund.

Os III Exército Panzer e o XXI Exército situados a norte de Berlim recuaram para oeste sob a pressão implacável de Rokossovsky, e acabaram sendo empurrados para um bolsão de 32 km de largura que se estendiam do Rio Elba até a costa. No oeste estava o 21º Grupo de Exércitos britânicos, no leste a 2ª Frente da Bielorrússia de Rokossovsky e para o sul 9º Exército dos Estados que tinham penetrado até leste de Ludwigslust e Schwerin.

 

No dia 22 de abril Hitler recebe um perturbado telegrama de Goering. “O senhor aceita - pergunta o Reichsmarschall ao Fuhrer - que eu assuma a direção total do Reich, com plenos poderes, no exterior e no interior? Se eu não obtiver resposta antes das 22 horas de hoje, considerarei que cessou sua liberdade de ação e agirei da melhore maneira visando aos altos interesses de nosso povo e de nosso país”. Esse ultimato insolente, esse prenúncio evidente de intenção de negociar com o inimigo, arrancam Hitler do acabrunhamento. Ele recrimina Goering nos termos mais ultrajantes e, depois, com Bormann, que triunfa de um rival execrado, redige suas ordens ao comandante dos SS de Berchtesgaden: Hermann Goering, culpado de alta traição, despojado de todos os títulos e dignidades, é condenado à morte. O Fuhrer, em consideração pelos serviços passados, concede lhe a graça da vida, mas ele deve ser preso imediatamente. Outro telegrama convoca, de Munique a Berlim, o General Barão Robert von Greim, comandante da 6ª Luftflotte, destinado, por Hitler a substituir Goering no comando da Luftwaffe.


Um Fw 190 da II-SG1 ataca tanques soviéticos T-34-85 em Berlim, Abril de 1945

 

Ainda no dia 22 de Abril, durante a sua conferencia de situação da tarde em Berlim, Hitler caiu em lágrimas de raiva quando percebeu que seus planos do dia, não iriam ser realizados. Ele declarou que a guerra estava perdida, ele culpou os generais e anunciou que iria permanecer em Berlim até o fim e depois se matar. Na tentativa de acalmar Hitler da sua raiva, o general Alfred Jodl especulado que o XII Exército, sob o comando do general Walther Wenck, que estava enfrentando os americanos, poderia mover-se para Berlim, porque os americanos, já às margens do rio Elba, dificilmente iriam mover-se mais a leste. Esta hipótese foi baseada em sua visualização dos documentos capturados, que falavam da organização e divisão da Alemanha entre os Aliados. Hitler imediatamente agarrou a idéia e na hora Wenck foi ordenado a retirar da frente dos norte-americanos e mover seu XII Exército para norte-leste para apoiar Berlim. Foi então que percebeu que, se o IX Exército mudasse para o oeste, poderia articular-se com o XII Exército. À noite Heinrici recebeu a permissão para fazer o seu movimento desejado.


Em outros lugares, a 2ª Frente da Bielorrússia tinha estabelecido uma cabeça-de-ponte na margem ocidental do rio Oder com mais de 15 km de profundidade e se engajou fortemente com o III Exército Panzer. O IX Exército tinha perdido Cottbus e estava sendo pressionado a partir para leste. A ponta de lança do avanço soviético foi no rio Havel, a leste de Berlim e em outro ponto tinha penetrado no interior do anel defensivo de Berlim.

Em 23 de abril, a 1ª Frente da Bielorrússia e a 1ª Frente da Ucrânia continuou a apertar o cerco, incluindo o corte da ultima ligação por terra do IX Exército alemão com a cidade. Elementos da 1ª Frente da Ucrânia continuara a se mover para o oeste e começaram a exercer forte pressão sobre o XII Exército alemão em direção a Berlim. Neste mesmo dia, Hitler nomeou o general Helmuth Weidling como o comandante da Defesa da Área de Berlim substituindo o tenente-general Reymann. Entretanto, em 24 elementos de abril elementos da 1ª Frente da Bielorrússia e da 1ª Frente da Ucrânia tinham completado o cerco da cidade. No dia seguinte, 25 de abril, a estratégia soviético de cercar Berlim foi consolidada com as principais unidades soviéticas sondando e penetrando o seu anel defensivo. Até o final do dia não havia perspectiva de que a defesa alemã da cidade podia fazer nada, mas temporariamente eles podiam atrasar a captura da cidade pelos soviéticos, visto que a fase decisiva da batalha já tinha sido travada e perdida pelos alemães fora da cidade.

 

A Batalha de Berlim
As forças disponíveis para a General Weidling para a defesa da cidade incluíam cerca de 45.000 soldados, que eram os restos de divisões arrasadas do Exército alemão (Wehrmacht Heer) e das SS (Waffen-SS). Essas divisões foram complementadas com homens da polícia, garotos da Juventude Hitlerista, e homens mais velhos da Volkssturm. Muitos dos 40.000 idosos da Volkssturm tinha estado no Exército alemão quando jovens e alguns eram veteranos da Primeira Guerra Mundial. Hitler nomeou o SS Brigadeführer Wilhelm Mohnke para ser o comandante da batalha para distrito central do governo que incluía a Chancelaria do Reich e o Führerbunker. Ele tinha mais de 2.000 homens sob seu comando. Weidling organizou as suas defesas em oito setores designada de 'A' a 'H' com um coronel ou um general no comando, mas a maioria não tinha experiência em combate. Para o oeste da cidade foi designada a XX Divisão de Infantaria. Ao norte da cidade a IX Divisão de Pára-quedistas. Para a nordeste da cidade a Divisão Panzer Müncheberg. Para a região sudeste da cidade e a leste do Aeroporto de Tempelhof foi designada a XI Divisão Panzer SS Nordland. A reserva, a XVIII Divisão Panzergrenadier, estaria no bairro central de Berlim.

 

 Homens das Volkssturm lutam desesperadamente em Berlim, 1945. Essas unidades eram formados por homens muito velhos, adolescentes e veteranos inválidos. Eles estavam armados com uma variedade de armas, como a submetralhadora MP38/40 e Panzerfaust. O jovem (o segundo da direita para a esquerda) está armado com uma Volkssturmgewehr 1-5 ou VG 1-5 que foi desenvolvida como uma arma barata e de fácil e rápida produção que deveria equipar os soldados da Volkssturm. Utilizava o mesmo cartucho e pente do rifle StG 44 e tinha um sistema de gás baseado no sistema Barnitzke. Algumas VG 1-5 foram produzidas com seleção de fogo. Cerca de 10.000 unidades foram produzidas entre Janeiro de 1945 e o fim da guerra.

A Panzerfaust encaixou-se perfeitamente nas táticas defensivas Alemãs de 1943 até 1945 e as tripulações de tanques inimigos vieram a temer a arma. Disponível em grandes números, era encontrada em quase todo carro alemão. Muitos membros da Volkssturm em 1945 foram para o combate equipados com apenas a Panzerfaust. Sendo mirada corretamente e a uma distância apropriada, cada soldado Alemão podia ter um tanque destruído no seu crédito.

 

Em 23 de Abril, o 5º Exército de Choque e o 1º Exército de Tanques de Guardas assaltam Berlim a partir do sudeste e, depois de superar um contra-ataque alemão do LVI Corpo Panzer, chegam a Berlim, no anel ferroviário S-Bahn no lado norte do Canal de Teltow, na noite de 24 de Abril, o cerco se consuma. No mesmo período, todas as forças alemãs receberam de  Hitler ordens de reforçar as defesas internas da cidade, apenas um pequeno contingente de voluntários SS franceses sob o comando do Brigadeführer Gustav Krukenberg chegou a Berlim. Por causa do cerco Keitel fica preso na estrada de Krampnitz, onde fora fazer uma inspeção ao grupo de Heinrici. O ultimo avião a pousar em Berlim, é o de Hanna Reitsch que faz um pouso forçado com seu Fieseler Storch, após ser alvejada por um obus, em sua companhia esta Von Grein que acaba ferido. Hitler o nomeia como Generalfeldmarschall e manda que deixe Berlim para continuar a frente da Luftwaffe. Nesse mesmo dia soldados russos tomam a estação da Silésia e a de Gorlitz. Também nesse dia, Koniev consegue atravessar o canal Teltow, que o havia segurado por quase dois dias. Mas para sua infelicidade Stalin estabeleceu novos limites para o assalto final à cidade e o seu limite ficava a cerca de 150 metros aquém do Reischstag.

 

Em 25 de abril, Krukenberg foi colocado como o comandante da Defesa do Setor C, o setor sob a maior pressão do ataque soviético sobre a cidade. Neste dia os russos em combates ao norte, no subúrbio de Reinickendorf, ao sul, no de Steglitz, expulsam os SS de Schöneberg, tomam Tempelhof e cobrem de obuses Tiegarten, onde as baterias alemães se acham reunidas.

Soldado alemão morto diante do portão de Brandemburgo

Em 26 de Abril, o o 8º Exército de Guarda, do general Chuikov, um dos exércitos de elite soviéticos, e o 1º Exército de Tanques de Guardas abriram caminho através dos subúrbios do sul da cidade e atacaram o Aeroporto de Tempelhof, dentro do anel defensivo S-Bahn, onde encontraram forte resistência por parte da Divisão Müncheberg. Os soviéticos apoderam-se de Belle-Allianceplatz, a menos de 2 km da Unter den Linden. Ao norte, tomam Tegel e Wittenau, penetram na Siemensstadt e no bairro industrial de Wedding, combatem entre as usinas que, algumas horas antes, ainda forjavam armas alemães.

 

À noite de 26 para 27 foi de uma calma apavorante. Incêndios avermelham tudo; bombas não detonadas explodem quando as chamas as atingem - mas essas caprichosas das forças de destruição só fazem aumentar o silêncio produzido pela trégua das armas. Quando amanhece, os defensores de Tiegarten têm a surpresa de ouvir um concerto de pássaros. Um momento mais tarde, os lança-foguetes recomeçam a rugir. Com pressa de acabar, os russos dirigem um assalto geral contra o centro de Berlim. As duas divisões alemãs (Müncheberg e Norland]) que estavam defendendo o Sudeste, enfrentavam agora quatro exércitos soviéticos, de leste a oeste, o 5º Exército de Choque, o  8º Exército de Guarda, o 1º Exército de Tanques de Guardas e o 3º Exército de Tanques de Guardas (parte da 1ª Frente da Ucrânia), e assim os alemães foram forçados a recuar para o centro, ocupando novas posições defensivas em torno de Hermannplatz. Krukenberg informou ao General Hans Krebs, chefe do Estado Maior General que dentro de 24 horas a Nordland teria de recuar para o setor central Z (para Zentrum). O avanço soviético para o centro da cidade, ao longo desses eixos principais: a partir do sudeste, ao longo da Frankfurter Allee (terminando e parou na Alexanderplatz), a partir do sul, ao longo da Sonnen Allee terminando ao norte da Belle Alliance Platz, a partir do sul que terminando perto da Potsdamer Platz e do norte que terminava perto do Reichstag. Os soviéticos tomam a estação de Anhalt, atingem a Leipzigerstrasse e a Prinzalberststrasse, entram no QG da Gestapo, onde encontram jogados uns sobre os outros cadáveres de presos políticos executados. A Chancelaria encontra-se a 300 metros apenas. Mas os defensores surgem das ruínas, repelem os assaltantes, retomam e depois perdem novamente o edifício da Gestapo. O ataque parou. A preparação recomeça. A artilharia e os lança-foguetes reabrem fogo. Os caça-bombardeiros russos, que substituíram as esquadrilhas americanas, mergulham em enxames. Uma formidável detonação sacode a cidade inteira, quando um depósito de Panzerfäust explode em Potsdamerplatz, fazendo enorme carnificina. Uma tragédia mais horrível desenrola-se sob as calçadas. Os sapadores executaram a ordem de fazer explodir as comportas do Landwehr Kanal, a fim de inundar os subterrâneos do metrô, utilizados pelos russos. Nas trevas, milhares de civis, que ali se refugiaram, fogem tateando diante da enchente. Centenas de não-combatentes, dos quais uma proporção imensa de crianças perece, seja por afogamento ou por asfixia, entre as estações de Leipzigerplatz e a Unter den Lenden. O Reichstag, a ponte Moltke, Alexanderplatz, e as pontes em Havel Spandau viram os combates mais pesados, de casa em casa e lutas corpo-a-corpo. Os contingentes estrangeiros das SS lutaram particularmente de fogo aguerrida, porque eles eram ideologicamente motivados e acreditavam que seriam poupados com vida se fossem capturado.

 

Ainda no dia 27 de Abril , Steiner consegue pegar os russos desprevenidos e consegue chegar aos subúrbios de Zehlendorf. Weidling tentando contornar Berlim pelo sul para juntar-se a Wenck, que estar a oeste de Postdam, mas Hitler ordena que ele fique na cidade e defenda-a.

 

Na madrugada de 28 de Abril, as jovens divisões de Clausewitz, Scharnhorst e Theodor Körner, atacaram a partir do oeste para o sul na direção de Berlim. Eles faziam parte do XX Corpo de Wenck e eram formadas por homens das escolas de formação de oficiais, tornando-se algumas das melhores unidades que os alemães tinham em reserva. Eles cobriram uma distância de cerca de 24 quilômetros antes de serem parados na ponta do Lago Schwielow, a sudoeste de Potsdam, e cerca de 32 quilômetros de Berlim. Durante a noite, o general Wenck comunicou ao Supremo Comando do Exército em Fuerstenberg que o seu XII Exército tinha sido forçado a voltar ao longo de toda a frente. Segundo Wenck, nenhum ataque a Berlim era agora possível. Entretanto, cerca de 25.000 soldados do IX Exército alemão, juntamente com vários milhares de civis conseguiram alcançar as linhas do XII Exército após saírem do bolsão de Halbe. As baixas de ambos os lados foram muito elevadas. Existem cerca de 30.000 alemães enterrados no cemitério de Halbe. Cerca de 20.000 soldados do Exército Vermelho também morreram tentando impedir a fuga, a maioria foi enterrado em um cemitério ao lado do Mark-estrada Zossen. Estes são os números conhecidos de mortos, mas os restos mortais de mais pessoas que morreram na batalha são encontrados a cada ano de modo que o total dos que morreram nunca será conhecido. Ninguém sabe quantos civis morreram, mas poderia ter sido mais de  10.000. Tendo falhado em romper o cerce de Berlim, o XII Exército de Wenck se retirou de combate em direção ao Elba e as linhas americanas.

 

Abaixo algumas cenas das batalhas de rua em Berlim

 

 

No dia 28 os russos extenuados tentam apenas um ataque contra Alexanderplatz com tanques, mas estes são repelidos. Berlim se torna um cemitério para os tanques russos destruídos, Wenck tenta um ultimo assalto contra os russos, porem nada consegue de concreto, ele toma Belzig, lançando desordem nas retaguardas inimigas. Toma Beelitz, chega até a estação ferroviária de Ferch, esta a 20 km de Berlim e apenas a 5 km de Postdan. Mas suas forças estão cansadas e ele suspende a ofensiva. Heinrici, para salvar o III Exército Panzer dá ordens a Tippelkirsch, para voltar até o canal Voss, com isso abandona qualquer esperança de chegar a Berlim. Para total desgosto de Hitler, a Agência Reuter anuncia que Himmler estava tentando negociar a rendição dos exércitos na Itália.

 

Em algum ponto, entre 28 de Abril ou 29 de abril, o general Gotthard Heinrici, Comandante-em-Chefe do Grupo de Exército Vístula, foi afastado do comando depois de desobedecer ordens diretas de Hitler em Berlim para manter suas posições a todo custo e nunca se retirar, e foi substituído pelo General Kurt Student. O General Kurt von Tippelskirch foi nomeado como substituto interino de Heinrici até Student poder chegar e assumir o controle, enquanto ainda havia alguma confusão a respeito de quem estava realmente no comando. Independentemente de quem estava no comando von Tippelskirch ou Student, a situação se deteriorava rapidamente e os alemães a contribuição do Grupo de Exércitos Vístula durante os últimos dias da guerra foi de pouca importância.

 

Os combates nas ruas de Berlim eram duros. Aqui uma coluna de tanques soviéticos T-34-85

é encurralada por tropas pára-quedistas usando Panzerfaust e Panzerschreck .

 

A Batalha do Reichstag
Na madrugada de 29 de abril de 1945 o 3º Exército de Choque soviético atravessou a ponte Moltke e começou um duro trabalho de tomada de ruas e dos edifícios circundantes. Os assaltos iniciais aos edifícios, incluindo o Ministério do Interior, foram dificultados pela falta de artilharia de apoio. Como as pontes danificadas não foram reparadas a artilharia não pode ser movida para dar apoio, o que aconteceu depois. Às 04:00 horas, no Führerbunker, Hitler assinou sua última vontade em seu testamento, e, pouco depois, casou-se com Eva Braun. Ao amanhecer, os soviéticos continuaram com seus ataques no sudeste. Depois de pesados combates eles conseguiram capturar o quartel-general da Gestapo em Prinz-Albrechtstrasse, mas um contra-ataque das Waffen SS forçou os soviéticos se retirarem do edifício. A sudoeste o 8º Exército de Guardas atacou do norte através do canal Landwehr em Tiergarten.

 

No dia seguinte, 30 de abril, os soviéticos tinham resolvido os seus problemas com as pontes e com o apoio de artilharia às 06:00 lançaram um ataque contra o Reichstag, mas por causa das trincheiras alemãs e o apoio dos canhões de 122mm da gigantesca torre anti-aérea, posicionados a dois quilômetros de distância no o Jardim Zoológico de Berlim. Neste dia apenas o setor governamental, as vizinhanças imediatas ao Tiergarten e estreita faixa que se estendia em direção oeste, do zoológico ao rio Havel continuavam em poder dos alemães. Os russos passaram a empregar um procedimento metódico de ataque, fazendo preceder cada novo assalto por intenso bombardeio de artilharia. A infantaria era apoiada por tanques e elementos da engenharia equipados com lança-chamas e cargas de demolição. No Reichstag combates foram sala a sala e só foi totalmente conquistado o edifico dois dias depois. Por volta das 14:30 após intensa luta no interior do Reichstag, soldados soviéticos emergiram vitoriosos, conduzindo de 2.500 prisioneiros e a bandeira vermelha foi finalmente içada sobre o arruinado edifício. Enquanto que muito próximo dali, cerca de 500 metros, em seu bunker, Hitler se suicida com um tiro e sua esposa Eva Braun, com quem tinha casado no dia anterior, toma veneno, seus corpos foram em seguida cremados. Churchill escreveu, “A pira funerária de Hitler, com o estrondo dos canhões russos cada vez mais próximo e mais alto, simbolizou o melancólico fim do 3º Reich”.  A famosa foto de dois soldados levantando a bandeira da URSS sobre o telhado do edifício foi uma encenação realizada no dia seguinte, que o edifício foi tomado. Para os russos, este é o momento mais significativo da vitória.

 

A famosa foto da bandeira da URSS tremulando em Berlim

 

A Batalha para o Centro
Durante as primeiras horas de 30 de Abril de 1945, Weidling informou a Hitler em pessoa que os defensores provavelmente esgotaram a sua munição durante a noite. Hitler lhe deu a permissão para tentar uma fuga através das linhas de cerco do Exército Vermelho. Naquela tarde, Hitler e Braun suicidaram-se e seus corpos foram cremados não muito longe do bunker. Em conformidade com a última vontade de Hitler em seu testamento, o almirante Karl Dönitz tornou-se o "Presidente da Alemanha" (Reichspräsident), e Joseph Goebbels tornou-se o novo chanceler da Alemanha (Reichskanzler).

Como o perímetro encolheu e os defensores sobreviventes recuavam cada vez mais, eles ficaram concentrados em uma pequena área no centro da cidade. Até agora, havia cerca de 10.000 soldados alemães no centro da cidade, que estava sendo atacado por todos os lados. Um dos outros eixos principais era ao logo do Wilhelmstrasse onde Ministério da Luftwaffen, reforçado em concreto, foi bombardeada por grandes concentrações da artilharia soviética. Os últimos tanques Tiger alemães do batalhão de Hermann von Salza tomaram posições a leste de Tiergarten para defender o centro contra os ataques 3º Exército de Choque de Kutznetsov (que apesar de fortemente engajados em torno do Reichstag foi enviado para avançar pelo norte de Tiergarten) e o 8º Exército de Guardas avançando pelo sul de Tiergarten. Estas forças soviéticas tinha efetivamente cortaram as forças alemãs pela metade e fez que qualquer tentativa de fuga para o Ocidente por tropas alemãs no centro da cidade fosse algo muito mais difícil.

 

Canhão soviético M1937

Calibre: 152,4mm
Comprimento: 4,9m
Peso: viajando: 7.930kg; em ação: 7.128kg
Elevação: -2º até +65º
Transversal: 58º
Velocidade inicial do projétil: 655m/s
Alcance máximo: 17.265m
Peso do projétil: 43,5kg


Durante a madrugada de 1º de Maio, Krebs falou ao General Chuikov, comandante do  8º Exército de Guardas, informando-o da morte de Hitler e sua vontade de negociar a rendição da cidade. No entanto, eles não poderiam concordar em condições por causa da insistência soviética na rendição incondicional, e Krebs não tinha autorização para concordar com isso. Goebbels foi contra a entrega da cidade. Na parte da tarde, Goebbels e sua esposa (depois de matar seus filhos) se suicidou. Com a morte de Goebbels era removido o último obstáculo que impedia Weidling de aceitar os termos da rendição incondicional da sua guarnição, mas ele optou por atrasar a entrega até o próximo manhã, para dar algum tempo na escuridão para uma fuga planejada.
 

Rendição

Na noite de 1º/2 de maio, a maior parte dos remanescentes da guarnição de Berlim, tentou sair do centro da cidade em três direções diferentes. Somente aqueles que iam para o oeste através do Tiergarten e atravessaram a Charlottenbrücke (uma ponte sobre o Havel) em Spandau conseguiu romper as linhas soviéticas. No entanto, apenas um punhado de pessoas que sobreviveram a fuga inicial chegou à linha Oeste dos Aliados, porém muitos foram mortos ou capturados pelo Exército Vermelho, na zona oeste do cerco da cidade. Na madrugada de 2 de Maio de 1945, os soviéticos capturaram a Chancelaria do Reich. O historiador militar Antony Beevor aponta que a maior parte das tropas de combate alemãs tinha deixado a área em fugas na noite anterior, a resistência deve ter sido muito menor do que tinha sido no interior do Reichstag. O General Weidling finalmente se rendeu com o seu Staff  às 06:00 horas. Ele foi levado para ver o general Vasily Chuikov às 08:23. Weidling concordou em dá ordem aos defensores da cidade para que se rendessem aos soviéticos. Diante dos generais Chuikov e Vasily, Weidling entregou suas ordens por escrito da rendição alemã. Só então a forte guarnição de 350 homens da artilharia no Zoológico de Berlim finalmente deixou o prédio. Quando havia combates esporádicos em alguns edifícios isolados, onde alguns soldados fanáticos da SS ainda se recusavam a se renderem, os soviéticos simplesmente reduziam a escombros os edifícios.

 

Soldados soviéticos festejam a conquista do Reichstag depois de duros combates
 

Na noite de 2/3 de maio, o General Hasso von Manteuffel, comandante do III Exército Panzer, juntamente com o General Kurt von Tippelskirch, comandante do XXI Exército, rendeu-se ao Exército dos EUA. O II Exército de Von Saucken, que havia combatido ao norte de Berlim, no delta do Rio Vístula, rendeu-se aos soviéticos, em 9 de maio de 1945. Na manhã do dia 7 de maio, o perímetro do XII Exército de Wenck começou a desmoronar. Wenck atravessou o rio Elba com pequenas armas de fogo naquela tarde e entregou-se ao 9º Exército dos EUA.
 

Também no dia 7 de maio de 1945, em Rheims, os generais Jodl e Doenitz, assinam a rendição incondicional da Alemanha, com isso estar terminada a Batalha de Berlim e a guerra na Europa. Estava terminando o curto reinado de 12 anos do 3º Reich, que Hitler havia dito que duraria mil anos.

 

Um tanque PzKpfw.VI Ausf.B Tiger II da Divisão Panzer Müncheberg abandonado em frente a Estação Potsdam em Berlim, Maio de 1945.

 

Conseqüências

As decisões de Stalin e Hitler de buscarem seus objetivos políticos, a qualquer custo, em um dos últimos episódios da Segunda Guerra Mundial na Europa, fez com que milhares de pessoas perdessem suas vidas. Segundo um trabalho de Grigoriy Krivosheev baseado em dados dos arquivos liberados, as forças soviéticas tiveram 81.116 mortos por toda a operação, que incluiu as batalhas das Colinas de Seelow alturas e Halbe; Eles sofreram 280.251 baixas entre feridos e doentes durante esse período. A operação também custou aos soviéticos cerca de 2.000 veículos blindados, embora o número de perdas irrevogáveis não seja conhecida. Inicial com base em estimativas soviética, a URSS reinvidicou ter matado 458.080 alemães e capturado 479.298, e uma estimativa alemão coloca o número de mortos em volta de 100.000. O número de vítimas civis é desconhecida, mas estima-se que cerca de 125.000 pereceram durante toda a operação.

 Além destes feitos prisioneiros no campo de batalha, os soviéticos freqüentemente ia de casa em casa, prender e encarcerar alguém em um uniforme de bombeiros, incluindo ferroviários. Em muitas áreas da cidade, tropas soviéticas (normalmente unidades dos escalões da retaguarda) saquearam, e estupraram uma estimativa de 100.000 mulheres e assassinaram milhares de civis durante várias semanas. Durante o mês anterior à batalha, enquanto o Exército Vermelho iniciava as suas ofensivas dentro da Alemanha propriamente dita, a STAVKA reconheceu o potencial de lapsos de disciplina envolvendo tropas vingativas e tinha sido capaz de verificar tal comportamento até certo ponto. O Marechal Konev, em 27 de janeiro de 1945 próximo a conclusão da Ofensiva Vístula-Oder forneceu uma longa lista de comandantes para serem transferidos para batalhões penais por saques, embriaguez, e excessos contra civis.

 

Soldado russo tenta roubar uma bicicleta de uma mulher alemã

 

O caos inicial, no rescaldo de Berlim no entanto, era muito difundido e difícil de ser detido ou controlado. Alguns oficiais soviéticos recorreram a punir ou mesmo a atirar nos agressores soviéticos em plena rua. Após o verão de 1945, as autoridades soviéticas recuperaram a disciplina sobre as suas tropas, e os soldados soviéticos que eram pegos estuprando era oficialmente punidos, em graus diversos. No entanto, Berlim vinha sofrendo escassez de alimentos por muitos meses, causada por bombardeios estratégicos e agravada pelo assalto final a cidade. Apesar de grandes esforços soviéticos para fornecimento de alimentos e reconstrução da cidade, a fome continuou a ser um problema. Quase todo o transporte dentro e fora da cidade tinham sido tornados inoperantes, e o abastecimento de água da cidade era precário. Em junho de 1945, um mês depois da rendição, quando os americanos chegaram no seu sector de Berlim descobriram que a ingestão média de calorias dos berlinenses estava baixo de 64% de uma ração diária de 1.240 calorias. Graus variáveis de sexo forçado, particularmente na zona de ocupação soviética, tornou-se a forma através da qual algumas mulheres conseguiram garantir as necessidades do dia-a-dia. Estupros continuaram até o inverno de 1947-48, quando as autoridades de ocupação soviética, finalmente eliminou o problema, limitando as tropas soviéticas para cargos rigorosamente de guarda postos e acampamentos.

 


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Assunto: Batalha de Berlim