Batalha de Berlim
O Prelúdio da Batalha
O recém-criado Grupo de Exércitos Vístula, sob o comando do Reichsführer-SS Heinrich Himmler, tentou um contra-ataque, que só ocorreu no dia 24 de Fevereiro. O Exército Vermelho então se dirigiu para a Pomerânia, abrindo a margem direita do Rio Oder, atingindo assim a Silésia.
Nenhum plano foi realmente autorizada para se conquistar a cidade de Berlim pelos americanos e britânicos. O General Dwight D. Eisenhower perdeu o seu interesse na corrida para Berlim e não via a necessidade de continuar a sofrer pesadas baixas em atacar uma cidade que estaria na esfera de influência soviética após a guerra. Eisenhower previa que poderia haver choque entre ambos os exércitos se tentassem ocupar a cidade de uma vez. A principal contribuição dos Aliados ocidentais para a batalha foi o bombardeio estratégico de Berlim durante o ano de 1945. Em 1945, a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos lançou uma série de grandes ataques diurnos sobre Berlim, e a noite a cidade foi atacada seguidamente por 36 pela RAF, que terminou seus raides na noite de 20/21 de abril 1945, pouco antes dos soviéticos entrarem na cidade.
Preparativos O ataque final à Alemanha, seria efetuado por três Grupos de Exércitos soviéticos (os soviéticos utilizavam a designação «Frente» para referir um grupo de exército). As três frentes soviéticas tinham completamente 2,5 milhões de homens (incluindo 78.556 soldados do 1º Exército polonês), 6.250 tanques, 7.500 aeronaves, 41.600 peças de artilharia e morteiros, 3.255 caminhões onde estavam montados lançadores de foguetes Katyusha (apelidado de "Órgãos de Stalin"), e 95.383 veículos a motor. A Ordem de Batalha das Frentes eram:
Para se opor à avalanche de 26 Exércitos soviéticos, as forças alemãs chamaram o general Gothard Henrici, um especialista de ações defensivas, que passa a comandar o grupo de exércitos do Vístula. O grupo de exércitos do Vístula, era composto pelas seguintes forças:
A ofensiva soviética na região central da Alemanha, que mais tarde se tornou a Alemanha Oriental tinha dois objetivos. Stalin não acreditava que os Aliados ocidentais iriam ceder território ocupado por eles no pós-guerra para a zona soviética, e assim que começou a ofensiva numa frente ampla, ele ordenou que os soviéticos se encontrasse com as tropas ocidentais o mais longe que possível. Mas o objetivo principal era capturar Berlim. N a verdade esses dois objetivos eram complementares, pois a posse de uma grande zona não podia ser ganha rapidamente a menos que Berlim foi tomada. Outra consideração era que Berlim no pós-guerra teria ativos estratégicos, incluindo Adolf Hitler e o programa de bomba atômica alemã. Em 6 de Março, Hitler nomeou o tenente-general Helmuth Reymann como o comandante da Defesa da Área de Berlim substituindo o tenente-general Bruno Ritter von Hauenschild.
Marechal Zhukov, comandante da 2ª Frente da Bielorrússia, que tinha a incumbência de atacar diretamente Berlim e de tomar a cidade
Em 20 de Março, o general Gotthard Heinrici foi nomeado Comandante-em-Chefe do Grupo de Exército Vístula substituindo o Reichsführer-SS Heinrich Himmler. Heinrici foi um dos melhores estrategistas de defesa no exército alemão e ele imediatamente começou a traçar planos de defesa. Heinrici corretamente avaliou que o principal impulso do avanço soviético seria feita sobre o rio Oder e ao longo da principal Autobahn leste-oeste. Ele decidiu não tentar defender as margens do rio Oder, com nada mais do que uma teia de escaramuças leves. Em vez disso, Heinrici alocou engenheiros, para fortalecer as defesas nas Colinas de Seelow que dominavam o rio Oder, no ponto onde a Autobahn o atravessava. Isto estava a cerca de 17 quilômetros a oeste do Oder e a 90 quilômetros a leste de Berlim. Heinrici diluiu a linha de defesa em outras áreas para aumentar os recursos humanos disponíveis para defender as colinas. Os engenheiros do exército alemão transformaram as margens do Oder, já saturado pela corrente da primavera em um pântano, liberando as águas de um reservatório a montante, como forma de dificultar a movimentação de tanques e blindados. Atrás deste os engenheiros construíram três cinturões de defesa. Estes embasamentos chegavam aos arredores de Berlim (as linhas mais próximas de Berlim, foram chamadas de posição Wotan). Estas linhas consistiam de valas anti-tanque, embasamentos anti-tanque e uma extensa rede de trincheiras e bunkers.
Aqui Hitler é visto com Willi Huebner de 16 anos (ele parece mais novo) que foi condecorado com a Cruz de Ferro, Segunda Classe, por seus serviços na recaptura de Lauban em março de 1945. O garoto era um mensageiro e se distinguiu em seu serviço.
A 9 de Abril de 1945, Königsberg, na Prússia Oriental, cai
sob o domínio do Exército Vermelho, liberando assim a
2ª Frente da Bielorrússia do Marechal Rokossovsky para avançar em
direção à margem oriental do rio Oder. Durante as
primeiras duas semanas de abril, os russos realizaram a sua mais
rápida realocação de unidades na guerra. O General
Georgy Zhukov concentrou a sua 1ª Frente da Bielorrússia, que havia
sido posicionada ao longo do rio Oder, em uma área em frente as
Colinas de Seelow. A 2ª
Frente da Bielorrússia moveu-se então
para as posições deixadas pelas forças de Zhukov
ao norte de Seelow. Enquanto a reorganização ocorria,
espaços foram deixados entre as frentes e parte das
forças do II Exército Alemão, que tinham
formado bolsas de resistência perto de Danzig na Pomerânia,
conseguiram escapar através do rio Oder. Para o sul, o Marechal Konev deslocou o peso principal da sua 1ª
Frente da Ucrânia na Alta Silésia para o noroeste até o rio
Neisse.
A Batalha do Oder-Neisse Zhukov havia decidido concentrar tropas no intuito de atacar o último obstáculo natural antes de Berlim: as Colinas de Seelow. Neste setor aconteceria a maioria dos combates na ofensiva global, era a última grande linha defensiva fora de Berlim. Seria uma tarefa difícil tomar posições inimigas escondidas em locais que possibilitavam aos alemães vislumbrarem do alto a movimentação do Exército Vermelho. Entretanto Zhukov sabia que uma vez conquistado aquele ponto da frente de batalha, Berlim estaria apenas à 60 quilômetros de seus exércitos.
O ataque as Seelow começou na madrugada de 16 de abril. A 1ª Frente da Bielorrússia abriu o ataque com fogo de artilharia e barragem de foguetes Katiuchas. O poder de fogo era avassalador. Segundo alguns relatos, o impacto dos projéteis de artilharia foi sentido em Berlim, a pouco mais de sessenta quilômetros dali. Mais ao sul, as tropas de Konev também abriram fogo contra as posições alemães. Pouco depois sua infantaria e tanques avançavam sobre as defesas alemães situadas do outro lado do Oder. Para Zhukov o ataque não saiu como planejado. Com a decisão de Heinrici de concentrar suas unidades na segunda linha de defesas, o fogo soviético apesar de imenso, pouco dano causou. Quando chegou a hora dos tanques avançarem, não só encontraram muito lodaçal e crateras abertas por sua própria artilharia, como também se viram frente à frente com intactas unidades de defesa do inimigo. Posicionados nas Seelow a artilharia alemã possuía excelente visão dos atacantes às margens do rio. O poder de fogo delas não tardou em abrir claros na compacta formação de tanques e blindados soviéticos. Enquanto isso, o Primeiro Front Ucraniano obteve sucesso em seu avanço. Os exércitos de Konev cruzaram o rio Oder com relativamente poucas baixas e já faziam os alemães recuarem. O IV Exército Panzer sob ordens do general Fritz-Hubert Gräser lutava desesperadamente para manter as margens do rio, mas agora não apenas se via empurrado para trás pelo avanço inimigo, como já havia a ameaça de ter sua coesão quebrada. Suas unidades começavam a perder contato entre si uma vez que os soviéticos se infiltravam nos espaços deixados sem defesa. Com as dificuldades de Zhukov em frente as Seelow, Stalin permitiu que Konev utilizasse seus exércitos para atacar Berlim pelo sul.
Os alemães, aqui tropas pára-quedistas, estavam fortemente entrincheirados nas Colinas de Seelow.
Assim, no dia 18 de abril, Konev ordenou que o Terceiro Exército de Tanques de Guardas do general Pavel Rybalko e o Quarto Exército de Tanques de Guardas sob o general Dmitri Lelyushenko realizassem inflexão de suas forças para o norte para atacar Berlim pelo sul. Durante este período, a 1ª Frente da Bielorrússia realizou custosos e lentos progressos para tomar as posições alemães nas Colinas de Seelow.
Durante o dia 19 de Abril, no quarto dia de ofensiva soviética, a 1ª Frente da Bielorrússia atravessou a linha final das Colinas Seelow, não conseguiu quebrar as formações alemãs que situavam-se entre eles e Berlim. A 1ª Frente da Ucrânia, tendo capturado Forst no dia anterior, estava avançando em campo aberto. Um avanço poderoso por parte do Terceiro Exército de Tanques de Guardas do general Pavel Rybalko e do Quarto Exército de Tanques de Guardas sob o general Dmitri Lelyushenko em direção ao norte para atacar Berlim pelo sul, enquanto outros exércitos avançavam para o oeste para uma seção da linha da frente a sudoeste de Berlim sobre o Elba. Com isso, as forças soviéticas estavam a conduzir uma cunha entre o Grupo de Exércitos Vístula alemão no norte e o Grupo de Exércitos Centro, no sul. Até o final do dia, a Linha Norte oriental alemã de Frankfurt em torno das Colinas Seelow e ao sul em torno de Forst tinha deixado de existir. Estes avanços permitiram as duas frentes soviéticas envolverem o IX Exército alemão em um grande bolsão a oeste de Frankfurt. Tentativas do IX Exército de sair para o oeste resultaria na Batalha de Halbe. O custo para as forças soviéticas tinham sido muito elevado, entre 1º e 19 de Abril, mais de 2.807 tanques foram perdidos, incluindo, pelo menos, 727 só nas Colinas de Seelow.
O T-35/85 foi o principal tanque soviético na ofensiva contra Berlim.
O T-34/85 foi
desenvolvido durante a segunda guerra mundial, com o objetivo de dotar o
T-34 (o modelo original armado com um canhão de 76mm) com uma arma
principal mais potente, neste modelo de 85 mm, com capacidade para
vencer a blindagem dos tanques alemães que começaram a aparecer na fase
intermédia da guerra, notadamente os Panzer-IV com canhão longo e mais
tarde os Panther e os Tiger. O T-34/85 foi um dos melhores tanques do
conflito europeu, embora quando foi colocado em serviço, os carros de
combate alemães lhe fossem já superiores, em potência e blindagem.
Tinha tripulação de 5 homens
Cerco de Berlim
Enquanto a 1ª Frente da
Bielorrússia e a 1ª Frente da Ucrânia cercavam de Berlim, e
começava a batalha pela própria cidade, a 2ª Frente da Bielorrússia de Rokossovsky começou sua ofensiva
ao norte de Berlim. Em 20 de Abril entre Stettin e Schwedt, Rokossovsky atacou o flanco norte do Grupo de
Exército Vístula, no setor do III Exército Panzer. Em 22 de abril,
a 2ª Frente da Bielorrússia tinha estabelecido
uma cabeça-de-ponte, na margem leste do Oder, que foi tinha mais de 15 km de
profundidade e se engajou fortemente com o III
Exército Panzer. Em 25 de Abril, Rokossovsky
quebrou a linha de defesa do III Exército Panzer em torno da
ponte ao sul de Stettin, atravessou o pântano Randowbruch, e
suas tropas estavam agora livres para moverem-se para o oeste em direção
ao 21º Grupo de Exércitos de Montgomery no porto báltico de Stralsund.
No dia 22 de abril Hitler recebe um perturbado telegrama de Goering. “O senhor aceita - pergunta o Reichsmarschall ao Fuhrer - que eu assuma a direção total do Reich, com plenos poderes, no exterior e no interior? Se eu não obtiver resposta antes das 22 horas de hoje, considerarei que cessou sua liberdade de ação e agirei da melhore maneira visando aos altos interesses de nosso povo e de nosso país”. Esse ultimato insolente, esse prenúncio evidente de intenção de negociar com o inimigo, arrancam Hitler do acabrunhamento. Ele recrimina Goering nos termos mais ultrajantes e, depois, com Bormann, que triunfa de um rival execrado, redige suas ordens ao comandante dos SS de Berchtesgaden: Hermann Goering, culpado de alta traição, despojado de todos os títulos e dignidades, é condenado à morte. O Fuhrer, em consideração pelos serviços passados, concede lhe a graça da vida, mas ele deve ser preso imediatamente. Outro telegrama convoca, de Munique a Berlim, o General Barão Robert von Greim, comandante da 6ª Luftflotte, destinado, por Hitler a substituir Goering no comando da Luftwaffe.
Um Fw 190 da II-SG1 ataca tanques soviéticos T-34-85 em Berlim, Abril de 1945
Ainda no dia 22 de Abril, durante a sua conferencia de situação da tarde em Berlim, Hitler caiu em lágrimas de raiva quando percebeu que seus planos do dia, não iriam ser realizados. Ele declarou que a guerra estava perdida, ele culpou os generais e anunciou que iria permanecer em Berlim até o fim e depois se matar. Na tentativa de acalmar Hitler da sua raiva, o general Alfred Jodl especulado que o XII Exército, sob o comando do general Walther Wenck, que estava enfrentando os americanos, poderia mover-se para Berlim, porque os americanos, já às margens do rio Elba, dificilmente iriam mover-se mais a leste. Esta hipótese foi baseada em sua visualização dos documentos capturados, que falavam da organização e divisão da Alemanha entre os Aliados. Hitler imediatamente agarrou a idéia e na hora Wenck foi ordenado a retirar da frente dos norte-americanos e mover seu XII Exército para norte-leste para apoiar Berlim. Foi então que percebeu que, se o IX Exército mudasse para o oeste, poderia articular-se com o XII Exército. À noite Heinrici recebeu a permissão para fazer o seu movimento desejado.
A Batalha de Berlim
Homens das Volkssturm lutam desesperadamente em Berlim, 1945. Essas unidades eram formados por homens muito velhos, adolescentes e veteranos inválidos. Eles estavam armados com uma variedade de armas, como a submetralhadora MP38/40 e Panzerfaust. O jovem (o segundo da direita para a esquerda) está armado com uma Volkssturmgewehr 1-5 ou VG 1-5 que foi desenvolvida como uma arma barata e de fácil e rápida produção que deveria equipar os soldados da Volkssturm. Utilizava o mesmo cartucho e pente do rifle StG 44 e tinha um sistema de gás baseado no sistema Barnitzke. Algumas VG 1-5 foram produzidas com seleção de fogo. Cerca de 10.000 unidades foram produzidas entre Janeiro de 1945 e o fim da guerra.
A Panzerfaust encaixou-se perfeitamente nas táticas defensivas Alemãs de 1943 até 1945 e as tripulações de tanques inimigos vieram a temer a arma. Disponível em grandes números, era encontrada em quase todo carro alemão. Muitos membros da Volkssturm em 1945 foram para o combate equipados com apenas a Panzerfaust. Sendo mirada corretamente e a uma distância apropriada, cada soldado Alemão podia ter um tanque destruído no seu crédito.
Em 23 de Abril, o 5º Exército de Choque e o 1º Exército de Tanques de Guardas assaltam Berlim a partir do sudeste e, depois de superar um contra-ataque alemão do LVI Corpo Panzer, chegam a Berlim, no anel ferroviário S-Bahn no lado norte do Canal de Teltow, na noite de 24 de Abril, o cerco se consuma. No mesmo período, todas as forças alemãs receberam de Hitler ordens de reforçar as defesas internas da cidade, apenas um pequeno contingente de voluntários SS franceses sob o comando do Brigadeführer Gustav Krukenberg chegou a Berlim. Por causa do cerco Keitel fica preso na estrada de Krampnitz, onde fora fazer uma inspeção ao grupo de Heinrici. O ultimo avião a pousar em Berlim, é o de Hanna Reitsch que faz um pouso forçado com seu Fieseler Storch, após ser alvejada por um obus, em sua companhia esta Von Grein que acaba ferido. Hitler o nomeia como Generalfeldmarschall e manda que deixe Berlim para continuar a frente da Luftwaffe. Nesse mesmo dia soldados russos tomam a estação da Silésia e a de Gorlitz. Também nesse dia, Koniev consegue atravessar o canal Teltow, que o havia segurado por quase dois dias. Mas para sua infelicidade Stalin estabeleceu novos limites para o assalto final à cidade e o seu limite ficava a cerca de 150 metros aquém do Reischstag.
Em 25 de abril, Krukenberg foi colocado como o comandante da Defesa do Setor C, o setor sob a maior pressão do ataque soviético sobre a cidade. Neste dia os russos em combates ao norte, no subúrbio de Reinickendorf, ao sul, no de Steglitz, expulsam os SS de Schöneberg, tomam Tempelhof e cobrem de obuses Tiegarten, onde as baterias alemães se acham reunidas.
Em 26 de Abril, o o 8º Exército de Guarda, do general Chuikov, um dos exércitos de elite soviéticos, e o 1º Exército de Tanques de Guardas abriram caminho através dos subúrbios do sul da cidade e atacaram o Aeroporto de Tempelhof, dentro do anel defensivo S-Bahn, onde encontraram forte resistência por parte da Divisão Müncheberg. Os soviéticos apoderam-se de Belle-Allianceplatz, a menos de 2 km da Unter den Linden. Ao norte, tomam Tegel e Wittenau, penetram na Siemensstadt e no bairro industrial de Wedding, combatem entre as usinas que, algumas horas antes, ainda forjavam armas alemães.
À noite de 26 para 27 foi de uma calma apavorante. Incêndios avermelham tudo; bombas não detonadas explodem quando as chamas as atingem - mas essas caprichosas das forças de destruição só fazem aumentar o silêncio produzido pela trégua das armas. Quando amanhece, os defensores de Tiegarten têm a surpresa de ouvir um concerto de pássaros. Um momento mais tarde, os lança-foguetes recomeçam a rugir. Com pressa de acabar, os russos dirigem um assalto geral contra o centro de Berlim. As duas divisões alemãs (Müncheberg e Norland]) que estavam defendendo o Sudeste, enfrentavam agora quatro exércitos soviéticos, de leste a oeste, o 5º Exército de Choque, o 8º Exército de Guarda, o 1º Exército de Tanques de Guardas e o 3º Exército de Tanques de Guardas (parte da 1ª Frente da Ucrânia), e assim os alemães foram forçados a recuar para o centro, ocupando novas posições defensivas em torno de Hermannplatz. Krukenberg informou ao General Hans Krebs, chefe do Estado Maior General que dentro de 24 horas a Nordland teria de recuar para o setor central Z (para Zentrum). O avanço soviético para o centro da cidade, ao longo desses eixos principais: a partir do sudeste, ao longo da Frankfurter Allee (terminando e parou na Alexanderplatz), a partir do sul, ao longo da Sonnen Allee terminando ao norte da Belle Alliance Platz, a partir do sul que terminando perto da Potsdamer Platz e do norte que terminava perto do Reichstag. Os soviéticos tomam a estação de Anhalt, atingem a Leipzigerstrasse e a Prinzalberststrasse, entram no QG da Gestapo, onde encontram jogados uns sobre os outros cadáveres de presos políticos executados. A Chancelaria encontra-se a 300 metros apenas. Mas os defensores surgem das ruínas, repelem os assaltantes, retomam e depois perdem novamente o edifício da Gestapo. O ataque parou. A preparação recomeça. A artilharia e os lança-foguetes reabrem fogo. Os caça-bombardeiros russos, que substituíram as esquadrilhas americanas, mergulham em enxames. Uma formidável detonação sacode a cidade inteira, quando um depósito de Panzerfäust explode em Potsdamerplatz, fazendo enorme carnificina. Uma tragédia mais horrível desenrola-se sob as calçadas. Os sapadores executaram a ordem de fazer explodir as comportas do Landwehr Kanal, a fim de inundar os subterrâneos do metrô, utilizados pelos russos. Nas trevas, milhares de civis, que ali se refugiaram, fogem tateando diante da enchente. Centenas de não-combatentes, dos quais uma proporção imensa de crianças perece, seja por afogamento ou por asfixia, entre as estações de Leipzigerplatz e a Unter den Lenden. O Reichstag, a ponte Moltke, Alexanderplatz, e as pontes em Havel Spandau viram os combates mais pesados, de casa em casa e lutas corpo-a-corpo. Os contingentes estrangeiros das SS lutaram particularmente de fogo aguerrida, porque eles eram ideologicamente motivados e acreditavam que seriam poupados com vida se fossem capturado.
Ainda no dia 27 de Abril , Steiner consegue pegar os russos desprevenidos e consegue chegar aos subúrbios de Zehlendorf. Weidling tentando contornar Berlim pelo sul para juntar-se a Wenck, que estar a oeste de Postdam, mas Hitler ordena que ele fique na cidade e defenda-a.
Na madrugada de 28 de Abril, as jovens divisões de Clausewitz, Scharnhorst e Theodor Körner, atacaram a partir do oeste para o sul na direção de Berlim. Eles faziam parte do XX Corpo de Wenck e eram formadas por homens das escolas de formação de oficiais, tornando-se algumas das melhores unidades que os alemães tinham em reserva. Eles cobriram uma distância de cerca de 24 quilômetros antes de serem parados na ponta do Lago Schwielow, a sudoeste de Potsdam, e cerca de 32 quilômetros de Berlim. Durante a noite, o general Wenck comunicou ao Supremo Comando do Exército em Fuerstenberg que o seu XII Exército tinha sido forçado a voltar ao longo de toda a frente. Segundo Wenck, nenhum ataque a Berlim era agora possível. Entretanto, cerca de 25.000 soldados do IX Exército alemão, juntamente com vários milhares de civis conseguiram alcançar as linhas do XII Exército após saírem do bolsão de Halbe. As baixas de ambos os lados foram muito elevadas. Existem cerca de 30.000 alemães enterrados no cemitério de Halbe. Cerca de 20.000 soldados do Exército Vermelho também morreram tentando impedir a fuga, a maioria foi enterrado em um cemitério ao lado do Mark-estrada Zossen. Estes são os números conhecidos de mortos, mas os restos mortais de mais pessoas que morreram na batalha são encontrados a cada ano de modo que o total dos que morreram nunca será conhecido. Ninguém sabe quantos civis morreram, mas poderia ter sido mais de 10.000. Tendo falhado em romper o cerce de Berlim, o XII Exército de Wenck se retirou de combate em direção ao Elba e as linhas americanas.
Abaixo algumas cenas das batalhas de rua em Berlim
No dia 28 os russos extenuados tentam apenas um ataque contra Alexanderplatz com tanques, mas estes são repelidos. Berlim se torna um cemitério para os tanques russos destruídos, Wenck tenta um ultimo assalto contra os russos, porem nada consegue de concreto, ele toma Belzig, lançando desordem nas retaguardas inimigas. Toma Beelitz, chega até a estação ferroviária de Ferch, esta a 20 km de Berlim e apenas a 5 km de Postdan. Mas suas forças estão cansadas e ele suspende a ofensiva. Heinrici, para salvar o III Exército Panzer dá ordens a Tippelkirsch, para voltar até o canal Voss, com isso abandona qualquer esperança de chegar a Berlim. Para total desgosto de Hitler, a Agência Reuter anuncia que Himmler estava tentando negociar a rendição dos exércitos na Itália.
Em algum ponto, entre 28 de Abril ou 29 de abril, o general Gotthard Heinrici, Comandante-em-Chefe do Grupo de Exército Vístula, foi afastado do comando depois de desobedecer ordens diretas de Hitler em Berlim para manter suas posições a todo custo e nunca se retirar, e foi substituído pelo General Kurt Student. O General Kurt von Tippelskirch foi nomeado como substituto interino de Heinrici até Student poder chegar e assumir o controle, enquanto ainda havia alguma confusão a respeito de quem estava realmente no comando. Independentemente de quem estava no comando von Tippelskirch ou Student, a situação se deteriorava rapidamente e os alemães a contribuição do Grupo de Exércitos Vístula durante os últimos dias da guerra foi de pouca importância.
Os combates nas ruas de Berlim eram duros. Aqui uma coluna de tanques soviéticos T-34-85 é encurralada por tropas pára-quedistas usando Panzerfaust e Panzerschreck .
A Batalha do Reichstag
No dia seguinte, 30 de abril, os soviéticos tinham resolvido os seus problemas com as pontes e com o apoio de artilharia às 06:00 lançaram um ataque contra o Reichstag, mas por causa das trincheiras alemãs e o apoio dos canhões de 122mm da gigantesca torre anti-aérea, posicionados a dois quilômetros de distância no o Jardim Zoológico de Berlim. Neste dia apenas o setor governamental, as vizinhanças imediatas ao Tiergarten e estreita faixa que se estendia em direção oeste, do zoológico ao rio Havel continuavam em poder dos alemães. Os russos passaram a empregar um procedimento metódico de ataque, fazendo preceder cada novo assalto por intenso bombardeio de artilharia. A infantaria era apoiada por tanques e elementos da engenharia equipados com lança-chamas e cargas de demolição. No Reichstag combates foram sala a sala e só foi totalmente conquistado o edifico dois dias depois. Por volta das 14:30 após intensa luta no interior do Reichstag, soldados soviéticos emergiram vitoriosos, conduzindo de 2.500 prisioneiros e a bandeira vermelha foi finalmente içada sobre o arruinado edifício. Enquanto que muito próximo dali, cerca de 500 metros, em seu bunker, Hitler se suicida com um tiro e sua esposa Eva Braun, com quem tinha casado no dia anterior, toma veneno, seus corpos foram em seguida cremados. Churchill escreveu, “A pira funerária de Hitler, com o estrondo dos canhões russos cada vez mais próximo e mais alto, simbolizou o melancólico fim do 3º Reich”. A famosa foto de dois soldados levantando a bandeira da URSS sobre o telhado do edifício foi uma encenação realizada no dia seguinte, que o edifício foi tomado. Para os russos, este é o momento mais significativo da vitória.
A famosa foto da bandeira da URSS tremulando em Berlim
A Batalha para o Centro
Rendição Na noite de 1º/2 de maio, a maior parte dos remanescentes da guarnição de Berlim, tentou sair do centro da cidade em três direções diferentes. Somente aqueles que iam para o oeste através do Tiergarten e atravessaram a Charlottenbrücke (uma ponte sobre o Havel) em Spandau conseguiu romper as linhas soviéticas. No entanto, apenas um punhado de pessoas que sobreviveram a fuga inicial chegou à linha Oeste dos Aliados, porém muitos foram mortos ou capturados pelo Exército Vermelho, na zona oeste do cerco da cidade. Na madrugada de 2 de Maio de 1945, os soviéticos capturaram a Chancelaria do Reich. O historiador militar Antony Beevor aponta que a maior parte das tropas de combate alemãs tinha deixado a área em fugas na noite anterior, a resistência deve ter sido muito menor do que tinha sido no interior do Reichstag. O General Weidling finalmente se rendeu com o seu Staff às 06:00 horas. Ele foi levado para ver o general Vasily Chuikov às 08:23. Weidling concordou em dá ordem aos defensores da cidade para que se rendessem aos soviéticos. Diante dos generais Chuikov e Vasily, Weidling entregou suas ordens por escrito da rendição alemã. Só então a forte guarnição de 350 homens da artilharia no Zoológico de Berlim finalmente deixou o prédio. Quando havia combates esporádicos em alguns edifícios isolados, onde alguns soldados fanáticos da SS ainda se recusavam a se renderem, os soviéticos simplesmente reduziam a escombros os edifícios.
Soldados soviéticos
festejam a conquista do Reichstag depois de duros combates
Na noite de 2/3 de maio, o General Hasso von Manteuffel, comandante
do III Exército Panzer, juntamente com o General Kurt von
Tippelskirch, comandante do XXI Exército, rendeu-se ao
Exército dos EUA. O II Exército de Von Saucken, que havia
combatido ao norte de Berlim, no delta do Rio Vístula,
rendeu-se aos soviéticos, em 9 de maio de 1945. Na manhã do
dia 7 de maio, o perímetro do XII Exército de Wenck começou a desmoronar. Wenck atravessou o rio Elba com pequenas
armas de fogo naquela tarde e entregou-se ao 9º Exército dos EUA.
Também no dia 7 de maio de 1945, em Rheims, os generais Jodl e Doenitz, assinam a rendição incondicional da Alemanha, com isso estar terminada a Batalha de Berlim e a guerra na Europa. Estava terminando o curto reinado de 12 anos do 3º Reich, que Hitler havia dito que duraria mil anos.
Um tanque PzKpfw.VI Ausf.B Tiger II da Divisão Panzer Müncheberg abandonado em frente a Estação Potsdam em Berlim, Maio de 1945.
Conseqüências
As decisões de Stalin e Hitler de buscarem seus objetivos políticos, a
qualquer custo, em um dos últimos episódios da Segunda Guerra Mundial na
Europa, fez com que milhares de pessoas perdessem suas vidas.
Segundo um trabalho de Grigoriy Krivosheev baseado em dados dos
arquivos liberados, as forças soviéticas
tiveram 81.116 mortos por toda a operação, que incluiu
as batalhas das Colinas de Seelow alturas e Halbe; Eles sofreram 280.251 baixas
entre feridos e doentes durante esse período. A operação também custou
aos soviéticos cerca de 2.000 veículos blindados, embora o número de
perdas irrevogáveis não
seja conhecida. Inicial com base em estimativas soviética, a URSS
reinvidicou ter matado
458.080 alemães e capturado 479.298, e uma estimativa
alemão coloca o número de mortos em volta de 100.000.
O número de vítimas civis é desconhecida, mas estima-se que
cerca de 125.000 pereceram durante toda a operação.
Soldado russo tenta roubar uma bicicleta de uma mulher alemã
O caos inicial, no rescaldo de Berlim no entanto, era muito difundido e difícil de ser detido ou controlado. Alguns oficiais soviéticos recorreram a punir ou mesmo a atirar nos agressores soviéticos em plena rua. Após o verão de 1945, as autoridades soviéticas recuperaram a disciplina sobre as suas tropas, e os soldados soviéticos que eram pegos estuprando era oficialmente punidos, em graus diversos. No entanto, Berlim vinha sofrendo escassez de alimentos por muitos meses, causada por bombardeios estratégicos e agravada pelo assalto final a cidade. Apesar de grandes esforços soviéticos para fornecimento de alimentos e reconstrução da cidade, a fome continuou a ser um problema. Quase todo o transporte dentro e fora da cidade tinham sido tornados inoperantes, e o abastecimento de água da cidade era precário. Em junho de 1945, um mês depois da rendição, quando os americanos chegaram no seu sector de Berlim descobriram que a ingestão média de calorias dos berlinenses estava baixo de 64% de uma ração diária de 1.240 calorias. Graus variáveis de sexo forçado, particularmente na zona de ocupação soviética, tornou-se a forma através da qual algumas mulheres conseguiram garantir as necessidades do dia-a-dia. Estupros continuaram até o inverno de 1947-48, quando as autoridades de ocupação soviética, finalmente eliminou o problema, limitando as tropas soviéticas para cargos rigorosamente de guarda postos e acampamentos.
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