Perfil da Unidade

Grenshutzgruppe 9 (GSG 9)

(Grupo de Defesa de Fronteira 9)


Os Jogos Olímpicos de 1972 em Munique na Alemanha Ocidental foi um ponto decisivo para muitas nações européias na luta contra o terrorismo. Às 4h da manhã de 5 de setembro deTerrorista palestino 1972, dois guardas que patrulhavam a vila olímpica de Munique - onde estavam hospedados os atletas participantes dos jogos - viram quando oito homens pularam a cerca perimetral carregando grandes sacos. Como eles vestiam agasalhos esportivos, os guardas imaginaram que fossem atletas voltando de uma noitada. Na verdade, era um comando do grupo palestino Setembro Negro, decidido a seqüestrar a equipe israelense.

Armados com fuzis Kalashnikov e granadas, os palestinos dirigiram-se rapidamente ao edifício onde estavam os israelenses. Após uma luta breve mas violenta, durante a qual morreram o halterofilista Joseph Romano e o treinador de luta romana Moshe Weinberg, nove atletas e membros da delegação foram levados como reféns. Os restantes conseguiram escapar pelas janelas e pela porta dos fundos. O edifício logo foi cercado por trezentos policiais armados e começaram as negociações, O chanceler da Alemanha Ocidental, Willy Brandt, entrou em contato com o governo israelense. E deixou claro que não pretendia satisfazer nenhuma das exigências. Israel também disse que não atenderia a nenhuma das exigências e ofereceu o Sayeret Matkal, que naquela época era provavelmente a única unidade no mundo, à parte o SAS da Grã-Bretanha, com capacidades de resgatar os reféns. Infelizmente o governo alemão recusou a oferta.

Desta forma as forças de segurança bávaras elaboraram então um plano para libertar os reféns, descartando a possibilidade de um ataque ao edifício, o que resultaria na morte dos israelenses. Finalmente, decidiu-se declarar que o governo aceitava a exigência dos terroristas - um avião para conduzi-los à Tunísia com os reféns -, na esperança de desfechar o ataque quando fossem embarcar.

Às 22h os terroristas e os reféns - estes amarrados e de olhos vendados - foram conduzidos para um heliporto próximo. Três helicópteros decolaram para Fürstenfeldbruck - dois transportando terroristas e reféns, o outro conduzindo os negociadores alemães. Os dois primeiros pousaram a 150 m do avião da Lufthansa que deveria voar para Tunis, sob a observação de cinco atiradores da polícia bávara, escondidos no teto da torre de controle. Dois terroristas subiram para inspecionar o interior do avião, enquanto outros dois desciam dos helicópteros acompanhados pêlos pilotos; quando os dois primeiros terroristas saíram do avião, os atiradores abriram fogo. Três terroristas foram mortos, mas os outros dispararam nos reféns e na torre de controle, onde um policial foi morto.

Os terroristas resistiram até depois da meia-noite, quando, num último gesto de desafio, um deles saltou do helicóptero e arremessou uma granada em sua direção, incendiando-o. Este e outro terrorista foram abatidos; os outros três acabaram sendo capturados pelo pessoal da segurança. Todos os reféns foram encontrados mortos, amarrados dentro dos helicópteros.

A conseqüência imediata do massacre de Munique foi uma série de ataques aéreos israelenses a alvos palestinos no Líbano e na Síria. Entre os efeitos a longo prazo podem ser citados a campanha de assassinatos Ira de Deus, promovida por.unidades especiais israelenses, a formação generalizada de esquadrões anti-terroristas e, como seria de esperar, uma profunda relutância em atacar terroristas quando ainda estejam de posse de reféns.

Nasce o GSG 9 

Até 1972 o governo de Bonn tinha sérias restrições a criação de uma unidade policial anti-terrorista com jurisdição nacional. As lembranças das SS nazistas, a policia política de Hitler ainda estavam muito vivas na memória do povo alemão ocidental. Porém o Governo da Alemanha Ocidental foi duramente afetado pela tragédia de Munique. O fOperativos do GSG-9 nos anos 1970.ato de que eles tinham feito o melhor que puderam não era nenhuma consolação para os parentes dos reféns mortos e nem para a comunidade mundial.

O sistema de descentralizar o combate ao terror através das unidades policiais dos Estados da República Federal Alemã, marcantemente despreparadas, não mostrou bons resultados. As policias estaduais deveriam ser auxiliadas no aperfeiçoamento de seu treinamento e meios de combate ao terror, o que de fato foi feito através dos SEKs, mas Bonn acreditava que a Alemanha Ocidental necessitava de uma força com alcance nacional para proteger os interesses alemães contra a ameaça terrorista.

Mas aonde encontrar a estrutura em que se basearia a nova força anti-terrorista da Alemanha Ocidental? Nas policiais Estaduais? Não! A estrutura base foi encontrada na Bundesgrenzshutz  - Policial Federal de Fronteira, uma força policial a nível federal da Alemanha Ocidental, que está subordinada ao Ministério de Interior. Na época uma força policial era melhor do que uma unidade militar, pois ninguém queria na Alemanha Ocidental da década de 1970 que soldados mascarados vestidos de preto surgissem do nada. Na cabeça do civil alemão o soldado existia para invadir e matar, enquanto o policial para proteger e guardar. Além do mais a policia alemã estava mais apta a se infiltrar e investigar os grupos dos que os militares da época, além de possuir ferramentas sofisticadas e métodos investigativos que eram desconhecidos do Exército alemão. Além de que uma unidade antiterrorista da policial federal teria menos dificuldades burocráticas em lidar com forças policiais locais alemãs, visto que esta força especial estava a principio destinada a operar apenas dentro das fronteiras da RFA.

As autoridades alemãs ocidentais confiaram o comando da nova unidade ao coronel  Ulrich Wegeber, considerado um dos maiores especialistas alemães na luta antiterrorista. Com vasta experiência policial, o coronel Uirich Wegener era a melhor indicação para comandar o GSG 9. Depois de ingressar na Policia Federal de Frontera, em 1958, o treinamento com o FBI e com o serviço secreto de Israel fez dele um perito em operações antiterroristas. Seu envolvimento atingia tal ponto, que chegaram a circular boatos de que teria tomado parte na operação israelense para resgate de reféns no aeroporto de Entebbe (Uganda), em 1976. 

O corenel Wegeber começou a arregimentar homens no final de 1972. No início de 1973 após duro treinamento, eles estavam prontos, para a ação. Nesse ano adotaram como símbolo a boina verde com a águia dourada. A experiência de Wegener havia lhe ensinado que o êxito de qualquer força antiterrorista depende da formação deAbzeichen GSG 9 pequenos grupos flexíveis, bem preparados e entrosados, que podem agir com infinita delicadeza, e quando necessário com extrema  ferocidade. Na visão de Wegener o GSG 9 precisaria contar com os melhores homens, meios e armas, além de uma perfeita organização, que contasse com o apoio do governo federal para se constituir em uma perfeita resposta ao terrorismo. Assim os alemães ocidentais criaram, sob o comando de coronel  Ulrich Wegeber, a sua primeira unidade anti-terror, formada oficialmente em abril de 1973 e nomeada Grenshutzgruppe 9 - GSG 9 - Grupo de Defesa de Fronteira 9. De início, o GSG 9 tinha 188 homens. 

O GSG 9 ficou mundialmente famoso com o resgate de um avião da Lufthansa em Mogadíscio, em outubro de 1977. A operação recebeu o nome de Fogo Mágico. Depois de 1977, o efetivo elevou-se para 219. O impacto de suas ações é sustentado por três ou quatro unidades de choque, cada uma reunindo de trinta a 42 homens. Após o sucesso em Mogadiscio o GSG 9 teve grande evidência e Wegener tornou-se uma celebridade nacional. Em 1979 foi promovido a brigadeiro e assumiu o controle geral da policia de fronteira da RFA. Porém muito tempo continuou a formular as grandes decisões relativas à atuação do GSG 9.

Seleção e Treinando 
Seleção para o GSG 9 é muito dura. A unidade sempre está procurando por um operador com a aptidão mental e física excepcional. Todos os recrutas devem ser voluntários e serem originário da Polícia Federal de Fronteira - Bundesgrezchutz - BGS . Esses policiais são de carreira e tiveram treinamento apropriado para facilitar a seleção do GSG 9. Se o candidato é do Exército alemão (Bundeswehr), ele tem que entrar primeiro na Polícia Federal de Fronteira e depois se candidatar ao GSG 9. Este é uma decisão delicada, pois envolve a carreira militar do candidato e ele não tem nenhuma garantia que será aceito no GSG 9.

A principio os candidatos são submetidos a exames médicos que eliminam os inaptos fisicamente. Os que passam pelos exames médicos devem correr 5.000m em 23 minutos, 100m em 13.4 segundos e saltar 2.4m pelo menos. Outros testes físicos são seguidos de uma sessão de tiros, onde o candidato deve demonstrar precisão razoável com as submetralhadoras HK MP5 SMG e as pistolas P6 (SIG 226) de 9mm.

Todos os candidatos são entrevistados por uma equipe de psiquiatras (na presença de oficiais da BGS) que testarão as capacidades mentais, agilidade, reação, concentração e auto-controle de cada candidato, que determinaram se ele está apto a prosseguir na seleção. Ao fim desta análise dos psiquiatras , os que obtiveram a aprovação serão enviados para um entrevista com um comitê formado por oficiais graduados do GSG 9, que tentarão determinar a motivação do candidato em servir nesta unidade. Os aprovados iniciaram a dura fase de treinamento.

O curso de treinamento inicial dura 22 longas semanas, é intenso, e a maioria dos recrutas desiste ou é desligada. A pressão é muito grande, as provas exigem o máximo do controle psicológico dos recrutas, forma física e da capacidade de trabalhar em equipe. As primeiras 13 semanas são gastas na aprendizagem dos fundamentos do contra-terrorismo e das operações policiais, e questões legais, inclusive com trabalhos acadêmicos de alto nível, que normalmente não é encontrado em muitos forças CT. Esta singularidade é atribuída pela questão de que o operador do GSG 9 é um policial e não um militar.  

As 9 semanas restantes são dedicadas a trabalhar as habilidades do operador nas ações CT avançadas, como operações em prédios, navios, trens, etc. Um enfoque especial é dado a proficiência nas armas de fogo, comunicações, lutas marciais, habilidades médicas, esqui, montanhismo, tiro de precisão (sniper), pára-quedismo (HALO, HAHO e linha estática), operações aquáticas (mergulho, SDV, barcos), táticas defensivas e ofensivas, rappell, Combate em Ambientes Fechados (CQB- Close Quarter Battle) e outros fundamentos essenciais. Como a pirataria aérea é uma preocupação constante, o treinamento abrange também noções do trabalho diário nos aeroportos, para que os homens possam se infiltrar no cenário de um seqüestro fazendo-se passar por empregados do aeroporto.

Os treinamentos muitas vezes acontecem em locais diferentes, para que os futuros operadores se acostumem a imprevistos e a variedade de ambientes em que podem ser acionados para operar. Os operadores do GSG 9 também aprendem a dirigir vários modelos de veículos em alta velocidade e aprendem direção ofensiva e defensiva. Cerca de 80% dos recrutas são reprovados. 

Os que passam na seleção são considerados como parte de uma elite, e continuam treinando de forma intensa. Alguns formandos são enviados para enviados a escola a International Long Range Reconnaissance Patrol (LRRP) School, pertecente a OTAN e localizada em Weingarten, na própria Alemanha. Nesta escola eles aprendem a operar em florestas, técnicas avançadas de camuflagem, patrulhamento avançado, fuga e evasão e habilidades de sobrevivência. 

O GSG- 9 tem alguns dos melhores atiradores do mundo. Em média um operador dispara 2.500 tiros por semana. Os exercícios de tiro no GSG 9 concentram-se no emprego de armas de mão, fuzis de precisão e sub-metralhadoras. Têm a duração de três dias (em meio período) e uma noite por semana. Trata-se de familiarizar os homens não apenas com suas armas, mas também com as que vão encontrar nas mãos do inimigo. O fuzil de assalto soviético AK47 e a pistola tchecoslovaca M61 Skorpion, conhecidas dos terroristas, recebem atenção especial.

Na base GSG 9, em St. Augustin há uma instalação subterrânea de nove milhões de dólares, onde estão instaladas "casas de matança", semelhantes as usadas pelo SAS e pela Força Delta. Essas instalações incluem maquetes de supostos alvos terroristas (aviões, prédios, trens, etc), utilizados no adestramento dos membros do GSG 9. 

Por questões de segurança a identidade dos membros do GSG 9 é mantida em segredo com o objetivo de se evitar represálias terroristas contra eles ou seus familiares. Ao contrario do que acontece com outras unidades de forças especiais, não é exigido que o operador deixe o GSG 9 após o seu período de serviço. Ele pode ficar contato que atenda aos exigentes padrões da unidade. Isto é bom porque cria uma continuidade dentro da força e os operadores veteranos podem ajudar os recrutas em suas dificuldades.  

Armas, equipamentos e táticas

No desempenho de suas missões, o GSG 9 dispõe das armas e equipamentos mais sofisticados do mundo. Como uma das pioneiras unidades contra-terrorista do mundo o GSG 9, é uma referência no uso de armas, equipamentos e táticas. Foi o GSG 9 que apresentou hoje a mundialmente famosa submetralhadora alemã Heckler e Koch MP5, freqüentemente usada na versão MP5SD, equipada com silenciador, as unidades contra-terroristas de todo mundo. O GSG 9 usou a MP5A2 em sua operação de resgate na Somália em 1977 e os britânicos do SAS usaram a mesma arma em 1980 na Operação Nimrod, o resgate da embaixada iraniana.

O GSG 9 também usa várias versões do rifle de assalto HK G3. Os snipers do GSG 9 usam o excelente HK PSG1. Porém é interessante observar que o tripé que vem com o PSG1 é raramente usado por causa de seu peso. Um saco de areia é o apoio preferido. As pistolas hoje adotados pelo GSG 9 são as Glocks, HK P7 e P9 de 9mm e os revólveres Magnum .357. O GSG 9 já chegou a usar o Smith & Wesson modelo 36 e o Chiefs Special .38 como um de seus revolveres, mas este último se mostrou uma decepção. Durante a Operação Fogo Mágico um operador do GSG 9 disparou as seis balas de seu Chiefs Special .38 em um terrorista, e ainda assim o terrorista conseguiu lançar duas granadas, que felizmente não explodiram pois eram de fabricação caseira. Ele finalmente foi morto por disparos de uma MP5. 

O GSG 9 possui grande número de veículos especiais. Entre os mais interessantes estão os automóveis Mercedes ou BMW blindadas de grande desempenho, ideais para perseguições e rápidos deslocamentos. Com velocidade máxima de cerca de 200 km/h, dispõem de sofisticados sistemas de comunicação e representam arma poderosa para a caça aos terroristas na moderna e ampla rede rodoviária alemã. O GSG 9 também dispões de furgões e motocicletas.

O GSG 9 tem acesso aos helicópteros do Bundesgrenzschutz-Flugdienst. Estes incluem o Eurocopter AS-332L1 Super Puma e o Eurocopter SA-330J Puma para transportes de tropas e vôos VIP; o SA-318C Alouette II, como Helicóptero Leve de Observação; e os Bell UH-1D Hueys e Bell 212 para o transporte de tropas de assalto. 

Os atiradores de precisão do GSG 9 também praticam a paralisação de veículos atirando no motor, tática que pode ser usada a partir de helicópteros, com o emprego da submetralhadora MP5. Os SA-318C serão substituídos em breve elo Eurocopter EC-135 e os UH-1D pelo Eurocopter EC-155. Ambos os helicópteros novos serão providos com o Diamler-Chrysler Hellas Aeroespacial (Radar Laser para Helicóptero) dispositivo que adverte o piloto sobre arames com a espessura de no mínimo 5mm. 

O GSG 9 também foi um dos primeiros a usar uniformes de combate apropriados para operações contra-terroristas, com seus operadores tendo os rostos cobertos por máscaras ou simplesmente camuflados. O GSG 9 normalmente usa trajes escuros (nomex cinza), máscaras de lâ e capacetes com cobertura camuflada. Estes últimos se tornaram a marca registrada da unidade nos anos 1980. Todos os operadores são providos de dois pares de uniformes de assalto - um para operações diurnas e o outro para operações noturnas. 

Estrutura organizacional 
Atualmente o GSG 9 está dividido em três grupos primários; GSG 9/1, GSG 9/2 e GSG 9/3. Estas unidades são especializadas de acordo com as respectivas tarefas: Contra-terrorismo (CT), CT marítimo, e aerotransportado. Os dois primeiros têm aproximadamente 100 operadores cada, e o GSG 9/3 possui 50. 

GSG 9/1: O seu principal enfoque está no terrorismo urbano típico, envolvendo aspectos de resgate de de reféns, neutralização de objetivos ofensivos, proteção de localizações estratégicas, negociação de refém, segurança VIP, monitoramento e vigilância. Esta grupo está apto a resgate em aviões e trens e também a realizar caçadas a fugitivos em áreas rurais e urbanas. Podem inclusive participar de operações fora da Alemanha.

GSG 9/2: Este grupo é responsável por operações que envolvam ambientes aquáticos, como por exemplo os campos de petróleo do Mar do Norte que são extremamente vulneráveis a ataques terroristas e o incessante trafego de navios (petroleiros, de cruzeiro, etc.) nos portos alemães. Este grupo passa muito tempo treinando em águas muito geladas. Participam especialmente de treinamento conjunto com os SEALS e o SBS.

GSG 9/3:Este grupo é responsável por missões que exijam infiltrações aéreas. Todos os seus membros são pára-quedistas qualificados. Eles normalmente usam helicópteros em seus deslocamentos, mas podem usar também aeronaves de asa fixa. 

Unidade Técnica: Esta é uma unidade de suporte que prover métodos do acesso e da entrada nos alvo. Sua missão inclui também a pesquisa e testes dos equipamentos técnicos usados pelas demais unidade do GSG 9. A unidade técnica é formada por seção de comando e três SET técnicos.

Serviços Centrais: Esta unidade é a responsável pelo armamento do GSG- 9. Sua tarefa é obter e testar novas armas, explosivos e o outros equipamentos táticos. Também dá manutenção e realiza reparos nas armas e sistemas existentes.

Unidade de Documentação: Esta unidade é a responsável pelas comunicações do GSG 9. sua tarefa é obter e testar sistemas de comunicações, como também dá manutenção e reparo nos sistemas atuais e de prover comunicações e vigilância sobre o (foto, escuta, vídeo e rádio) durante as operações.

Unidade de Treinamento: Esta unidade tem a tarefa de coordenar o recrutamento, seleção e treinamento dos candidatos. Também cria e mantém a grade curricular e manuais de conceitos táticos e operacionais. A unidade de treinamento é formada por seção de comando e quatro SET de instrução, formando por um instrutor e quatro operadores.

Pessoal de Operações: Esta é a unidade administrativa, responsável pela direção de todo o GSG 9. Funciona também como elo entre as demais unidades e outras organizações.

Para ter sucesso em operações antiterroristas, os integrantes do GSG 9 aprendem a trabalhar em equipe. A ponta-de-lança do GSGT-9 compõe-se de 4 unidades de choque. Cada unidade, divide-se numa seção de comando e seis SET, sigla derivada de Speziãleinsatztruppen (tropa especial de risco). A direção do GSG 9 considera os pequenos SET mais fáceis de comandar e controlar, dando melhor mobilidade e maior flexibilidade em combate. Seções de assalto partem para salvar reféns, enquanto peritos-atiradores utilizam armas de precisão para abater terroristas a distância. Cada SET consiste de um comandante e uma equipe de comando de quatro homens. Em cada equipe encontramos um especialista em demolição, comunicações, armas de fogo, sniper, etc. 

Hoje o GSG 9, tem também a sua própria unidade de aviação, conhecida como Bundesgrenzschutz Grenzschutz-Fliegergruppe. Esta unidade tem a principal responsabilidade de transportar os operadores do GSG 9 o mais rápido possível ao local de operação. Para isso contam com helicópteros. Estão atualmente baseados em Hangelar, perto de Bonn onde eles compartilham uma instalação de tamanho médio com a Guarda Federal de Fronteira.

Um Líder Mundial 
Se há uma razão para o GSG 9 ser considerada uma das principais unidades anti-terroristas do mundo é o seu esforço consciente de sobre se aperfeiçoar. A unidade está sempre em constante treinamento e buscando através de pesquisas e intercâmbios, se aprimorar. O GSG 9 se compara as principais forças internacionais no combate ao terror como o SAS e o SBS britânicos, a Força Delta e o DEVGRU americanos e o GIGN francês.

Ulrich Wegener, o renomado fundador do GSG 9, vislumbrou já na década de 1970, de que era necessário que as principais forças anti-terroristas do mundo se unissem no combate a este mal. Por isso em 1977 o GSG 9 solicitou o obteve o apoio do SAS.

Com o passar do tempo o GSG-- se tornou uma referencia mundial no combate ao terror, tendo ajudado a treinar dezenas de outras forças similares em vários paises do mundo, inclusive no Brasil, mas notadamente o COT do Departamento de Policia Federal.

Algumas das missões conhecidas publicamente do GSG 9:

1977: Missão de resgate do Boeing 737 Charlie Echo, da Lufthansa, do vôo LH181, em Mogadiscio - Somália.

1978: auxílio ao Escritório Federal da Proteção da Constituição para fazer um buraco numa parede da prisão com uma explosão, para permitir a fuga de um agente secreto infiltrado.Polícia inspeciona o carro do banqueiro após o atentado

1982: Prisão dose terroristas do RAF(Fração Exército Vermelho), Adelheit Schulz e Brigitte Mohnhaupt.

1982: Cinco dias depois prisão de Christian Klar.

1993: Prisão dos terrorista do RAF, Birgit Hogefeld na estação ferroviária de Bad Kleinen (Leste da Alemanha). Algumas pessoas acreditaram que o terrorista Wolfgang Grams foi executado durante a prisão por vingança por causa da  morte de um policial. Mas Procuradoria afirmou que ele cometeu suicídio. Grams era era filho de um ex-membro das Waffen-SS, e era suspeito de ter assassina do banqueiro Alfred Herrhausen em 1989 em um atentado a bomba.

1993: Dois meses depois participação no fim do seqüestro em um vôo da KLM_Royal_Dutch_Airlines para Düsseldorf. O sequestrador árabe foi detido fora do avião sem que houvesse tiroteio.

1994: Participação na libertação de um refém na Prisão de Kassel. 
1994: Envolvimento na procura dos seqüestradores de Albert e Polak. 
1998: Prisão de um chantagista na estrada de ferro alemã Deutsche Bahn AG. 
1999: Prisão de Metin Kaplan em Colônia. 
Operativos do GSG-9 no Sahara em 2003 a procura dos turistas europeus desaparecidos.
1999: Prisão de dois suspeitos de pertencerem a Roten Zellen, em Berlim. 
1999: Participação no fim do sequestro no banco central em Aachen. 
2000: Aconselhamento de autoridades das Filipinas em situações de risco com reféns.
2001: Prisão de dois espiões em Heidelberg 
2001: Auxílio na liberação de quatro turistas alemães no Egito. 
2001: Prisão de vários terroristas relacionados ao 11 de setembro de 2001.

2001:Cerca de 30 membros do GSG 9 foram destacados para fazer escolta armada nos vôos das companhias aéreas alemãs. A equipe embarca munida com revólveres que disparam balas de borracha e armas de choque elétrico. Os policiais viajam normalmente em dupla na cobertura de cerca de 15 vôos diários. Antes da decolagem, o comandante da aeronave é informado da presença da escolta à bordo, sem, entretanto, receber maiores detalhes. Por medida de segurança, a tripulação não sabe quem são os policiais, quantos são e em que lugares estão sentados. O objetivo da missão, chamada de "Sky Marshals", é coibir possíveis atentados terroristas em aviões alemães. 

2002: Prisão de vários terroristas relacionados ao 11 de setembro de 2001.

2003: Participação na investigação do desaparecimento de turistas ocidentais (15 alemães, um sueco residente na Alemanha, oito austríacos, quatro suíços e um holandês) no Saara na Argélia. No dia 13 de maio comandos argelinos (provavelmente com alguma ajuda do GSG 9 e do KSK) atacaram um reduto do Grupo Salafista pela Pregação e Combate (GSPC), uma organização fundamentalista islâmica que teria ligações com a rede terrorista Al-Qaeda e que tinha seqüestrado os reféns. 17 ocidentais foram libertados nesta operação e todos os terroristas mortos. Satélites espiões americanos ajudaram a localizar os terroristas. Os outros reféns foram libertados pelo GSPC em 18 de março de 2004.

2003: Envio de equipes de proteção a especialistas alemães da organização estatal alemã Technisches Hilfswerk (THW), de apoio e assistência no caso de catástrofes, com a missão de orientar a reconstrução do abastecimento de água potável no Iraque.

 

Algumas missões do GSG 9 foram de proteção a grandes eventos como a Copa do Mundo de 1974 na Alemanha Ocidental, as Olimpíadas de Inverno em Innsbruck (Áustria), as Olimpíadas de Verão em Montreal (Canadá), ambas em 1976, provavelmente na Copa do Mundo de 1978, na Argentina. O GSG 9 também participa de missões de proteção de testemunhas e magistrados como nos julgamentos de terroristas em 1975 em Stammheim, Alemanha e 1976 em Estocolmo, Suécia. Os GSG 9 também participa da proteção de ministros e presidentes alemães, de autoridades estrangeiras, e eventualmente da proteção de embaixadas alemães, como em  Estocolmo (Suécia), san Salvador (El Salvador) e Beirute (Líbano). 

 

É importantes destacar que a maioria das missões do GSG 9 é confidencial, poucas chegam ao conhecimento público. Desde sua fundação segundo informações o GSG 9 participou de mais de 1.300 missões, contudo só houve disparos em 4 ocasiões (oficialmente): em 1977 em Mogadiscio e 1993 em Bad Kleinen , e em duas outras missões contra cachorros de pessoas que foram detidas.

 


SEK (A SWAT Alemã)

Em cada estado da RFA existe uma força anti-terrorista com o nome de SEK (Sondereinsatzkommando). Estas unidades são capazes de rapidamente serem deslocadas em auxílio a seus colegas de outros estados da federação. As suas forças estão unidas à polícia nacional interna e por conseguinte podem ser enviadas para solucionar todas as situações de crise. Embora cada unidade esteja fixada a um estado e ligada a policia local, seus comandantes encontram-se muito freqüentemente e treinos conjuntos são muito normais.

O Sondereinsatzkommando é composto por policiais voluntários, que passam por uma seleção rigorosa, que tem por objetivo selecionar os melhores, aqueles que responderão positivamente durante uma crise. Os seus homens devem combinar potência e autocontrole durante todas as missões.

O nascimento das SEKs:

A ação terrorista em Munique durante as Olimpíadas de 1972, chocou o muito e em especial a Alemanha Ocidental. O massacre de Munique mostrou que a Alemanha Ocidental, e sua policia estadual em particular, não estava preparada para os novos desafios de um mundo ameaçado pelo terror. Como resposta em 1974 o governo da RFA decidiu criar as SEK e começou a fornecer armas, equipamentos e treinamento adequado as policias estaduais.

Suas missões:

Entre as suas principais missões estão:

  • Resgate de reféns.

  • Apoio às outras unidades locais. 

  • Caçada a fugitivos.

  • Escolta de chefe de Estado.

  • Formação e treinamento de grupos estrangeiros.

Formação:

As SEK estão em constante intercâmbio umas com as outras e também com o GSG 9 e forças estrangeiras como o RAID francês. Seus policias buscam sempre a excelência no tiro e tem um bom preparo físico, sendo muitos desportistas, participando de competições internacionais.
Cada grupo é composto de mais ou menos 45 membros. Hoje em dia as SEK intervieram em mais de 3.200 situações de risco e fazem por ano uma média de 200 detenções. 


OPERAÇÃO "Fogo Mágico"

Em 5 de setembro de 1977 a Fração do Exército Vermelho, um grupo terrorista até então desconhecido, seqüestrou Hans-Martin Schieyer, importante homem de negócios alemão. Exigia a libertação de outros onze terroristas presos na Alemanha: eles deveriam ser levados ao aeroporto de Frankfurt e daí voariam para "um país de sua escolha". O governo alemão não conseguiu encontrar nenhum país que os acolhesse, e a crise estendeu-se por mais de um mês.

Às 13h do dia 13 de outubro, o Boeing 737 Charlie Echo, da Lufthansa, fazendo o vôo LH181, decolou suavemente do aeroporto de Palma, na ilha de Maiorca (Espanha), e rumou para a costa sul da França. Só que nunca chegou a seu destino. Uma hora mais tarde, os controladores do tráfego aéreo na França escutaram o capitão Jürgen Schumann, comandante do Boeing, informar nervosamente pelo rádio que seu avião havia sido seqüestrado. Ele recebera ordens de voar para Roma, sob ameaça de morte. Logo em seguida falou Mahmoud, o líder dos seqüestradores, anunciando duas exigências: a libertação dos líderes do grupo terrorista Baader-Meinhof, presos na Alemanha Ocidental, e 9 milhões de libras esterlinas. O líder do grupo, "Capitão Mahmoud", foi identificado mais tarde como o conhecido terrorista internacional Zohair Youssef Akache. Quando o jato da Lufthansa foi tomado, as negociações com os seqüestradores de Schieyer já se arrastavam havia um mês, e diversas soluções tinham sido pensadas. Assim, os dois problemas passaram a ser tratados conjuntamente.

Em Roma, durante o reabastecimento da aeronave, Schumann deixou cair quatro charutos da cabina de comando, o que as autoridades interpretaram, corretamente, como indicação do número de seqüestradores. No entanto, antes que fizessem uso dessa informação vital, tentando uma forma de resgate, o Charlie Echo levantou vôo para Chipre e de lá para o Oriente Médio. Poucas horas depois do seqüestro, um contingente de trinta homens do GSG 9 já estava no ar. Eles tinham chegado a Chipre quando o Boeing 737 estava decolando. Depois de uma breve discussão com a polícia de Chipre, o avião do GSG 9 tinha decolado novamente e voltado para Frankfurt via Ancara. Ao mesmo tempo, um outro avião decolava da Alemanha rumo a Dubai (parte dos Emirados Árabes Unidos), levando um alto funcionário do governo, um psicólogo e trinta homens do GSG 9 liderados por Uirich Wegener, comandante da força. Dois integrantes do SAS britânico também faziam parte do grupo.

No Oriente Médio foi negada permissão para pouso em Beirute e Bahrein e o avião dirigiu-se para Dubai, onde a tripulação forçou o pouso por falta de combustível. No domingo, 16 de outubro, decolou novamente, apenas quarenta minutos antes que se esgotasse o prazo final para explodi-lo. Em Omã a permissão de pouso foi mais uma vez negada, e o avião chegou a Áden com combustível para apenas mais dez minutos de vôo. Apesar dos alertas da torre de controle, o capitão Schumann forçou de novo o pouso. O grupo de Wegener seguiu o Boeing até Dubai e a República do lêmen, de onde foi obrigado a voar para Jidá, na Arábia Saudita, por não ter recebido permissão de pouso.

As condições dentro do avião estavam muito ruins, e Mahmoud agia de maneira cada vez mais imprevisível e insegura. Schumann teve permissão para checar o trem de pouso, mas desapareceu por alguns minutos - ao voltar, foi levado para a primeira classe e executado por Mahmoud com um tiro na cabeça.

Na manhã seguinte, 17 de outubro de 1977, o co-piloto Jürgen Vietor levou o avião para Mogadíscio, capital da Somália,  no litoral do Indico. Lá, um porta-voz do governo alemão contatou os seqüestradores e garantiu-lhes que os onze prisioneiros estavam prestes a ser libertados e levados para Mogadíscio, onde seria feita a troca pêlos reféns. Mahmoud adiou então o prazo final da troca para as 2h45 da madrugada seguinte, 18 de outubro. No mesmo dia,  Wegener e seus homens chegavam ao novo destino do aparelho seqüestrado. As 20:00 horas do mesmo dia, chegou a Mogadíscio o primeiro grupo do GSG 9. 

Mahmoud ameaçou explodir o avião se as exigências não fossem atendidas. Para reforçar a ameaça, atirou o corpo de Schumann na pista do aeroporto. Numa tentativa de ganhar tempo, os negociadores disseram-lhe que onze terroristas haviam sido libertados na Alemanha, conseguindo estender o prazo fatal até às 2h30 do dia 18. A essa altura, a morte dos reféns era uma questão de horas: o Boeing deveria ser tomado de assalto. Wegener decidiu iniciar a operação de resgate, a que dera o codinome de "Fogo Mágico".

Pouco antes das 24h, alguns homens do GSG 9 avançaram rastejando pelo deserto. Esconderam-se atrás de uma duna de areia, a cerca de 30m do Charlie Echo. Usando óculos de visão infravermelha, constataram que Mahmoud e outro seqüestrador estavam na cabina de comando do avião, mas não localizaram os outros dois terroristas. As indicações foram transmitidas por walkie-talkie para Wegener, na torre de controle do aeroporto.

De posse dessas informações vitais, Wegener reuniu seus homens e deu as últimas instruções. Dentro do avião eles deveriam gritar: "Cabeças para baixo" e atirar contra qualquer um que permanecesse de pé. A idéia era que os passageiros afundariam atrás das poltronas, enquanto os seqüestradores tentariam responder ao fogo. Wegener esperava que eles fossem incapazes de resistir a um ataque de surpresa. Se estivesse errado, a primeira missão de seu grupo terminaria com um desastre total.

A 01:00Ih do dia 18, atiradores de precisão e especialistas armados com lançadores de granadas dirigiram-se para as dunas de areia próximas às pistas do aeroporto. O major Alistair Morrison e o sargento Barry Davies, do SAS britânico, prepararam seus próprios "fogos de artifício". A 01:50h, enquanto os dois seqüestradores permaneciam na cabina do comando da aeronave, conversando com a torre do aeroporto, a equipe de assalto rastejava para o avião, colocando-se em posição de ataque.

Às 2h07, apenas 23 minutos antes de expirar o prazo, um barril de óleo em chamas rolou pela pista, em frente ao Boeing. Os seqüestradores concentraram a atenção no fogo e só perceberam o alcance da ameaça quando explosões simultâneas arrancaram as portas do avião. Os homens do SAS lançaram granadas atordoantes, para dentro do aparelho, que explodiram com um clarão ofuscante e um estrondo ensurdecedor. As equipes GSG 9 haviam se protegido, conservando os olhos fechados; segundos depois, irromperam atirando.

Wegener correu para a porta dianteira, conduzindo um grupo. Dois outros subiram pelas asas e um quarto entrou pela porta traseira do Boeing. Enquanto os passageiros se atiravam no chão, era abatido o primeiro terrorista. Logo em seguida Mahmoud apareceu na porta da cabina, foi baleado, mas ainda conseguiu arremessar duas granadas que explodiram sem ferir ninguém, antes de ser atingido pela rajada mortal de uma Heckler & Koch MP5. Quase ao mO chanceler alemão Helmut Schmidt congratula Wegener pela operação.esmo tempo, um disparo de Wegener atingiu na cabeça uma mulher do grupo terrorista que corria para o toalete. Neutralizado o último seqüestrador, os reféns foram conduzidos para as instalações do aeroporto.

Ao final do ataque, que não durou mais de cinco minutos, terminando às 02:12h, Mahmoud e uma das terroristas morreram, a segunda terrorista, Suhaila Sayeh, foi ferida mas sobreviveu. O quarto seqüestrador foi removido seriamente ferido, vindo a morrer fora do avião. Os comandos puderam então transmitir a palavra-código que indicava o término bem-sucedido da missão: "Springtime" ("Primavera"). Os passageiros foram retirados pelas portas e saídas de emergência. Nenhum deles estava seriamente ferido. Quatro reféns sofreram ferimentos leves, e o mesmo aconteceu a um dos integrantes da equipe de assalto. As 05:13h, os reféns e o GSG 9 estavam a caminho da Alemanha Ocidental. Chegaram a Colônia no início da tarde, onde os esperava uma entusiástica recepção. Três dias depois, porém, o corpo de Hans-Martin Schieyer foi encontrado dentro de um carro, em Mulhouse, na França.

Embora não tenha sido mais usado em operações internacionais tão espetaculares quanto a de Mogadiscio, o GSG 9 exerce destacadas atribuições de proteção. Teve papel importante na captura de dois terroristas da Fração do Exército Vermelho, em novembro de 1982, além de realizar missões não divulgadas. Mas, no geral, sua experiência e a publicidade conquistadas na libertação dos reféns em Mogadiscio funcionaram como água na fervura para as atividades terroristas na Alemanha Ocidental. Seu conceito como unidade de elite, pronta para agir a qualquer momento na luta antiterrorista, encontra-se plenamente consolidado.


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Assunto: GSG-9