SAAB JAS-39E GRIPEN NG
O Gripen NG (E/F) é uma
aeronave multifuncional de 4.5G, desenvolvida a partir da versão
anterior (C/D) da família Gripen e possui uma maior capacidade de
combustível, motor mais potente, maior capacidade de
transporte de cargas externas, aviônica atualizada, capacidade super
Cruise, redução da assinatura de radar (RCS), dentre outras
melhorias.
O Gripen foi desenvolvido por um consórcio industrial formado pela Saab, Saab Microwave Systems (ex-Ericsson), Volvo Aero Corporation, Saab Avitronics e FFV Aerotech. Uma empresa de joint venture, a Gripen International, foi instituída pela Saab e BAE Systems para comercializar o Gripen para os mercados de exportação. No dia 9 de dezembro de 1988 o primeiro protótipo do JAS-39 A Gripen (39-1 monoposto) ganhou os céus da Suécia pilotado por Stig Holstrom, isso acalmou um pouco os “desânimos” no Ministério da Defesa Sueco, em seguida iniciou-se a construção do segundo protótipo, uma variante biposto denominada JAS-39 B com a numeração 39-2, que seria utilizada no treinamento dos pilotos.
Antes mesmo de terminado o segundo protótipo, o 39-1 foi perdido no dia 2 de fevereiro de 1989, menos de três meses depois de voar pela primeira vez. Durante uma decolagem o software FBW da “máquina” desviou-a da pista causando além da perda da aeronave, ferimentos no piloto Lars Radestroem que testava a aeronave. O trabalho para reprogramar o software e corrigir problemas conduziu a mais atrasos no Programa.
Com os problemas
resolvidos o segundo protótipo (39-2) executou seu primeiro vôo no
dia 4 de maio de 1990. O terceiro protótipo a voar era na verdade o
quarto protótipo (39-4), que começou a ser construído depois do 39-3
(terceiro protótipo), mas devido à eletrônica adicional no 39-3 este
demorou mais para ser terminado. O 39-4 voou pela primeira vez em 20
de dezembro de 1990 e o 39-3 em 25 de março de 1991, o mesmo foi o
primeiro protótipo provido com radar. O quinto e último protótipo o
39-5, fez seu primeiro vôo em 23 de outubro de 1991. Em junho de
1992 terminou a fase de testes dos protótipos e em 4 de março de
1993 voou o primeiro Gripen de produção. O caça JAS-39 Gripen pode ser reabastecido e re-armado em dez minutos, por uma equipe de terra composta por apenas cinco homens e um caminhão de apoio, logo apos pode continuar fazendo surtidas. O caça JAS-39C Gripen, foi projetado para uma realidade da necessidade da defesa da Suécia, um país relativamente pequeno. por isso, a autonomia, não era um item fundamental no projeto. A globalização deu um novo tom a essa necessidade.
O Gripen foi projetado para ser
extremamente flexível, eficiente e possuir uma elevada
capacidade de sobrevivência em combate aéreo. O
Gripen foi à primeira aeronave sueca multifuncional produzida
para interceptação, ataque e reconhecimento, desta forma recebeu
a abreviação sueca JAS – Jakt (interceptador),
Atak (Ataque) e Spaning (Reconhecimento), indicando
que o Gripen é uma aeronave de caça multi-role/swing-role
(multifuncional), que pode executar tanto missões ar-ar,
ar-superfície ou de reconhecimento.
New Generation Porém sempre existiram fortes críticas em relação a aeronave da Saab. Suas limitações eram amplamente apontada por especialistas e entusiastas da aviação, e um dos problemas mais apontados era a sua autonomia mais baixa que dos seus concorrentes. De fato, o JAS-39A/C Gripen tem um raio de combate de 800 km, pouco menor que o do F-16 que chega a 925 km sem os tanques de combustível externos.
O Gripen DEMO, apresentado em 23 de abril de 2008, é o protótipo de validação das diversas modificações projetadas para o Gripen NG. A Saab, baseada nos pontos fracos apontados no seu produto, resolveu investir no desenvolvimento de uma versão de nova geração de seu moderno caça. O novo modelo foi chamado de Gripen NG (New Generation), sendo que hoje o modelo é chamado, oficialmente de JAS-39E, ou simplesmente Gripen E. O principal ponto a ser melhorado era a autonomia e para isso, foi necessário modificar a estrutura do Gripen e mudar o posicionamento do trem de pouso traseiro do JAS-39 A/C, liberando um espaço para um novo tanque de combustível com 1.200 litros, aumentando a capacidade de combustível do Gripen NG em 40%. A partir de agora, o raio de combate do Gripen NG passou a ser de 1.300 km, quando armado com 6 mísseis ar-ar e um tanque externo. O alcance de translado passou de 3.200 km para 4.070 km com 3 tanques externos. As modificações estruturais levaram a um pequeno aumento de peso de apenas 200 kg, porém a capacidade de transporte de carga aumentou em uma tonelada.
As diferenças "visíveis" entre o Gripen D (acima) e o NG-Demo. A posição do trem de pouso no NG foi modificada. Para lidar com o aumento de peso decorrente do aumento da capacidade do Gripen E, o motor teve que ser substituído. A escolha do novo motor recaiu sobre o modelo General Electric F-414-400 usado no caça norte-americano F/A-18E/F Super Hornet. O motor precisou passar por algumas pequenas modificações para adaptá-lo ao uso como único motor, dando origem a versão F-414G, especificamente para uso no Gripen E. Este motor tem empuxo máximo de 9.790 kg, representando um acréscimo de 25% de potencia sobre o motor RM-12 (GE F404) do JAS-39A/C Gripen.
O novo motor General Eléctric F-414G não se limitou a compensar o aumento de peso que a nova versão do Gripen teve. Sua potência elevou a relação peso potência para próximo da unidade, dando melhor desempenho em acelerações deste caça. Este novo motor permite ao Gripen E voar em regime de supercruzeiro de mach 1,2 armado com 6 mísseis ar-ar, o que foi demonstrado pelo protótipo Gripen DEMO em 21 de janeiro de 2009. Para quem não conhece, o que é supercruzeiro é a capacidade de voar em velocidade supersônica sem uso do pós-combustor, o que permite uma maior autonomia e ainda coloca o avião em vantagem quando estiver atacando, pois pode chegar mais rápido no ponto de lançamento das suas armas e sair rapidamente da área de combate. Hoje, apenas o super caça F-22 Raptor, Typhoon e o novo caça Sukhoi T-50 Pak Fa da Rússia conseguem voar em supercruzeiro.
O radar que será usado no Gripen E será fornecido pela empresa italiana Selex, sob a forma do modelo ES-05 Raven. Trata-se de um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA), cujo alcance está estimado em 160 km contra um alvo do tamanho de um caça (RCS 5m2). Esse alcance representa um aumento de 43% frente ao alcance do radar PS-05 usado no caça JAS-39A/C Gripen de geração anterior. O radar Raven tem um ângulo de 100º de varredura para cada lado e terá capacidade de varredura ar-ar e ar-terra simultaneamente.
Especificamente, no modo ar-terra, o radar Raven será capaz de mapear o solo, criando uma imagem sintética do relevo e de eventuais alvos. Já no modo ar-ar, o Raven, permitirá engajar até 4 alvos simultaneamente com o uso de mísseis de médio e longo alcance guiados por radar ativo. Outra capacidade que este radar terá é a de guerra eletrônica, podendo interferir, de forma ativa, nos radares inimigos.
Além do radar, o Gripen E terá um sensor passivo IRST Skyward-G, também desenvolvido pela Selex, equivalente aos sistemas IRST instalados nos caças russos MIG-29 Fulcrum e Su-27 Flanker, sendo capaz de rastrear alvos sem emissões, através do calor das aeronaves inimigas, o que dá uma alternativa para o Gripen E caso esteja operando em silencio radar, para maximizar sua discrição operacional.
A suíte de guerra eletrônica do Gripen E é composta pelo sistema Saab Avionics EWS-39. Este sistema emprega diversos recursos que alertam sobre emissões de radares inimigos (RWR) e sobre a atividade de guerra eletrônica como interferência (jammer) feita por forças opositoras. O sistema EWS-39 pode fornecer parâmetros para que o radar Raven seja usado para interferir nas emissões hostis, mostrando um elevado índice de integração dos sistemas do Gripen E. O EWS-39 tem um sistema de detecção de aproximação de mísseis (MAWS) de nova geração, aumentando a consciência situacional e, conseqüentemente, a capacidade do piloto de se evadir em caso de ataque. O sistema ativa, automaticamente, os lançadores de chaffs e de flares para despistar os sensores buscadores dos mísseis inimigos.
O uso de interface de barramento MIL-STD 1553B facilita a integração de novos aviônicos e de armamentos de diversas procedências. Assim, pode-se de dizer, que o Gripen E é um dos aviões de combate com maior flexibilidade de opção de armas do mercado. Na arena ar ar, ele poderá ser armado com mísseis de curto alcance da família AIM-9 Sidewinder, o A-Darter que está sendo desenvolvido pela África do Sul, com aporte financeiro brasileiro, Python IV e Python V de Israel, AIM-132 Asraam da Inglaterra e o ótimo míssil IRIS-T, desenvolvido pela Alemanha. Os mísseis de médio alcance que estão disponíveis para o Gripen E são o AIM-120 Amraam, o míssil Derby, já em uso no Brasil, e o novo míssil Meteor, cujo alcance chega nos 110 km. Todos estes mísseis de médio alcance são guiados por radar ativo e por tanto são do tipo “dispare e esqueça”.
Na imagem acima pode se ver toda a gama de armamentos, tanques externos e PODs que podem ser utilizados atualmente no Gripen, porem é bom ressaltar que se pode integrar “facilmente” armamentos russos, chineses ou de qualquer procedência, se for da vontade do cliente.
Já o arsenal ar-terra, é composto por um, igualmente variado leque de armas, que vão das bombas guiadas a laser da família Paveway (GBU-10, 12, 16), bombas guiadas por GPS da família JDAM (GBU-31, 32, 38), a bomba de planeio AGM-154 JSOW, também guiada por GPS, a bomba dispensadora de submunições DWS-39, e mísseis ar superfície como o Taurus KEPD-350 e o RBS-15, usado para destruir navios de guerra, e o míssil AGM-65 Maverik.
Ao todo, existem 10 pontos duros sob as asas e fuselagem do Gripen E, para transporte de cargas de combate, tanques de combustível e casulos de sensores, totalizando até 6000 kg de carga externa.
O armamento interno deste caça é o mesmo dos Gripens mais antigos, neste caso o potente canhão Mauser BK-27 de 27 mm carregado com 120 munições e capaz de uma cadência de 1.700 tiros por minuto.
A Saab desenvolveu o Gripen E para ter um produto mais agressivo no mercado de defesa internacional. A Suécia deverá adquirir algumas unidades deste modelo, porém, é claro que o foco do Gripen E é o mercado de exportação. Até mesmo uma nova versão navalizada, chamada de Sea Gripen, projetada para operar a partir de navios aeródromos está sendo oferecida ao Brasil e a Índia que dispõe de porta-aviões e que um novo caça de nova geração já representa uma necessidade.
O aumento significativo do alcance e a instalação de um sistema de datalink compatível com os sistemas similares ocidentais mostram que o foco da Saab é agradar os países membros da OTAN, notadamente aqueles que não dispõe de uma industria aeronáutica e que os orçamentos militares não são tão generosos, A Holanda, Dinamarca e Noruega se enquadram nessa categoria.
Brasil
Cabine do Gripen
No Gripen atual e na versão do Gipen E da Suécia, o piloto tem na tela principal, ao meio, o mapa da região que sobrevoa. Nela estão dados do GPS, altitude e também a localização de aeronaves amigas e inimigas. No monitor à esquerda, estão as informações dos sistemas de combate, eletrônicos e de auto-defesa. No da direita, são visíveis os dados recebidos pelos radares e sensores, como localização de aviões inimigos e aviões, dentre outros. Se o piloto perde um dos visores, ele pode pedir ao software que apresente os dados nos demais.
Cabine do Gripen NG BRASIL
O Gripen brasileiro terá um display panorâmico ou Wide Area Display (WAD). Que tem uma tela única e neste display estarão reunidos todos os dados captados pelos sensores em uma única tela grande e central na cabine, permitindo que o piloto tome a decisão de forma mais rápida ao obter diretamente todas as informações. O modelo atual do Gripen possui três visores, que fornecem informações diferenciadas. Para ter uma idéia do que o display panorâmico representa, apenas um avião de combate no mundo, o norte-americano F-35 Lightning II, possui uma tela como a exigida pelo Brasil, e que será desenvolvida pela empresa AEL, do Rio Grande do Sul. A decisão de incluir o display panorâmico no novo avião ocorreu com o objetivo de promover o desenvolvimento da indústria nacional de defesa, "favorecendo a manutenção do ciclo de vida" do avião, informou a FAB, acrescentando que a Saab não relutou em aceitar a mudança com medo de atrasar o projeto. Segundo a Força Aérea Brasileira, o aumento do valor do contrato também se deve, além dos novos requisitos, à atualização de valores da proposta após cinco anos de tramitação.
Outros diferenciais da versão brasileira do Gripen serão:
Infográfico
FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: mach
1,2
Raio de ação/
alcance: 1300
km/ 4070km
DIMENSÕES
Comprimento: 14,1
m
ARMAMENTO Ar Ar: Míssil AIM-120 Amraam, Meteor, Sidewinder, Iris-T, Python 4, Python V, A-Darter, AIM-132 Asraam, Míssil Derby
Ar Terra: Míssil
AGM-65 Maverick, RBS-15F antinavio, Bombas guiadas a laser da
família Paveway (GBU-10, 12 e 16), Bomba dispensadora de submunições
DWS-39 planadora, Bombas da família JDAM, guiadas por GPS (GBU-31,
32, 38), míssil antinavio RBS-15, míssil Taurus KEPD 350, Bomba
guiada por GPS Spice, Bombas de queda livre da série MK-80.
Fontes: http://defesasaereas.blogspot.com.br/2010/01/saab-gripen-ng-o-temivel-grifo-sueco-o.html http://pt.wikipedia.org/wiki/JAS-39_Gripen#cite_note-15 http://aircombatcb.blogspot.com.br/2006/06/saab-jas-39-gripen-o-vicking-alado.html http://www.basemilitar.com.br/forum/viewtopic.php?f=3&t=3499&start=1274
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