Planadores Militares - Segunda Guerra Mundial

 


"Cada aterrissagem era uma situação de fazer ou morrer para os pilotos de planador. Era sua extraordinária responsabilidade arriscar a vida aterrissando aeronaves pesadamente carregadas com soldados e equipamentos de combate em campos desconhecidos no interior de território inimigo, muitas vezes em meio ás trevas. Eles foram os únicos aviadores da Segunda Guerra Mundial a voar sem motor, sem pára-quedas e sem uma segunda chance.”

General William C. Westmoreland 

Os planadores militares foram usados em larga escala pelos exércitos de vários países para levar tropas e equipamento pesado para a zona de combate. Esta aeronave era rebocada por aviões de transporte como o Douglas C-47, ou bombardeiros em missões secundárias, como o Short Stirling britânico. Uma vez liberados do seu reboque deviam ser guiados por seus pilotos em um vôo planado até terrenos conveniente perto do objetivo da missão e o pouso devia ser realizado com o mínimo de dano a tripulação, e a sua carga, no caso soldados ou equipamento militar. Como normalmente só eram usados uma única vez, deviam ser fáceis de fabricar e o material usado em sua fabricação devia ser barato, normalmente madeira. Alguns planadores conseguiram ser recuperados no campo de batalha e reutilizados.

As tropas que eram transportados por planadores eram chamadas de aerotransportadas em vez de pára-quedistas. Os planadores militares ou planadores de assalto foram desenvolvidos para solucionar dois dos problemas cruciais das operações aerotransportadas: a dispersão das tropas durante o salto e a carência de equipamento pesado. Então através do uso de planadores seria possível enviar tropas para bem perto do objetivo, de forma silenciosa, onde essas tropas chegariam em uma maior concentração e teriam armas pesadas e transporte a sua disposição.

Foram desenvolvidos planadores para transporte de tropas, mas também planadores maiores com capacidade de transportar armas antitanque, veículos pequenos, como Jeeps e até tanque leve como o Tetrarch.

Porém o uso de planadores só durou até a década de 1940. Na década de 1950 os helicópteros na Guerra da Coréia já os tinha substituído. Os helicópteros tinham a vantagem poder infiltrar e exfiltrar os soldados do campo de batalha e poderem ser utilizados inúmeras vezes, sem falar que não precisam de outra aeronave para chegar ao seu objetivo.

A infantaria de Planadores

Os soldados transportados em planadores não eram considerados pára-quedistas, assim sendo não tinham o status de tropas de elite e no caso dos americanos, essa tropas no começo não recebiam o adicional de periculosidade em seus soldos. As pesadas perdas operacionais logo fizeram ver que voar num dos “caixões de lona” não era menos perigoso que pular de um avião. Aliás, nem tropas nem pilotos de planadores usavam pára-quedas por questão de economia de espaço! Quando finalmente passaram a receber o adicional de vôo em seus soldos, ainda assim ele era metade do valor pago aos pára-quedistas: US$ 50/mês para oficiais e US$ 25/mês para soldados (contra US$ 100 / US$ 50 respectivamente recebidos por oficiais e praças pára-quedistas). Quando em terra os pilotos e co-pilotos eram considerados infantaria comum.

Comparados com o pára-quedistas, juntamente com os quais eles operavam, as tropas de planadores tinham várias vantagens:

- Os planadores podiam transporte equipamentos pesados e volumosos diretamente para o campo de batalha (como armas antitanque, ou de veículos, como Jeeps e até tanques leves), o que não era possível ser feito com pára-quedas, devido as limitações dos aviões de transporte da época da Segunda Guerra com suas estreitas saídas para os pára-quedistas no piso da aeronave ou suas portas laterais. Assim, as unidades de infantaria de planadores geralmente estavam mais bem equipadas do que os seus homólogos de infantaria pára-quedas.
-  Qualquer unidade de infantaria de planadores se o seu pouso fosse sem problemas desembarcaria intacta, agrupada e pronta para o combate, enquanto que as tropas pára-quedistas precisavam de um certo tempo após a aterrissagem, para se reagrupar e se reorganizar antes de iniciar as operações.
-  Ao contrário dos aviões que lançavam os pára-quedistas, os planadores eram totalmente silenciosos e a sua detecção pelo inimigo era difícil, o que contribuía largamente para o elemento surpresa, visto que os planadores podiam ser lançados de uma posição mais distante do alvo. Isso era especialmente verdadeiro para os desembarques a noite.
-  A infantaria de planadores necessitava de menos treinamento que a infantaria pára-quedista. Na verdade, muitas unidades de infantaria de planadores eram simplesmente convertidas a partir de unidades da infantaria regular com apenas um treinamento superficial.

No entanto os planadores de assalto também tinha graves inconvenientes:

- Planadores necessitavam de uma área de aterrissagem relativamente livre de obstáculos. A contramedida comum contra os planadores foi semear obstáculos nas prováveis zonas de desembarque.
- Os planadores eram frágeis e suas aterrissagens eram ásperas e brutais. Com demasiada freqüência, os planadores eram destruídos ou seriamente avariados durante as tentativas de pouso, matando ou ferindo membros da tripulação e os passageiros.
- Na prática, era difícil para todas as unidades envolvidas numa operação aerotransportada se reagrupar rapidamente, fossem elas transportadas por planadores ou unidades pára-quedistas.
- Planadores e aviões de reboque eram extremamente vulneráveis à intercepção de aviões inimigos, no momento da rebocagem. Planadores também eram impotentes contra o fogo inimigo vindo do solo, se fossem detectados antes do desembarque.
- Pilotos de planador, que eram caros para treinar e substituir, sofriam freqüentemente pesadas baixas.

 

Países e planadores


Planadores militares alemães

A Alemanha, privada de sua aviação militar por força do Tratado de Versalhes, recorreu a uma série de subterfúgios para manter o passo com as outras nações. Escolas de vôo em planadores, abertamente apoiadas pelos militares, formaram toda uma geração de futuros pilotos para a Luftwaffe. Acordos militares secretos com outras nações permitiram à Alemanha se manter atualizada militarmente. De todos eles, talvez o mais frutífero foi o com a Rússia, que levou ao estabelecimento da escola de aviação de Lipetsk, ativa entre 1925 e 1930. Nela não somente os alemães desenvolveram aeronaves e táticas, como compartilharam experiências e idéias com os militares russos. Muitos dos maiores ases da Luftwaffe foram formados em planadores no período pré-Segunda Guerra.

O principal planador alemão foi o DFS 230. Esse planador
foi projetado por Hans Jacobs e colocado em vôos de teste no final de 1937. Altos oficiais alemães, em particular Ernst Udet, ficaram muito impressionados com essas experiências e logo encomendaram uma versão , para fins militares. Embora o aparelho não passasse de um modelo ampliado de um planador convencional, apresentava  desempenho admirável quando utilizado com pequenos grupos de ataque. Tinha capacidade para transportar 272 kg de carga, além dos homens (dois tripulantes e oito pára-quedistas), e podia planar por 20 km quando solto a 2.000 m de altitude. Todavia, a prática demonstrou que o DFS 230 era extremamente vulnerável ao fogo terrestre inimigo em sua descida lenta e rasante. Geralmente os DFS 230 eram rebocados em vôo por aviões de transporte Junkers Ju 52/3m, utilizando um trem de pouso descartável para a decolagem a reboque e um patim para aterrissar.

 

Tropas de pára-quedistas alemães saem rapidamente de um planador DFS 230 durante treinamento

Os modelos posteriores, trouxeram soluções para esses problemas: as novas versões possuíam um equipamento de pára-quedas para reduzir as distâncias de pouso e uma metralhadora MG15 de 7,9 mm, colocada atrás do cockpit, para fogo supressivo. Alguns planadores também tinham duas MG34 presas no nariz do aparelho. Entretanto, o DFS 230 apresentava uma grande desvantagem: a  capacidade de carga muito reduzida, o que limitava seu uso. Mesmo assim, a produção do planador continuou até abril de 1942, quando se passou a construir o 1022.

Planador DFS 230

 

Características gerais DFS 230 A-1

Tipo: Planador de assalto.
Origen: Deustches Forschungsinstitut für Segelflugzeug, produzido por Gothaer Waggonfabrik e outras marcas.
Versões: DFS 230A-1, B-1, C-1 e F-1.
Cumprimento: 11,24 m.
Altura: 2,74 m.
Envergadura: 20,87m.
Peso vazio: 860 kg.
Peso com carga máx.: A-1/2.090 kg; B-1/ 2.100 kg.
Velocidade de reboque: 210 Km/h.
Velocidade limite de descida: 290 Km/h.
Tripulação: 1 piloto mais 8 passageiros;

Armas: Alguns modelos, uma MG 15 de 7,92 mm.

Estrutura: Fuselagem em tubos de aço, revestida com tecido de dope; Asas de madeira revestidas com compensado; Spoilers na parte superior das asas eram largadas após a decolagem só patim para pouso, sob a fuselagem.

O Planador DFS 230 A-1 era bem estreito e apertado. Levava 1 piloto mais 8 passageiros.

Também foram desenvolvidos o Gotha Go 242 (23 pára-quedistas) e o gigante Messerschmitt Me 321 Gigant (130 soldados) com envergadura de 55 metros. Foram construídos 100 dessas aeronaves e utilizados principalmente na frente russa. O Junkers Ju 322 Mammut ("Mamute") foi o maior planador construído, mas nunca se tornou operacional. Nem todos os planadores militares alemães foram usados para o transporte. O Blohm & Voss BV 40 era um caça planador alemão projetado para atacar as formações de bombardeiro Aliadas.

Falando um pouco mais sobre o Messerschmitt Me 321 ele desenvolvido para uma possível invasão à Inglaterra, pois havia tornado-se evidente para a Luftwaffe a necessidade de um grande meio de transporte visto que a quantidade de carga e as longas distâncias envolvidas eram consideráveis e os Ju 52 não dariam conta.  Quando os planos para a Operação Leão Marinho foram encerrados em dezembro de 1940, e começou o planejamento para a invasão da Rússia (Operação Barbarossa), se chegou a conclusão de a melhor solução a nível de custo-benefício para a necessidade de grandes aviões de transporte era a utilização planadores.

Assim, o Gabinete Técnico da Luftwaffe lançou uma solicitação para o desenvolvimento rápido de um Grossraumlastensegler (planador de grande capacidade de transporte) para os fabricantes de aviões Junkers e Messerschmitt. A Messerschmitt ganhou com o Me 263 depois renomeado para Me 321 Gigant. Podia levar cerca de 22.000 kg e 130 soldados. A entrada se dava por portas no nariz que se abriam para as laterais.

O primeiro vôo do protótipo Me V1 aconteceu no dia 25 de fevereiro de 1941, rebocado por um Junkers Ju 90, sendo pilotado por um piloto de testes da Messerschmitt, Karl Baur. Após relatar algumas deficiências como, controle pesado e respostas lentas, decidiu-se ampliar o cockpit para acomodar um co-piloto e operador de rádio e duplo controle foram instalados. Servos motores elétricos também foram instalados para ajudar na decolagem como também pára-quedas para ajudar na frenagem na hora do pouso. Os Ju 90 não foram suficientes o bastante para rebocar o imenso planador, e foram necessários três pesados caças messerschmitt Bf 110 para rebocá-lo, numa formação chamada Troikaschlepp. tornando a manobra muito arriscada e perigosa. Após o pedido para que um outro rebocador fosse apresentado, Heinkel respondeu através da criação do  Heinkel He 111Z Zwilling, combinando duas aeronaves He 111 com um quinto motor adicional como também foguetes utilizados para ajudar na decolagem. O primeiro Me 321A-1 entrou em serviço em maio de 1941 e apenas cerca de 150 Me 321s foram produzidos, houve também uma versão motorizada, o Me 323, com seis motores, considerado o maior avião de carga da Segunda Guerra Mundial.

Um Messerschmitt Me 321 Gigant sendo rebocado por um Heinkel He 111Z Zwilling

As características gerais

  • Tripulação: piloto e co-piloto

  • Capacidade: 130 soldados

  • Comprimento: 28,15 m

  • Envergadura: 55 m

  • Altura: 10,15 m

  • Peso vazio: 12,400 kg

  • Peso Carregado: 34,400 kg

Performance

  • Velocidade máxima : 160 km / h em reboque

  • Taxa de subida : 2,5 m/s rebocado por três Bf 110 aeronaves

 Armamento

  • 4 metralhadoras MG 15 de 7.92 mm

Primeiros raids

Os alemães tiveram a vantagem de serem os primeiros a usarem planadores de assalto no campo de batalha, lançando mão de uma doutrina única e prática para usá-los. O preceito primário da doutrina de combate alemã para planadores era que eles eram idéias para missões especiais.

General Student teve a sua chance de provar o valor dos planadores de assalto na abertura das hostilidades contra a Bélgica. O famoso ataque a Fortaleza de EBEN EMAEL foi um golpe de gênio militar. Dez planadores transportaram a força de ataque inicial de 78 alemães contra a imponente fortaleza guarnecida por 780 soldados belgas. O ataque de 10 de maio de 1940 começou as 05:05 h. Por volta das 13:00 h, a fortaleza se rendeu. Outros planadores foram utilizados na campanha para assegurar pontes críticas para a invasão das forças alemães.

Ten. Rudolf Witzig condecorado com a a 1ª e 2ª classes da Cruz de Ferro e com a Cruz de Cavaleiro.

Tenente Witzig, comandante da operação em Ebem Emael,

em seu uniforme dos Fallschirmjäger, dias após a batalha. Ele está usando a Cruz de Ferro com a qual foi condecorado pelo sucesso da missão.

Nada reforça uma idéia como um sucesso. A próxima utilização de planadores alemães foi em abril de 1941. A Grécia tinha se rendido dois dias antes e, vendo um outro Dunquerque se formando, os alemães acreditavam que poderiam prender um grande número de forças britânicas e australianas, capturando a ponte sobre o Canal de Corinto. Ela era a principal artéria para os portos do sul e se os alemães capturaram os portos ao norte da ponte antes da evacuação se completar, as forças aliadas dependeria da ponte para a sua sobrevivência. A captura desta ponte, para cortar a retirada aliada foi confiada ao Fallschirmjäger-Regiment - FJR 2, que enviou dois batalhões reforçados por um pelotão de engenheiros de combate.

O ataque se iniciou na tarde de 26 de abril de 1941 com uma pequena força de pára-quedistas transportada em seis planadores (36 homens) sob o comando do Tenente Hans Teusen, que desembarcou em ambos os lados da ponte, sua missão consistia em manter esses lados enquanto o resto do FJR 2 viria em seu socorro. Todos os planadores, exceto um, chegaram a salvo em terra e a guarda inglesa foi rapidamente dominada e os pára-quedistas iniciaram a remoção das cargas explosivas na ponte. Durante os contra-ataques britânicos, um projétil atingiu as cargas de demolição, matando muitos pára-quedistas e destruindo a ponte. Pouco tempo depois, o II./FJR 2 desembarcou e inicio o ataque contra as tropas inglesas em retirada, logrando a captura de um grande número de soldados aliados. Ao mesmo tempo o I./FJR 2 desembarcou ao norte da ponte e capturou cerca de 10.000 soldados ingleses e gregos. As perdas alemãs foram 63 mortos e 174 feridos.

Creta

Com a captura da Grécia continental, Creta permaneceu como último reduto das forças gregas, britânicas e do Commonwealth. A ilha tornou-se um obstáculo para Hitler, que tinha por objetivo tomar o Canal de Suez. Planadores já tinham sido usados antes em uma escala menor e o General Student acreditava que eles podiam ser utilizados em uma invasão de grande escala, com sucesso.

Setenta e dois planadores foram usados em uma força combinada de invasão de 14.000 alemães contra a ilha. Sessenta e um planadores pousaram perto o suficiente para de seus objetivos para que seus alvos fossem alcançados, mas apenas 40% das tropas que desembarcaram realizaram suas missões. Infelizmente para os alemães os 42.500 soldados, cobraram um alto custo da força de invasão, que finalmente foi bem sucedida. Dos 6.000 soldados aerotransportados, 4.000 foram mortos ou feridos A maioria das mortes foi de tropas pára-quedistas, cerca de 80% dos mortos.

A experiência desastrosa na ilha de Creta fez com que Hitler suspendesse as grandes operações aerotransportadas em ataques futuros. No entanto, o General Student não desistiu de usar os planadores. No início de 1941, ele foi direcionado para elaborar planos para capturar Gibraltar. Depois de algum estudo no entanto, ele chegou a conclusão que não era viável. Student também desenvolveu planos detalhados para a captura de Malta em junho de 1942, mas estes também foram cancelados por Hitler. Em outubro do mesmo ano, Hitler inverteu seu desdém para com as operações aerotransportadas e ordenou a Student para interromper o fluxo de reforços russos e material provenientes da República da Geórgia. Seu plano era usar 16.000 soldados pára-quedas, transportados em 400 aviões e 250 planadores. O exército russo começou a se mover rapidamente pouco antes da operação e esta foi abruptamente cancelada.

Apesar dos planadores não terem sido mais utilizados em uma grande assalto aéreo, os alemães usaram os planadores em missões suprimento e evacuação tática. Cada Gruppe Stuka tinha três planadores DFS-230 destacados para transportar suprimentos ou de pessoal de manutenção. O GO-242 e o Me-321 também foram utilizados como oficinas de manutenção móveis.

Em 1943, forças alemãs foram retirados da península Kuban na primeira evacuação de transporte aéreo. Todo avião de transporte em funcionamento e planadores foram usado para resgatar cerca de 82.000 soldados ao longo de um período de cinco semanas. Planadores também foram inicialmente utilizados para reforçar a ofensiva na Criméia e depois foram usados para evacuar as mesmas forças.


Resgate de Mussolini

Para-quedistas alemães saem de um planador de assalto alemão DFS-230 em Gran Sasso

O uso mais espetacular dos planadores alemães foi o resgate de Mussolini, de seus captores italianos no Hotel Campo Imperatore, cerca de 6.000 pés acima Monte Corno, o pico mais alto dos Apeninos. Todas os acessos por terra estavam bloqueados e a altitude impedia um ataque com pára-quedistas. Hitler encarregou o SS Hauptssturmfuhrer Otto Skorzeny para realizar esta fantástico resgate.

Cerca de 40 commandos SS sob o comando de Skorzeny, com o apoio da 1ª Companhia da Fallschirmjäger Lehr, libertam Beneti Mussolini em Gran Sasso. A força de resgate usou planadores DFS 230 para tomar de assalto o hotel onde Mussolini era mantido cativo. O resgate foi bem sucedido e não houve nenhuma baixa. Mussolini com Skorzeny como seu guarda-costas foi retirado do local em um pequeno Fieseler Fi 156 Storch. O pqueno Storch pousou em Pratica di Mari, e Skorzeny e Mussolini foram transferidos para um He 111, que voou até Viena. O Duce foi então, imediatamente transferido para Berlim. Naquela mesma tarde, o comandante das tropas de Viena, realizou uma cerimônia no Hotel Imperial, onde em nome do Führer, promoveu Skorzeny a Cavaleiro da Cruz de Ferro. Veja o relato detalhado deste arriscado resgate em Operação Eiche.

Mussolini se prepara para sair de Gran Sasso em um avião nazista

Com a única exceção da invasão de Creta, a Alemanha usou seus planadores de acordo com a visão de Student que desejava usar os planadores em pequenas quantidades em missões especiais atrás das linhas inimigas. Não há evidência de que os alemães tinham planos para a recuperação e reutilização de seus planadores usados em combate. General Student parece ter sido o mais forte defensor de um papel crescente para o planador de assalto, mas ele não conseguiu convencer o resto do Estado Maior alemão.


Planadores militares britânicos

O uso de planadores de assalto pelos britânicos foi motivado pelo assalto a Eben Emael. Assim sendo o governo britânico decidiu criar sua própria formação de tropas aerotransportadas. Isto levaria a criação de duas  divisões aerotransportadas britânicas, bem como um número de unidades menores. Com o surgimento das tropas pára-quedistas também houve o interesse de formar tropas transportadas por planadores.

A RAF e o Exército britânico iriam cooperar na formação e no estabelecimento da força de planadores. Foram indicados o Líder de Esquadrão L A Strange (RAF) e o Major J F Rock para essa tarefa. O primeiro passo nessa direção foi recrutar homens para serem pilotos de planadores para formarem o Glider Pilot Regiment. Este recrutamento foi alcançado através de uma pesquisa por membros das forças armadas que tinham experiência de pré-guerra em voar planadores, ou estavam interessados em aprender a fazê-lo.

Planador Horsa sendo rebocado por um velho bombardeiro Albermarle

Os dois oficiais e sua recém-formada unidade receberam quatro bombardeiros obsoletos Armstrong Whitworth Whitley e um pequeno número de biplanos Tiger Moth e Avro 504 para serem rebocados.

 Pára-quedista britânico

Dia-D: Soldado da força de planadores do Ox and Bucks, armado com seu fuzil Lee Enfield nº 4 Mark I 7,7 mm. Esta unidade a tomada da Ponte Pegasus.

Por volta desta época o Ministério da Guerra e o Ministério da Aeronáutica começaram a elaborar especificações para vários tipos de planadores militar a serem utilizado pela unidade. Os modelos seriam o General Aircraft Hotspur, General Aircraft Hamilcar, Airspeed Horsa e o Slingsby Hengist. Estes projetos levariam algum tempo para serem concebidos e produzidos, no entanto, e por enquanto a unidade principiante foi obrigada a improvisar.

Um Glider Training Squadron foi formado, e os primeiros testes de vôo foram realizados utilizando-se os aviões leves  British Aircraft Swallow, que tiveram suas hélices removidas para simular as características de vôo de um planador, e que foram rebocadas pelos bombardeiros Whitley. Foram feitos apelos em todo o reino Unido por doações de planadores civis, e em pouco tempo chegaram quatro desses planadores, três deles fabricados na Alemanha no período pré-guerra. Dentro de um curto período de tempo vários outros foram doados, e estes foram colocados para o uso dos instrutores de treinamento, os pilotos de planadores e as equipes de solo recém formadas.

Acidentes foram freqüentes nesses primeiros meses, principalmente devido ao tipo de corda usada para o reboque, que quebrava durante o vôo; estes problemas só foram resolvidos com a introdução de um cabo de nylon importado dos Estados Unidos. A primeira demonstração da habilidades do esquadrão teve lugar no dia 26 de setembro de 1940, quando o príncipe George, duque de Kent, assistiu a uma demonstração, quando foram realizados quatro saltos de pára-quedas e, em seguida dois planadores foram rebocados por aeronaves civis. A isto foi seguido em 26 de Outubro, um exercício noturno realizado pelo esquadrão, com dois Avro 504 rebocando quatro planadores, e em 13 de Dezembro foram cinco planadores rebocados para Tatton Park, onde desembarcaram ao lado de dezesseis pára-quedistas lançados por dois bombardeiros Whitley.

Havia uma certa atmosfera despreocupada no esquadrão nos primeiros meses de sua existência; os novos recrutas não eram obrigados a passar por um exame médico para se juntar ao esquadrão, e isto atraiu um grande número de homens de espírito aventureiro com uma paixão por voar, incluindo um sargento que tinha voado um Messerschmitt durante a Guerra Civil Espanhola. Estes primeiros pilotos haviam sido recrutados como voluntários vindos de todos os ramos das forças armadas, principalmente o Exército, mas como o esquadrão passou a realizar exercícios de treinamento, começou a haver conflitos entre a RAF e o Exército sobre os pilotos. Na opinião da RAF, os planadores eram aviões e, portanto, estava sob a sua jurisdição e deviam ser controlados pela RAF, já o Exército alegava que, como os pilotos de planadores lutariam posteriormente ao lado das tropas que estavam transportando após os planadores terem desembarcado, quem devia ficar sob controle deles era o Exército. Após muitos o debates, um acordo foi negociado entre os dois serviços: os pilotos seriam recrutados pelo Exército, mas seriam treinados pela RAF.

Os voluntários selecionados pelos Exército tinham que passar pelo processos de seleção da RAF antes de entrar em formação. Uma vez qualificado como pilotos de aviões leves, após um curso de 12 semanas, eles receberiam treinamento adicional sobre planadores; outro curso de 12 semanas para se qualificar no planador General Aircraft Hotspur. Depois eles passavam por um período na Heavy Glider Conversion Unit, num curso de seis semanas onde eram qualificados a pilotarem o Airspeed Horsa.

O famoso planador britânico Horsa de perfil

Em 1942 o Glider Pilot Regiment foi incorporado ao Army Air Corps, ao lado do Regimento de Pára-quedistas e do Air Observation Post squadrons, da Real Artilharia. O lema do regimento era "Nada é impossível". A missão dos planadores era além de transportar a infantaria de planadores, também carregar o equipamento mais pesado do Regimento de Pára-quedistas, da Real Artilharia e dos Reais Engenheiros.

Tenente J. F. Hubble, do Glider Pilot Regiment, em 1944 na Normandia. Ele usa uma túnica camuflada Denison. Os britânicos não usaram uniformes camuflados até 1942, quando adotaram a túnica camuflada Denison para suas tropas aerotransportadas. Ele usa também o seu capacete de vôo, feito de feltro.

Entre os tipos desenvolvidos estava o Airspeed Horsa que transportava 28 soldados e o General Aircraft Hamilcar com capacidade para transportar 7 toneladas de carga. O planador General Aircraft Hotspur era usado para treinar os pilotos que formaram o Glider Pilot Regiment.

Em Dezembro de 1940 a Companhia Airspeed recebeu do Ministério do Ar inglês uma solicitação para o projeto e produção de um planador capaz de transportar uma carga duas vezes maior que o Waco CG-4A Hadrian, que havia sido criado pelos EUA.

O Horsa foi o produto criado pela Airspeed e se transformou num dos maiores sucessos da Segunda Guerra Mundial. O Horsa era capaz de transportar 20-25 homens, ou um veículo leve (jeep), ou ainda um obuseiro "de dorso" de 75 mm, ou um canhão de 57 mm. Era levado para a frente de batalha, rebocado por aviões obsoletos, de outra forma inúteis para o combate ou aviões de transporte C-47. 

O Horsa foi usado pela primeira vez na invasão da Sicília, mas veria o seu dia de glória na Invasão da Normandia. Após o pouso, os tripulantes dos Horsas formavam unidades de infantaria especiais, combatendo no solo. 3.799 deles foram construídos. O Mk. II tinha o nariz móvel, para facilitar o embarque de cargas.

Produção

Protótipos Airspeed : 7


Airspeed Mk I: 2.231
  Pela Airspeed : 470
  Pela Austin: 300
  Pela Lebus Harris: 1461 
 

Airspeed Mk II: 1.561
  Pela Airspeed : 225
  Pela Austin: 65
  Pela Lebus Harris: 1271 
 

Total: 3.799 

Versões do Horsa

AS 51 Horsa I
Produção planador com pontos de fixação de cabos nos pontos de fixação superior do trem de pouso principal.
 

AS 52 Horsa
Planador-bormbardeiro; projeto cancelado antes da concepção/produção

 

AS 58 Horsa II
Desenvolvimento da Horsa I, com nariz articulado, para permitir o carregamento e o descarregamento direto de equipamentos, roda de nariz e fixação de cabos de suporte da roda do nariz.

CARGAS DE UM HORSA

Soldados americanos embarcam

canhões de 75mm e Jeeps em planadores Waco CG-4 Hadrian

Carregando um Jeep pela porta lateral

Um canhão antitanque de 17 libras sendo carregado em um planador Horsa

Trazidos por um Horsa, Jeep e reboque, bem carregado, transportam tropas para a zona  de combate

PLANADORES BRITÂNICOS - 2ª GUERRA MUNDIAL

Airspeed "Horsa" Mk. II
Tripulação:  Piloto e Co-Piloto

Dimensões
Envergadura: 26.82 m
Superfície alar: 102.56 m2

 

Fuselagem
Comprimento: 20.72 m
Altura: 6.18 m

Compartimento de carga
Comprimento:10.36 m
Largura: 2.28 m
Altura: 3.2 m)

Peso
Total com carga: 7.144 kg
Vazio: 3,796 kg
Carga: 3,347 kg

 

Velocidade

Planando: 160 km/h

Rebocado: 241 km/h


Carga
1 - Jeep, ou 1 canhão anti-tanque de 6 libras, mais munição e guarnição; ou 25 soldados equipados.

 

Rebocador
Albemarle, Halifax ou C-47 Dakota.

 

GAL "Hamilcar"
Tripulação: Piloto e Co-Piloto

Dimensões
Envergadura: 33.53 m
Superfície alar: 153.93m2

Fuselagem
Comprimento: 20.87 m
Altura: 6.18 m

Compartimento de carga
Comprimento: 7.77 m
Largura: 2.4 m
Altura: 2.28 m

Peso
Total com carga:: 16,329 kg
Vazio: 8,164 kg
Carga: 7,938 kg

Carga
1 - Tanque Tetrarch Mk. IV; ou 1 - Tanque Locust M22; ou 2 – Bren Gun Carrier; ou 40 soldados equipados.

Rebocador
Halifax, Lancaster ou Stirling.

O Horsa foi utilizado operacionalmente primeira vez na noite de 19/20 de Novembro de 1942 no ataque mal-sucedido contra uma fábrica de água pesada na Noruega (Operação Freshman). Os dois planadores Horsa, cada um carregando 15 sapadores, e uma das aeronaves rebocador Halifax, caíram devido ao mau tempo. Todos os 23 sobreviventes do acidente planadores foram executados por ordem de Hitler, em violação direta da Convenção de Genebra que protege os prisioneiros de execução sumária.

Em 10 de julho de 1943, 27 Horsas foram utilizados na Operação Husky, a invasão da Sicília. Um grande número (estimado em mais de 250) foram posteriormente utilizados nos assaltos aeroterrestres do Dia-D, inclusive na tomada da Ponte Pegasus, sobre o canal de Caen e uma outra ponte sobre o rio Orne., onde foram empregados 6 Horsas.No Dia-D 320 Horsas foram usados na primeira leva e 296 na segunda leva. Grandes números também foram utilizados para a Operação Dragoon, a invasão do sul da França. Na Operação Market Garden, foi usada também uma grande quantidade de planadores. As baixas do Glider Pilot Regiment foram as mais altas em Arnhem, 90% foram mortos, feridos ou feitos prisioneiros de guerra. Durante a Operação Varsity, em Março de 1945, a última operação militar de que s Horsas participaram, 440 planadores transportaram homens da 6ª Divisão Aerotransportada sobre o Reno. Devido as duras baixas sofridas pelo Glider Pilot Regiment, foram usados centenas de pilotos do Regiment of Royal Air Force. Os pilotos de RAF cumpriram a sua missão com grande galantaria, no ar e no chão, 60% das baixas do Regimento mataram em ação naquele dia era pilotos de RAF secundados ao Planador Piloto Regiment.

Os EUA adquiriram 400 Horsa pelo Lei de Empréstimo e Arrendamento. O Canadá recebeu alguns Horsa Mk II para avaliação no pós-guerra. Um pequeno número de Horsas Mk II  foram adquiridos pela Índia no pós-guerra para avaliação também.

O General Aircraft Hamilcar foi projetado para transportar cargas pesadas, como os tanques leve Tetrarch ou o M22 Locust. Os Hamilcars foram usados apenas em três ocasiões, e apenas em apoio de forças britânicas. Sua primeira ação foi em junho de 1944, quando cerca de trinta deles foram utilizados para transportar canhões antitanque de 17 libras, veículos de transporte e tanque leves Tetrarch na Normandia, em apoio das forças britânicas durante a Operação Tonga. Em setembro de 1944 um número semelhante de Hamilcars foram usados para transportar armas anti-tanque, veículos de transporte e suprimentos para tropas aerotransportadas como parte da Operação Market-Garden. Os Hamilcars  foram usados pela terceira e última vez em março 1945, durante a Operação Varsity, quando eles transportaram tanques leves M22 Locust e outros suprimentos. Os planadores provaram ser um sucesso em todas as três operações, embora a sua baixa velocidade e seu grande porte os tornavam alvos fáceis para o fogo antiaéreo, o que resultou em uma série de planadores avariados ou destruídos. Uma versão do Amílcar com dois motores foi produzido, o Amílcar Mark X, na tentativa de estender o alcance do Amílcar para que ele pudesse servir no Pacífico, contra os japoneses, no entanto, o conflito no Pacífico terminou antes que o projeto pudesse ver posto em combate.

Um planador Hamilcar Mk I desembarca um tanque leve Vickers Mk VII Tetrarch

No pós-guerra ex-pilotos de planadores do Exército participou como os pilotos de aeronaves leves na Guerra da Coréia e outras emergências. Eventualmente, estes pilotos se juntaram com os esquadrões da  Royal Artillery Air Observation Post para formar o hoje conhecido Army Air Corps. Esta unidade tem grande orgulho na tradição que herdou do Glider Pilot Regiment e é uma sucessora digna. O Corpo Aéreo do Exército apóia a Glider Pilot Regimental Association e representa o Regimento em todas as ocasiões comemorativas.

Embora planadores ainda sejam usados no treinamento de cadetes da Real Força Aérea, eles não são usados em operações de combate. O Glider Pilot Regiment foi dissolvido em 1957, tornando-se parte do Corpo de Pára-quedistas.Nenhum planador transporta tropas britânicas desde 1957.

Operadores do Horsa: Canadá, Índia, Portugal, Turquia, Reino Unido e EUA.


Planadores militares norte-americanos

As origens do uso de tropas aerotransportadas podem ser traçadas até 1917, ainda durante a Primeira Guerra Mundial, nas teorizações do general americano Wild Bill Mitchell. A cruzada em favor do Poder Aéreo de Billy Mitchell levou ao que pode ser considerado o primeiro salto operacional de combate, efetuado em Brooks Army Airfield em 28 de setembro de 1929. Os militares americanos porém, descartaram a idéia como maluquice.

Mas diante dos sucessos obtidos pelos alemães com seus planadores na operação contra Eben Emael os americanos subitamente acordaram de seu sonho de isolamento em 1940, os EUA iniciaram uma frenética corrida de preparação para a guerra. Em abril de 1940, o Pentágono aprova a criação da infantaria aerotransportada e em 10 de outubro de 1941 o primeiro batalhão de infantaria aerotransportada por planadores foi declarado operacional.

O americanos passaram a construir o Waco CG-4A, que foi o mais produzido planador de assalto da Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido em 1942, um total de 14.000 unidades foi produzido durante a guerra, em 16 fábricas diferentes, como a Waco Aircraft Company e a Ford Motor Company. Transportava um total de 15 homens, inclusos piloto e co-piloto. Cargas alternativas incluíam um jipe e motorista, radio-operador e um soldado; jipe com dois soldados e um trailer de provisões; um obuseiro de 75 mm com 25 tiros e dois artilheiros; um pequeno trator e seu operador; um caminhão ¼ de tonelada ou qualquer outra configuração até o peso-limite de decolagem de 4.080kg. Toda a seção do nariz (incluindo a cabine do piloto) pilotava para cima, permitindo a descarga e o desembarque de veículos diretamente. Normalmente rebocado por um cargueiro Dakota C-47, o CG-4 atingia a velocidade máxima de 240 km/h, sendo sua velocidade normal de planeio de cerca de 190 km/h. Com 25,5m de envergadura, 14,8m de comprimento e 3,8m de largura, foi usado pelos britânicos com o nome de Hadrian, e embora estes preferissem seus planadores Horsa, com praticamente o dobro de capacidade de carga, a capacidade de “pouso curto” em locais íngremes fez do Waco o preferido para muitas missões, como as que abasteceram a Resistência Iugoslava á partir da Itália de 1944 em diante. Foi justamente na invasão da Sicília que o CG-4 fez sua estréia em combate, porém foi nas operações na Birmânia em apoio aos
CHINDITS e aos MERRIL´S MARAUDERS que lutavam contra os japoneses que o Waco viveu suas maiores glórias. A operação THURSDAY realizada na noite de 5 de março de 1944 infiltrou tropas Chindits vindas da Índia para o interior da Birmânia através de uma ação realizada a principio só com 80 planadores Waco CG-4A. O objetivo era capturar grandes clareiras e transformá-las em pistas de pouso para aviões C-47. Ao todo 10.000 soldados e 1.000 animais foram transportados para a Birmânia.

 

 

Chindits desembarcam na selva: Operação THURSDAY 

Planadores Waco CG-4A em ação. Os planadores transportaram jeeps, canhões, tratores e tropas

Técnica de recuperação de um planador que participou da Operação THURSDAY 


 

Os Aliados designaram 514 planadores para as operações aerotransportadas de 06 de junho de 1944 em apoio ao desembarque na Normandia: 292 Wacos e 222 Horsas. Na confusão reinante naqueles dias, muitas vezes pilotos treinados num tipo de planador foram obrigados a voar o outro, ás vezes sem co-piloto. Descarregando tropas, armas e suprimentos, os homens dos planadores viveram aí sua pior hora. Os “alvos rebocados” , como eram cinicamente chamados pelos pilotos dos aviões rebocadores, foram vítimas de pesado fogo vindo de terra em muitas ocasiões e as aterrissagem com cargas pesadas freqüentemente terminavam com danos parciais ou pior... No final de junho de 1944, todos os planadores que participaram da invasão haviam sido perdidos. Depois disso, os Waco seguiram participando de operações no sul da França, Holanda, Bélgica, Nova Guiné, Grécia e Alemanha, até o final da guerra em 1945.

 

Soldados americanos transportados por planados no Dia-D

Após a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos desmobilizaram suas unidades de planadores em 1948, as tropas foram convertidas em infantaria pára-quedistas. Cadetes da Força Aérea ainda treinam em planadores os fundamentos de vôo.

Disposições internas de um WACO CG-4A - (5) As asas dos pilotos norte-americanos de planadores.

Este planador tem as marcas da invasão do Dia-D.

O Waco CG-4A foi o mais produzido planador de assalto da Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido em 1942, um total de 14.000 unidades foi produzido durante a guerra, em 16 fábricas diferentes. Transportava um total de 15 homens, inclusos piloto e co-piloto. Cargas alternativas incluíam um jipe e motorista, radio-operador e um soldado; jipe com dois soldados e um trailer de provisões; um obuseiro de 75 mm com 25 tiros e dois artilheiros; um pequeno trator e seu operador; um caminhão ¼ de tonelada ou qualquer outra configuração até o peso-limite de decolagem de 4.080kg.

Toda a seção do nariz (incluindo a cabine do piloto) pivotava para cima, permitindo a descarga e o desembarque de veículos diretamente. Normalmente rebocado por um cargueiro Dakota C-47, o CG-4 atingia a velocidade máxima de 240 km/h, sendo sua velocidade normal de planeio de cerca de 190 km/h. Com 25,5m de envergadura, 14,8m de comprimento e 3,8m de largura, foi usado pelos britânicos com o nome de Hadrian, e embora estes preferissem seus planadores Horsa, com praticamente o dobro de capacidade de carga, a capacidade de “pouso curto” em locais íngremes fez do Waco o preferido para muitas missões, como as que abasteceram a Resistência Iugoslava á partir da Itália de 1944 em diante. Foi justamente na invasão da Sicília que o CG-4 fez sua estréia em combate, porém foi nas operações na Birmânia contra os japoneses em março de 1944 que o Waco viveu suas maiores glórias.

Tripulação: Piloto e Co-piloto.
Dimensões: Wing-span: 25.48 m; Wing Area: 79.15 m
Fuselagem: Comprimento: 48 ft (14.63 m); Altura: 7.3 ft. (2.22 m)
Compartimento de carga: Comprimento: 13.2 ft. (4.02 m); Largura: 5.8 ft. (1.76m); Altura: 7.2 ft. (2.19 m)
Peso: Total com carga: 7.500 lbs. (3,402 kg); Vazio: 3,440 lbs. (1,560 kg); Carga: 4,060 lbs. (1,841 kg)
Carga: 1 - Jeep com radio, radio-operator; e outro soldado; ou 1 obuseiro M3A1 de 75mm mais guarnição de três homens; ou 13 soldados equipados.

Soldados americanos embarcam

canhões de 75mm e Jeeps em planadores Waco CG-4 Hadrian

Soldados americanos das forças aerotransportadas - 1º Tenente do 376º Reg. de Artilharia da 82ª Airborne (esquerda) armado com uma Carabina M1;  Cabo do 327º Regimento de Infantaria (Planador) da 101ª Airborne  (centro) armado com um fuzil M1 Garand e pára-quedista precursor da 101ª usando corte de cabelo e pintura de guerra dos índios americanos Mohawk. Este soldado está armado com uma submetralhadora Thompson modelo M1, e tem na mão uma granada Nº 82-I e segura também uma lambada de sinalização modelo M-227, usada para identificar as zonas de desembarcar e enviar flashes codificados para os aviões que transportavam as unidades aerotransportadas.

O obuseiro de dorso americano de 75mm M1A1, era o apoio principal das forças aeroterrestres americanas e britânicas. Podia ser totalmente desmontado em alguns segundos para ser transportado por um muar ou lançado de pára-quedas. Mas podia ser transportado montada em um planador Horsa ou Waco. Seu peso montado era de 610kg, tinha uma cadência de tiro de seis tiros por minuto e seu alcance máximo era de 8.500m.

Homens do 112th Signal Battalion em Lido na Italia, em 1944, durante a Operação Dragon

 


Planadores militares soviéticos

A Rússia abraçou o desenvolvimento de planadores militares nos anos 1920 e 1930. A Alemanha e Rússia levaram ao estabelecimento da escola de aviação de Lipetsk, ativa entre 1925 e 1930. Nela não somente os alemães desenvolveram aeronaves e táticas, como compartilharam experiências e idéias com os militares russos. Em agosto de 1930, pára-quedistas russos usaram pela primeira planadores em manobras de combate em Veronezh. Seu uso foi tão efetivo que uma apresentação foi feita diante de autoridades russas em Moscou um mês depois. O planador de G-63 de 1932, que levava 16 soldados, foi o primeiro planador de transporte militar do mundo, mas não foi construído em série.

O Corpo Aerotransportado russo se tornou uma coqueluche entre os militares do país, com campanhas de recrutamento patriótico sendo levadas a cabo por todo o país. Pára-quedismo se tornou um esporte popular, com apoio do Estado. Todo esse pioneirismo foi subitamente sepultado com os expurgos militares de 1936, que privaram do dia para a noite o país de sua elite militar pensante.

Planador Antonov A-7

Durante a Segunda Guerra Mundial havia só dois planadores leves construídos em série: o Antonov A-7 (Poderia transporte 7 soldados, incluindo o piloto) e Gribovski G-11, 1.000 dos dois foram construídos. A-7s foram rebocadas principalmente por bombardeiros SB ou DB-3 (o DB-3 podia rebocar dois A-7s).

Também um planador médio KC-20 foi construído em uma pequena série. Eles eram principalmente usados para prover suprimentos e armas para os partisans que lutavam em Belarus nos aos de 1942-1943. Após o desembarque, os planadores eram destruídos e os pilotos eram levados de volta, às vezes de avião. Planadores também foram usados em uma ação aerotransportadas - o cruzamento do Dnepr. Depois da guerra, uma série pequena de planadores médios -  Cybin C-25 and Yakovlev Yak-14 - foi construída. Os soviéticos continuaram a treinar e usar tropas transportadas por planadores até o inicio da década de 1960.


Injustiça

Pilotos de planador capturados eram tratados como aviadores, sendo inclusive encaminhados aos Stalag da Luftwaffe. Nem sempre receberam a mesma consideração por parte de seus pares. Nenhuma medalha aeronáutica foi concedida aos pilotos dos Waco durante a guerra, nem mesmo as de participação em campanha: insolitamente eles eram considerados infantaria comum! As tropas transportadas em planadores não eram consideradas pára-quedistas, assim sendo não recebiam o adicional de periculosidade em seus soldos. As pesadas perdas operacionais logo fizeram ver que voar num dos “caixões de lona” não era menos perigoso que pular de um avião. Aliás, nem tropas nem pilotos de planadores usavam pára-quedas por questão de economia de espaço! Quando finalmente passaram a receber o adicional de vôo em seus soldos, ainda assim ele era metade do valor pago aos pára-quedistas: US$ 50/mês para oficiais e US$ 25/mês para soldados (contra US$ 100 / US$ 50 respectivamente recebidos por oficiais e praças pára-quedistas).

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Military_glider

www.aeroclubedetatui.com.br

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