Perfil da Unidade
FORÇAS PÁRA-QUEDISTAS E AEROTRANSPORTADAS - RÚSSIA Na Rússia, uma força de assalto aerotransportada (Vozdushnii Desant - VDV) abrange tropas levadas por via aérea até a retaguarda do inimigo. Um assalto aerotransportado pode ser Tático, Operacional ou Estratégico. E o ataque pode ser feito com o uso de pára-quedas, de um avião aterrissando, helicópteros ou todos estes recursos. Origem O Exército Vermelho foi o
primeiro a salientar a eficácia dos pára-quedistas e das tropas
aerotransportadas nas operações bélicas. Já em 1932, os russos organizaram
uma brigada de soldados pára-quedistas, que serviu de base para a posterior
evolução da nova força. Três anos mais tarde, realizaram-se grandes manobras
em Kiev, nas quais participaram 500 pára-quedistas e um batalhão de infantaria
transportado nos grandes quadrimotores Tupolev TB 3. Pouco depois, teve lugar um
exercício que pôs em evidência o extraordinário grau de preparação
atingido pelas unidades aerotransportadas. Uma divisão completa de infantaria
(14.000 soldados), foi transladada com armas e equipamentos, por via aérea, de
Moscou até o porto de Vladivostock, na costa oriental da Sibéria. Bombardeiro soviético Tupolev TB 3
Em 1938, os russos contavam com 4 brigadas de pára-quedistas, com um total de 8.000 homens, perfeitamente adestrados. Tais unidades foram sediadas em Leningrado, Kiev, Rússia Branca e Sibéria. No decorrer da guerra com a Finlândia (1939-1940), as tropas aerotransportadas foram utilizadas pela primeira vez em combate. Cerca de 2.000 pára-quedistas desceram na vanguarda das tropas de terra, no setor da linha Mannerheim.
Nas vésperas da Alemanha invadir a Rússia, as brigadas foram
transformadas em corpos aerotransportados e se incrementou o número de seus
efetivos. No entanto, essas unidades não puderam atuar, devido à falta de aviões
de transporte (a maioria estava sendo empregada para evacuar maquinarias para o
Leste e para os Urais). Os pára-quedistas participaram da luta como tropas
regulares de infantaria. Segunda Guerra
Antes
de finalizar o ano de 1941, o alto-comando soviético decidiu organizar uma força
com 10 corpos aerotransportados, com um total
de 100.000 soldados e, simultaneamente,
tornou as unidades de pára-quedistas independentes da aviação, dando-lhes
autonomia. Na contra-ofensiva soviética do inverno de 1942, e depois da derrota da Wehrmacht frente a Moscou, foram lançados 10.000 pára-quedistas do 4º Corpo de Exército Aerotransportado na retaguarda do Grupo de Exércitos Centro de von Bock, nas cercanias da cidade de Vyazma. Essa foi a operação de maior importância realizada pelos pára-quedistas russos durante toda a guerra. No transcurso da
batalha de Stalingrado, em fins de 1942, utilizaram-se os corpos
aerotransportados como tropas de infantaria, para reforçar os exércitos russos
que defendiam a cidade. No momento mais crítico da luta foi organizada uma
ponte aérea entre Moscou e Stalingrado, e por meio de aviões de bombardeio e
transporte desceram milhares de pára-quedistas.
Em setembro de 1943, 4.500 pára-quedistas do 3ª e 4ª Brigada saltaram para
apoiar a ofensiva soviética ao norte de Kavev. Em junho de 1944 as 201ª e 204ª
Brigadas realizaram uma operação na Romênia para impedir que as forças romanas
destruíssem instalações Pós-guerra Esta Força é considerada uma elite dentro do Exército russo. Na época da URSS eram oito divisões que ficavam sediadas em solo soviético, como reserva estratégica do Alto Comando. Essas unidades eram consideradas muito confiáveis politicamente e foram sempre as primeiras a atuar em missões no exterior, como ocorreu nas intervenções na Tchecoslováquia (1968) e no Afeganistão (1979). Por isso procurava-se constantemente promover o seu caráter de elite: no uso de uniformes e insígnias diferentes, de armas especiais e num programa de treinamento rigoroso. Essas tropas de elite ocupavam um lugar tão destacado nas Forças Armadas soviéticas que já houve sugestões de torná-las uma sexta força independente, ao lado do Exército, da Marinha, da Força Aérea, da Força Nacional de Defesa Aérea e das Forças Estratégicas de Foguetes.
Sniper da 103ª Divisão de Assalto Aéreo em ação no Afeganistão em 1985. Ele espreita atrás de um rocha com seu fuzil SDV Dragunov, após um soldado aliado afegã ser morto por guerrilheiros. A maior parte das operações dos pára-quedistas soviéticos no Afeganistão foram realizadas com helicópteros. Mas mesmo hoje na era pós-URSS quando as forças armadas russas passam por sérias dificuldades orçamentárias e de moral, as unidades aerotransportadas são de fato uma força de elite, e isto ficou bem demonstrado em 1999 quando as forças da OTAN auxiliadas pela Rússia, foram acionadas para participar de uma operação de paz na província sérvia de Kosovo. Pressentindo que seria colocada em uma papel secundário na operação liderada pelos EUA, que já estava com tropas próximo a Teatro de Operações, juntamente com seus aliados da OTAN, a Rússia imediatamente mobilizou a suas forças aerotransportadas que estavam na Bósnia e em junho de 1999 num grande assalto aéreo digno dos tempos antigos, 200 soldados russos tomaram o controle do aeroporto de Pristina em Kosovo. As unidades de assalto aéreo também foram acionadas para conflito na Chechena e para várias operações de segurança na grande fronteira russa.
Missão
A missão das tropas de assalto
aerotransportado [VDV] russas é fazer com que se torne possível uma resposta
rápida às emergências nacionais. As tropas aerotransportadas são
consideradas uma força de elite porque são constituídas por voluntários,
selecionados individualmente através de padrões baseados na aptidão física,
na inteligência, e na lealdade. Para os padrões militares tradicionais,
as tropas aerotransportadas não são uma força poderosa. Cada divisão é
constituída por aproximadamente 6.000 homens, levemente armados,
que usam blindados leves para combater e se
deslocar. Seu valor é que têm treinamento especial e têm a mobilidade
operacional e estratégica fornecida por uma aviação de longo alcance. Sua potencialidade de assalto por meio de saltos de pára-quedas significa que podem ser desdobradas para qualquer lugar dentro do alcance do transporte aéreo em uma questão de horas sem a necessidade de uma base aérea aliada no teatro de operações. Entretanto, a substituição e/ou o apoio por formações de tropas terrestres mais pesadas, se faz necessário em uma questão de dias, porque as tropas aerotransportadas não são auto-sustentadas por muito tempo e não contam com um grande apoio logístico como as grandes unidades regulares do exército.
Organização As VDV compreenderam hoje cerca de cinco divisões
aerotransportadas e oito brigadas de assalto
aéreo (a antiga URSS tinha sete divisões aerotransportadas). Todas as
divisões aerotransportadas estão baseadas em Rússia ocidental. Uma divisão
está baseada no distrito militar do norte, duas no distrito militar de Moscou,
e uma entre os distritos do Volga e do Cáucaso
do Norte. As unidades que estão baseadas no distrito do Cáucaso
já participaram do conflito da Chechênia. As oito brigadas de assalto
aerotransportado são menores do que as divisões, e não possuem recursos de
blindados e de artilharia que dão as divisões convencionais grande mobilidade
e poder de fogo. Uma vez que as brigadas aerotransportadas estão em terra, elas
não podem se mover mais rápido do que do
que a infantaria a pé. Seu papel é principalmente focalizado em operações
com helicópteros, mas também são treinadas para assaltos usando pára-quedas
através de aviões de asa-fixa. As tropas aerotransportadas foram designadas
como um serviço separado em 1991, e as suas brigadas de
assalto aéreo foram redistribuídas novamente entre os exércitos russos e os
distritos militares, e ficaram sob comando do Q-G das forças aerotransportadas,
que respondem diretamente ao Ministro da Defesa. A justificativa desta
reorganização foi que as tropas aerotransportadas não poderiam responder tão
rapidamente e num volume apropriado a uma emergência nacional se estivessem sob
as ordens de comandos separados. Os especialistas acreditam
que a decisão da reorganização veio principalmente em resposta às
necessidades militares dentro de uma melhor política de controle interno, pois
a liderança nacional russa não quis que as tropas aerotransportadas ficassem
sob o controle de um general de exército. Em 1992, quando Moscou fez uma avaliação de
suas potencialidades militares em relação a herança da União soviética,
constatou que quase não dispunha de
reservas combatentes, e as que existiam só poderiam ser despachadas para operar
em pontos com certo grau de dificuldade. Depois de 1992, através de um ato do
presidente de Rússia, determinou-se que seriam criadas tropas móveis baseadas
nas tropas aerotransportadas, correspondendo na qualidade e na quantidade das
forças móveis americanas. As forças móveis não foram criadas, mas se
reorganizou numerosas unidades de tropas aerotransportadas, através da sua
transferência de distritos militares, e de outras mudanças, o que resultou
numa redução de sua efetividade de combate. Inicialmente relatou-se que as forças móveis
poderiam ser compostas por uma Força de Desenvolvimento Imediata (capaz de
desdobrar-se em 3-5 dias) e uma Força de Desenvolvimento Rápida (capaz de
desdobrar-se em 30 dias, com uma força de 100.000 a 150.000 homens).
Em dezembro de 1993, o ministro da defesa russa
Pavel Grachev disse que uma força permaneceria em estado de alerta permanente e
seria capaz de ser mobilizada em 4-10 horas (para uma Força de Desenvolvimento
Imediata), enquanto que uma Força de Desenvolvimento Rápida (moldada no
conceito da OTAN) poderia estar
pronta para se mover dentro de três dias. Em 1994 foram desenvolvidos planos que
estabeleceram conceitos operacionais para a participação da Rússia em missões
de paz. Ao mesmo tempo, duas divisões motorizadas passaram por uma reestruturação
para que atendessem as exigências operacionais de uma missão de paz. Os
equipamentos necessários foram desenvolvidos e o treinamento apropriado
estabelecido e, no começo de 1995, toda o trabalho foi concluído e a
responsabilidade desse tipo de missão foi retirada das tropas de assalto aéreo. Os russos planejaram criar cinco Forças Móveis
leves equivalentes a divisões que poderiam a princípio estarem centradas em
duas divisões aerotransportadas, a 76ª Pskov e a 106ª Tula, além de mais um
certo número de unidades especiais. Os distritos militares do
Volga e do Ural emergiram como a base central para as Forças
Móveis, pois estas necessitam estar localizadas no centro da Rússia e para
serem facilmente transportadas para qualquer lugar onde haja uma ameaça
(entretanto a 76ª e a 106ª divisões
aerotransportadas não estão localizadas em posições centrais) Os russos planejaram por volta de 1996, que as
Forças Móveis teriam um total de cerca de 100.000 homens e
seriam constituídas em sua maior parte (60%) por tropas aerotransportadas mas incluirão também algumas formações de
infantaria motorizada, equipadas com armas leves, e que podiam ser transportadas
por via aérea, infantaria naval, aeronaves
de transporte militar e unidades de logística. Em 1996, quatro das oito brigadas
aerotransportados independentes e duas das cinco divisões aerotransportadas
foram colocadas sob o comando de seus respectivos comandantes de distrito, e as
três divisões restantes transformaram-se em reserva estratégica.
Os ajustes de comando constituíram-se em um retorno ao arranjo pré-1991. A razão para a transferência da autoridade era que os distritos militares controlaram já os helicópteros, as aeronaves de asa-fixa, e outros recursos necessários para dar suporte as brigadas de assalto aéreo, e que essas estavam historicamente ligadas a um papel operacional-tático, controlado por Q-Gs de alto nível. Mesmo assim Moscou pode tentar usá-las com uma recurso estratégico. De acordo com os planos de reforma do Exército russo a partir de 2007 as Tropas Aerotransportadas serão formadas completamente com soldados profissionais até 2011. As forças aerotransportadas russas participaram dos conflitos contra a Geórgia em 2008. Armas
e
equipamentos
A
arma básica dos pára-quedistas russos ainda é o fuzil automático AKS-74 de
5,45 mm com coronha dobrável. Os franco-atiradores usam o fuzil semi-automático
SVD Dragunov de 7,62 mm que, com sua mira telescópica, e tem uma precisão de
1.000 m.
O veículo de combate BMD, foi especialmente desenvolvido pelos russos para ser aerotransportado, foi visto pela primeira vez em novembro de 1973 numa parada militar em Moscou. Ele é menor, mais leve, porém tem a mesma capacidade de um BMP de Infantaria (que também pode ser levado pelo An-12 e pelo An-22). Tem uma tripulação de três soldados e leva seis pára-quedistas em bancos abertos na traseira. Tem uma torre com canhão de 73 mm sem raias, lançador ATGW Sagger e metralhadora coaxial PKT de 7,62 mm. Também é anfíbio, com propulsão a jato de água.
Blindado aerotransportado BMD-1 Outro carro formidável é o aerotransportado Com autopropulsão ASU-85, visto pela primeira vez em 1982, e era amplamente utilizado pelo Pacto de Varsóvia. Ele leva um canhão de 85 mm com giro horizontal de 120 e que dispara quatro tiros por minuto.A cabina é à prova de armas nucleares, biológicas e químicas (NBC) e tem vários equipamentos para combates noturnos, mas não é um carro anfíbio. Uniformes
Uniformes de salto para o verão (esquerda) e para o inverno (direito) Em lugar da cor vermelha comum a pára-quedistas de muitos países, a cor da boina dos pára-quedistas russos é azul (como os galões do ombro e as pontas do colarinho). Há um emblema especial na manga direita e a insígnia esmaltada que distingue as unidades componentes da "Guarda", mais o emblema de qualificação - um pára-quedas estilizado com um avião de cada lado- bordado nos colarinhos e que também aparece em todos os veículos. O uniforme de combate é normalmente um macacão camuflado, mas no frio são usadas jaquetas pesadas e calças com revestimento. Uniformes dos pára-quedistas russos - Décadas de 80-90 e início do Séc. XXI Por baixo sempre se uma uma camiseta listrada em azul e branco. Nos saltos antigamente era usado um capacete de couro semelhante ao usado pelas unidades blindadas, mas hoje parece que ele foi substituído por um capacete de material mais resistente e coberto por um tecido camuflado. Em terra pode-se usar esse novo capacete ou o tradicional capacete de combate usado pelo exército. A boina azul é usada durante exercícios. O pára-quedas principal é o Modelo D-1, que suporta uma velocidade de 189 nós e uma altura mínima de 150m. As cinco divisões aerotransportadas russas (Dados de 2002)
AERONAVES QUE PODEM SER UTILIZADAS PELAS FORÇAS RUSSAS DE ASSALTO AÉREO Ilyushin IL-76 Candid
Antonov An-26 Curl
Antonov AN-22 Cock
Antonov An-12 Cub
Mil Mi-8 / 17 Hip
Mil Mi-26 Halo
AIRBORNE COMBAT FORMATIONS
AIRBORNE SUPPORT UNITS
AIRBORNE COMBAT UNIT TO&E
1 There is one Airborne Artillery Battery in an Air Assault Brigade. This is the only organic artillery unit apart from the 120mm SP Mortar.2 There is one Airborne AA Battery per Air Assault Brigade, one per Airborne Rgt, and 3 in the Airborne Div AA Btn. Towed ZU-23 AAA may be upgraded to ZSU-23-4 in 1990s.3 Mounted in BMDs if attached to an Air Assault Brigade, foot mobile if part of a para deployed force4 Airborne Division asset: 1 Battalion per division.
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