Perfil da Unidade
Construindo tempo com a Palavra 04/05/10 às 19:00 LRDG - Long Range Desert Group Grupo de Longo Alcance do Deserto
O Grupo de Longo Alcance do Deserto (LRDG) foi uma unidade especial britânica formada durante a Segunda Guerra Mundial para operações no Norte da África. A nova unidade foi criada em 3 de julho de 1940 pelo Major Ralph A. Bagnold e pelo seu assistente Capitão Clayton Shaw. O LRDG tinha cerca de 150 voluntários da Nova Zelândia. A razão de ter tantos neozelandeses é que a maioria era fazendeiros e Bagnold acreditava que eles saberiam cuidar bem do equipamento. Depois foram acrescentados voluntários ingleses e rodesianos. Durante o treinamento inicial, Shaw era responsável por ensinar navegação, enquanto Bagnold ensinou comunicações. O LRDG era especialista em reconhecimento motorizado, no recolhimento de inteligência, e na navegação no deserto. Os homens do SERVIÇO AÉREO ESPECIAL (SAS) de David Stirling, chamavam o LRDG de "o serviço de táxi do deserto líbio".
Criação Em outubro de 1939, o Major Ralph Bagnold, do Real Corpo de Transmissões (Royal Signals), deixou a Inglaterra para assumir um posto na África Oriental. A Itália não havia ainda entrado na guerra e o Mediterrâneo encontrava-se aberto aos navios britânicos. A despeito da tensão com que se faziam as viagens nos anos de guerra, Bagnold aproveitou bastante o sol de outono que banhava o convés, esperando chegar a Suez sem incidentes. Mas, por um golpe do destino, o navio em que ia, por haver colidido com um outro, teve de aportar em Alexandria, para reparos. Confrontado com um ,11 raso de dez dias ou ma:is, decidiu ele visitar amigos no Cairo, onde poucos dias depois foi chamado ao Q-G do General Sir Wavell, Comandante-Chefe no Oriente Médio. Este grande soldado, homem de poucas palavras, perguntou-lhe: "Gostaria de servir sob o meu comando?" Bagnold aceitou sem hesitar, pois se a Itália entrasse em guerra Wavell teria de lutar na Líbia, no Deserto Ocidental ("Ocidental" em relação ao Egito) e este deserto Bagnold conhecia como pouco esta região.
Oficial regular do exército britânico, a sua educação se fez no Malvern College e no Gonville and Caius College, em Cambridge, cursando depois a Real Academia Militar, em Woolwich. Em 1915, recebeu sua patente com os Reais Engenheiros e serviu na Frente Ocidental até 1918. Em 1920, transferiram-no para o Real Corpo de Transmissões e, poucos anos depois, mandaram-no para o Oriente Médio. Levando alguns entusiastas consigo, começou a organizar viagens de fim de semana do Cairo ao Oásis Siwa ou ao Sinai e, gradativamente, foi se tornando mais ambicioso, até que em meados dos anos 1930 ele estava fazendo jornadas de 10.00 km cobrindo a maior parte do deserto entre o Mediterrâneo e o norte do Sudão. Durante esses anos, ele aperfeiçoou uma bússola solar, inventou vários dispositivos para "desatolar" carros da areia e reuniu grande cabedal de conhecimentos sobre o deserto. A despeito de suas realizações, Bagnold continuou modesto, jamais atraindo para si qualquer publicidade, e até hoje são raras as referências a ele, sendo quase inexistente o anedotário a seu respeito. Nem suas proezas, nem o que fez publicar despertaram interesse no War Office, mas, felizmente, a Royal Geographical Society deu-lhe o estimulo e o apoio que lhe permitiram prosseguir. Ao iniciar-se a guerra, ele já era capaz de ir a qualquer parte do deserto e descobrir o caminho de volta; conhecia os oásis e os perigos. E, sendo um verdadeiro soldado profissional, naturalmente ansiava por usar seus conhecimentos contra o inimigo. Durante alguns meses, pareceu-lhe impossível conseguir isto, exceto como consultor, apenas, mas então, em 10 de junho de 1940, a situação mudou, quando a Itália entrou na Segunda Guerra Mundial.
O Deserto Ocidental Correndo para oeste desde o Nilo, e para o sul desde o Mediterrâneo, o Deserto Ocidental abrange cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados. É o mais árido ponto da Terra e, mesmo a poucos quilômetros da costa, a ocorrência de chuva se verifica poucas vezes por ano. Mais ao sul, anos a fio passam-se sem chover. Geologicamente, o deserto é composto não de areia, mas de incontáveis partículas de poeira saibrosa que, desde o tempo dos romanos, têm avançado para o norte, engolfando civilizações. O deserto não é plano. Em alguns lugares, a rocha nua aflora para formar elevações, como a Crista de Ruweisat e a Crista de Miteiriya; por outro lado, há também depressões, que se abrem como ásperas cicatrizes em grandes áreas de solo erodido, Algumas delas têm encostas relativamente suaves, outras, porém, como a Depressão de Munassib, são cercadas por altos rochedos.
A maior de todas as depressões, li de Qattara, que corre da estação ferroviária de EI Alamein para sudoeste, cobre milhares de quilômetros quadrados, com seu leito, situado a 1.200 m abaixo do nível do mar, formado principalmente de pântano salobro. A oeste de Qattara, como uma enorme mão deformada que apontasse o indicador e o polegar para o sul, estão o Grande Mar de Areia e o Mar de Areia de Kalansho, que os árabes conhecem como "a terra do diabo" e que nos tempos antigos julgava-se só transponivel com tropas de camelos. Não existem oásis dentro dessa vasta região. Além de muito seco, o deserto é também muito quente; longe da faixa costeira, as temperaturas de 48°C e 50°C á sombra são muito comuns, e, a partir do meio-dia, a névoa que o forte calor faz surgir, ao tremular, dá a impressão de que todo o chão treme. Com o pôr-do-sol vem o alívio, embora, muitas vezes, nesse momento as tempestades de areia se abatam, sufocando homem e animal em densa nuvem de poeira.
À noite cintilam milhares de estrelas, e o ar é frio, especialmente no inverno, quando, até que chegue o amanhecer, o vento em geral corta como navalha. O Deserto Ocidental é um lugar estranho e cruel, onde o perigo está sempre presente' e onde a sobrevivência é difícil. Embora a maioria o detestasse, uns poucos responderam ao seu fascínio, aprenderam a conhece-Io e, até, a ama-Io; e o líder desse seleto grupo era o Major Ralph Bagnold.
Experiências anteriores A formação do LRDG, não constituiu uma experiência original na história das guerras no deserto. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Exército britânico no Oriente Médio usou as LCP (Light Car Patrols, Patrulhas em Veículos Leves) contra os combatentes da tribo Senussi, mas a experiência foi esquecida quase totalmente com o fim da guerra. No período entre as duas guerras mundiais, só o entusiasmo de Ralph Bagnold, major do Royal Corps of Signals (Corpo de Sinaleiros), e de alguns de seus colegas manteve viva a idéia das incursões de longo alcance no deserto. Durante as décadas de 1920 e 1930, eles realizaram uma série de viagens pelo deserto.
Um Ford das LCP (Light Car Patrols, Patrulhas em Veículos Leves) entre 1916-17. Ele está armado com uma metralhadora Lewis.
Como resultado, no início da Segunda Guerra Mundial, a maior parte dos problemas de sobrevivência e deslocamento no deserto já havia sido resolvida. O major Bagnold aproveitou suas experiências para escrever um artigo sobre o uso viável de força de reconhecimento e de vanguarda, mas a idéia foi rejeitada pelo Quartel General do Oriente Médio, em novembro de 1939, e novamente em janeiro de 1940. Com a declaração de guerra da Itália, em 10 de junho de 1940, a necessidade mais premente do Exército britânico tomou-se a obtenção de informações a respeito das intenções do inimigo. Foi essa a função básica do LRPU (Long Range Patrol Unit, Unidade de Patrulha de Longo Alcance) precursor do LRDG e depois deste mesmo, que entre dezembro de 1940 e abril de 1943 realizou cerca de duzentas missões, quase todas vitoriosas.
Especialistas As exigências física da operação no deserto eram muito grandes e os homens tinham que trabalhar duro, trabalhar em equipe, pois um dependia do outro e deveria desenvolver autoconfiança. Os homens eram treinados para serem especialistas como por exemplo enfermeiros, navegadores, mecânicos e operadores de rádio. Além de ser um especialista em uma determinada área eles eram treinados em outras áreas para possíveis substituições de pessoal. Ou seja os homens deveriam ser especialistas em um ou duas áreas, o que tornava a unidade e seus homens bem versáteis. Isto tanto era esperado de praças, graduados, quanto dos oficiais. Todos também deveriam saber manejar todas as armas usadas pelo LRDG. Muitos destes conceitos se manteriam vivos em organizações militares como o SAS britânico e nas Forças Especiais dos EUA (Boinas Verdes). Porém é bom lembrar que na época em que foi implantado no LRDG esse conceito não era nada comum.
Organização A LRPU (Long Range Patrol Unit, Unidade de Patrulha de Longo Alcance), precursora do LRDG, compunha-se de oito oficiais, 112 soldados e dezesseis homens de reforço, divididos igualmente entre um QG e três patrulhas. Dispunha de 44 veículos para fins de transporte. Em serviço ativo, cada patrulha· subdividia-se em quatro tropas, embora a experiência logo tivesse mostrado que uma patrulha operava com maior eficiência quando dividida ao meio. Levando em conta essas experiências, a organização inicial do LRDG, autorizada em julho de 1940, determinava uma composição de onze oficiais e 76 homens de outras graduações, transportados em 43 veículos. Em novembro de 1940, decidiu-se aumentar a força da unidade para 21 oficiais e 271 subalternos, divididos entre um QG e dois esquadrões. Cada esquadrão consistia em três patrulhas, transportadas em dez veículos.
O processo de reorganização começou em 5 de dezembro, com a chegada da Patrulha G (da Guarda), e continuou nos três meses seguintes, com a vinda ao Egito da Patrulha S (de rodesianos) e da Patrulha Y (britânica). Criou-se depois uma seção de artilharia, considerada mais útil que uma sexta patrulha. O LRDG atingiu sua força total por volta de março de 1942: 110 veículos, cerca de 25 oficiais e 324 homens de outras graduações, entre os quais 36 sinaleiros e 36 integrantes do quadro de reparos leves. O grupo dividiu-se em dois esquadrões. O Esquadrão A reunia as patrulhas R, T e S e o Esquadrão B, as patrulhas G e Y. Essa organização sobreviveu até março de 1943, quando o LRDG foi removido para o Cairo, reequipando-se para operações na Grécia, Itália e Iugoslávia.
Os caminhões Os primeiros caminhões utilizados pelo LRDG foram obtidos de fontes egípcias. Os melhores caminhões disponíveis eram os Ford F30 4WD e os Chevrolet WB, do quais 31 unidades foram requisitadas ao Exército egípcio e à fábrica local da General Motors. Eles eram suportados por carros de comando Chevrolet 1311x1 15 cwt (3/4 t) de comando. O alcance normal dos veículos superava os 1.600 km, mas podia ser ampliado pela colocação, ao longo do caminho, de depósitos adicionais de gasolina e suprimentos. Cada caminhão transportava equipamento suficiente pára três semanas de serviço ativo.
Caminhão Chevrolet 1311x1 15 cwt (3/4 t) do LRDG
Depois de seis semanas de operação, no início de 1941, esses veículos já. estavam. precisando de reparos urgentes. Em março de 1942, chegaram duzentos caminhões Chevrolet 1533X2. Embora fossem padronizados, a ponto de ter cabine aberta e carroceria de aço, sofreram modificações: os pára-brisas foram substituídos por modelos usados em aviões,. instalaram-se guarnições de armas e suportes de bússola, e a carroceria foi levantada com pranchas dê madeira. Depois dessa conversão, esses veículos tomaram-se o principal transporte do LRDG por muito tempo.
Os veículos das diferentes patrulhas se identificavam por meio de uma letra pintada abaixo do número do veículo, como por exemplo R1 ou T9. Por volat de meados de 1942, as identificações eram pintadas em branco sobre um retângulo ou circulo negro, vermelho, verde escuro em três ou quatro lugares distintos do veículo, sem regras rígidas sobre a localização. Depois tudo foi simplificado com letras pretas sobre fundo cor de areia.
Em 1942 o LRDG se reorganizou varias vezes, com as seguintes trocas de marcas: por exemplo o Chevrolet L4618825 "Te Aroha III" da patrulha T1 (neozelandesa) recebeu em março de 1942 o sinal "T9" em branco sobre um quadrado preto (ou verde escuro ) em volta dos painéis da carroçaria, na porta traseira e no pára-choque dianteiro esquerdo. Para a incursão em Barce, em setembro de 1942, os sinais agora eram "T2", indicando que se tratava de um veiculo do navegador; agora pintado de preto sobre fundo cor de areia. A identificação foi pintada na placa de carregamento quadrado do veículo, e no pára-choque dianteiro esquerdo. O nome "Te Aroha III" também foi pintado em preto sobre fundo cor de areia.
Caminhão Chevrolet CWT "Aroha Te III" da Patrulha T (neozelandesa) em março de 1942
Tipos de identificação
Patrulha R (Nova Zelândia): As meia Patrulhas R1 e R2 usavam como
emblema um Hei-Tiki verde com língua vermelha, pintado a parte dianteira do
capô direito. No lado esquerdo algum lugar maori começado em R, estampa em
branco sobre um retângulo preto, vermelho ou verde escuro.
Os Jeeps No início de 1942, os caminhões Chevrolet 1311x1 15 cwt (3/4 t) como "carros-piloto" foram progressivamente substituídos por Jeep Willys a medida que estes se tornaram disponíveis. Durante vários meses, o Special Air Service tinha prioridade sobre o LRDG quando os Jeeps estavam sendo distribuídos. A a ironia é que em várias de suas primeiras missões, o SAS contou com o LRDG para o prover o seu transporte. O LRDG tinha um prazer especial em salvar Jeeps abandonados pelo SAS, consertando-os antes de entregá-los aos seus próprios líderes da patrulha. Os Jeeps do LRDG eram geralmente armados tanto com metralhadoras Vickers K de .303 como metralhadoras Browning, algumas em montagens duplas. No início de 1943 os Jeeps progressivamente tornaram-se o principal veículo de patrulha do LRDG, pois os caminhões Chevrolet e Ford estavam muito desgastados. Em maio de 1943, quando a Campanha do Deserto foi encerrada, o padrão era seis Jeeps por patrulhas.
Armas Cada patrulha era equipada com 10 metralhadoras Lewis, 4 rifles antitanques Boys .55 e armas Bofors antitanque de 37mm. Depois sobre os caminhões foram instaladas metralhadoras de .50, e metralhadoras gêmeas Vickers K de .303. As tropas carregavam submetralhadoras Brens e Thompson M1928, além de outra grande variedade de armas.
Também usavam rifles SMLE Mark III e Lee-Enfield No 4 Mark I 1939 Model britânicos e revolveres Smith & Wesson 38 Special (Military) e Enfield Revolver No. 2 Mk. 1, além da pistola M1911A1 Colt 45 Automatic. As facas Fairbairn Sykes - FS dos COMMANDOS também eram usadas.
As granadas N0. 36 Mills e morteiros também eram usados. Em suas missões de sabotagem e ataques os homens do LRDG usavam também explosivos como as bombas Lewes (desenvolvidas por Jock Lewes, do SAS) que eram usadas contra aeronaves estacionadas, e minas anticarro GS Mark. V. É claro que os o LRDG também usava armas capturadas do seus inimigos como a arma antiaérea Breda de 20mm italiana, as submetralhadoras alemães MP38 e MP40 e as metralhadoras MG34 e MG42.
Emblema O emblema do LRDG era o escorpião de bronze com as letras LRDG centradas embaixo em um círculo de prata. A sua criação é creditado a "Bluey" Grimsey que serviu na unidade. O emblema é ligeiramente similar ao da Companhia Auto-Sahariana italiana, que tinha um caranguejo em um círculo. Originalmente o emblema era um broche que os membros usavam nos seus suéteres. Foram feitos localmente nas lojas de jóia do Cairo. Pouco tempo depois o broche era usado nas boinas negras do Royal Tank Regiment. Eventualmente esta transformou-se na cobertura não-oficial do LRDG.
A primeira base Em 13 de setembro de 1940, a unidade montou a sua primeira base no oásis de Siwa. Chegaram lá depois de terem dirigido aproximadamente 240 quilômetros através do mar egípcio de areia. Em 15 de setembro, duas patrulhas do LRDG foram engajadas nas primeiras operações de combate.
O Capitão Mitford estava no comando da unidade que viajou através do mar da areia de Kalansho e atacou depósitos de combustível e campos de pouso de emergência italianos ao longo de Palificata. Entrementes, o grupo de Clayton passou através do território italiano para contatar as forças francesas na República do Tchad. Acreditava-se que o LRDG poderia ajudar a persuadir as forças locais a se juntarem as forças francesas livres.
As patrulhas chegaram na ponta do sul de Gilf Kebir (onde um depósito de combustível foi encontrado) e retornaram então ao Cairo, através do oásis de Kharga. Cada patrulha tinha viajado aproximadamente 6.000 quilômetros. Depois da expedição de setembro, o Comando britânico no Cairo aprovou a duplicação do tamanho da unidade, do seu rebatismo de LRPU (Long Range Patrol Unit, Unidade de Patrulha de Longo Alcance) para Grupo de Longo Alcance do Deserto (LRDG), e da promoção de Bagnold a Tenente Coronel.
Não existia um padrão no uniforme e nem no armamento individual usado pelos homens do LRDG
A unidade ampliada recolheu voluntários das unidades britânicas, indianas, e da Rodésia. Bagnold escreveu, "durante os poucos meses seguintes, as incursões foram feitas contra um número de guarnições isoladas do inimigo presas a oásis... os incursores pareciam surgir de uma quarta dimensão... o General Graziani estavam começando a duvidar dos seus relatórios da inteligência [ e ] o exército italiano ficou paralisado por... meses."
Como possuía voluntários de várias origens, paises (Nova Zelândia; Rodésia) e unidades militares (Royal Tank Regiment, REME, Signal Corp, Yeomanry, and Royal Guards), que traziam seus próprios uniformes e armas, nunca houve um uniforme padrão no LRDG. Além disso as condições das missões ditavam o tipo de uniforme que seria usado no seu cumprimento.
Apesar da grande variedade de trajes, o uniforme cáqui era muito usado, e quase padrão.
Em setembro de 1940, Bagnold viajou ao fort Lamy, na República do Tchad, onde ajudou a persuadir a tropas da colônia francesa a se juntarem a causa aliada. O LRDG e as forças francesas livres trabalharam junto para invadir posições italianas na área do oasis de Murzuk e as forças combinadas, usando a artilharia francesa, capturaram Kufra.
Em abril 1941, o restante das tropas do LRDG foram movidas para Kufra. De Kufra, os comandantes do LRDG serviriam essencialmente como os comandantes militares de uma região de aproximadamente o tamanho da Europa do Norte, uma região que não via chuva a cerca de 70 anos.
Durante o verão de 1941, Bagnold recrutou um outro companheiro dos tempos de exploração de antes da guerra, Guy Prendergast, para servir como seu segundo-em-comando. em 1 de Julho, Bagnold saiu da unidade, para servir no Cairo como um Coronel, e Prendergast assentou bem no comando do LRDG. Prendergast depois foi sucedido por Jake Easonsmith que foi seguido por David Lloyd Owen. Na Campanha do deserto o LRDG operou ao lado de outras unidades especiais como o SAS, SIG (Special Interrogation Group), e British Comamndos. Também operou no apoio de agentes dos serviços de inteligência britânicos.
As ações mais famosas na história do LRDG foram realizadas nos dia 13-14 de
setembro de 1942. Nestas ações Commandos britânicos, o SAS, LRDG, e outras
unidades britânicas tinham por alvo atacar Barce, Tobruk, Bengasi e
Jalo. Inicialmente o plano era destinado apenas em atacar Tobruk, porém o
plano cresceu para ataques contra quatro objetivos. As operações tinham os seguintes códigos: - Operação Agreement (Narciso) Esta
era a operação mais complexa envolvendo tropas dos
Commandos, Reais Fuzileiros Navais, navios e lancha-torpedeiras da
Marinha Real e bombardeiros da RAF. Apesar da coragem demonstrada
por todos na ação ela foi um fiasco, houve duras baixas,
inclusive um destroier e cinco lanchas foram afundados e o
próprio John Haselden foi morto em ação. David Stirling
que liderava o ataque não gostou nada dessa idéia, pois o
ataque seria realizado por uma força de 220 homens transportados
em 40 caminhões e número igual de jeeps armados. Como
disse Stirling: "plano pecava contra todos os principios em que o SAS se baseava". Em seu avança para Bengasi Stirling
descobriu que o inimigo desconfiava de uma ataque e reforçou as
suas defesas. Informando ao QG no Cairo sobre essa
situação, Stirling ficou surpreso quando recebeu ordens para prosseguir. Perto de Bengasi
o comboio viu uma barreira parou para verificar e foi alvo de disparos
vindos dos dois lados da estrada. No combate que se seguiu
vários caminhões foram destruidos e Stirling decidiu bater em retirada pois sua força estava desfalcada e o elemento surpressa tinha sido perdido.
No início de setembro de 1942, duas patrulhas do LRDG comandadas
pelo Major J. R. Easonsmith deixou sua base egípcia em
Fayum com ordens para "causar tantos danos e desconforto para o
inimigo." em Barce. Seu alvo ficava cerca de 80 quilômetros a
nordeste de Bengasi, na estrada principal da costa. Era um importante
centro administrativo do governo colonial italiano na Líbia e
incluía um grande aeroporto ao nordeste das casas. A
força de ataque era formada pela Patrulha G1, comandada pelo
Capitão J.A.L.Timpson e a T1, sob o comando do Capitão N.
P. Wilder.Eles foram acompanhados pelo Major Vladimir
Peniakoff e dois árabes da Líbia. Peniakoff, adotaria o
nome de Popski e pouco depois formaria o famoso Exército de
Popski.
O LRDG
foi visto em sua rota e vários alertas foram enviados para o Comando em
Barce. O Oficial Comandante General Piatti del Pozzo, imediatamente um
reconhecimento aéreo e fez outros preparativos para contrariar o ataque
esperado. Embora as patrulhas do LRDG estivessem bem camufladas, e
confiantes de que não haviam sido notadas entre as árvores, a unidade tinha
sido descoberta por um Caproni Ca.311 que passou uma mensagem a um
quartel-general da Cavalaria nas proximidades. Ao anoitecer, a força se moveu, cortando os fios telefônicos no caminho. Perto da periferia da cidade, eles foram interpelados em um posto policial por uma sentinela que foi desarmada e capturada. Um suboficial que foi atraído para investigar foi baleado e morto e os prédios vizinhos foram atacados com granadas de mão, embora se tenha constatado mais tarde que os guardas haviam fugido.
Quando a coluna de veículos parou subitamente neste posto, o caminhão da T1 que transportava Breda colidiu com a traseira do caminhão do rádio, destruindo o seu radiador, assim aquele caminhão teve que ser removido e abandonado e a sua tripulação se juntou aos outros caminhões. A perda do caminhão da Breda foi um duro revés para a unidade. Além disso, um veículo da G1 foi destruído depois de bater em uma rocha, o que também foi "despido' e abandonado. O caminhão com o rádio da T1 foi separado da coluna e estacionou em um campo eme Sidi Selim (cerca de 12 km a sudeste de Barce) para atuar como um ponto de encontro depois do ataque, e também para enviar mensagens do Tenente Coronel David Stirling do SAS que estava operando em um raid noturno em Bengasi (Operação Bygamy).
Por volta das 23:00 as patrulhas chegaram à estrada principal rumo a leste de Barce e continuaram com seus faróis ligados, fingindo ser um comboio do Eixo. No topo de uma escarpa que conduz à planície Barce eles viram dois tanques L3 estacionados guardando cada lado da estrada. Quando chegaram perto os veículos do LRDG abriram fogo com suas metralhadoras pesadas e os blindados italianos bateram em retirada.
Major Easonsmith (a esquerda) limpa uma submetralhadora Thompson
À meia-noite os veículos do LRDG estavam na encruzilhada fora de Barce e as duas patrulhas se separaram para realizar suas tarefas. A T1 iria para o aeródromo e a G1 para o quartel italiano. Elas deveriam realizar suas missões em duas horas. O Major Easonsmith, com dois jeeps, que funcionavam como QG, iria para a cidade e atacaria alvos de ocasião.
Eles foram
atribuídos a duas horas de Major Easonsmith que, com seus dois jipes HQ,
seria proceder de forma independente em torno de Barce, procurando alvos
adequados. O Major Peniakoff e o caminhão do rádio da G1 ficaram na encruzilhada
para lidar com quaisquer tentativas de interromper a retirada do LRDG. Para chegar ao aeroporto, que estava ao norte de Barce, a T1 contornou o lado oriental da cidade usando a estrada principal. Em seu caminho eles cruzaram com uma unidade motorizada italiana, que trocou com eles saudações amigáveis, visto que a escuridão não permitiam uma boa identificação. Quando a unidade se aproximou do objetivo o Capitão Wilder deixou o seu jeep de comando e foi para o seu velho caminhão Tutira III, porque queria dirigi-lo no ataque. A patrulha de Wilder consistia de um jeep e quatro caminhões de 1,5 toneladas. Perto da entrada do aeródromo várias sentinelas tentaram parar a patrulha, mas foram eliminadas. Ao chegar ao aeroporto o portão principal estava fechado, mas Wilder o abriu e a patrulha entrou indo direto para a pista.
O primeiro alvo encontrado foi um caminhão e uma unidade de reboque transportando 52 depósitos de querosene de aviação. Rajadas de metralhadora transformou tudo numa bola de fogo que iluminou boa parte da pista e tornou mais fácil a identificação dos alvos principais, as aeronaves. Além de ajudar a encontrar o caminho de volta. Na pista eles encontraram fileiras de aviões estacionados que receberam rajadas de balas incendiárias. Os aviões que não foram atingidos pelas rajadas eram alvo das bombas lançadas pelo último caminhão.
Apesar dos italianos estarem esperando um ataque eles não esperavam um ataque com veículos armados e sim uma incursão com soldados a pé vindo pelo lado sul. Como conseqüência a T1 foi capaz de montar seu ataque com pouca oposição. Quando a patrulha de Wilder terminou seu ataque as aeronaves, vinte delas estavam em chamas e as restantes seriamente danificadas. Com a munição acabando Wilder dirigiu seus homens para fora do aeródromo. Embora a T1 tenha passado cerca de uma hora atacando o aeródromo, nenhum dos neozelandeses foi ferido e nenhum dos seus veículos foi posto fora de ação.
Os guardas da G1 sob o comando do Sargento Dennis, pois Timpson se feriu e foi evacuado, atacaram o quartel italiano. Granadas foram atiradas pelas janelas e começaram a explodir no interior do prédio. Os guardas atacavam tudo com granadas, as metralhadores gêmeas Vickers K, e o canhão Breda. Foram atingidos prédios, depósitos de combustível e veículos. Os motoristas LRDG eram hábeis em manobras em alta velocidade, tornando seus veículos alvos difíceis, ao mesmo tempo, os artilheiros eram capazes de manter uma concentração precisa de fogo pesado contra seus alvos. Pelo relatório pós-ação de Wilder uns 32 aviões foram destruídos, segundo os italianos 16 aviões foram destruídos e 7 avariados pelos "carros blindados britânicos". Nesse meio tempo Easonsmith atacou dois tanques, alguns prédios e lançou granadas contra um grupo de soldados italianos. Por volta das 04:00h Easonsmith decidiu retirar sua força de ataque. As duas patrulhas se reuniram a ele em Sidi Selim. Assim eles iniciaram a viagem de volta em plena escuridão, com os feridos viajando no último caminhão. Mais adiante eles foram vitimas de uma emboscada italiana, mas conseguiram escapar. Por volta das 10:30h eles foram alvos de ataques aéreos, tendo como única proteção pequenos arbustos. A noite restavam apenas um caminhão de 1,5 toneladas e dois jeeps para transportar 33 homens através de 1.280 km até Kufra. Easonsmith dividiu então seus homens em três grupos: os feridos em um caminhão, auxiliados por um jeep, sob o comando de Lawson e tendo David como navegador, iriam para Bir Gerrari e Kufra. Dois grupos a pé com um jeep para transportar água e alimento rumariam na mesma direção. Apesar de alguns percalços no dia 17 todos estavam a salvo e foram levados pela RAF para o Cairo. Todas as baixas se recuperaram, o LRDG perdeu 14 veículos e dez homens fora m feitos prisioneiros. Easonsmith e Wilder foram condecorados com a Ordem de Serviços Distintos.
A Força de Defesa do Sudão encontrou uma forte resistência por parte do inimigo e depois de quatro dias de combates sem nada conseguir se retirou em direção a Kufra. Das quatro invasões lançadas naquela noite, como vimos, só a invasão contra Barce teve êxito. Estas operações na verdade eram de grande envergadura e nada discretas e realmente não eram o tipo de missão que o LRDG foi projetado para lançar. Realmente a maioria dos oficiais da unidade estavam contra esses ataques. Na realidade até mesmo o novo Comandante do 8º Exército General Montgomery sentia que esses ataques eram mal planejados e concebidos. O LRDG foi inclinado para lançar então pequenos ataques contra objetivo de alta prioridade alto ou invasões projetadas mais para desmoralizar o inimigo. Porém, a maior parte, dos ataques eram realizados pelos SAS, que era uma unidade mais extravagante e menos discreta que o LRDG. Isto porque para o LRDG atacar posições italianas ou alemãs perto de uma missão de reconhecimento de coleta de inteligência mais importante, poderia comprometer facilmente uma posição de vigilância a mais tempo instalada. Missões Entre as principais missões do LRDG podemos citar:
Uma invasão de LRDG mais típica é retratada no filme, Mar de Areia,; embora
com conseqüências um pouco dramáticas. A invasão de prototypical estaria em
um aeródromo, proveja entulho, ou local de comunicações. Enquanto é verdade
que o LRDG administrou alguns ousadia invasões de aeródromo veiculares
semelhante para as armas um broto ardente em de ‘para cima feito pelo SAS,
era mais comum para invasões ser feito quietamente e desmontou. Mar de Areia
teve a sorte afortunada de ter William Kennedy Shaw, LRDG Inteligência
Oficial, como um aconselhador técnico. Do filme nós vemos o perigo da
patrulha que move ao objetivo. O oft repetiram cena de um ataque aéreo era
um problema com qualquer tipo de invasão.
A chave para uma incursão bem sucedida estava em não deixar que o inimigo soubesse que o LRDG estava chegando. Uma vez qua patrulha chegava perto do objetivo era montado um ponto de reunião e então se executava o que ficou conhecido como como "reconhecimento de líderes”. Onde os líderes das patrulhas se moviam o mais próximo do objetivo para observá-lo e decidirem a melhor forma de atacá-lo.
Uma vez que o líder da patrulha tivesse feito o seu
reconhecimento do objetivo ele organizava a sua força.
Tipicamente a ordem de batalha da patrulha era formada por três
elementos. Os elementos eram chamados de equipe de assalto,
equipe de apoio e equipe de segurança. A equipe de
assalto era o elemento que na verdade se moveria sobre o objetivo e
executaria o ataque. A equipe de apoio proveria todo apoio
necessário para o elemento de assalto. O elemento final, a
equipe de segurança iria afiançar o ponto de
reunião e prover vigilância avançada para a
patrulha.
Principais deveres da equipe de assalto:
Procurar o objetivo Engajar o objetivo (isto pode ou não requerer fogo de artilharia) Coletar inteligência Destruir/capturar alvos de importância no objetivo A equipe de assalto era normalmente comandanda pelo líder de patrulha. Principais deveres da equipe de apoio: Prover fogo de suppressão durante o assalto (se necessário) Prover fogo de cobertura durante withdrawl Prover segurança objetiva durante o assalto Repelir contra-ataques Limpar de minas e outras armadilhas a rota de withdrawl do objetivo. A equipe de apoio era usualmente conduzida pelo assistente do líder de patrulha 2IC) Principais deveres da equipe de segurança: Manter o ponto de reunião Prover vigilância avançada ao longo das rotas que conduzem ao objetivo A equipe de segurança normalmente era conduzida pelo terceiro em comando.
Dependendo da natureza da patrulha, a equipe de apoio podia não
entrar no objetivo. Por exemplo se a equipe de assalto está
passando indo para o objetivo com o propósito de fixar
explosivos ou capturar silenciosamente alguns prisioneiros de
guerra, a equipe de apoio proveria fogo de apoio se a equipe de
assalto fosse descoberta.
Porém se a equipe de assalto atacar o objetivo com suas armas de fogo, então a equipe de apoio pode realizar disparos supressivos ou até mesmo criar um ataque de diversionario. Uma vez que objetivo é engajado, a equipe de apoio se move sobre o objetivo para se preparar para um contra-ataque, enquanto a equipe de assalto ataca o objetivo. Em muitas da suas ações o LRDG preferiu agir de forma solenciosa, deixando as ações espetaculares com jeeps disparando para todos os lados para outras unidades. Mesmo agindo furtivamente na colocação de minas ou explosivos, em poucas horas a sua presença seria sentida e o inimigo entre outras reações enviária aviões para descobrir para onde a patrulha estava fugindo. Sendo assim o LRDG preferia iniciar suas inrcursões invasões nas primeiras horas da noite, assim eles poderiam ter alguns horas a mais de escuridão para cobrir muitas milhas entre o objetivo e eles.
Seção da Real Artilharia do LRDG O LRDG passou a ter apoio de artilharia no inicio de 1941. A inclusão do apoio da artilharia fazia parte de um grande esquema desenvolvido por Ralph Bagnold baseado nas idéias de Orde Wingate. O esquema tinha três fases de desenvolvimento. A primeira era o equipamento de uma força de reconhecimento e coleta de inteligência no deserto.
A fase seguinte era a criação de uma força capaz de realizar incursões em grande escala. A terceira fase era uma força combinada capaz de lançar ataques de grande escala a partir da retaguarda inimiga. Isto incluiria batalhões de tanque e baterias de artilharia com infantaria motorizada. Seria algo similar ao que Orde Wingate propunha para os Chindits na Birmânia.
A quantidade de recursos requeridos para tal força era demasiado elevada e Wavell não poderia ter recursos para à possibilidade de implantar um plano tão heterodoxo e assim Bagnold terminou com um tanque e uma parte de sua artilharia.
A seção da artilharia do LRDG transformou-se em realidade no dia 21 de março de 1941. A idéia era ter algum tipo da sustentação de artilharia e/ou de tanques se a necessidade se fizesse presente. Devido a falta de equipamento disponível ao LRDG foi permitido experimentar somente um único canhão e um carro de combate leve.
Caminhão Ford F30 com canhão antitanque Bofors de 37mm da Patrulha Y em junho de 1941
Inicialmente o canhão devia ser um howitzer de 4,5 polegadas mas enquanto este não estava disponível, o LRDG recebeu preferivelmente um 25 Pounder. O LRDG também usou dois ou três canhões antitanque Bofors de 37mm. Canhões italianos também foram capturados e utilizados.
A unidade transportava seus canhões em cima de caminhões de 10 toneladas, porque era difícil rebocar os canhões pela areia do deserto. Algumas vezes os canhões dispararam de cima dos caminhões. Mesmo quando transportada em cima de caminhões, tornou-se rapidamente aparente que as armas eram demasiado pesadas ao cruzar as areias do deserto. Tornou-se também evidente que o equipamento não ajudou realmente às patrulhas com sua missão principal, reconhecimento.
Combine estes fatores com as dificuldades de operar o equipamento e o poder de fogo já transportando pelas patrulhas e pode-se ver porque a seção teve vida curta. Os 25 Pounder foram usados somente uma vez em uma missão. Isto foi durante a Operação Cruzado, quando uma a patrulha S1 Rodesiana atacou um pequeno forte cerca de 25 milhas a sudoeste de Agedabia. A maioria da italiana fugiu para para o deserto e quatro soldados inimigos foram capturados junto com o forte.
Segundo informações o LRDG também operou um tanque. Mas há também uma certa confusão sobre o tipo de tanque que foi usado. De acordo com muitas testemunhas oculares, o tanque era um M3 Stuart, entretanto, este tanque não estava no teatro até julho de 1941. O carro de combate leve disponível em março 1941 era o Vickers Mk VIb ou Mk VIc. O SAS, entretanto, usou um tanque Stuart pelo menos em uma missão no deserto.
A aviação do
LRDG
Aeronave WACO do LRDG em 1942
Final Em janeiro e fevereiro de 1943, a tarefa principal da unidade fora explorar milhares de quilômetros quadrados de território ao sul da "Linha Mareth" e no mês seguinte esse grande esforço foi recompensado. Estudando os relatórios do LRDG, Montgomery verificou ser possível flanquear a "Linha" e destacou a divisão neozelandesa para a tarefa. O movimento de um corpo de homens tão grande pelo deserto exigia o estabelecimento de depósitos e coube ao LRDG escolher os locais para os instalar e dirigir o abastecimento deles. Em meados de março, tudo estava pronto e marcado o caminho.
No dia 19, conduzida por navegadores do LRDG, a divisão avançou para Gebel Tabaqa, tendo EI Hamma e Gabes como objetivos finais. Sentindo a ameaça, Rommell colocou uma divisão Panzer e duas de infantaria a oeste de Gabes, para tapar a brecha mas Montgomery, por sua vez, reforçou os neozelandeses com a 1ª Divisão blindada, fortemente apoiada pela RAF e pela Força Aérea Americana. Essas forças infligiram violenta derrota aos alemães, obrigando Rommel a abandonar a "Linha Mareth" e recuar. Com o avanço aliado, o LRDG terminou seu trabalho e os caminhões retomaram ao Cairo pela última vez.
Pós-África do Norte
Após o fim da campanha africana, o LRDG foi designado a operar em um ambiente diferente do deserto norte africano. Na verdade quando se fala do LRDG só vem a memória o deserto, mas esta unidade participou de importantes operações contra os alemães na região da Grécia, Bálcãs e Itália. Por isso vamos aqui dedicar espaço a descrição dessas operações. Em seu novo ambiente operacional não havia mais condições para os velhos caminhões do deserto. Na verdade essa unidade passou a ter o deserto só no nome, pois era agora uma unidade de reconhecimento avançado e de pequenas incursões como o SBS.
O LRDG foi enviado para o Líbano onde foi treinado para a guerra da montanha. Os homens do LRDG também foram treinados em operações de pára-quedas. As patrulhas viajaram longas distâncias como unidades auto-suficientes, e receberam equipamento de rádio descartados pela RAF. O Esquadrão B (Britânicos e Rodésianos) também treinou na costa do Levante para operar a partir de submarinos, mas o Esquadrão A, que incluía cerca de 110 neozelandeses sob o comando do Major Guild, não teve oportunidade para o treinamento anfíbio.
O Esquadrão A, deixou Haifa dez dias depois do Esquadrão B, e partiu no destróier grego Rainha Olga em 21 de Setembro de 1943, em um comboio com três outros destróieres e chegou a Portolago, Leros, durante um ataque aéreo no dia seguinte. Pouco dano foi feito ao porto, por isso o trabalho de descarga foi iniciado imediatamente e eles foram para um acampamento em Alinda Bay, no lado leste da ilha. Poucos dias depois, o Rainha Olga e o HMS Intrepid foram afundados no Portolago e os quartéis da Marinha foram danificados em ataques aéreos pesados. Em outubro de 1943 foram criadas as Raiding Forces Middle East. Faziam parte desta novas unidade o SBS, o Esquadrão Sagrado Grego, o Raiding Support Regiment-RSR, que fornecia o apoio de fogo pesado necessário para ataques maiores, e o LRDG, operando agora na função de patrulha de reconhecimento de longo alcance, pois neste novo teatro de operações, como falamos anteriormente o LRDG não usaria mais os seus caminhões e jeeps, mas se deslocariam na maioria das vezes através de pequenos barcos de pesca gregos, chamados de caiques ou com as lanchas-torpedeiras da Royal Navy.
A missão primordial do LRDG era montar postos de observação, lançando mão de rádio sem fio para transmitir informações sobre as guarnições alemãs das pequenas ilhas, o movimento de comboios de navios entre as ilhas ou a movimentação de formações aéreas, ou aviões de reconhecimento. Quando chegavam nas ilhas os homens do LRDG levavam tudo que necessitavam e normalmente só se movimentavam à noite. Os desembarque nas ilhas eram realizados através de canoas, botes Goatley ou botes infláveis para sete pessoas os "Jellicoe Intruders", ou às vezes diretamente dos caiques. Seu armamento normalmente eram submetralhadoras Thompson, as capturadas MP40 ("Schmeissers"), carabinas M1, metralhadoras Bren e pistolas automáticas Colt .45. Além de granadas e cargas explosivas. As ações da Raiding Forces Middle East no Mar Egeu mantiveram seis divisões alemãs nas ilhas, o que foi de grande valia, pois essas divisões poderiam ter lutado em outros lugares. O LRDG operou a partir da ilha de Leros em suas missões de reconhecimento e algumas vezes de ataque. Os alemães atacaram violentamente Leros no dia 12 d novembro de 1943. A guarnição de Leros era composta pelo QG da 234ª Brigada, um batalhão dos Royal Irish Fusiliers, uma companhia dos Royal West Kents, e das Raiding Forces (cerca de 200 homens do LRDG, 150 homens do SBS, e trinta commandos). Eles possuíam canhões de 40 milímetros Breda, e cinco baterias de defesa costeira, cada um dos quatro canhões navais de 6 polegadas eram italianos. Cinco patrulhas LRDG foram enviadas para as posições das baterias costeiras para elevar o moral dos aliados italianos e, se necessário impedir que eles direcionassem suas armas contra o quartel-general da brigada. A tarefa de fazer com que as equipes das armas estivessem em seus postos, e que suas armas fossem usadas contras os alemães, exigiu muito tato, paciência e até mesmo uso da força. O sistema de comunicação italianos, ineficiente, em qualquer caso, devido à desmoralização dos seus sinaleiros, foi danificado pelos bombardeios, e nas fases posteriores antes da invasão as comunicações existentes eram só as dos rádios sem fio do LRDG. Depois de quatro dias de duros combates onde o LRDG e o SBS lutaram o lado de seus novos aliados italianos, no dia 16 de novembro de 1943 os alemães conquistaram Leros. O chefe do LRDG, Coronel Pedergast, o Major Lord Jelicoe do SBS, mas muitos soldados britânicos e italianos conseguiram fugir pra a Turquia. Antes disso os alemães tinham conquistado a importante ilha de Cos. Depois disto o LRDG e a maioria do RSR haviam indo no início de 1944 para a Itália. Os ataques no Adriático geralmente não foram tão bem sucedidos, enfrentando defesas mais difíceis e muitas vezes não tendo cooperação da guerrilha local. O LRDG e o SBS operaram juntos em muitas missões. Em
outubro de 1944, os alemães estavam em vias de evacuação do sul da Grécia e
o Destacamento L do SBS foi de pára-quedas para o aeródromo de Araxos como parte
principal de uma força-tarefa comandada pelo tenente-coronel Jellicoe. Esta
força tinha 450 homens, com um esquadrão do LRDG, duas companhias de
infantaria e alguns RM Commandos, conhecido como Bucketforce e tinha a
missão de limpar o Peloponeso. O LRDG ao lado do Esquadrão L e do S dos SBS que formavam a Land Forces Adriatic, passaram a operar a partir de uma base semi-permanente em Zara, na costa da Iugoslávia, onde partilhavam as suas patrulhas com o LRDG. O pós-guerra e os modernos incursores do deserto O LRDG foi desbaratado em 1º de agosto de 1945, e mais tarde sendo reformado como o Esquadrão de Sinais 63 (SAS) do Territorial Army. Hoje o 22 SAS através da sua Tropa de Mobilidade mantém viva a herança das explorações motorizadas no deserto, inclusive usando veículos com a camuflagem "Pinky", hoje chamada de "a pantera cor-de-rosa".
Caminhão Chevrolet 1533X2 do Indian Long Ranger Squadron do LRDG em 1942. Esse caminhão tem a camuflagem "Desert Pink"
A mobilidade é uma das características mais antigas do SAS e data da Segunda Guerra Mundial. Na verdade o SAS ficou famoso por seus ataques usando Jeep artilhados na África do Norte e na Europa. Estes veículos deram para a unidade mais independência, velocidade, mobilidade e potência de fogo. Esta tropas é responsável em cada esquadrão pela mobilidade em terra dos operadores do SAS e também pela infiltração e exfiltração de equipes em território inimigo. Além disso são responsáveis por missões reconhecimento de longo alcance, coisa que o antigo Long Range Desert Group (LRDG) fazia na Segunda Guerra Mundial. Essa tropa também pode realizar os famosos ataques com carros armados na retaguarda inimiga que ficaram famosos com o pessoal de David Stirling contra os aeródromos de Rommel. Todos os seus membros são motoristas experientes, e direção ofensiva e defensiva. Inclusive eles estão aptos a desenvolveram perseguições em alto velocidade. O principal veículo usado pela tropa é o Land Rover 110 4x4. Os Land Rovers foram adotados pelo 22 SAS desde a década de 1950. O modelo 110 pode ser armado com metralhadores GPMG, .50 e lançadores de granadas de 40mm Mark 19. O Land Rover é confiável, extremamente robusto e capaz enfrentar a maioria dos terrenos em que o SAS pode operar, transportando homens, armas e suprimentos. O SAS também está usando o Land Rover 90, que é menor que o 110. Além dos Land Rovers, esta tropa usa motocicletas KTM 350 e Honda 250 e caminhões Unimomg. Todos os membros tem conhecimento acima da média sobre mecânica de autos, para manutenções básicas e de emergência. Eles aprendem sobre mecânica com os Reais Engenheiros Elétricos e Mecânicos - REME (Royal Electrical and Mechanical Engineers). Normalmente essa tropa treina nos Emirados Árabes Unidos e nos desertos da África do Norte para adquirir a capacidade de operar em qualquer terreno.
Land Rover do SAS com camuflagem "Pinky" para operações no deserto Um dos veículos mais "pitorescos" usados pelo SAS é o famoso Land Rover Pink Panther ou Pantera Cor-de-Rosa. Logicamente o que chama mais a atenção é a cor do veículo que lhe dá o nome. Mas a cor não ten nada a haver com preferências. Descobriu-se que essa pigmentação muito parecida com a cor rosa, era excelente para ser usada no deserto pois tem uma baixa visibilidade neste ambiente e ajuda a camuflar o veículo. Ela foi usada pelo LRDG em suas operações no Norte da África durante a Segunda Guerra Mundial. O Pink Panther é um veículo de longe alcance para operações no deserto usado pelo SAS. Ele foi criado pela Marshall Specialist Vehicles de Cambridge para o Exército britânico. Até 1996 foram fabricados cerca de 76 destes veículos. O Land Rover Pink Panther tem pneus de areia, um estepe colocado bem na frente do veículo e não tem portas. Este Land Rover está armado com metralhadoras e carrega galões de gasolina e mantimentos, tudo acomodado para manter o perfil do veículo o mais baixo possível. Ele ainda possui algumas placas blindadas e leva uma tripulação de 3 homens. Um dos lugares em que a Tropa de Mobilidade do SAS foi mais empregado foi no Iraque. Tanto na Guerra do Golfo em 1991 quanto na Guerra do Iraque em 2003. Em 1991 o SAS forma as Colunas Móveis de Combate. Essas colunas foram formadas pelo SAS com o objetivo de levar a cabo a procura e destruição dos Scuds e seus lançadores. Elas tinham um potência de fogo considerável e podiam destruir quase tudo. Com essas colunas se movendo atrás de suas linhas os iraquianos eram forçados a desdobrar uma grande quantidade de forças para caçá-las. Quatro Colunas Móveis de Combate foram formadas, duas com pessoal do Esquadrão A e duas com o pessoal do Esquadrão D. As colunas treinaram antes de entrarem no Iraque no Emirados Árabes Unidos. Cada coluna tinha cerca de 30 homens e 12 veículos. Os veículos eram: um caminhão de suporte Unimog, fabricado pela Mercedes, que levaria a maioria das cargas como combustível, água, munição, equipamento de proteção NBC, peças sobressalentes e outras coisas; de oito a dez 110 Land Rovers, cada qual armado com metralhadoras Browning .50, GPMGs, lançadores de granada M19 de 40 mm lançadores de mísseis antitanque Milan, lançadores de mísseis antiaéreos Stinger e LAWs, cada Land Rover levava de três (comandante, motorista e artilheiro) a quatro homens, além de mantimentos e equipamentos; e duas motos. As colunas se moviam a noite e descansavam durante o dia, em posições seguras e camufladas. Os homens normalmente estavam armados com pistolas 9 mm, fuzis M-16, muitos com lançadores de granada M230, SLR, rifles L96A e submetralhadoras. As equipes do SAS foram equipadas com os designadores de alvos a laser, para o uso na iluminação de alvos iraquianos em terra para a realização de ataques por aviões da Coalizão. Deve-se destacar que o pessoal do SAS foi obrigado a levar pílulas contra agentes anti-nervo, porém em alguns casos parece que este procedimento não foi adotado. Às equipes do SAS foi requisitado que não atacassem simplesmente todos os alvos de oportunidade. Dado a fragilidade da Coalizão, foram enfatizados fatores políticos. Com tantas equipes operando no interior do Iraque se fazia necessário o seu reabastecimento. Não era operacionalmente viável que cada uma voltasse a Arábia Saudita para se reabastecer e voltar. Por isso foi criada uma formação temporária, o Esquadrão E, com a missão de abastecer as colunas do SAS em pleno Iraque. Foi formado um comboio com dez caminhões, fortemente escoltados por Land Rovers armados que se moveram para um ponto de encontro a mais de 139 km dentro do Iraque onde seriam encontradas as Colunas Móveis de Combate.
Partindo da Arábia Saudita no dia 10 de fevereiro pela, a coluna alcançou o ponto de encontro por volta das 15:00 do dia 12. O ponto de encontro se tornou uma colméia de atividade. Armas e veículos foram consertados ou reparados, prisioneiros foram entregues e reuniões de planejamento foram realizadas. O Esquadrão voltou para a Arábia Saudita no dia 17 de fevereiro e logo depois deixou de existir. Inimigos do deserto
Fotos do LRDG
Camuflagem no Deserto Encontros das patrulhas Hora da bóia Mais uma patrulha parte para o deserto O que você achou desta página? Dê a sua opinião, ela é importante para nós. |