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SPECIAL AIR SERVICE - SAS CAMPANHAS Afeganistão - 2001-?
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington, realizados pelo Al-Qaida, mudaram o mundo completamente. Os EUA adotaram uma postura de intervenção militar mais agressiva, procurando atacar preventivamente qualquer ameaça a seus interessares antes que o inimigo agisse. O governo americano declarou guerra aberta ao terrorismo, o seu primeiro alvo foi o Afeganistão, dominado pela milícia islâmica fundamentalista do Taliban, que dava apóio e guarida a Osama Bin Laden e seu grupo terrorista. A Al-Qaeda possuía vários campos de treinamento no Afeganistão.
Os primeiros ataques contra o Afeganistão foram realizados por submarinos britânicos e americanos posicionados no Mar da Arábia. Diante disto se pôde concluir que operadores do SAS/SBS, da Força Delta e das US Special Forces já estavam em solo afegão para apontar alvos que previamente foram objeto de intenso reconhecimento.
Os alvos dos primeiros ataques foram: - Uma base militar em Konduz. - Três acampamentos da Al-Qaida em Jalalabad. - Uma base da Al-Qaida em Farmada. - Em Kandahar foram atcados a sede do governo do Taliban, alojamentos da Al-Qaida e prédios do aeroporto. - Em Kabul, a eletricidade foi cortada e o aeroporto de Kabul atacado. - Próximo Mazar-I-Sharif uma grande concentração de equipamentos do Taliban foi bombardeada, e o aeroporto de Herat foi bombardeado, tendo os seus depósitos de de óleo sendo destruídos.
Na verdade os primeiros comandos aliados chegaram ao Afeganistão vinte e quatro horas depois dos atentados do dia 11 de setembro de 2001. Ao chegar ao Afeganistão eles foram para o território ocupado pela Aliança do Norte, a frente de oposição afegã ao Taleban. Eles foram guiados por esquadrões de elite russos, que operavam na área há muito tempo. Os operadores da Força Delta e do SAS vinham de helicópteros de bases secretas localizadas no Uzbequistão.
Este novo conflito que seria chamado pelos americanos de Operação Enduring Freedom (Liberdade Duradoura) se constitui em um novo capítulo para a história das forças especiais. Por no novo mundo, em que ameaça terrorista se faz presente e crescente, a guerra será antes de mais nada assimétrica, e o seu terreno será ideal para as forças especiais.
No Afeganistão as forças especiais de diversos países como a Grã-Bretanha (SAS/SBS), EUA (Delta, Seals, Rangers, US Special Forces "Boinas Verdes", Austrália (SASR e Commandos), Canadá (JTF2), França, Alemanha (KSK) e secretamente a Rússia (Spetsnaz, fluentes em dari e pashto), ajudaram a Aliança do Norte na retomada do país, atacando ou dirigindo ataques aéreos as posições do Taleban e da Al-Qaeda, e realizado caçadas aos líderes inimigos, inclusive o mulá Mohamed Omar e Bin Laden. As forças especiais também caçaram certos comandantes do exército do regime Taliban, bem como líderes da Al-Qaeda, como o egípcio Ayman Zawahri, considerado um estrategista de grande competência.
O SAS no Afeganistão
As primeiras unidades das Forças
Especiais Britânicas desdobradas em outubro de 2001 para a Operação "Enduring
Freedom" formam os Esquadrões A e G do 22 SAS. Ambos esquadrões tinham
completado o seu treinamento no deserto de Omã e foram designados pelo Diretor
de Forças Especiais para sua missão no Afeganistão. O Esquadrão D estava
cumprindo o seu turno como unidade antiterrorista (Special Projects)
residente em Hereford, e o esquadrão B estava no ultramar em um longo período de
treinamento. Ambos os esquadrões escolhidos foram
reforçados com pessoal do dois regimentos do SAS do Exército Territorial
(21SAS e 23 SAS). Os esquadrões A e G desdobraram-se inicialmente para o noroeste do Afeganistão para administrar uma série de missões de reconhecimento conhecida como Operação "Determine".Os soldados do SAS tinham acreditado que eles seriam envolvidos em operações de Ação Direta contra Alvos de Alto Valor (High-Value Targets), ou dar suporte as forças da Aliança do Norte. das mesma forma que as forças especiais americanas. Infelizmente receberam ordens para executarem missões ordinárias de reconhecimento, que resultaram em nenhum contato com o inimigo.
Os homens do SAS chegavam ao Afeganistão através de helicópteros em equipes de 4-8 homens. Os homens estavam vestidos com roupas nativas e muitos deles (combatentes descendentes, em segunda ou terceira geração, de paquistaneses e indianos) não tinham nenhuma dificuldade de se passar por nativos, pois se pareciam etnicamente com a população local e falavam idiomas parecidos.
Certamente eles operaram também em áreas povoadas. Os operadores do SAS estavam armados como Minimi, fuzis H&K G36, carabinas Diemaco e M4. Com auxilio de forças locais, os operadores do SAS avançaram com cuidado em rotas que margeavam picos e vales – travessias de 20 quilômetros podiam exigir até uma semana de caminhada. Eles carregavam vitaminas especiais, mas deviam encontrar a sua própria água e abrigo. Na maioria das vezes contavam com um mínimo de apoio logístico dos guerrilheiros da Aliança do Norte.
As patrulhas de quatro a oito homens seguiam o que o SAS chama de "rotina dura". Nada de fogueira, nada de comida quente ou bebida, nenhum sinal de que possam ter estado lá. Eles dormiam em turnos de três horas, com sorte em sacos de dormir úmidos.
Em patrulhas de quatro homens, um dormia enquanto os outros três vigiavam. Eles se alimentavam de rações militares acondicionadas em saches fechados a vácuo com tampas plásticas."Picadinho de carne e nhoque, maçãs com calda de chocolate", diz um veterano que se alimentou dessas rações por semanas no deserto do Iraque. "Parece comida de gato, mas o gosto é bom." Eles usavam as tampas plásticas para embalar suas fezes e guardá-las em suas mochilas. Durante o dia, eles em seus Postos de Observação ficavam imóveis. À noite, eles usavam designadores de alvo a laser para direcionar bombas e mísseis para seus alvos, ou podiam movimentar-se em direção a alvos próprios para atacá-los.
O grande segredo era agir furtivamente, entrar e sair, sem que o inimigo ou o povo local percebesse. Obter o controle da situação e usar as principais armas do SAS: rapidez e surpresas. Para se esconder os operadores do SAS no Afeganistão usavam cavernas ou qualquer rocha, sombra e ondulação do terreno que tivessem por perto. Eles as vezes tinham que cavar trincheiras rasas e se manterem deitados nelas sob uma rede de camuflagem ou sob pedras lisas por horas, pensando no lar ou na namorada ou em absolutamente nada para espantar o medo e o tédio. "O negócio é ser capaz de distrair o pensamento", disse Ken Connor, que serviu nos desertos de Omã na década de 1970. "Tenho sorte. Consigo desligar a mente por completo."
Uma equipe do SAS e um guia afengão partem em mais uma missão de reconhecimento
Eles as vezes conseguiam repor a água dos odres, como também as vezes não conseguiam. Se o risco de hepatite descartava essa possibilidade, chupavam pedregulhos para ajudar a manter a saliva ativa, e bebiam a própria urina, quando era necessário. Uma opção extrema? "Na verdade, não", diz outro veterano. "É meio quente e salgada, mas, fora isso, não é tão ruim assim." E se lavar? Geralmente isto estava fora de questão. "Você precisa ter o mesmo cheiro do ambiente onde você está", explica McNab, outro veterano do SAS, que comandou o Bravo Two Zero, em 1991 no Iraque. Depois de uma quinzena realizando missões "simples" de reconhecimento, ambos os esquadrões, voltaram a Credenhill.
Em meados de novembro de 2001 os Esquadrões A e G do 22 SAS (+ - uns 120 soldados) foram reinseridos secretamente no Afeganistão através da base aérea de Bagram (Operação 'Blood') enquanto a atenção da mídia era focalizada no SBS e seus colegas Royal Marines.
Operação Trent
Segundo informações, supostamente após fortes pressões do Primeiro-ministro
Tony Blair
em cima dos americanos, o SAS recebeu uma tarefa de Ação Direta - a destruição de um
local de processamento de ópio sob a direção da Al-Qaeda. Se este era um
alvo digno da capacidade do SAS é uma coisa a ser questionada segundo
especialistas. Mas era uma oportunidade de ação, e os operadores do SAS
esperavam por isso.
Para os americanos, a operação era
de baixa prioridade. Eles estavam mais
interessados em achar Bin Laden e altos líderes da Al-Qaeda e do Talibã, que com
certeza não estavam no local. Se não fosse pela pressão britânica,
os EUA teriam decidido dizimar a base inimiga com um ataque aéreo. Os planejadores
britânicos suspeitaram que a base renderia um pouco de inteligência vital que
exigiria que homens no solo fossem lá para capturá-la.
A Operação Trent se tornou, até então, a maior operação da história do 22 SAS, com ambos os esquadrões
atarefados em assaltar um alvo inimigo localizado a cerca de 250 milhas
de
Kandahar, perto da fronteira com o Paquistão. A inteligência indicou que o
local era defendido por uma força de 80 a 100 homens da Al Qaeda, fortemente entrincheirados
e instalados em
bunkers.
Um marco histórico da Operação Trent foi o primeiro
salto HALO em
tempo de guerra da historia do SAS. Uma patrulha de oito homens da Tropa Aérea
do Esquadrão G foi inserida durante a noite para testar a composição do
solo para a preparação da aterrissagem de uma força principal de assalto
transportada através de Hercules C-130 da USAF.
Operadores
britânicos das forças especiais em ação no Afeganistão. Notem que
eles usam roupas civis e o homem de trás usa uma versão do famoso AK-47.
Em terra os oito homens do SAS preparam o esboço da
pista de aterragem. Com uma parte da equipe vigiando em um PO, o resto do time
se escondeu em um LUP. Quando as duas ondas de C130s se aproximaram, foram
guiadas por tochas infravermelhas usadas pelas tropas em terra..
Os Hercules, em duas levas de seis aeronaves, usados
na operação só
tocaram o solo o tempo necessário para desembarcar os homens do SAS. As
aeronaves permaneciam em movimento, com seus motores ligados e com suas
rampas baixadas. Os
homes dos Esquadrões A e G saíram direto pelas rampas dos C-130 em seus
veículos, para tomaram uma posição defensiva. Ao todo eram 40 veículos, 38
Desert Patrol Vehicles (DPVs) "Pinkie" e dois caminhões logísticos
Acmat (com munição, combustível e água), mais
oito motocicletas Kawasaki dos batedores.
Logo no inicio da operação um
Pinkie teve problemas no motor, não muito longe do local de desembarque; este veículo teve que ser
deixado para trás com sua tripulação de três homens para protegê-lo, até que
o DPV pudesse ser recuperado quando a força tivesse sido exfiltrada. Com
as motocicletas cobrindo a frente, a retaguarda e os flancos, o comboio
seguiu adiante até que se dividiu em dois elementos: A força principal de
assalto (Esq. A) e a força de fogo de apoio (Esq. G). A tarefa do Esq. G
era muito importante devido a falta de apoio de artilharia e ao limitado
apoio aéreo que seria prestado. As equipes estavam armadas com GPMGs
montadas em veículos, .50cal M2s e ATGMs Milan, junto com morteiros de
81mm, MK19s e fuzis Barrett M82A1 para apoio de precisão. Depois de
uma viagem considerada monótona pela maioria dos homens, eles avistaram o
objetivo: um grupo de edifícios à base de uma montanha pequena.
O apoio aéreo chegou na hora e lançou as suas bombas
com precisão, sinalizando o começo do ataque; O Esq. A avançou em seus
veículos, enquanto
disparava as suas armas contra os focos de resistência do inimigo. Quando
não deu para prosseguir em seus veículos, avançaram a pé. A partir daí
eles progrediram em pequenas equipes de dois homens. um grupo dando
cobertura ao outro.
Uma posição fortificada da Al Qaeda se mostrou particularmente difícil e foi
solicitado o apoio dos F-18 da US Navy para destruí-la com uma bomba JDAM.
Antes de ir embora os F-18 atacaram as posições inimigas com seus canhões
de 20mm. Um piloto da US Navy metralhou uma posição do SAS, mas felizmente
ninguém se feriu. Os F-18 destruíram os depósitos de Ópio, com sua
mercadoria estimada em £50.000.000.
Após a Operação "Trent", os Esq. A e G foram desdobrados em missões de
reconhecimento na região de Dasht-i-Margo, antes de voltarem para Hereford no dia 14
de dezembro de 2001. Pequenas equipes dos
21 e 23 SAS (TA) realizaram tarefas de proteção para membros do MI6 no
Afeganistão.
Kandahar
- Tora Bora
Certa vez, querendo ganhar o mérito de ter alcançado o maior prêmio desta guerra,
as forças americanas impediram os
homens do SAS de entrar nas cavernas em Tora Bora, pois suspeitava-se que Osama
Bin Laden estivesse ali. Os americanos discutiram muito os riscos das
operações de busca e decidiram que o apoio aéreo era muito necessário.
Diante de tanta indecisão acreditasse que os líderes da Al-Qaeda, inclusive
Osama, tenham tido tempo para fugir.
As montanhas
Tora Bora no Afeganistão.
Mesmo
com os empecilhos dos americanos os operadores do SAS tiveram a oportunidade de
lutar em Tora Bora. Foi ali que eles travaram uma das mais sangrentas
batalhas da história do Regimento. Nesta batalha,
que durou quatro horas, quatro operadores do SAS ficaram feridos, mas o inimigo
teve cerca de 27 mortos, 30 feridos e 30 homens feitos prisioneiros.
Antes
que as primeiras luzes do dia chegassem, o sargento Alpha One One, líder de
uma equipe de assalto, sussurrou no rádio;
"Alpha One Two,
em posição?". Ele ouviu dois cliques em seu rádio como resposta. Alpha
One Three e Alpha One Four responderam da mesma forma. Agora
ele sabia que os quatro homens de sua equipe de assalto estavam em posição. O
inimigo estava tão perto que qualquer barulho podia comprometer o sucesso da
operação. Debaixo da cobertura da noite, as tropas do SAS tinham aterrissado
na área das cavernas e desfiladeiros de Tora Bora para caçar os líderes do
Taliban e da Al-Qaeda.
Com a
chegada dos primeiros raios do sol, os homens do SAS já estavam em posição de
ataque. Ao menos um esquadrão
Sabre completo, cerca de 60 homens participaria da ação. Duas equipes estavam dentro das cavernas e outros dois estavam foram
para dar apoio, para garantir que ninguém sairia ou entraria, um vez começado
o ataque. Todos estavam armados com fuzis de assalto M16 e pistolas Sig de 9mm
presas as suas coxas. As equipes de apoio contavam também com GPMG. Todos estavam usando coletes de Kevlar
a prova de balas e óculos de visão noturna.
Eles usaram munição de cerâmica que quebra com o impacto para evitar danos de
ricocheteio de seu próprio fogo - essa munição foi desenvolvida primeiro para
ser usada em combates a bordo de navios ou de plataformas de petróleo. De
repente, o contato com o inimigo foi estabelecido. Os combatentes do Taliban
abriram fogo com suas AK47 e seus tiros ricochetaram
nas paredes da caverna. Imediatamente dois árabes foram mortos.
Diante do enorme tiroteio os homens do Taliban gritavam desesperadamente. Ai as
equipes de assalto do SAS atacaram. Usando uma combinação de granadas de alto
explosivo, incendiárias e flash-bangs,
os homens do SAS atacaram com fúria. No meio de tanta fumaça e poeira os
homens do SAS usaram suas lanternas acopladas a suas armas, para penetrar na
escuridão. Porém os árabes e chechenos dentro da caverna ofereceram uma
grande resistência.
Ouvi-se
um grito: "Homem no chão, homem no chão!" Um soldado do SAS foi
ferido e a prioridade era levá-lo para fora. Porém para o impulso de um ataque
poderia significar a morte de todos. Mas felizmente o operador do SAS ferido foi
marcado e a equipe de apoio entrou na caverna para retirá-lo e substituí-lo.
Segundo informações alguns veteranos do SAS conhecidos afetuosamente no
Regimento como "old and the bold", levaram "olhos de gato" para marcar
os feridos na escuridão e na fumaça e facilitar a sua remoção durante a
confusão da batalha. E foi isto que aconteceu. Alguns dizem que certos
combatentes do SAS entram em combate com cateteres inseridos em uma
das veias do seu braço, embrulhados e apertados em fita. O objetivo seria
facilitar a administração de sangue e outros medicamentos, sob fogo na
escuridão das cavernas. Diante da grande resistência do inimigo e da estreita
proximidade dos oponentes um inevitável combate corpo-a-corpo começou.
Alguns
dos homens levavam para dentro das cavernas as tradicionais facas dos Commandos
ou as "K
Bars", mas por incrível que pareça alguns dos operadores do SAS estavam
usando as khukuri, as
lendárias facas dos Gurkhas, ideais para as
lutas corpo-a-corpo. Os Gurkhas gostam delas pois eles apenas não ferem, mas mutilam
o inimigo. Em combate as facas são o último recurso, quando não há nenhum tempo para mudar
os carregadores nas armas e você está muito perto do inimigo. Este era o ponto
a que chegou o combate dentro da caverna. As equipes de apoio do SAS de fora da
caverna, estavam armados também com GPMG de 7.62mm
e destroçavam os reforços inimigos que tentavam entrar na caverna onde estava
acontecendo os combates.
A metralhadora L7A1 GPMG de
7.62mm - Uma das armas preferidas do SAS
O
SAS identificou cada área dentro do complexo de cavernas com uma determinada
cor código. Quando as equipes limpavam uma dessas áreas, seguiam para
próxima. E informavam: "Azul limpo, Verde limpo", até que todas as
áreas foram liberadas. Ao término do combate, os comandantes da operação
usando telefones de satélite, informaram a Forward Operating Base (FOB) - que
era o centro de comandas das unidades no país - o seu relatório da situação,
inclusive vítimas. Os
prisioneiros tiveram as suas mãos amarradas com algemas plásticas e foram interrogados. Depois do combate e fora da caverna os membros mais novos do
SAS estavam nervosos, mas ficaram descontraídos com os comentários
sarcásticos de um veterano NCO. No combate quatro operadores do SAS
ficaram feridos e depois de receberem os primeiros socorros no local foram
levados por um helicóptero americano. Todos os feridos do SAS foram
levados depois para o
Centre for Defence
Medicine,
em Birmingham, para tratamento mais adequado. Um dos feridos tinha vinte o poucos anos,
era casado e estava a pouco tempo no SAS, vindo do Regimento de Pára-quedistas.
Ele sofreu um sério ferimento de AK47 na canela. Um outro operador foi ferido
no no estômago, no braço e no pé. Sua condição
era estável mas enfrentava o risco de perder o pé. Seu pai lutou em Dhofar e morreu
durante a guerra das Falklands quando um Sea King que transportava homens do SAS caiu
no mar, matando dezoito operadores. Esta foi a ocasião em que o SAS perdeu o
maior número de homens de um só vez desde a Segunda Guerra Mundial.
Durante o ataque o SAS contou com o apoio de um avião espião americano P3 que tinham provido quadros térmicos
de homens e alojamentos inimigos. O trabalho das patrulhas das forças especiais
era o de limpar as áreas assinaladas, nomeadas de "combat boxes"
- caixas de combate. O pessoal do SAS sempre esperava se confrontar com
tropas extremamente bem treinadas e motivadas. Por isso não podiam ser
menosprezados. A regra no 22 SAS é: qualquer um com uma arma pode matar. E quem
ignorar esta regra só tem um fim: a morte. Após os combates todos os
operadores do SAS foram levados de helicóptero para o FOB onde foram
interrogados a respeito das informações colhidas no local. O que mais
impressionou os chefes militares foi a ausência de casos de fogo amigo (blue on blue)
entre os operadores do SAS.
Essa
foi uma das maiores operações que o SAS participou desde outubro 1971,
quando dois Esquadrões Sabre completos capturaram o platô Jibjat, em Dhofar, na região ocidental de
Oman. Embora normalmente o SAS opere com pequenas patrulhas de quatro homens,
essa é apenas a menor força operacional que o Regimento lança mão.
Esquadrões completos foram usados durante operações em
Aden e Oman nos assaltos contra esconderijos das guerrilhas que freqüentemente estavam
localizados em cavernas nas montanha.
Homem das
forças especiais britânicas com trajes civis em ação no Afeganistão.
Ele está usando o shemagh, que é um tradicional lenço árabe, que
pode ser usado cobrindo a cabeça, no pescorço ou como uma mascara.
Ele protege contra picada de insetos, poeira, detritos e o sol.
O shemagh as vezes é usado para curativos emergenciais.
O
fator chave para o sucesso das ações no Afeganistão era o levantamento de
informações vitais para o planejamento adequado das operações. Também a
observação a uma cadeia clara de comando também ajudava no sucesso. Os
comandantes das missões em terra se reportavam ao um FOB, que por sua vez se
comunicava com a Sala
de Controle na Inglaterra, conhecida como Zero Alpha. Os operadores também
podiam entrar se necessário, em comunicação direta com o Permanent Joint
Headquarters, o centro nervoso militar britânico localizado em Northwood,
no noroeste de Londres. Conclusão
Por
estes e outros motivos, os operadores do SAS, preferiam operar sozinhos.
Correndo os seus próprios riscos e lançando mão de seus próprios recursos. No auge dos conflitos
os homens do SAS passavam meses nas
montanhas. Eles mataram muitos inimigos, alguns dos quais, segundo fontes,
lutavam sob o efeitos de drogas.
O
SAS e o SBS tem apoiado diretamente as forças aliadas em suas operações no
Afeganistão, especialmente as britânicas. Depois de terem ajudado a derrubar o
Talibã e acabado com a estrutura da Al-Qaeda no país, o SAS tem participado da
luta para estabelecer a ordem no Afeganistão, acabando com os últimos focos de
resistência e continua a caça os líderes do Talibã e da Al-Qaeda.
Os
britânicos envolveram além dos dois esquadrões do SAS, cerca de
100 homens do SBS e seus QGs, operado
de forma independe dos americanos e da Aliança do Norte , pois os britânicos das forças especiais
preferem operar sozinhos. Na verdade, segundos algumas fontes, houve
momentos de irritação e rivalidade entre as forças especiais britânicas e
americanas.
Com o início das operações no Iraque em 2003, houve uma divisão de tarefas
entre o SAS e o SBS. Ficando o SBS assumindo maiores responsabilidades no Afeganistão e o 22 SAS sendo
deslocado para assumir maiores missões no Iraque. Os americanos fizeram as mesma coisa,
deixando os SEALs da US Navy no Afeganistão e enviando a Força Delta do US
Army para o Iraque.
Como
as operações no Afeganistão ainda estão em andamento é impossível colher mais detalhes
das ações das forças especiais. Mas
com a volta das tropas do Afeganistão e a passagem de muitos militares para a
reserva, muitos segredos serão revelados, como aconteceu com a Guerra do Golfo
em 1991.
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