MERGULHADORES DE COMBATE


A figura quase inumana, negra e enigmática de um mergulhador de combate é aterrorizante. Surgindo das profundezas, ele de maneira furtiva e mortal executa as suas missões. Os mergulhadores sempre exerceram em toda a história um fascínio sobre a humanidade, certamente por desafiarem o perigo, explorarem o desconhecido e irem aonde a maioria não pode ir...

A história do mergulho e dos mergulhadores de combate

Vivemos cercados por água. A massa oceânica, em sua imensa vastidão cobre 2/3 da superfície da Terra e tem uma profundidade média de 4.100 metros. No hemisfério sul, a proporção entre água e terra é de 4 para 1; no hemisfério norte, de 1,5 para 1,2. Sendo assim, o planeta Terra é na verdade o planeta água e a história do homem neste ambiente vem de longe. 

A historia do mergulho tem a sua origem nos primórdios da humanidade e certamente vêm da necessidade da busca por alimento em baixo d’água e também do desejo e da curiosidade em se descobrir novas fronteiras. No inicio os mergulhadores não usavam nenhum equipamento, exceto talvez pedras para emergir mais rápido. Este mergulho, realizado com interrupção voluntária da respiração, é conhecido livre ou apneia ou mergulho livre. É certamente a mais antiga de todas as técnicas de mergulho. Com o passar do tempo inovações subaquáticas foram surgindo. 

Quando navios e embarcações passaram a ser usados militarmente, sabotadores começaram a ser empregados por via aquática. Há registros de emprego destes elementos pelos Romanos, Sarracenos, Vinkings, dentre outros povos. O surgimento dos explosivos veio a dinamizar ainda mais o emprego destes primeiros nadadores de combate.Asurbanipal II buceando en un río

Existem pinturas nas covas de Heindrich (Alemanha) que retratam os homens, armados com arpões e tendo na boca parecido com um tubo respirador, em atitude de perseguição a peixes. Estes desenhos foram feitos, muito provavelmente, na era paleolítica. Escavações na Ásia Menor, Egito, Babilônia e Tebas encontraram jóias incrustadas com pérolas. Isto prova que há 4.500 A.C. já se submergia para extração de pérolas. 

É em Creta que começamos a ter informações mais complexas sobre as atividades subaquáticas humanas. De 3.000 à 1.400 A.C., esta ilha foi a maior potência marítima do mundo e seus restos arqueológicos são muito preciosos. Também temos registros na Pérsia, nas ruínas do palácio do Rei Assurbanipal II de um desenho em baixo relevo procedente do ano de 880 a.C., no qual se constata perfeitamente a figura de um guerreiro provido de um odre (saco feito com pele de carneiro), abaixo de seu peito, como se fosse um saco respirador, em posição de natação. Parece que representa o próprio rei cruzando um rio à frente de seu exército, como retrata a ilustração. Na cidade de Tiro (Fenícia), onde o comércio da púrpura era muito próspero, se encontram abundantes restos deste molusco, cuja coleta só era possível com submersão ao mundo aquático.

Uma deles teria acontecido no ano 484 A.C., durante a batalha do cabo de Artemisa entre Gregos e Persas. Os protagonistas foram dois personagens, pois eram os excelentes mergulhadores da época: Escilias (Scyllis) de Esción e sua filha Ciana: ambos submergiram protegidos pela escuridão da noite e debaixo de uma forte tormenta, conseguindo chegar sem serem avistados até onde estavam ancorados os barcos persas, cujas amarras cortaram, causando um verdadeiro desastre que valeu a vitória dos Gregos. A importância desta façanha que, para imortaliza-la, foram erigidas estátuas de ouro em Delfos. Contam que o imperador Nero, em suas viagens por terras da Grécia, no auge de seu império, viu ambas as estátuas e ficou encantado com a beleza de Ciana, tendo levado secretamente sua estátua para Roma e que a imagem  hoje conhecida como Vênus  de Esquilo não é nada mais nada menos que a bela mergulhadora Ciana.

O grego Aristóteles relata a existência de um engenho chamado Lebeta (que era a primitivo sino de mergulho):  “Se trata de uma espécie de sino cheio de ar, colocado em posição invertida, de forma cônica, em cujo interior uma vez submergida coloca-se  a cabeça e a parte superior do corpo do mergulhador.” A gravura reproduzida  pode-se apreciar perfeitamente a concepção deste engenho; na parte superior esquerda, vê-se a armação de suporte da campana, no qual se apoiava os ombros do mergulhador com umas cordas, dando plena liberdade de movimento nos braços; na parte dianteira tinha umas aberturas  de observação. O ar de seu interior se comprimia com a água, porque sempre estava sujeita à pressão ambiente, ainda que o maior problema dos sinos de então era que não podia ser renovado o ar, com a concentração interior do gás carbônico limitando, em muito, a autonomia no mergulho. 

Outro testemunho do conhecimento que os gregos tinham da natação e do mar em geral é o fato de que, durante a batalha de Salamina contra os persas, estes últimos, que em sua maior parte desconheciam a natação, quando caiam ao mar, durante a luta, logo se afogavam, enquanto os gregos, muito mais espertos, retornavam à batalha com mais ímpeto, condição que valeu a vitória grega. 

No ano 212 A.C. temos notícias, por Heródoto, no cerco da Sicília e na batalha do Cabo Artemis, entre gregos e persas, de uma ação subaquática contra navios persas. Os atenienses limparam o porto de Siracusa trabalhando submersos. Tucídides também fala no dano causado por um grupo de demolidores gregos durante o bloqueio de Siracusa. 

Os mergulhadores gregos se distinguiam por umas incisões que se fazia no nariz e nas orelhas; sobre estes cortes, apesar das várias conjecturas sobre o motivo, nunca se chegou a encontram uma razão que as justificasse. Resta pensar, apenas, que representavam uma espécie de distintivo entre os demais homens do mar, para aqueles mergulhadores que na Grécia se rendia um tributo de admiração. Esta aptidão dos gregos para a luta no mar justifica o fato de que na Grécia se rendia um grande culto à natação, até o extremo de que chamavam de analfabetos aqueles que desconheciam a natação.

Por certo que Aristóteles se ocupou, em sua parte científica, com os problemas que se apresentavam aos mergulhadores durante a imersão, tal como sangrar pelo nariz, a ruptura do tímpano ou a surdez, acidentes muito freqüentes nos mergulhadores de apnéia, principalmente nos coletores de esponjas e coral. Em uma de suas obras faz alusão a algo que tem relação com um tubo respirador, pois disse assim: "Os mergulhadores da época estavam dotado para permanecer longo tempo debaixo da água, respirando através de um tubo que os faz parecerem com os elefantes."

Por mais estranho que se possa parecer  o comentário anterior, não é menos estranho o costume que tinham os homens de introduzir na boca e nos ouvidos pedaços de esponjas embebidas em azeite, cuja utilidade tampouco se conhece a razão correta. Todavia, parece ser que utilizavam para melhor a visão submarina. A técnica era a seguinte: uma vez submergidos mordiam o pedaço de esponja, fazendo sair gotas de aceita, os quais faziam deslizar até os olhos; uma vez ali, permaneciam por certo tempo na órbita ocular, reduzindo os erros de refração da água. Este procedimento, que pode parecer absurdo e ineficaz, não é tanto, visto que, quem realizou a prova logrou resultados bastante satisfatórios. Todavia, o que não se pode averiguar é a razão dos pedaços de esponja nos ouvidos, pois todos sabemos que tapar o conduto auditivo externo durante o mergulho, é prejudicial, pois impede a normal adaptação da membrana timpânica às variações de pressões. Para esta interrogação só cabe uma resposta possível, uma vez que a suavidade da esponja se adapta à pressão exterior, liberando o azeite e, este , em contato com a membrana timpânica, faz a  sua lubrificação, favorecendo sua elasticidade.

As vezes os mergulhadores usaram canas ocas como tubos que lhes permitiram permanecer submersos por períodos mais longos; este tipo de snorkel primitivo era útil em operações militares. Um dos primeiros registros e do escritor grego " Herodotus", que fala sobre uma mergulhadora grega chamado Cyana, empregada pelo rei persa Xerxes para recuperar tesouros em navios persas submersos. Quando o serviço terminou o rei manteve a mergulhadora contra sua vontade, porem durante uma tempestade Cyana pulou sobre a borda do navio e colocou toda esquadra em confusão cortando os cabos das âncoras e completando sua fuga nadando 16 km até a cidade de Artemisium. É sabido que Xérxes teria também usado mergulhadores com o propósito de invadir barcos inimigos.

Por toda história antiga temos centenas de fatos e contos sobre o uso do mergulho para guerrear. Gravuras gregas e macedônias mostram mergulhadores utilizando "sino aberto". Os registros sugerem que o próprio Alexandre, o Grande, teria utilizado tal equipamento. O sino de mergulho de Alexander apareceu aproximadamente 330 A.C., descrito por um artista em 1575 . Uma nota deste mergulho apareceu no 13º século no manuscrito francês, A Verdadeira História de Alexander. Aristóteles descreveu o sistema em uso: "eles inventaram uns meios de respiração para mergulhadores, por meio de um recipiente enviado até eles,; naturalmente o recipiente não está cheio com água, mas com ar que constantemente ajuda o homem submerso".

Na conquista de Tiro constam Alexandre, o Grande, utilizou mergulhadores a bordo de suas embarcações destruíam defesas submersas dos fenícios. Outro historiador, Quinto Quercio (41 a 45 a.C.), diz também, sobre os mesmo fatos, que os fenícios cercados pelas tropas de Alexandre, receberam ajuda de víveres e armas por meio de mergulhadores  e que, graças a isto, conseguiram resistir ao ataque durante sete meses.

Normalmente  as missões dos mergulhadores de combate da antiguidade incluíam cortar cabos de âncoras, perfurar o fundo dos navios e construir portos defendidos enquanto se esforçavam para destruir os portos inimigos.

A pesar de toda a atividade e tradição subaquática dos gregos, seriam os romanos, povo sem nenhuma tradição marinha que chegou a criar as primeiras unidades organizadas de mergulhadores de combate: "os urinatores" (da palavra latina "Urus", que quer dizer "sacola de couro"). 

Os romanos desenvolveram técnicas e treinamento específicos para mergulhadores de combate, usando aparelhos como o Lebeta, facas, machados e braceletes de chumbo onde escreviam as mensagens que transportavam. Os urinatores eram formados por jovens atletas, robustos guerreiros que dominavam com perfeição a natação e o mergulho. 

Entre suas missões mais importantes destacavam-se: atacar as defesas dos portos inimigos; afundar os barcos fundeados e transferir seus estoques de armas, alimentos e mensagens às guarnições sitiadas

Estas unidades chegaram a alcançar um grau de operacionalidade tão alto que contra elas foram concebidos os engenhos mais diabólicos, desde a simples rede cheia de campainhas que denunciavam sua presença, até máquinas infernais providas de rodas com afiadas machadinhas que funcionavam na entrada dos portos e arsenais e que mutilavam horrivelmente os aguerridos mergulhadores. Se diz também que os guardiões daquelas instalações estavam providos com largos tridentes que espetavam os mergulhadores. Os "urinatores" funcionaram como comandos durante as Guerras Púnicas, realizando assaltos atrás da linhas inimigas e levando mensagens entre os soldados romanos.

Esses mergulhadores de combate tiveram sua primeira atuação nas guerras de César contra Pompeu, no porto de Orique, no Mar Adriático; Durante o cerco das tropas de César pela esquadra de Pompeu eles foram  usados para se enviar mensagens, armas e víveres para as tropas de César e em 49 a.C., esses mergulhadores nadaram submersos durante a noite até os barcos inimigos; enganchando potentes garfos e cortando as amarras, os rebocaram sigilosamente até a terra, onde foram atacados e vencidos pela guarnição sitiada.

Com o declínio do Império Romano no entanto, os "urinatores" foram obrigados a realizar trabalhos como resgate de embarcações afundadas, operações em portos, ou troca de mensagens entre ilhas, o que viera a culminar na formação dos primeiros mergulhadores profissionais da história.

Sua última atuação como guerreiros fora marcada pelo grande combate subaquático contra os turcos otomanos (1565) que enviaram a Malta uma tropa de nadadores tão bem treinados quanto os próprios "urinatores", mas que acabaram sendo derrotados por essa inexpugnável organização romana. Na ocasião, segundo os historiadores da época, a água tornara-se roxa em lugar do azul translúcido, tamanha a baixa de solados no violento conflito.

Os "urinatores" foram a mais eficaz tropa de combate subaquático treinada na antiguidade. Esses jovens romanos, propiciara a seu imperador conquistas de grandes batalhas através de seus feitos memoráveis, deixando atônitos seus inimigos que desconheciam seus recursos bélicos submarinos.  

No Brasil , os primeiros registros de mergulho foram os dos nossos índios . Diversos cronistas dão conta do fato, descrevendo os silvicolas como exímios mergulhadores que nadam sob o mar com olhos muito abertos.Anchieta descreve a destreza dos índios no combate aquático , como o episodio em que combatem a nado "como baleias" e com uma fúria que pasmam a multidão na praia.Consta ainda que Araribóia , tendo atravessado a nado o braço do mar que separa a ilha Villegagnom do continente , ateou fogo nos paióis franceses , assegurando a vitória em manobra típica dos atuais mergulhadores de combate.
No Brasil, sem dúvidas, os registros históricos apontam os índios a serem os primeiros a exercerem atividades de mergulho. Cronistas como Hans Staden, José de Anchieta e outros descrevem nossos índios como exímios nadadores. Sua destreza em combates aquáticos é evidenciada em diversas narrativas como a do assalto a naus francesas em Cabo Frio, onde o Governador Salvador Corrêa foi salvo por três vezes pelos Tupiminós.

Em outro episódio, existem relatos que Araribóia teria atravessado a nado o braço de mar que separava a Ilha de Villegagnon do continente e ateado fogo aos paióis franceses assegurando a vitória, numa manobra típica dos atuais mergulhadores de combate.  Dos Assírios e Macedônicos, passando por Gregos e Romanos até 1500, pouco mudaram as técnicas , basicamente nenhum equipamento, mergulho livre e variados e improvisados tipos de sinos.

Na época medieval se perdeu todo interesse pelas coisas do mar, de onde as pessoas somente viam monstros horríveis em suas profundidades, e daquela antiga pujança marinha e subaquática somente os romano-bizantinos mantiveram alguma atividade, ainda que sem apontar nada de novo. Também nas regiões de grande desenvolvimento desta atividade, como a Grécia e a Sicília, havia alguns mergulhadores que se dedicavam à coleta de esponjas e corais, recuperação de barcos afundados, trabalhos em portos e arsenais, correio entre ilhas, etc.. Mas no geral na Idade Média o mergulho ficou muito retraído e a condição guerreira do mergulhador quase deixou de existir. 

De 1500 até 1900

De 1500 até 1800 surgiram inovações em termos de técnicas e equipamentos de mergulho. Neste período foram criados sinos de mergulho, foles e bombas manuais de ar, roupas de mergulho e toscos capacetes. 

Em 1837, Augustus Siebe inventou o escafrando, usado até nossos dias com pequenas modificações posteriores. Eram utilizados sapatos de chumbo para manter o escafandristas no fundo. Em 1866, o frances Benoist Rouquayrol, patenteou o primeiro e satisfatório regulador de demanda para circuito aberto , Self - Contained Underwater Breating Apparatus ( SCUBA ) . Este regulador constituiu o primeiro marco nos esforços do homem para conseguir liberdade de mobilidade debaixo d'água. O único problema era a falta de um conveniente suprimento de ar em alta pressão, como os atuais. Em 1878, H. A. Fleuss da firma Britânica Siebe Gorman e Co. desenhou um equipamento de circuito fechado com reaproveitamento do oxigênio.

Paralelo a tudo isto, a partir da metade do século XIX as principais marinhas do mundo começaram a usar mergulhadores militares, inclusive usando os novos escafandros. Os mergulhadores normalmente eram usados em operações de salvamento, construção e manutenção de navios e algumas missões de combate, como desarmamento de minas.

Durante a Batalha de Mobile Bay na Guerra Civil americana, mergulhadores da União foram enviados a frente dos navios do almirante Farragut, para desarmar minas confederadas que tinham sido plantadas para bloquear a entrada da baía.

1900 a 1929

Em 1902, Fleuss e Robert H. Davis, aperfeiçoaram o aparelho.Era o protótipo dos modernos equipamentos de circuito fechado atuais. Com o novo século também surgiu um grande interesse por uma nova arma: o submarino. Muitas foram as marinhas que se interessaram por esta arma. Porém o desenvolvimento do submarino para operações bélicas resultou em uma série de acidentes, colisões, e afundamentos. O que  resultou em um rápido crescimento da utilização de mergulhadores militares.  

Foi a Itália o primeiro país a conceber a utilização em combate dos mergulhadores, desenvolvendo, pouco antes da Primeira Guerra Mundial, um programa de formação e treinamento de mergulhadores especializados em demolição submarina. Perto do final da PrimMergulhador britânico.eira Guerra Mundial em 1 de novembro de 1918, dois mergulhadores de combate italianos (Raffaele Rossetti e Raffaele Paolucci) foram infiltrados por um veículo submersível no porto de Pula (pertencente à atual Croácia), onde estava atracada a pouco empregada esquadra do Império austro-húngaro, e puseram o Viribus Unitis, nau-capitania do Império austro-húngaro.

Após a guerra os italianos dinamizaram ainda mais o seu grupo de mergulhadores de combate, melhorando seu material, e recrutando e preparando mais pessoal. 

Em 1925, um oficial naval francês Capitão Yves Le Prieur desenvolveu um equipamento com cilindros carregados com ar, basicamente um circuito aberto (Equipamento autônomo), porem insatisfatório porque o fluxo de ar era regulado manualmente o que resultava em uso excessivo do limitado suprimento de ar. O dispositivo era um cilindro de aço com ar comprimido, o mergulhador teve uma mangueira de ar conectado a um bocal; usou um clipe de nariz e óculos de proteção que protegiam e ajudavam a visão mas não permitiam igualar a pressão. O cilindro de 2000 psi de ar permitiu para o mergulhador permanecer menos de 15 minutos na água.

Década de 1930

Nesta década as maiores marinhas do mundo estavam empenhadas em usar os seus mergulhadores em operações de combate. E os italianos continuaram na vanguarda dos mergulhadores de combate. Em outubro de 1935, os subtenetes Teseo Tesei e Elios Tosch da Marinha italiana apresentaram um projeto de uma pequena embarcação de ataque, com o nome de SLC - Siluro a Lenta Corsa (Torpedo de Velocidade Lenta), um protótipo chegando a ser testado em La Spezia em fins de 1936. A partir de então, a Marinha Italiana criou um departamento especial para pesquisas e treinamento do emprego de armas desse tipo, já bem desenvolvido quando a Itália entrou na Segunda Guerra Mundial, em 10 de junho de 1940. 

Segunda Guerra Mundial 

Os mergulhadores de combate (MECs) tornaram-se elementos importantes no cenário militar a partir da Segunda Guerra Mundial, sobretudo italianos, britânicos e norte-americanos que estiveram envolvidos em numerosas missões de combate. 

Os MECs realizaram: ataques furtivos a embarcações, destruindo-as com minas e explosivos, limpeza de obstáculos de praia, antes de um desembarque anfíbio, realização de silenciosas missões de reconhecimento ou sabotagem em território inimigo.

Os italianos através da 10ª Frotiglia MAS foram os precursores em missões de combate subaquáticas. A 10ª Frotiglia MAS destruiu, usando inclusive torpedos tripulados (SLC e Scirè), 28 embarcações militares de primeira linha (HMS Queen Elizabeth, HMS Valiant e o HMS York), e mais de 111.527 t  de navios mercantes. Em setembro de 1941 três  "torpedos humanos", tripulados por elementos daquele grupo, penetraram no golfo de Gibraltar e provocaram o afundamento de três grandes navios ingleses. 

O SLC ("Siluro a Lenta Corsa") italiano

Em dezembro daquele mesmo ano foi registrado o mais memorável e espetacular ataque de mergulhadores de combate da Segunda Guerra Mundial. Seis mergulhadores de combate italianos, novamente tripulando veículos submersíveis, foram lançados por um submarino nas proximidades do porto de Alexandria, onde estavam fundeados os dois únicos navios de linha restantes na esquadra inglesa do Mediterrâneo, os encouraçados VALIANT e QUEEN ELIZABETH. Os navios foram afundados e esta ação, de apenas seis homens, deixou a marinha inglesa em situação crítica no Mediterrâneo.

Com o navio de guerra britânico, Barham e o porta-aviões  Ark-Royal já torpedeados pelos U-Bootes de Dönitz, os comboios do Eixo puderam atravessar Mar Mediterrâneo quase que livremente, o que possibilitou a grande ofensiva de Rommel até a El-Alamein. Ou seja,: seis mergulhadores de combate, montados sobre estranhos torpedos, ajudaram a balançar da guerra a pender por um certo tempo a favor do Eixo.

Os italianos também usaram mergulhadores autônomos no famoso Grupo Gamma (Nuattatori Guastatori), para missões de sabotagem. Até Agosto de 1943, os Gamma vão afundaram cerca de duas dezenas de navios, entre eles cargueiros e petroleiros, estabelecendo inclusive uma base secreta num antigo cargueiro italiano afundado nas águas espanholas de Gibraltar.

Os britânicos passaram então a enxergar as grandes vantagens deste tipo de operação e criaram um programa de emergência de formação e treinamento de mergulhadores de combate. Entre as unidades formadas pelos britânicos temos: as tripulações de torpedos humanos  ("Human Torpedo"), chamadas também de "Chariots"; o Special Boat Section (SBS), constituído por pequenas unidades de canoagem (uma nova forma de abordagem) que operaram na Europa, África e Mediterrâneo, realizando ações de comandos e sabotagem contra instalações navais e embarcações. O SBS atual é descendente destas unidades; os Clearance Divers, que eram grupos encarregados de demolição de obstáculos.

Os "Chariots" foram usados em Palermo, Trípoli e Spezia, causando perdas à marinha italiana. No final da guerra os ingleses já tinham mini-submarinos especialmente projetados para emprego com mergulhadores de combate e estes recursos foram utilizados com sucesso no ataque aos navios alemães em Trondheim (Noruega), entre eles o temido encouraçado TIRPTZ.   Os tripulantes dos torpedos humanos britânicos usavam uma pesada e rudimentar roupa de mergulho ("Sladen Suit") e equipamento de respiração em circuito fechado.

No início de 1944, a Marinha alemã, reduzida a uma função defensiva, decide criar uma unidade de mergulhadores de combate chamada de "Kommando der Kleinkampfmittel" (Grupo de engenheiros de assalto da Marinha) ou simplesmente Unidade K. Os alemães formaram esta unidade se espelhando na 10ª Frotiglia MAS. Os mergulhadores da Unidade K participaram de missões contra pontes e diques nas Holanda em Junho e Novembro de 1944 e também realizaram operações no Báltico até Abril de 1945. Os alemães também usaram mergulhadores de combate quando os americanos tomaram a ponte de Remagen sobre o Reno, os alemães enviaram mergulhadores de combate em missões suicidas para destruir a ponte. Porém a maioria foi morta ou capturada, sem alcançar o seu objetivo.

Os Japoneses empreenderam no 1944 a criação de uma unidade de mergulhadores de combate kamikazes chamada Fukuryu (Fuku = felicidade, Ryu = dragão), com sucessos quase nulos. 

Durante a Segunda Guerra muitas veículos aquáticos (caiaques e botes pneumáticos) e subaquáticos (torpedos tripulados e minisubmarinos) foram desenvolvidos, visando facilitar o deslocamento e atuação em combate. Neste último grupo, merecem destaque os "X-craft" e "Welman", de fabricação britânica; os "Seehund", "Biber", "Moich" e "Marder", alemães; e os "Kaiten" e "Kairyu", japoneses... e suicidas, naturalmente. 

Os americanos só começaram a utilizar mergulhadores de combate somente após o sangrento desembarque no atol de Tarawa, em 1943. Lá eles sentiram a necessidade de contar com um grupo especializado em reconhecimento de praias e desobstrução de raias de desembarque. É que, naquela operação, recifes de coral não permitiram que as embarcações se aproximassem das praias, forçando os fuzileiros navais a vadear grandes distâncias até a areia. Conseqüentemente, muitos e muitos homens afogaram-se sob o peso do equipamento ou morreram sob o cerrado fogo defensivo japonês, ao tentar vencer a distância entre as embarcações de desembarque e a praia, com água à altura do peito. Por isso foram, então, criados os UDTs - "Underwater Demolition Teams" (Equipes de Demolição Submarina), que deveriam fazer o prévio reconhecimento das praias de desembarque e trabalhar ao lado dos SeaBees (engenheiros de combate da Marinha) na remoção de obstáculos das praias inimigas no Pacifico e na Europa. 

A primeira missão dos UDTs foi no Pacífico. Eles realizaram um reconhecimento a luz do dia nas praias de Saipan em junho de 1944. Em março de 1945 eles preparam a invasão de Okinawa, conseguindo remover cerca de 1.200 obstáculos subaquáticos em dois dias, debaixo de fogo pesado, sem nenhuma baixa. Os mergulhadores do UDT não usaram extensivamente durante a Segunda Guerra nenhuma equipamento especializado. O Aqua-Lung só foi adquirido pela Marinha americana em 1947.

Pelas próprias características de suas ações, difíceis de serem efetivamente detectadas, o combate aos MECs geralmente envolvia meios indiretos, como o lançamento de granadas e outros explosivos numa área em que se suspeitava haver sua presença. Outra possibilidade era que esses combatentes se deparassem com mergulhadores inimigos, situação em que a eliminação dos oponentes deveria ser necessária. Um combate subaquático corpo-a-corpo, a faca, era uma situação que deveria ser evitada ao máximo, recorrendo-se sempre que possível a um tipo de arma que permitisse atingir o inimigo a uma distância segura. Como as armas esportivas de caça submarina estavam longe da praticidade requerida numa operação militar, foi só uma questão de tempo até que surgisse armamento especialmente projetado para ações de combate subaquáticas.

Depois da Segunda Guerra Mundial houve um grande interesse por parte da maioria das marinhas do mundo em preparar unidades especiais de mergulhadores de combate ou aperfeiçoar as já existentes . Entre estas marinhas estava a do Brasil.

No Brasil, a Marinha foi quem iniciou as atividades de mergulho, durante anos foi a única capaz de realizar trabalhos neste setor, sendo responsável pela formação de grande parte dos mergulhadores na Escola de Mergulho da Marinha. Na Marinha brasileira, o mergulho desenvolveu-se ao redor das atividades de desativação de artefatos explosivos, quando o pessoal especialista em torpedos e minas recebia instruções submersas específicas.

Existem diversos ramos do mergulho militar, tais como o mergulho autônomo, mergulho de salvamento, mergulho de combate, escafandria e desativação de artefatos explosivos.

Muito embora hajam registros de atividades de escafandria realizados por nossos especialistas, em Spezia, "para que os mergulhadores não perdessem o treino" parece que essas atividades só começaram a ser exercidas organizadamente quando a BACS se instalou em Mocanguê, em janeiro de 1947. Logo após a término da guerra oficiais brasileiros foram para Miami cursar mergulho. Teriam sido os CC Augusto Antonio Vergueiro da Silva (Comandante Vergueiro), e o Comandante Mesquita, os dois primeiros oficiais mergulhadores da nossa Força de Submarinos, aí pelos idos de 1948. Há indícios de que a atividade de mergulho com escafandro já era exercida pelo AMRJ, mas nada tinha a ver com os submarinos, e que mais tarde foi emprestado à BACS, pelo AMRJ, um escafandro, dando margem ao início dessas atividades. 

Década de 1950 em diante

Com o desenvolvimento da Guerra Fria a partir das década de 1950 e os inúmeros conflitos diretos ou indiretos gerados por ela (Coréia, Vietnam, Oriente Médio, África. etc.), vários paises investiram no aperfeiçoamento dos seus mergulhadores de combate. Os EUA criaram os SEALs e os EOD, os britânicos reformularam e reativaram o SBS, os franceses criaram o famoso Commando Hubert, os italianos os Comsubin, os israelenses o Commando Shayetet 13 (S-13) entre outros.

Como seria de se esperar, os primeiros MECs  (Mergulhadores de Combate) brasileiros foram dois oficiais e dois praças que concluíram o curso de UDT-SEAL norte-americanos, em 1964. Fruto da experiência desses pioneiros, foi criada em 1970 a Divisão  de Mergulhadores de Combate na Base Almirante Castro e Silva. No ano de 1971, mais dois Oficiais e três Praças, foram qualificados pela Marinha Francesa como "nageurs de combat" e, em 1974 foi formada no Brasil, pelo atual Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché (CIAMA), a primeira turma de Mergulhadores de Combate. Durante o curso os alunos são testados física e psicologicamente, além de receberem conhecimentos técnicos e táticos que vão desde o trabalho com explosivos até o planejamento de missões.

A fim de atender adequadamente às crescentes solicitações da Esquadra e dos Distritos Navais, a Divisão de Mergulhadores de Combate foi transformada, em 1983, no Grupo de Mergulhadores de Combate, chamado GRUMEC, como parte integrante do Comando da Força de Submarinos. Esta nova força era baseada na experiência adquirida por nosso pessoal nos EUA e, também, na França, onde cinco homens graduaram-se no igualmente renomado curso de "Nageur de Combat" (Nadador de Combate).

No dia 12 de dezembro de 1997, o Ministro da Marinha criou o Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC). Essa Organização Militar, sediada na cidade do Rio de Janeiro e diretamente subordinada ao Comando da Força de Submarinos, foi ativada no dia 10 de março de 1998.

Mergulhadores de combate no mundo de hoje

Entre as muitas missões que os mergulhadores de combate podem desempenhar em em meio marítimo ou próximo da costa nos nossos dias estão:  

  • Limpeza de Portos e Canais de acesso, minas e destroços; 

  • Detecção e desativação de engenhos explosivos convencionais e improvisados; 

  • Ataques de sabotagem, Interdição e diversionários contra navios (com minas imantadas, de retardo, que são presas aos cascos), instalações portuárias, diques, defesas costeiras, plataformas petrolíferas, refinarias e terminais de petróleo;  

  • Reconhecimento e vigilância de praias, rios, canais e portos; 

  • Apoio a operações de guerra anfíbia. As complexas operações anfíbias têm, nos MECs,elementos virtualmente indispensáveis. Entre as informações vitais para um desembarque bem-sucedido está o conhecimento preciso do gradiente (inclinação) da praia escolhida, a partir de uma profundidade de cerca de sete metros até a vegetação que circunda a areia. A carta a ser preparada pela patrulha de reconhecimento também deve contar com dados sobre o tipo de solo (areia, pedra, lama, etc.) obstáculos naturais e artificiais, minas e a existência de" edificações e habitantes da área. Igualmente importante será a avaliação das forças de oposição, o que deve ser feito sem que os mergulhadores de combate entrem em contato com o inimigo (embora estejam, sempre, fortemente armados para um confronto que seja inevitável);

  • Apoio a operações C-SAR; 

  • Recuperação pessoal aliado;

  • Seqüestro de pessoal selecionado;

  • Buscas Subaquáticas;

  • Patrulhas de segurança;

  • Contraterrorismo entre outras.

Para a realização de suas missões os Mec´s usam os mais variados meios de transporte. Os submarinos são usados a muito tempo para operações especiais, levando os mergulhadores até a aérea de operação de forma discreta. Os mergulhadores de combate também podem ser inseridos próximo a seus objetivos por veículos terrestres, aeronaves, pára-quedas ou barcos.

Os MECs para serem completos devem estar aptos a operarem em ambientes marítimos e ribeirinhos e a praticarem:

  • Natação utilitária;

  • Mergulho com todos os tipos de equipamentos;

  • Orientação e navegação;

  • Guerrilha e contra-guerrilha;

  • Ações antiterroristas;

  • Sobrevivência em qualquer ambiente;

  • Uso de explosivos;

  • Combate corpo-a-corpo;

  • Pára-quedismo;

  • E serem capazes de usarem os mais diversos tipos de armas de acordo com a missão a ser cumprida. 

O perfil de uma missão de sabotagem, ou de patrulha de reconhecimento em profundidade, preconiza que se deve evitar ao máximo o contato aberto com o adversário.  

Uma operação dos mergulhadores de combate

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os alvos para os MECs só aumentaram. Qualquer sociedade industrial moderna é muito dependente de fontes de energia e tem uma necessidade vital em relação as comunicações. É um grande problema se todas essas áreas estratégicas de infra-estruturas forem facilmente acessíveis a partir da água. 

Preparação

Se a situação, exige os mergulhadores de combate devem está aptos a lançarem um ataque não preparado, o qual comporta numerosos riscos; mas a princípio, sempre existe algum tempo para que o ataque seja estudado com cuidado e delimitado o objetivo de missão. Em situação real, o trabalho de preparação pode tomar um mês. Esta fase concretiza-se a véspera da operação quando uma longas instruções são passadas sobre cada fase do ataque, de forma detalhada. As instruções envolvem: condições de terreno, vegetação, natureza dos objetivos, caminho a percorrer, forças inimigas, armamento a ser usado, rotas de fugas, etc.

Infiltração

A infiltração pode acontecer de várias formas de acordo com a natureza do terreno e a missão. 

O submarino permite levar equipes discretamente até o local, cobrindo longas distâncias. A saída dos mergulhadores pode ser através de tubos lança-torpedos ou por uma escotilha. Os botes podem ser colocados em "pacotes" sobre a ponte do submarino. Deixando o submarino ainda submerso, os mergulhadores nadam sob a água, dirigindo-se para o alvo sem serem detectados. Eles normalmente estarão empregando equipamentos de mergulho que não produzem bolhas de ar.  Em certas ocasiões o submarino pode inserir uma equipes de MECs com bote inflável, ficando parcialmente submerso.

Em certas situações não se pode usar o helicóptero por fazer barulho e se detectável ao radar. No entanto o helicóptero por ser rápido e ágil, poder ser usado para infiltrar rapidamente equipes através de rappel ("fast-rope") ou até através de saltos diretamente nas superfícies aquáticas (vento máximo de 40 nds e altura máxima de 12 metros em situação extrema).

O pára-quedas é um dos meios de transporte adaptados à missões delicada, em que os mergulhadores são inseridos na água ou próximo a ela. Os mergulhadores de combate devem ser aptos a realizarem saltos a elevada altitude e abertura a baixa atitude (HALO - High Altitude Low Opening) e saltos a elevada altitude e abertura a alta atitude (HAHO - High Altitude High Opening). Dependendo da altitude o pára-quedista/mergulhador precisará usar tanques de oxigênio.

 1  - HAHO - O salto de altitude sem queda livre só pode  ser realizado por pára-quedistas altamente treinados, que conseguem se guiar no ar. Os soldados pulam do avião a alturas de mais de nove mil metros e, ás vezes, antes da fronteira com o país hostil, o que reduz a chance de a operação ser detectada. Nessa altitude, os pára-quedistas precisam de oxigênio e de roupas especiais.
Segundos depois de deixar a aeronave, os soldados abrem os pára-quedas
e começam a manobrá-lo em direção ao alvo.
Cada membro da equipe precisa controlar a velocidade e a direção, além da distância para os outros pára-quedistas do grupo e para o alvo. O pára-quedista pode planar  cerca de 30 km até chegar a zona de aterrizagem.

 2  - HALO - Este salto pode não ser tão complicado quanto o salto sem queda livre, mas não é menos perigoso. Os pára-quedistas saltam de pelo menos 11 mil metros de altura e o mais perto possível do alvo. Por causa da altitude, os pára-quedistas também precisam de oxigênio para permanecer conscientes e de roupas especiais contra o frio. Eles caem o máximo possível antes de abrir o pára-quedas, passando pela área coberta pelos radares inimigos. Mas, por causa do risco de perda de consciência, os pára-quedas abrem automaticamente a uma determinada altura. Equipamentos também podem ser transportados dessa maneira. Ns inserções diretamente na água  3 , o pára-quedista se desgarra do pára-quedas pouco antes deste chegar a água.

Os botes infláveis embora muito rápidos são contudo ruidosos e deixam para trás uma esteira branca que pode denunciar a localização dos incursores. Mas podem ser usados a partir de submarinos ou lançados de helicóptero bem próximo a seus alvos. 

Indetectável ao radar, muito silencioso, o caiaque é um meio ideal e discreto de deslocamento em direção a costa. Rústico e eficaz, a sua autonomia pode ser de 100 Km por noite e podem levar dois homens, mais equipamentos leves.

Muito discretos, os propulsores submarinos dão a capacidade de projetar-se a partir do mar e uma capacidade significativa de ação: serão por conseguinte um meio de transporte utilizado em zonas particularmente vigiadas sem risco de serem localizados desde a superfície.

Exfiltração 

Com a missão realizada, o grupo de mergulhadores de combate deixa a zona o mais depressa possível, seguindo um itinerário freqüentemente diferente do usado para a infiltração.


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Assunto: MERGULHADORES DE COMBATE