OPERAÇÃO BLUE SCORPION - Ficção
O executivo chinês, Feng Lee, chegou a aldeia
de Malahri por volta das 15:20h dirigindo um Land Rover Range 4x4 preto,
sendo imediatamente seguido por um Land Rover verde escuro que tinha na
direção outro chinês de nome Ann Wong. Foi uma monótona viagem de duas
horas em meio a uma paisagem desértica do porto de Saylak até Malahri. Ao sinal de Khalil foi servido o almoço. Mas antes disso vários rapazes percorrem os tapetes com um jarro de água e uma bacia para que os presentes pudessem lavar as mãos. Depois foram estendidos panos que serviram de toalha, mas que eram foram pisados depois pelos pés descalços e sujos dos que serviram o almoço. A refeição chegou em travessas transportadas em grandes tabuleiros redondos. Arroz com passas, batatas que pareciam fritas, galinha, pedaços de carne, pão e muito molho. A sobremesa foi de frutas locais. Lee e Wong acharam a comida deliciosa e comeram como seus hospedes, levando a mesma até a boca com as mãos, que formavam uma espécie de concha com o polegar encolhido que empurrava os alimentos. Mais uma vez alguns rapazes distribuíram água com um copo que foi usada comunitariamente.
No final da refeição, todos limparam as suas mãos em um pano que foi
passando de mão em mão. Retiraram-se os pratos e as travessas e a maior
parte dos homens abandonou o local. Ficaram apenas os mais próximos a
Khalil. Entre eles, um homem barbudo, que permaneceu quase todo almoço
sério e atendo. Alegremente Khalil o apresentou como seu encarregado da
segurança dos negócios de Khalil e também pelo treinamento de sua guarda
pessoal. Ele se chamava Kamel Ait Chadi e era argelino. Já estava
naquele país a cerca de dois anos. Chadi era um homem forte com cerca de
1,87m, que de fato impunha respeito por sua presença. Se seguiu muita
conversa, onde foram contatas histórias de lutas e atos de bravuras,
tudo regado a muito chá verde. Mas não era só Khalil que estava feliz, pois do outro lado do globo em uma sala de operações no Quartel-General da CIA (Central Intelligence Agency) em Langley, Virginia, nos EUA, Willian Blair, Diretor do Centro de Contra-terrorismo da CIA, abriu uma grande sorriso quando a microcâmara instalada nos óculos de Feng Lee transmitiu as imagens de Kamel Ait Chadi. Depois de dois anos de muitas buscas a CIA tinha reencontrado um dos homens mais procurados pelo agência americana. Seu nome verdadeiro era Tural Gazymov, era do Azerbeijão, e era o segundo homem da Al-Qaeda para a região do Chifre da África, que é uma região localizada no nordeste do continente africano. Foi Gazymov quem planejou os atentados contra a embaixada dos EUA no Sudão e treinou os homens que atacaram uma missão de paz da ONU na Eritréia. Ele estava por trás também do envio de suicidas que tentaram embarcar no aeroporto de Sanaa no Iêmen com destino final em Atenas, onde planejavam explodir o avião em pleno ar. Tural Gazymov também era o responsável em levantar fundos para financiar as operações da Al-Qaeda na África e Oriente Médio, por isso o seu interesse nos negócios como o sr. Zhang. A CIA montou uma grande operação encoberta para encontrar esse líder terrorista, mas os americanos não o queriam morto, pois no momento em que foi descoberto os americanos podiam muito bem enviar um Predator Unmanned Aerial Vehicle (veículo aéreo não tripulado) MQ-1 e acabar com todo o prédio. A CIA queria capturá-lo, pois ele tinha muitas informações valiosas e através dele seria possível saber aonde o Nº 2 da Al-Qaeda se escondia na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, pois pelo menos uma vez por ano Gazymov se encontrava com ele segundo o serviço secreto britânico.
Feng Lee, na verdade o agente da CIA John Wu, e seu companheiro Ann Wong
(Bob Xue da CIA), realizaram um feito extraordinário confirmando a
localização de Gazymov, pois ele sempre sorrateiro e desconfiado
conseguia escapar das armadilhas da CIA contra ele até sumir
completamente do mapa a uns dois anos atrás. Foi o Mossad, o serviço
secreto israelense, que avisou aos americanos que Gazymov se escondia em
Abyan sob a proteção de um dos seus senhores da guerra. Os israelenses
inclusive enviaram para a CIA uma foto em preto e branco do líder
terrorista examinando uma carga que tinha chegado ao porto de Al Mukally
em um navio cargueiro de bandeira filipina.
A dias que a CIA mantinha a casa de Ali Hassan Khalil sob vigilância,
fosse por satélite ou usando um pequeno UAV - Unmanned Aerial Vehicle
(veículo aéreo não tripulado) de reconhecimento e no dia 5 de março não
foi diferente. A CIA acompanhou toda a movimentação dos três carros que
saíram da aldeia de Malahri. Os veículos era um Mercedes Benz S-Class W140,
um Toyota Land Cruiser J80 e o Land
Rover Range de Khalil. O senhor da guerra inverteu a ordem
dos carros e seguiu à frente do comboio, pois normalmente usava o
Mercedes e ia no meio do comboio. Nesta viagem ele não queria, nenhum carro
na sua frente "jogando poeira na sua cara" como ele mesmo falou.
A CIA estava monitorando o comboio minuto a minuto...
Apesar desta não ser a sua primeira missão, o Capitão Stuart Morrison,
piloto do Predator usado nesta missão, sempre ficava impressionado com
todo o sistema por trás da operação de um Predator. Morrison estava em
uma estação de controle terrestre (GCS) que abrigava os pilotos e os
operadores de sensores e um conjunto de comunicação de link de satélite
principal do Predator. A equipe de terra e o pessoal técnico para para
fazer tudo funcionar com um sistema que envolva o uso de quatro Predator
para vigilância 24 horas dentro de um raio de 400 milhas náuticas da
estação de controle terrestre é de mais ou menos 80 pessoas. Na verdade
um Predator pode funcionar de maneira autônoma, executando missões
simples, como reconhecimento em um programa, ou pode ser controlado por
uma tripulação. A tripulação de um único Predator UAV consiste em um
piloto e em dois operadores de sensores. O piloto dirige a aeronave
usando um manche de vôo padrão e controles associados que transmitem
comandos por um link de dados de linha visada Banda C. Quando as
operações estão além do alcance da Banda C, um link de satélite Banda Ku
é usado para trocar comandos e respostas entre um satélite e a aeronave.
A bordo, a aeronave recebe ordens por meio de um sistema de link de
dados de satélite L-3 Com. Os pilotos e as tripulações usam as imagens e
o radar recebidos da aeronave para tomar decisões sobre como controlar o
avião. Os pilotos do Predator têm que confiar nas câmeras a bordo para
ver o que está acontecendo em torno do avião e realizar a sua missão.
Para a tripulação, é um equilíbrio entre a desvantagem da visibilidade
limitada e a incrível vantagem da segurança pessoal.
O Mercedes Benz S-Class W140 começa a ser "pintado" para o ataque do Pradator O Predator "pintou" o veículo do meio do comboio, precisamente no porta-malas do Mercedes Benz S-Class W140, e disparou um de seus mísseis Griffin. Com a explosão todos os quatro ocupantes do Mercedes foram mortos imediatamente e o carro de trás, um Toyota Land Cruiser J80 captou. O Land Rover de Khalil perdeu o controle vindo a capotar também pois um dos seus pneus estourou e como sua velocidade era de mais de 100km/h ele não teve como controlar o veículo.
Quase que imediatamente surgiu no horizonte um helicóptero SA361 Dauphin
da CIA. Ele transportava uma equipe de captura da Divisão de Atividades
Especais - SAD - Special Activities Division da CIA. O Dauphin tinha
quatro tripulantes e podia transportar seis passageiros e estava armado
com duas metralhadoras FN MAG-58 de 762x51mm, uma em cada porta lateral
da aeronave. A equipe da captura era formada por quatro operadores da
SAD, agentes experimentes, todos eram ex-militares de unidades especiais
das forças armadas dos EUA. O piloto do Dauphin da CIA direcionou a sua aeronave para pousar perto do carro capotado de Khalil e nem chegou a tocar no solo e Young e seus homens já saíram da aeronave com suas armas destravadas e apontadas em direção ao Land Rover que tinha tombado de lado. Ao chegarem no veículo constataram que Gazymov tinha um corte na cabeça e estava meio zonzo, e Khalil estava desacordado. Young deu ordens para que o terrorista da Al Qaeda fosse imediatamente retirado do veículo e algemado com algemas plásticas. Khalil foi deixado no carro.
Os operativos da Special Activities Division da CIA se preparam para
sair do Dauphin para capturar Gazymov
Quando os agentes da CIA e Gazymov se dirigiam para o helicóptero foram surpreendidos por uma explosão um pouco atrás da aeronave. Sem que ninguém notasse, um dos seguranças de Khalil que estava no Toyota (agora de cabeça para baixo), que não estava morto ou desacordado como seus amigos, viu toda a cena da chegada da aeronave e dos homens indo em direção ao Land Rover e saindo de lá com um homem algemado. Acreditando que era Khalil quem estava sendo preso, Zaher Yousef, mesmo com um braço fraturado, sangrando na testa e com fortes dores em uma das pernas conseguiu pegar um lança-rojão AT-4 e apontar para a aeronave. Essa era a arma mais pesada que Yousef tinha em seu carro, normalmente eles transportavam também os famosos RPG-7, mas desta vez não. O AT-4 é uma arma individual anticarro de 84mm de tubo descartável, pois só efetua um único disparo. Como estava perdendo os sentidos Yousef, que nesta hora conseguiu sair do veículo, não conseguiu mirar direito, na verdade devid as fortes dores ele desmaiou antes de atirar e nem viu para onde apontou. O seu projétil de 6,7 Kg explodiu alguns metros atrás do Dauphin mas alguns estilhaços atingiram de tal forma o rotor de cauda carenado, do tipo Fenestron, que a aeronave ficou impossibilitada de voar novamente. Instintivamente os homens de Young dispararam contra o Toyota matando Yousef, e eliminando qualquer outra ameaça, mas o estrago já estava feito. Na verdade houve falhas na operação antes dos homens pisarem no solo. Em uma missão como esse são necessários pelo menos dois helicópteros, um que desembarca os homens no solo e depois decola com eles e o refém e outro helicóptero que fica no ar a uma certa distancia para dá cobertura. Mas quando a missão foi acionada o segundo helicóptero da CIA apresentou problemas mecânicos e não pode ser usado, e para não perder essa oportunidade, Langley autorizou a inda de um helicóptero só. Mas em terra os homes de Young e nem os artilheiros do Dauphin prestaram atenção ao Toyota, e por isso pagaram o preço. A tripulação do Dauphin abandonou imediatamente a aeronave depois de pegar toda documentação e kits de sobrevivência. Como não dava para ficar ali e esperar pelo resgate, pois como sabia Young hostis poderiam chegar a qualquer momento, o negócio seria destruir a aeronave e buscar um local para se esconder com Gazymov e esperar serem recolhidos. Em meio a todo esse drama o Predator circulava impávido lá em cima, e ele foi acionado para destruir a aeronave como dois mísseis Griffin. A CIA decidiu destruir com um terceiro míssil o carro onde estava Khalil. Yousef decidiu seguir com seus homens, a tripulação do Dauphin e Gazymov para umas colinas que ficavam a cerca de meia hora de caminhada dali. Quando eles estavam a uma distância segura o Predator iniciou o seu ataque com mísseis. A alguns quilômetros dali homens que cuidavam de um rebanho viram toda a cena, eles estavam em uma elevação e presenciaram as explosões, o helicóptero pousando, um grupo de homens se afastando a pé do local e novas explosões. Como eles viviam nos domínios do senhor da guerra Ahmed Ismail e eram fiéis a ela, decidiram enviar um mensageiro de bicicleta até a aldeia de Ramahtira onde havia uma guarnição dos homens de Ismail. O mensageiro levou uns 20 minutos até a aldeia e contou tudo a um dos tenentes do senhor da guerra. Ismail foi informado de tudo através de um telefone por satélite e começou a movimentação de homens em direção ao local do ataque. De Ramahtira foi enviado uma força com 45 homens em duas camionetas e um caminhão e Ismail enviou de Al Mukally imediatamente sua única aeronave, um velho helicóptero Mil Mi-24 Hind, comprado da Líbia há 10 anos trás, com 16 homens de sua guarda pessoal fortemente armados. Mais 60 homens sairiam da cidade portuário em caminhões. A razão do enviou de toda essa força era que o mensageiro em Ramahtira tinha dito que os homens que estavam indo para as colinas tinham saído do helicóptero, e Ismail conclui acertadamente que o comboio era o de Khalil e que aqueles homens só podiam ser americanos ou mercenários pagos por seus opositores. De qualquer forma, na visão de Ismail aqueles homens precisavam ser capturados para ele saber o que fato estavam fazendo em seu território. Informado do acontecido por Ismail, Feng Lee disse ao senhor da guerra que a situação não inspirava segurança e por esse motivo o sr. Zhang teria que adiar o seu encontro com os líderes locais para uma data mais conveniente. Zhang que chegaria de aerobote a cidade portuária de Al Mukally, segundo Lee, já tinha ordenado ao seu piloto o desviou da rota. Lee pediu desculpas a Ismail e partiu uma hora depois para o Cairo, mantendo assim intacto o seu disfarce.
Ao mesmo tempo os americanos, através de seus satélites espiões viram toda a movimentação de homens indo em direção a equipe de Young. Os analistas militares da SAD em Langley sabiam que o ex-capitão da Delta Força iria precisar de apoio aéreo para poder ter chance de esperar o resgate. O uso de aviões da USAF ou da US Navy estava descartado, mas seria possível se usar o UAV Reaper da USAF, que era conhecido como Predator-B e é na essência uma versão maior do Predator. Como o poder de fogo do Predator da CIA era insuficiente para dá suporte aéreo o Reaper era a escolha ideal. A aeronave pode transportar até 14 mísseis Hellfire e tem capacidade para em sua substituição transportar bombas guiadas por laser do tipo Paveway ou por GPS do tipo JDAM, que têm um custo relativamente reduzido. O Reaper sairia da mesma base secreta de onde decolou o Pradator que atacou o comboio de Khalil. Esta base estava localizada em Djibuti e ficava a uns 840km de distância do local onde estava Young. Em 2002, o Pentágono conseguiu obter permissão para a instalação desta base para viabilizar as suas forças especiais, a partir deste pequeno país africano que vive na órbita de influência francesa. Essa base servi tanto de posto de observação como ponto de lançamento para ações clandestinas, e está localizada a alguns quilômetros da fronteira somali. Lá, são montadas operações secretas visando à eliminação de membros da Al-Qaeda e de outros grupos hostis aos EUA, em todo o Chifre da África e adjacências. Na verdade essa não era a base americana mais próxima dos agentes da CIA. O local de operação mais próximo era a própria base do serviço secreto dos EUA de onde saiu o Dauphin que transportou os operativos da SAD que capturaram Gazymov e que estava a uns 370 km (em Omã) do local do seqüestro do líder da Al Qaeda. O problema é que lá só havia dois helicópteros, um deles estava com sérios problemas mecânicos e o outro era o próprio Dauphin que foi destruído. Sendo assim essa base não poderia ser acionada e um resgate por terra, usando pick-ups estava descartado. O diretor da CIA, que foi imediatamente chamado ao Centro de Operações em Langley, estava bastante desconfortável. Era por demais embaraçoso ter que acionar os militares para resgatar uma equipe de paramilitares da CIA, mas não tinha outro jeito, além do mais eles estavam com um prisioneiro muito importante que precisa ser trazido o mais rápido possível para uma base americana para ser interrogado. Como a CIA já operava em parceria com a USAF em relação aos Predators, o embaraço seria menor se fosse solicitada a Força Aérea o seu auxilio no socorro dos homens de Young. Com a permissão do Presidente dos EUA foi autorizada uma missão de resgate, na verdade uma missão Combat Search and Rescue (CSAR), ou seja uma missão de busca e resgate em combate. Para essa missão a USAF usaria dois Reaper e dois helicópteros HH-60G Pave Hawk do 64th Expeditionary Rescue Squadron. O HH-60G Pave Hawk é uma versão do Black Hawk especializada em C-SAR (Combat SAR) para resgate de pilotos abatidos, mas também é utilizado para infiltração e exfiltração de tropas em ambientes hostis de uma zona de combate, de dia ou de noite. A sua tripulação é normalmente constituída por piloto, co-piloto, mecânico de vôo e dois tripulantes/artilheiros e pode transportar até dez soldados. O helicóptero pode ser armado com metralhadoras M-60 montadas nas janelas laterais, M-240, ou GAU -2B, podendo também ainda montar duas .50 nas portas da cabine, uma de cada lado da aeronave. Um Reaper foi enviado imediatamente para dá cabo dos reforços inimigos que poderiam chegar a área de resgate, e um segundo Reaper decolaria praticamente junto com os HH-60G. Essa seria uma das primeiras missões CSAR em que não se usaria aeronaves de combate tripuladas, mas sim todas as aeronaves de suporte aéreo seriam UAV - Unmanned Aerial Vehicle. Eram 17:46h quando o pessoal da CIA encontrou um esconderijo nas colinas. Eles tinham comunicação segura através de seus rádios por satélites que podiam mantê-los em contato com Langley, com a base americana em Djibuti e também com os helicópteros de resgate. Young e seus homens estavam armados com fuzis de assalto HK416 e pistolas automática Glock, mas a tripulação do Dauphin só tinha pistolas automáticas Colt .45 para sua autodefesa. Antes do helicóptero da CIA ser destruído a tripulação conseguiu tirar seu kit de sobrevivência, que incluía rádios, sinalizadores, medicamentos, água e comida. No momento em que os americanos chegavam as colinas, o primeiro Reaper, codinome Jaw 01, iniciava o seu ataque ao comboio que tinha partido da aldeia de Ramahtira. Jaw 01 disparou dois mísseis Hellfire que destruíram dois dos três veículos do comboio, matando 20 homens e ferindo outros 12. Esse comboio não era mais uma ameaça para o pessoal de Young. Depois disto Jaw 01 foi interceptar o segundo comboio que tinha saído de Al Mukally com 60 homens. O resultado foi o mesmo, só que nesta caso foram disparados três mísseis Hellfire. Porém enquanto Jaw 01 tentava impedir que os homens de Ismail chegassem até o pessoal de Young através de comboio, homens transportados pelo Mi-24 chegaram até as colinas. O famoso helicóptero de fabricação russa tinha um tripulação de mercenários líbios, e estava transportando 8 homens muito bem armados e que conheciam aquelas colinas. Habilmente o piloto líbio desembarcou os homens em dois pontos diferentes. Eles estavam divididos em dois grupos de quatro, para facilitar a busca dos invasores. Por rádio cada equipe mantinha contato entre si e com o helicóptero. O Mi-24 era de fato uma séria ameaça a equipe da CIA pois estava fortemente armado com uma metralhadora de quatro canos de 12 mm e dois casulos lançadores de foguetes com 20 de foguetes de 80 mm S-8 em cada semi-asa da aeronave.
O Jaw 01 dispara um míssil contra alvos em terra
Em Langley os especialistas militares da CIA monitoravam toda a
movimentação das duas equipes inimigas em terra e do Mi-24. Os dois
HH-60G que tinham sido abastecidos próximo da costa do Iêmen por um um
MC-130P do 67th Special Operations Squadron, já estavam em espaço aéreo
da República de Abyan, como ali não havia nenhuma estrutura de defesa
aérea, eles não corriam nenhuma ameaça. Mas os homens de Ismail em terra
e o seu helicóptero podiam muito bem causar sérios problemas para o
resgate. Por isso que o segundo Reaper, codinome Jaw 02, foi enviado
para dá cabo desta ameaça. Usando um bomba guiadas por laser do tipo
Paveway, Jaw 02 eliminou toda equipe inimiga que estava a uns três
quilômetros de Young. Infelizmente a outra equipe estava perto demais
dos americanos, cerca de 150 metros, e o diretor da CIA não autorizou o
ataque de Jaw 02, com receio de que os americanos fossem atingidos. Como a prioridade era dá suporte a equipe americana em terra, Jaw 02 não teve permissão de perseguir o Mi-24. Young foi informado da posição da equipe inimiga pelo rádio, e manobrando pelos flancos com seus homens atacou o inimigo. O ex-sargentos das Forças Especiais dos EUA, Scott Kramer, abateu dois homens com sua pistola automática, mas um terceiro homem conseguiu atingi-lo na perna com uma rajada de uma metralhadora PKM, antes de ser abatido por Young, que também eliminou o quarto atirador inimigo. Kramer estava gravemente ferido e recebeu os primeiros-socorros. Mesmo assim Young começou a gritar no rádio para que os HH-60G chegassem logo, pois Kramer precisava de melhor atendimento. Felizmente em cada HH-60G haviam três PJs, ou pararescue, que são militares da USAF especializados em missões SAR e CSAR, que descem dos helicópteros para resgatar tripulações abatidas, inclusive abrindo caminho "a bala" se necessário for, e que são enfermeiros de combate altamente qualificados.
Um dos HH-60G do 64th Expeditionary Rescue Squadron Durante todo esse tempo, desde que foi capturado, Gazymov estava sedado, para suportar as dores da sua fratura, como também para não atrapalhar o deslocamento dos americanos, por precaução ela continuava algemado e também tinha uma fita adesiva em sua boca para não emitir nenhum som que chamasse a atenção de patrulhas inimigas. Como não havia mais ameaças por perto, os dois helicópteros de resgate receberam permissão de se aproximarem. Enquanto um deles pousava o outro helicóptero começou a circular sobre o local de pouso, dando cobertura. Nesse momento os artilheiros passaram a buscar "intrusos" que pudessem interferir no regate. Quando um dos HH-60 pousou os três pararecue que estavam nele desceram da aeronave, dois pelo lado direito da mesma e um pelo lado esquerdo, este para dá cobertura, montando guarda. Os artilheiros, um de cada lado do helicóptero, já estavam projetados para a frente, com suas metralhadoras à postos, atentos a qualquer ameaça. Os dois pararecue correram para o grupo de Young e se certificaram de que eram mesmo quem diziam ser e procederam a remoção de Kramer. Junto com o ex-sargento ferido, Young levou Gazymov ainda "grogue", deixando para trás a tripulação do Dauphin e os outros dois operativos da CIA. Como Kramere Gazymov seriam transportados de maca o primeiro HH-60G ficaria sobrecarregado para transportar todo mundo, ficando para o segundo helicóptero a tarefa de recolher o restante dos americanos, o que foi feito tão logo o primeiro HH-60G decolou e partiu em direção ao costa.
Depois dos muitos contratempos em terra para os agentes da CIA, eles
tiveram um vôo até Djibuti bem tranqüilo, e todos chagaram bem na base
secreta dos EUA. Para os americanos terminava mais uma missão, porém
para Gazymov era só o começo de uma longa jornada, pois na cabeceira da
pista da base estava esperando por ele um jato executivo Gulfstream V da
CIA que iria levá-lo para uma das prisões secretas da Agência.
Oficialmente ele foi morto junto com outros terroristas em um ataque
aéreo na República de Abyan, e esta versão dos fatos ficaria como
verdadeira enquanto fosse conveniente para a CIA. |