Operação Iron Mountain - III Guerra Mundial


As pontes sempre foram muito importantes na história militar. A conquista ou a retomada de uma delas poderia significar a vitória de um exército ou um caminho mais curto para o fim da guerra. São famosas as façanhas realizadas contas as pontes sobre o Orne, conquistadas antes do Dia-D em 1944, a tentativa de tomar a ponte em Arnhem ou a tomada da ponte de Remagem.

No dia 15 de agosto de 1985 a ofensiva para o norte do NORTHAG já havia reconquistado a Floresta Teutoburga, porém não conseguira abrir mais caminho pelas pesadíssimas defesas de flanco formadas a partir de um reagrupamento da retaguarda das forças do Pacto que, nesse momento, dificilmente poderia ser chamado de uma franca retirada, mas com todas as letras era uma retirada. A situação para as forças do Pacto de Varsóvia não estavam boas em nenhuma frente. O Grupo de Exércitos Sul-SOUTHAG, agora reforçado com tropas americanas vindas diretamente do outro lado do Atlântico, iniciou uma contra-ofensiva na direção da fronteira da Tchecoslováquia. 

Como se sabe na Região Central a retirada quase que imediata das Divisões soviéticas da Saliência de Krefeld, após o início da contra-ofensiva do NORTHAG a 15 de agosto, foi o início de um ordenado movimento para a retaguarda ao longo de toda a frente do Pacto de Varsóvia - com a única e possível exceção do extremo sul - sob firme controle tático soviético. Uma concentração de quatro Divisões soviéticas ao norte de Osnabrück, com frente para o sul, mantinha aberta a dobradiça sul de uma porta que poderia de outra forma ser fechada sobre as formações do Pacto que se moviam para o Leste, saindo dos Países Baixos e do extremo ocidente da República Federal, importunadas em seu caminho por ataques aéreos aliados e pela ação do II Corpo Britânico. A cabeça de ponte aérea aliada em torno de Bremen, que poderia ser a dobradiça da metade norte da porta do NORTHAG, estava sendo firmemente contida pelo inimigo; levaria algum tempo até que a limpeza de minas permitisse o acesso pelo mar. Existia uma pressão constante do sul a brecha entre a Floresta Teutoburga e o Mar do Norte jamais fora inteiramente fechada e as formações do Pacto podiam transitar por ele em direção ao leste, mesmo que fosse quase que só à noite. A artilharia Aliada provocou pesadas baixas e, apesar do ocasional estabelecimento de superioridade aérea local temporária pelas forças aéreas do Pacto, os ataques aéreos Aliados freqüentemente eram de devastadora eficácia. Uma renitente cortina de Divisões Blindadas e Motorizadas, entretanto, conseguia manter uma linha defensiva, o que, junto com contra-ataques locais, conseguia apenas impedir a ameaça do sul ao movimento para a retaguarda.

Um Leopard 1A3 da Alemanha Ocidental enfrenta as tropas soviéticas

No dia 16 de agosto pressentindo que uma frente estabilizada diante da Linha de Demarcação pré-guerra, era o que provavelmente aconteceria nos próximos dias, o carismático e agressivo comandante do VII Corpo dos EUA, Tenente-General Donald T. Lewis, ordenou que seus homens encontrassem uma ponte sobre o rio Meno, um dos afluentes do Reno, pela qual uma força blindada norte-americana conseguisse passar, cercar e destruir o maior número de tropas inimigas, que neste exato momento estavam, para sua irritação, ordeiramente se retirando para a fronteira da Alemanha Oriental. O General Lewis não queria, em suas próprias palavras, "sentar e ver os bárbaros fugirem para sua toca sem levarem um belo chute no traseiro". Lewis não concordava muito com o objetivo Aliado, não declarado é lógico, de não infligir uma derrota punitiva no campo de batalha aos exércitos do Pacto de Varsóvia, e sim permitir que essas tropas saíssem o mais rapidamente possível, da República Federal, com um mínimo de perdas Aliadas e danos colaterais.

A troca insistente de mensagens entre Lewis e o Comandante Supremo da OTAN eram lendárias. Lewis tinha a simpatia do Comandante da OTAN por ser um oficial determinado, que lutava pelo que queria e dava bons resultados. Lewis era muito jovem para ter lutado na Segunda Guerra Mundial, mas serviu no fim da Guerra da Coréia e viu bastante ação servindo na Cavalaria Blindada no Vietnã. Por sete anos esteve lotado na Alemanha, incluindo o seu tempo na Seção de Operações do QG das Forças Aliadas da Europa Central, comandou um regimento e depois uma divisão antes de ser destacado para o comando do VII Corpo em 1983.

 

 A ponte de Wilterzburg

Tendo Lewis conseguido o sinal verde do SHAPE (Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa) para procurar e explorar a referida ponte, no dia 17 de agosto, satélites militares e aviões de reconhecimento já tinham encontrado uma ponte sob o rio Meno em condições de ser usada.

Ela estava na pequena cidade alemã de Wilterzburg. Era uma bonita e solida ponte rodoviária de quatro mãos, com 120m de extensão, que tinha sido construída na década de 1960. A ponte ficava na verdade já um pouco fora do cidade. Ela estava intacta e agora estava sendo usada como uma das principais artérias para viabilizar a retirada das tropas do Pacto de Varsóvia, em sua caminhada de volta para o Leste. Quando as tropas soviéticas em sua avanço para o Oeste passaram por Wilterzburg, dois pelotões de uma Companhia de Infantaria do Landwehr da Alemanha Ocidental, formada por reservistas, em sua maioria agricultores e escriturários, sendo todos de meia-idade, receberam a missão de defender a ponte sobre o Meno. Mas diante do poder de fogo dos russos, que dizimaram três tanques Leopards 1A3 alemães que tentavam chegar à ponte para atravessá-la, os amedrontados reservistas resolveram fugir, deixando para trás muito material bélico, e no pânico da fuga o oficial comandante da tropa esqueceu de acionar as cargas explosivas que destruiriam a ponte, por isso ela estava agora intacta e bastante usada. Também existia em Wilterzburg uma ponte de corda construída pelos engenheiros militares soviéticos, posicionada a uns 500 metros ao norte da ponte de concreto. 

As 23:00h do dia 17 de agosto, o General Lewis ordenou ao seu Oficial de Operações a preparação de um plano para a captura da ponte de Wilterzburg intacta no máximo até o dia 22 de agosto. O General Gerald M. Dorsey convocou sua equipe de planejamento para elaborarem um plano emergencial para a tomada da ponte em poder dos soviéticos. No dia 19 de agosto, por volta das 07:25 ele apresentou o seu plano no QG de Lewis. Depois de discutir alguns detalhes e fazer pequenas alterações, Lewis aprovou a operação que foi chamada de Iron Mountain. Ele gostou muito em saber que a missão de tomar a ponte em Wilterzburg caberia ao 17º Regimento de Cavalaria Blindada, sob o comando do Coronel Mark Stuart, seu oficial preferido no VII Corpo, que liderava uma unidade de primeira classe. O 17º tinha três esquadrões (batalhões) de tanques com 41 Abrams cada um.

 

Um dos motociclistas do pelotão de reconhecimento do 17º Regimento de Cavalaria Blindada conversa com um dos soldados da infantaria motorizada.

O Coronel Stuart nasceu em 2 de agosto de 1945, no Brooklyn, New York. Quando criança sua família se mudou para New Jersey, e se graduou em 1962 na Woodbridge High School. Ele freqüentou a Universidade de Rutgers onde ganhou um Bacharel em Relações Internacionais. Foi um membro do programa Army Reserve Officer Training Corps, entrando no serviço militar como segundo tenente em 1966. Serviu como líder de pelotão em umas das companhias da 2ª Divisão Blindada, serviu dois turnos no Vietnã, um deles como oficial de ligação junto a unidades blindadas do Exército da República do Vietnã do Sul e de volta aos EUA serviu como comandante de companhia na 24ª Divisão de Infantaria (Mecanizada). Entre 1980-1981 cursou a Army War College, comandou um esquadrão na 1ª Divisão Blindada, sendo promovido a Coronel em 1982 e assumindo o comando do 17º Regimento de Cavalaria Blindada em 1984. Desde que voltou do Vietnã, Stuart servia ou treinava sempre na Europa, principalmente na Alemanha Ocidental, obtendo o respeito e a admiração dos seus colegas militares alemães ocidentais e britânicos, por ser um oficial determinado e um excelente tático na guerra dos blindados.

Imediatamente Stuart foi chamado ao QG do VII Corpo e informado por Lewis e Dorsey dos planos para Wilterzburg. Saindo de lá o comandante do 17º colocou seus oficias para trabalharem nos detalhes da operação e a pensarem na melhor forma de executá-la. As palavras de ordem eram: rapidez e oportunidade, pois o tempo para destruir os soviéticos estava se esvaindo. A tomada da ponte em Wilterzburg foi marcada para 06:15h do dia 22 de agosto.

Afortunadamente o pelotão de reconhecimento do 17º Regimento de Cavalaria, usando motocicletas, encontrou na tarde do dia 20 de agosto, um caminho seguro para se chegar até Wilterzburg. Era uma velha estrada de terra que foi aberta na década de 1960 para manobras da OTAN. Sua largura era suficiente para se passar dois blindados lada a lado. Por pouco tempo ela foi usada depois das manobras, pois os fazendeiros preferiam usar as estradas pavimentadas, além do mais o terreno era privado, pertencendo a uma multinacional da industria petroquímica. Seria por este caminho que uma força blindada apoiado por helicópteros de ataque partiria em direção a Wilterzburg.  

Porém existia um detalhe em relação a tomada das pontes sobre o Meno. Ambas as pontes em Wilterzburg tinham cargas explosivas instaladas nelas, e com certeza, diante da menor possibilidade de perdê-las, os soviéticas iam mandar aquelas pontes pelos ares. Por isso seria necessário eliminar essa ameaça, e foi ai que o General Dorsey lembrou-se de um projeto em que ele tinha trabalhado no verão de 1979 em parceria com as Forças Especiais dos EUA e a CIA.

Esse projeto tinham por objetivo treinar militares americanos para se passarem por soviéticos com objetivo de semear os caos na retaguarda inimiga. Esse homens deviam falar russo fluentemente e saberem detalhes do funcionamento do Exército Vermelho, além de musicas populares, história e folclore russo. Deviam ser capazes de se infiltrarem entres as tropas inimigas e viverem entre elas no objetivo do comprimento da sua missão. Era sabido que os soviéticos usaram tropas da Alemanha Oriental disfarçadas de alemãs ocidentais, com veículos M-113 e tanques M-48 capturados no Vietnã para se infiltrarem nas linhas aliadas. Forças Spetsnaz também se disfarçaram de tropas da OTAN. Com essa informação dada por Dorsey, o General Lewis conversou com o Comandante Supremo e teve acesso a alguns homens que trabalharam nesse projeto secreto, que para sua surpresa ainda estava ativo.

Check-point

Às 23:50 do dia 21 de agosto de 1985 um veículo soviético equivalente ao Jeep, um UAZ-469, com dois oficias da KGB, atravessou a ponte rodoviária de Wilterzburg na direção do Leste. Seus ocupantes usavam uniforme camuflado soviético padrão de batalha no modelo usado pelas tropas de Classe A, com o emblema "Segurança de Estado" no ombro. Era uma forma de intimidação institucional que era bem do feitio da KGB e que amedrontava a todos em sua volta.

O Major Vladimir Orlov perguntou a um dos guardas de transito no lado oriental da ponte aonde era o posto de comando do encarregado pela segurança daquela ponte. Bem intimidado pela presença daqueles dois homens com olhares frios, o jovem sargento de 22 anos apontou em direção a uma rua transversal e um prédio de um andar só, pintado de verde claro, a cerca de 150 metros da ponte.

 

Este soldado soviético é de uma das unidades de infantaria motorizada. Ele usa um uniforme de verão, seu capacete é do Modelo 40 e sua arma é um fuzil automático AK-74 de 5.45mm, que é uma versão do famoso AK-47 de 7.62mm.

O veículo que era guiado pelo Capitão Pyotr Drozdov parou em frente ao prédio, e ambos os oficiais da KGB desceram. A sentinela em frente ao prédio os abordou, mas diante das insígnias da KGB e os passes de identificação deu um passo para trás e abriu passagem. Um tenente apareceu e encaminhou os dois homens da KGB à presença do oficial comandante. O Coronel Andrei Rozhkov estava falando no rádio com um de seus comandados e rapidamente desligou quando viu os oficiais entrando em sua sala. Ele comandava o Batalhão de Infantaria Motorizada que protegia a ponte de Wilterzburg e sua unidade consistia de um reduzido Estado-Maior com quatro oficiais, um suboficial e e oito praças, com um efetivo de cerca de 700 homens, com uma companhia de treze tanques, uma bateria de seis canhões, uma bateria de morteiros, armas antiaéreas, um pelotão de armas antitanque, elementos de reconhecimento e engenharia,  sessenta metralhadoras leves e 356 fuzileiros. Esses batalhões também tinham trinta BMP-2 armados com um canhão 2A42 de 30mm, metralhadora coaxial de 7.62mm, e lança mísseis antitanque Konkurs AT-5. A tripulação de cada BMP-2 era 3 de homens (comandante, artilheiro e motorista) e mais 7 soldados.

Mesmo sendo hierarquicamente inferior ao Coronel Rozhkov, o Major Orlov falou de forma arrogante, lembrando a Rozhkov que o controle do trafego na margem oriental do Meno pertencia ao KGB e que ele devia comunicar imediatamente ao QG em Bayreuth qualquer movimentação de tropas alemãs orientais por aquela ponte. Rozhkov percebeu que o olhar de Orlov deixou transparecer que os camaradas alemães diante do recuo das tropas do Pacto de Varsóvia deviam ser vigiados para se evitar fugas em direção ao Ocidente.

O oficial da KGB também reclamou que a guarda na ponte estava um pouco relaxada e que ia comunicar aos seus superiores essa falta de prontidão. O Coronel Rozhkov disse que isso não era necessário e que os responsáveis seriam punidos com rigor. O Major Orlov não tinha como saber, mas o coronel tinha um amigo oficial que a cerca de três anos atrás por causa de uma denuncia de displicência feita por um oficial da KGB foi rebaixado e enviado para o Afeganistão onde veio a morrer nas mãos dos rebeldes afegãs. A espinha de Rozhkov gelava só de pensar nessa possibilidade. Quando a pergunta seguinte foi feita, Rozhkov não ofereceu nenhuma resistência em respondê-la: "Aonde estar a chave que aciona as cargas explosivas das pontes?" Em tom arrogante o Major Orlov disse que queria saber como estava o nível de prontidão em relação as cargas.

O Coronel soviético levou os dois oficias da KGB para uma livraria localizada a 50 metros de onde estava o seu QG. Na frente da loja haviam sacos de areia e dois soldados guarneciam uma metralhadora enquanto outro armado com um fuzil automático AK-47 montava guarda na porta. Lá dentro havia dois oficias, engenheiros militares que se comunicavam com o QG de Rozhkov por cabos telefônicos e podiam ver por uma janela claramente o tráfego pela ponte. Diante de todo o esquema de segurança em relação as cargas explosivas e os protocolos para seu acionamento, pela primeira vez o Major Orlov elogiou o Coronel Rozhkov, e disse que se providências rígidas fossem tomadas quanto a segurança na ponte, ele não iria fazer nenhum relatório ao QG em Bayreuth, mas lembrou que toda movimentação de tropas da Alemanha Oriental por aquela ponte deveria ser imediatamente comunicada. Os dois militares da KGB entraram em seu veículo e foram embora, ao sumirem em uma esquina mais adiante, Rozhkov, aliviado, retirou o seu quepe e enxugou o suor em sua testa, voltando para seu QG em seguida.

Ao mesmo tempo que os dois homens do KGB estavam com o coronel soviético, um caminhão de transporte Ural-375D parava no último bloqueio da Polícia Militar antes da ponte. Ao volante estava o cansado e faminto sargento Alexandr Gorov, que transportava uma carga de material para construção de pontes provisórias. No bloqueio Gorov apresentou sua identificação e disse que essa carga estava destinada ao 28º Regimento de Guardas que tinha passado pela ponte a dois dias atrás. Informou que estava tendo problemas no motor e que precisava de um mecânico. O guarda disse que do outro lado da ponte tinha uma oficina, mas que ele não quebrasse o caminhão em cima da ponte, pois o oficial encarregado era capaz de jogar o seu veículo lá de cima. Sendo liberado no bloqueio Gorov mal guiou por 20 metros e começou a sair fumaça de seu capô. Os guardas no bloqueio deram de ombro e olharam para outro lado. Por ali havia alguns veículos que também quebraram e que simplesmente eram tirados do meio do caminho e deixados de lado, pois no fundo todos queriam sair dali e voltar para a segurança da fronteira da Alemanha Oriental. Gorov engatou o ponto morto e com a ajuda de alguns homens empurrou o seu caminhão para fora da estrada indo colocá-lo bem atrás das posições da defesa antitanque, posicionadas a uns 900 metros da ponte. O sargento passou mais 40 minutos tentando fazer seu caminhão funcionar com a ajuda de um outro soldado que apareceu. Sem sucesso Gorov agradeceu a ajuda do camarada e disse que ia procurar alguma coisa para comer e um lugar para dormir e que pela manhã ia ver o que fazia com o caminhão e desapareceu.

Caminhão soviético Ural-375D 4.000kg 6 x6

Precisamente às 06:15 um bombardeiro General Dynamics F-111F Aardvarks lançou uma bomba Mk 84 de 957kg com o kit Paveway II GBU-10 guiada por laser contra a livraria verde onde estava instalada a chave que acionaria as cargas explosivas instaladas nas pontes. Outra bomba semelhante foi lançada por outro F-111 no QG do Coronel Rozhkov matando todos que estavam no local. Mesmo com mísseis terra-ar em seu encalço as aeronaves americanas conseguiram escapar.

Perto dali, deitado em uma pequena colina, escondido entre os arbustos, depois de ver as explosões das Paveway, o Sargento Alexandr Gorov (na verdade o boina verde Tenente Anderson Phillip, do 10° SFGA - Special Forces Group Airborne, baseado em Stuttgart, Alemanha Ocidental), acionou um botão que detonou uma carga explosiva equivalente a 5.000 kg de TNT instalada no caminhão Ural-375D "avariado". Ao seu lado estavam o Major Orlov (Capitão James Harvey - 7º SFGA) e o Capitão Pyotr Drozdov (Capitão Ryan McIntosh - 10º SFGA).

A explosão varreu como a mão de um gigante invisível e furioso, a maior parte das defesas antitanque instaladas na margem ocidental da ponte de Wilterzburg. A cena era chocante, havia destruição para todo o lado, muitos homens mortos, muitos feridos, veículos incendiados, muita fumaça. As baterias antiaéreas começaram a disparar para todos os lados, pois se pensava que um bombardeiro aéreo tinha causado tamanha destruição. Mas não fora nada daquilo. Os americanos tinham aprendido uma lição dura em Beirute no ano de 1983 quando um caminhão bomba destruiu o quartel dos fuzileiros navais dos EUA, matando mais de 240 homens.

Avanço

As forças blindadas da OTAN estavam posicionadas a uns 20 minutos da ponte. Quando se ouviu a gigantesca explosão o Coronel Stuart ordenou o avanço em direção a ponte de Wilterzburg. Os tanques M1 Abrams tinham um dispositivo no motor que limitava a sua velocidade a cerca de 70km/h, a dois dias atrás o Coronel Stuart ordenou que esse dispositivo fosse retirado de todos os tanques imediatamente para que seu avanço pudesse ser mais rápido.

Um tanque M1A1 Abrams do US Army em corte e sua tripulação de quatro homens

Tanque M1A1 Abrams do US Army na Alemanha Ocidental

Mesmo assim a progressão foi bastante cautelosa. Apesar da cobertura cerrada dos helicópteros de ataque AH-64, os veículos na vanguarda sempre checavam com maior cuidado cada curva do trajeto, para ver se os Apaches tinham perdido algum veículo inimigo ou mesmo uma pequena equipe de infantaria com um lançador de míssil antitanque. Uma das unidades engajadas no avanço era a Tropa A, 2º Esquadrão do 17º Regimento de Cavalaria Blindada, que tinha 14 tanques M1 Abrams e seu comandante era o Capitão Albert Francis.

Apesar de todo o cuidado, o avanço transcorreu sem maiores problemas. No trajeto dois blindados de transporte de tropas BTR-60 foram avistados, porém rapidamente destruídos pelos helicópteros com seus mísseis Hellfire. Os M-1 com sua turbina a gás não faziam o barulho dos tanques movidos a diesel e até que eles estivessem alguns metros perto de você não era possível perceber a sua presença no campo de batalha. E uma combinação de baixo ruído e alta velocidade fez com que os blindados da OTAN chegassem a Wilterzburg, por um caminho alternativo para surpresa dos soviéticos.

 

Comandante de um tanque M1A1 Abrams do US Army. Ele usa uniforme de verão e estar armado com uma submetralhadora M3A1 e uma pistola Colt .45

Os tanques da vanguarda rapidamente miraram e disparam em qualquer coisa que mesmo vagamente lhes parecesse perigosa. Os canhões dos M-1 ceifavam seus alvos de forma metódica e eficiente. Neste momento duas tropas completas já estavam no local e uma terceira se aproximava. Os M-2 Bradley com seus canhões rápidos de 25mm começaram a varrer as posições da infantaria soviética e também as da defesa antiaérea. Vários caminhões inimigos começaram a ser incendiados, causando grande confusão no inimigo que ainda estava aturdido pela ação do caminhão bomba.

A primeira ponte a ficar desimpedida foi a ponte de corda, e uma companhia da infantaria motorizada transportada por blindados Bradley atravessou para a extremidade oriental da cidade, sendo seguida por outra companhia de infantes. Pouco depois os soldados da OTAN tomaram a ponte de concreto e os M-1 começaram a atravessá-la.

Aviões A-10 Thunderbolt davam cobertura ao assalto terrestre atacando posições inimigas mais na retaguarda soviética, impedindo que blindados hostis chegassem para dar apoio aos defensores. Esses A-10 pertenciam a 81ª Tactical Fighhter Wing, lotados originalmente na base da RAF de Bentwaters-Woodbridge, na Inglaterra, que tinha cerca de seis esquadrões, e que no inicio da guerra foram transferidos para a Alemanha Ocidental. A notável maneabilidade do A-10A lhe dava uma vantagem em baixa altitude, à velocidade normal de cruzeiro, sobre todos os sistemas de proteção disponíveis, enquanto procurava os alvos, só emergindo na zona de alto risco. O A-10A emergia o tempo suficiente para que pudesse enquadrar o alvo, e descia rapidamente, de modo que o tempo para localização visual pelas defesas antiaéreas do inimigo ficasse reduzido ao mínimo. A velocidade do A-10A, de fato, é bem baixa: 682 km/h em vôo nivelado; com carga máxima e a 1.525 m, não passando de 623 km/h. Mas como se espera que o Thunderrbolt II passe a maior parte do tempo entre 15m e 30m m sobre o campo de batalha, a maneabilidade é que contava mais. E nisso o A-10A é muito bom: poucos aviões têm o seu notável raio de giro. Além disso, é capaz de decolar com uma carga respeitável mesmo em pistas de 305 m (com peso máximo, precisa de 1.220 m).

O Thunderbolt II operavam a partir de bases com recursos limitados perto das zonas de batalha. Uma característica incomum é que muitas das peças da aeronave são intercambiáveis entre os lados esquerdo e direito, incluindo os motores, trem de pouso principal e estabilizadores verticais, o que facilitava em muito a sua manutenção. O trem de pouso robusto, pneus largos e de baixa pressão e asas altas permitiam a operação em pistas curtas e semi-preparadas, mesmo transportando uma pesada carga de armamentos, permitindo assim que a aeronave operasse mesmo a partir de bases aéreas danificadas. Caso as pistas fossem seriamente danificadas em um ataque, os A-10 podiam operar a partir rodovias em linha reta, como as Autoban na Alemanha, o que fizeram algumas vezes.

O avião foi projetado para ser reabastecido, rearmado, além de outros serviços com o mínimo de equipamento e pessoal. Operando a partir de uma área avançada ele foi extremamente útil no apoio aéreo aproximado, que podia ser prestado em pouco tempo.

Inacreditavelmente toda a ação durou cerca de 22 minutos. O Batalhão de Infantaria Motorizada não foi páreo para enfrentar o bem treinado 17º Regimento de Cavalaria Blindada do Exército dos EUA. O Coronel Stuart ordenou que sem perda de tempo posições defensivas fossem estabelecidas. A infantaria motorizada começou a instalar posições para suas armas antitanque e equipes de mísseis Stinger começaram a se posicionar também, pois com certeza um ataque aéreo inimigo chegaria em breve. Os tanquistas começaram a camuflar seus blindados com árvores cortadas e a montar posições defensivas atrás de entulhos de casas e prédios destruídos. Neste mesmo tempo veículos transportando munições paravam por breves momentos perto da cada M-1 e suas tripulações pegavam cerca de 15 projéteis. As viaturas blindadas especializadas em socorro também começaram a rebocar os tanques avariados para serem o mais rapidamente reparados.

Informado da conquista de Wilterzburg, o General Lewis começou a enviar mais reforços para o local. Tropas blindadas da Alemanha Ocidental, de excelente qualidade também foram destacadas para apoiar os americanos na margem oriental do Meno em Wilterzburg. 

O Capitão Albert Francis saltou de seu blindado e foi checar a posição de seus tanques. Conversou com o oficial comandante da companhia de infantaria para a qual foi destacado para apoiar e trocaram algumas idéias sobre defesa e ataque. Naquele instante havia três batalhões de infantaria motorizada em Wilterzburg, que eram apoiados por dois esquadrões blindados.

Tanque M1A1 Abrams posicionado em um bosque próximo a Wilterzburg

Contra-ataque

No começo da tarde os soviéticos iniciaram o seu contra-ataque. Duas baterias de lançadores móveis de foguetes disparam contra as posições dos americanos. O Capitão Francis em sua posição pode ouvir o barulho dos fragmentos batendo contra a sua blindagem. Os tanques estavam em abrigos na terra preparados as pressas pelo pessoal da engenharia e seus tratores bulldozers. A espessa blindagem mantinha a maioria do barulho lá fora, mas quando a terra tremia sob seus pés, o choque vinha pela suspensão do M-1, e cada tripulante refletida sobre a força necessária para mover um tanque de sessenta toneladas. O bombardeio russo levantou muita fumaça e nuvens de areia que envolveu toda a área. As tripulações dentro dos tanques ativaram seus visores térmicos. O visor térmico do artilheiro do M-1 media a diferença da temperatura e podia penetrar a fumaça. O comandante da Tropa A, entrou em contato com seus homens pelo circuito de comando. Passando novas informações e reforçando as ordens que foram dadas, liberando seus tanques para a batalha.

 Inimigo em vista  Relatou o artilheiro. Os soviéticos neste instante estavam lançando um contra-ataque com dois batalhões motorizados.

 Alvo de Tanque, às onze horas. Disparar! Disse o Tenente Lawrence no comando de um dos tanque M-1 da Tropa B, posicionada estrategicamente para dar apoio mútuo a Tropa A.

O artilheiro bem treinado, mirou a esquerda e centrou a retícula da mira no tanque inimigo mais próximo. Seus polegares apertaram o botão do laser e um fino raio de luz ricocheteou no alvo. O telêmetro mostrou em sua mira: 1.270 metros. O computador de controle de fogo plotou a distância ao alvo e a velocidade, elevando o canhão de 105 mm. O computador também mediu a velocidade e a direção do vento, como a densidade do ar e a umidade, além da temperatura do ar e os cálculos dos obuses do próprio tanque, tudo que o artilheiro tinha que fazer era colocar o alvo no centro de sua mira. Toda esse processamento computadorizado durou menos de dois segundos, e os dedos do artilheiro acionaram o gatilho. O canhão do tanque recuou com o coice do disparo, ejetando o cartucho usado de alumínio. O obus se abriu no ar, com a liberação do projétil, que era um dardo (um perfurador de urânio empobrecido) de 40 milímetros feito de tungstênio e urânio que cruzou o ar a quase dois quilômetros por segundo. O projétil atingiu o alvo um segundo mais tarde na base da torre de tiro, matando todos lá dentro.

O mortífero dardo (um perfurador de urânio empobrecido) do projétil do M-1 Abrams é liberado rasgando o ar em direção a seu alvo.

As artilharias americana e alemã posicionadas na retaguarda davam apoio aos defensores da ponte em Wilterzburg. O comandante do 17º Regimento de Cavalaria Blindada, Coronel Mark Stuart acompanhava toda a ação de sua posto de comando. Devido a fumaça, ele não podia ver direito o que acontecia no campo de batalha. Tudo que podia ver eram bolas de fogo laranja dos veículos explodindo, e só olhando não havia maneira de saber bem de quem eram os veículos. Mas o Coronel se mantinha todo tempo com seu fone de ouvido do rádio e dava ordens a todo tempo para os seus comandantes das subunidades.

 Tanque T-80 com uma antena, saindo da linha das árvores.  Falou o Capitão Michael Collins, a frente da Tropa B.

 Tá na mira!  O artilheiro respondeu. Ele viu quando um T-80K soviético com uma grande antena de rádio projetando-se da torre se movimentava para a direita. O Capitão Collins, pensou que poderia ser o comandante de uma companhia ou talvez até de um batalhão, e imediatamente ordenou que o artilheiro disparasse. O tanque inimigo fazia um ziguezague, mudando de direção a cada cinco segundo dificultando a mira, mas mesmo assim foi atingido, porém a sua tripulação (no T-80 era composta apenas de três homens: comandante, motorista e artilheiro) teve condições de pular para o meio da batalha, se sentindo completamente aturdida sem a proteção da couraça de sua tanque.

Collins e sua tripulação não sabiam, mas tinham acabado de colocar fora de ação o tanque do Capitão Nikolai Vasilov, que tinha assumido a dois dias o comando do 22º Batalhão Independente de Tanques (Guardas), depois que seu antigo comandante foi morto em um ataque de aeronaves A-10. O Batalhão de Vasilov era composto por cinco companhias, cada uma com 10 tanques T-80. Esses eram os melhores tanques soviéticos, e estavam armados com o grande canhão D-81TM de 125mm. O batalhão de Vasilov estava anexada a 37ª Divisão de Infantaria Motorizada, Classe B, que tinha um regimento de tanques e dois regimentos de infantaria motorizada. A unidade de Vasilov, de Classe A, foi anexada com a missão de servir de forças precursora, abrindo o caminho para as outras unidades blindadas. Seu batalhão era uma unidade bem treinada, com 60% de seus homens de origem eslava (principalmente russos, mas também um bom número de ucranianos e bielorrussos). Estas tropas normalmente não causavam muitos problema e pelos menos elas podiam falar um russo decente, assim pensava Vasilov. O segundo em comando do Batalhão era o Tenente Viktor Durnov, que não eram muito experiente e não estava a altura de assumir o comando do Batalhão, o que refletiu no desempenho da unidade em seguida. Vasilov bem que tentou voltar para as linhas soviéticas, mas estava com sua perna esquerda seriamente ferida e foi capturado, junto com seu artilheiro, por uma unidade de infantaria a bordo de um Bladley.

Tanque soviético T-80 de uma unidade blindada de Guardas

Um veículos soviético com um canhão antiaéreo procurou se posicionar em uma pequena colina, conhecida como Colina 173, mas foi imediatamente colocado fora de ação por um míssil antitanque disparado por homens da infantaria motorizada.

O apoio aéreo chegou bem na hora. As feiosas aeronaves A-10 Thunderbolt Warthong se lançaram contra o inimigo com uma impressionantes coragem e determinação. O pessoal dentro dos Abrams e Bradley, estavam torcendo para que os pilotos conseguissem no calor da batalha distinguir as ovelhas dos cabritos. 

Um A-10 deu um rasante pelo frente de batalha disparando o seu temível canhão, que fez com que o nariz da aeronave sumisse em meio a fumaça. O piloto destruiu quatro tanques T-72, antes de sua aeronave ser atingida por um míssil SA-7. O piloto mesmo com seu avião avariado, os Thunderbolt eram famosos por sua capacidade de suportar grandes danos, conseguiu virar para o Oeste e partir para a segurança das linhas da OTAN.  Infelizmente outro A-10 não teve tanta sorte e foi riscado dos céus por um míssil terra-ar soviético, e os destroços da aeronaves se espalharam por uns 300 metros.

Um A-10 Thunderbolt Warthong dispara o poderoso canhão GAU-8 Avenger tipo Gatling, de 7 canos, calibre 30 mm. Tem duas cadências de tiro: 2.100 ou 4.200 disparos por minuto, podendo atingir a mais alta em apenas 0,55 segundos. O carregador leva um máximo de 1.350 projéteis, explosivos, incendiários ou perfurantes. A munição explosiva foi planejada para ser usada contra os alvos que oferecem relativamente pouca resistência, como veículos ou depósitos de suprimentos; a perfurante serve para os alvos duros, tanques e transportes blindados. A munição mais pesada é a API (Armour-Piercing Incendiary, perfurante incendiária), de 0,75 kg, apesar de ser em alumínio. Um projétil de 0,43 kg sai do tubo a uma velocidade inicial de 988 m por segundo, quase três vezes a velocidade do som. Com seu canhão, o A-10 pode atingir um alvo que se encontre a mais de 7.000 m, disparando um projétil que pode perfurar a blindagem de qualquer carro médio de combate, mesmo do moderno T-80 russo. Ainda que compatível com uma grande variedade de armamentos, a combinação mais comum utilizada na destruição de tanques junta 4 ou 6 mísseis ar-terra Maverick (como os desta ilustração), apoiados pelo canhão GAU-8A, que pode se ocupar dos alvos a curta distância ou ficar de lado como "reserva".

Helicópteros Apache AH-64, auxiliados por helicópteros OH-58 Kowa, depois que os A-10 foram embora também, apareceram sobre o campo de batalha. Mais pareciam insetos gigantes, que furtivamente pairavam sobre o terreno e cuspiam fogo, ceifando vidas, com uma impressionante eficiência. Os soviéticos não contavam com uma coordenação tão eficiente entre as forças em terra e no ar. O segredo era a presença constante de controladores avançados com as tropas em terra, e uma larga experiência dos americanos com o apoio aéreo aproximado que remontava da época da Segunda Guerra, passando pelo Guerra da Coréia e Vietnã.

Visão, a partir da torre de um M-1 Abrams, de um ataque realizado pelos AH-654 e OH-58 contra as tropas soviéticas

A infantaria soviética já bastante castigada tinha caído pela metade da sua força, muitos de seus transportes estavam destruídos logo atrás dela. Mesmo assim os soldados inimigos tentaram envolver as posições da OTAN sem muito sucesso, pois aeronaves de apoio aéreo aproximado e a artilharia aliada se juntaram para impedir a manobra soviética. Dois Thunderbolts passaram sobre a infantaria inimiga e lançaram munições cluster contra a formação causando grandes baixas.

Alguns helicópteros soviéticos apareceram mais foram alvo de um implacável fogo antiaéreo e de caças da OTAN guiados pelos AWACS que os interceptaram e destruíram, a maioria ainda na retaguarda inimiga. Reforços soviéticos na forma de soldados e tanques também estavam tendo dificuldade de chegar perto de Wilterzburg, pois eram alvos de caças bombardeiros F-16 e F-111.

A artilharia aliada posicionada a muitos quilômetros na retaguarda conseguiu localizar a posição do comandante soviético do contra-ataque através de suas constantes transmissões de rádio. Ele estava numa casamata de comando que havia sido apressadamente construída com troncos e terra, com um metro de cobertura superior. Vinte homens estavam amontoados dentro dela. Imediatamente uma bateria inteira de canhões de 155 mm foi acionada para destruir o QG inimigo. O que foi feito com sucesso e causou uma tremenda confusão na coordenação das ações ofensivas soviéticas contra a ponte.

Essa ação foi uma constante durante todo o conflito, pois com tecnologia mais avançada, os Aliados conseguiram empregar sistemas cuidadosamente coordenados de interceptação e interferência contra as comunicações soviéticas, que se mostrou de valor inestimável nas batalhas terrestres. As forças da OTAN podiam com bastante eficiência localizar a posição das baterias de canhões e de mísseis do inimigo, atacando-as e interferindo em sua capacidade de retaliação. Também foi estabelecida uma política de ataque centrada nos mecanismos inimigos de comando e controle - o que rendeu excelentes dividendos, pois o sistema soviético de comando operacional era bastante sensível a quebra da cadeia de comando. Em sua sociedade policial, a autonomia e a iniciativa não eram incentivadas. Quando privados de comunicação com seu Quartel General divisional, os comandos regimentais não conseguiram tomar rapidamente decisões em um cenário fluído de combate. Isso gerava muitos atritos e ansiedade, e os sistemas de interceptação da OTAN captavam cada vez mais freqüentes pedidos de novas instruções para se atender situações inesperadas. Isto também se aplicava a nível de Batalhão e Companhia.

Com mais da metade de seus tanques destruídos e sua infantaria motorizada bem enfraquecida, o contra-ataque soviético perdeu totalmente a força. Os tanques sobreviventes ligaram seus geradores de fumaça e recuaram para o Leste indo depois em direção ao Norte, deixando para trás muitos mortos e feridos e uma grande quantidade de equipamento bélico avariado ou destruído.

Os Tanques Abrams foram reforçados por Tanques Leopard 2A3 com seus formidáveis canhões L55 de 120 milímetros desenvolvido pela Rheinmentall GmBH da Rastingem., e partiram em perseguição ao inimigo. No final da batalha no dia 26 de agosto de 1985, duas divisões de infantaria motorizada soviética (cada uma com um regimento de tanques e dois regimentos de infantaria motorizada) Classe A e B tinham sido massacradas nos campos localizados na margem oriental da ponte de Wilterzburg e outra divisão soviética estava cercada na margem ocidental, e completamente sem forças para tentar romper o bolsão em que se encontrava. O General Donald T. Lewis estava exultante com sua grande batalha, que ficou conhecida nos livros de história militar como a Batalha de Wilterzburg.

A partir da junção com o NORTHAG, que estava agora ocupando a linha que corria do norte para o leste através de Hildesheim, o CENTAG manteve contínua e pesada pressão sobre as formações do Pacto movendo-se para o leste (sem que houvesse mais nenhuma batalha de aferramento) até o sul, na junção com o SOUTHAG.

A 28 de agosto não havia qualquer tropa do Pacto de Varsóvia que se encontrasse em qualquer ponto da área do CENTAG (a não ser as capturadas), a oeste da Linha de Demarcação. Ficava claro, entretanto, que qualquer avanço de tropas Aliadas através da Linha seria violentamente resistido e as ordens do Comando Aliado na Europa, naquele momento, eram para que se ficasse ali. A 30 de agosto as forças do Pacto consolidaram-se ao longo da Linha de Demarcação a não ser nas vizinhanças de Hamburgo. Aqui o Rio Elba era a frente.


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