Perfil da Unidade
BRITISH COMMANDOS
ARMAS, UNIFORMES E EQUIPAMENTOS
As
principais armas individuais dos Commandos eram
as submetralhadoras Sten e
Thompson M1 e
o fuzil
Lee Enfield No. 4
Armas
Durante toda a Segunda Guerra Mundial as principais armas dos comandos foram
aquelas usadas regularmente pelo Exército britânico. Uma exceção foram os
Commandos 1 e 6, que utilizaram os M1 Galand americanos, que foram distribuídos
na ocasião da invasão da África, durante a Operação Tocha, em 1943. Apesar de
ter as armas aliadas como padrão, os comandos também treinavam com armas
capturadas do inimigo. Os Commandos também tinham a sua disposição silenciadores
e explosivos plásticos.
Os comandos eram muito criativos no uso de suas armas, chegando a usar o fuzil
antitanque Boys, contra uma torre de um canhão antiaéreo alemão e a arma
antitanque PIAT, contra edificações. Os comandos também usavam suas brens em
"baterias de tiro" em apoio aos ataques das seções de fuzileiros.
Submetralhadora Sten -
Inglaterra
Necessitando repor os estoques de armas, após a
derrota em Dunquerque, os militares britânicos encomendaram o desenvolvimento de
uma submetralhadora simples, para produção acelerada. Baseados nos conceitos de
produção em massa da MP38 alemã, engenheiros da Enfield desenvolveram a Sten,
produzindo cerca de 100 mil exemplares em poucos meses. Extremamente feia e
rústica, foi no início encarada com desconfiança pelas tropas, porém provou ser
eficiente. Um item exclusivo dos Commandos eram silenciadores para suas Sten.
Especificações
Modelo: Mk II
Calibre: 9 mm
Comprimento: 762 mm (total) e 197 mm (cano)
Peso: 3,7 Kg (com carregador)
Carregador: Pente com 32 cartuchos (mas normalmente só se usavam 30)
Cadência de Tiro: 550 tpm
Velocidade Inicial do Projétil: 365 m/s.
Submetralhadora Thompson M1 -Estados Unidos
Famosa graças aos gangsters e o cinema americano, a Thompson (Tommy) era uma
arma refinada, com coronha e empunhadura de madeira. Utilizada durante a 2ª
guerra pelo exército americano e seus aliados, com modificações para facilitar
sua produção, incluindo a substituição do complicado (e sujeito a falhas)
carregador de tambor, por um carregador reto convencional (modelo M1A1).
Especificações
Modelo: M1A1
Calibre: 11,43 mm (.45)
Comprimento: 813 mm (total) / 267 mm (cano)
Peso: 4,74 Kg (com carregador)
Carregador: Pente com 20 ou 30 cartuchos
Cadência de Tiro: 700 tpm
Velocidade Inicial do Projétil: 280 m/s
Metralhadora Bren Gun Mk I
Baseada na metralhadora tcheca ZB vz.33, a Bren
(da junção das letras BR, de Brno, sede da firma ZB e EN de Enfield Lock, onde
foi produzida na Inglaterra), era robusta e confiável, sendo produzida durante
toda a guerra. Após a derrota em Dunquerque, onde milhares delas foram perdidas,
foi simplificada para produção em massa, sendo ainda empregada no pós-guerra por
muitos anos.
Especificações
Modelo:
Bren Mk I
Calibre: 7,7 mm
Comprimento: 115,6 cm
Comprimento do Cano: 63,5 cm
Peso: 10 Kg
Carregador: Pente para 20 cartuchos
Cadência de Fogo: 500 tiros/min.
Velocidade Inicial: 744 m/seg.
Fuzil Garand - Estados Unidos
Garand - Fuzil semi-automático desenvolvido em 1936 nos Estados Unidos,
equipando toda sua infantaria, a exceção de um homem em cada esquadra, que usava
um fuzil de ferrolho para tiro de precisão, desta forma a infantaria americana
foi a única totalmente equipada com uma arma semi-automática durante a guerra. O
general Patton disse sobre o Garand: ele foi "a maior ferramenta de combate
jamais desenhada".
Especificações
Modelo: M1
Calibre: 7,62 x 63 mm
Alimentação: clipe de oito cartuchos, era impossível alimentação individual de
cartuchos
Velocidade inicial: 822,96 m/s
Comprimento total: 109,22 cm
Comprimento do cano: 60,96
Peso: 4,3 kg
Miras: de abertura ajustável, 100 a 1200 jardas
Método de operação: recuperação a gás
Tipo de fogo: tiro a tiro
Fuzil Lee
Enfield No. 4- Inglaterra
O fuzil Lee Enfield nº 4 Mark I era uma versão simplificada para produção em
massa do fuzil da 1ª Guerra I Mark III, do mesmo fabricante. Fabricado às
centenas de milhares, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, entrou em
serviço a partir de 1940. Havia uma versão especial para "snipers", retrabalhada
e com mira telescópica.
Especificações
Modelo: Lee Enfield nº 4 Mark I
Calibre: 7,7 mm
Comprimento: 1.129 mm
Comprimento do cano: 640 mm
Peso: 4,14 Kg
Carregador: 10 cartuchos
Velocidade Inicial do Projétil: 751 m/s
Granada
Mills - Inglaterra
Apesar de ser uma idéia simples, a granada de mão foi uma das armas mais
revolucionárias da primeira Guerra Mundial,
dando ao infante a possibilidade de atingir
um inimigo abrigado, tornando-se comum em todos os exércitos do mundo. A granada
Mills foi introduzida em 1915 (68 milhões delas foram produzidas na 1ª Guerra -
56 mil por dia), continuando em fabricação até bem depois da 2ª Guerra (modelo
36M). Foi copiada por muitos países, inclusive o Brasil, onde os Paulistas
fabricaram milhares em 1932.
Especificações
Modelo: 36M (M=Mesopotâmia, impermeável)
Tipo: Apenas defensivo - invólucro de fragmentação fixo
Peso: 700 gramas
Carga Explosiva: Amonal/amatol ou trotil
Área de Ação: Cerca de 50 metros
Fragmentação: Cerca de 46 fragmentos letais
Retardo: 6 segundos (5 segundos antes do modelo 23, de lançamento manual apenas)
Alcance Lançamento Manual: 25-30 metros
Alcance Lançamento por Fuzil: 100 metros (com haste de lançamento ou bocal
especial)
Lança Rojão
PIAT - Inglaterra
Este foi o substituto para o fuzil anticarro Boys. Operava em um princípio
meio exótico, de uma mola que lançava a bomba (de carga oca), que então passava
a funcionar como um foguete. Apesar de ser muito precisa e versátil (podia
lançar também bombas de fumaça e de fragmentação), sua capacidade de penetração
era insuficiente para lidar com os tanques mais modernos, além de ter um alcance
útil muito reduzido logo a tornaram ultrapassada. Mesmo assim continuou em
serviço até 1954.
Especificações
Modelo: Projetor, infantaria, anti-tanque (P.I.A.T.) Mk 1
Comprimento: 99 cm
Calibre: 100 mm
Peso: 14,5 kg
Ignição: Por meio de espigão, acionado por mola
Alcance: 685 metros (máximo), 90 m (efetivo)
Alça de mira: duas fixas a 70 e 100 jardas (64 e 91 m). Modelos posteriores
tinham uma mira de quadrante, regulável.
Granada: AT, carga oca. Peso 1,35 kg (total)
Velocidade inicial: 76 m/s
Penetração: 100 mm (teórica)
Operação: 2 - atirador e municiador
Revólver
Webley Mk IV - Inglaterra
Arma de longa tradição nas forças armadas inglesas, o primeiro revólver Webley
foi adotado em 1887. Durante os anos diversas variantes foram adotadas, tanto
pelo exército, como pela marinha e RAF, o último deles em 1942, no calibre .38 (Webley
Mark 4), os Webley, apesar de terem começado a ser substituídos em 1932, ainda
foram muito usados na 2ª Guerra Mundial.
Especificações
Modelo: Mark IV (1915-1932)
Calibre: 11,56 mm
Comprimento: 28,6 cm
Comprimento do Cano: 15,2 cm
Raiamento: Sete raias a direita
Peso Descarregado: 1,05 Kg
Carregador: Tambor de 6 cartuchos
Velocidade Inicial: 198 m/seg.
Pistola
Colt .45 - Estados Unidos
Uma das armas mais produzidas no mundo, chegando a casa dos milhões de
unidades. Planejada para ser potente o suficiente para derrubar os guerreiros
filipinos que, durante as operações militares dos Estados Unidos na região
(final do séc. 19), continuavam a atacar, mesmo após atingidos. Teve sua
produção iniciada em 1911; sendo licenciada ou copiada por várias empresas, que
mantiveram sua produção até a década de 80. Embora de difícil manuseio, pois era
grande, pesada e com um forte recuo, era muito apreciada pela sua robustez e
potência. A Colt M1911A1 foi adotada no Brasil em 1937, sendo fabricada anos
depois pela Imbel.
Especificações
Modelo: M1911A1
Calibre: 11,43 mm (.45 M1911)
Comprimento: 216 mm (total) / 127 mm (cano)
Peso: 1,36 Kg
Carregador: Pente com 7 cartuchos
Velocidade Inicial: 262 m/s.
Punhal
Fairbairn-Sykes (SF) - Inglaterra
O clássico
punhal dos
Commandos britânicos na 2ª. Guerra Mundial, especialmente criado pelos
capitães ingleses William Ewart Fairbairn e Eric Anthony Sykes, para infligir
grandes traumatismos.
Sua lâmina de 178
mm era de aço carbono com um corte transversal de 22 mm. O punho saliente de
latão tinha uma projeção curvada de 57 mm por 13 mm e extremidades curvas. O
punhal foi especialmente projetado para infligir grandes danos. Também tornou-se
um clássico e é utilizado até hoje por algumas unidades de forças especiais de
diversos exércitos.
Durante a Segunda Guerra Mundial a
primeira versão possuía guarda em forma de "S", da qual cerca de 1000 unidades
foram produzidas. A segunda versão tinha uma guarda em "S" um pouco menor e de
curvatura menos pronunciada, enquanto a terceira versão, que foi mais produzida,
recebeu uma guarda reta, visando baratear a produção, sendo
produzidas principalmente pela Wilkinson Sword Company e pela Joseph Rodgers. de
1941 a 1945 foram produzidos 250.000 punhais, a sua maioria com acabamento em
níquel preto. Em 1941 o projeto original sofreu pequenas modificações. As bordas
afiadas foram prolongadas até uma projeção transversal um pouco menor e um punho
modelado substituiu o punho original,
melhorando sensivelmente o equilíbrio da arma.
O método concebido por Fairbairn e Sykes para o
uso da faca em combate tinha por princípio atacar o oponente (em
regra, um sentinela ou membro de uma patrulha inimiga)
pelas costas, após uma aproximação furtiva, matando-o de maneira rápida e
silenciosa, para não despertar a atenção dos demais inimigos. Isto também
permitia vencer até mesmo um inimigo que estivesse portando uma arma de fogo.
Transporte
Os
Commandos eram unidades de combate leves e não possuíam por isso carros
blindados, apesar de muitos de seus homens estarem aptos a usá-los, visto serem
oriundos de unidades blindadas. A Seção de Transporte de um Commando possuía
normalmente bicicletas, jeeps e caminhões de pesos diferentes. Os Commandos
também usavam uma grande variedade de veículos pra atingirem os seus objetivos
tais como lanchas MBT, submarinos, canoas (caiaques), veículos anfíbios, aviões,
etc.
Um fato
curioso era o uso de bicicletas em combate. As bicicletas, fabricadas pela BSA,
podiam ser dobradas no meio e foram originalmente projetadas para serem usadas
pelas tropas aerotransportadas. As bicicletas possuíam carregadores Everest na
frente das mesmas, onde se podia carregar mochilas, cordas, peças de morteiro,
etc. No Dia-D cada Commando tinha um pelotão de bicicletas, para que os
Commandos pudessem chegar mais rápido aos seus alvos no interior da Normandia.
Porém depois de alguns dias de combate as bicicletas foram descartadas.
Equipamentos
A
semelhança dos armamentos, a maioria dos equipamentos dos Commandos eram
do tipo padrão do Exército britânico, como o rádio
WS 38 MkII,
os binóculos, máscaras contra gás,
cintos de guarnição de lona,
mochilas,
canivetes, jaquetas de combate, pás, picaretas, compasso, alicates, etc.
Um item interessante dos
Commandos era uma corda de escalada e assalto,
conhecida como Toggle-Rope, da grossura de um
polegar e de 1m de comprimento. Em uma das pontas da corda havia um pedaço de
madeira, sulcado no meio, e na outra um laço, do tamanho suficiente para que o
pedaço de madeira passasse por ele.
Com ela, os Comamndos escalavam paredes, penhascos, ravinas transversais,
puxavam equipamentos montanha acima, amarravam apetrecho e até improvisavam
pontes fluviais. Para se construir um metro de ponte fluvial, eles utilizavam
3 metros de cordas: dois pedaços como apoios para as mãos e o terceiro para
servir de "piso" da ponte em forma de "V".
Em vez de carregar
cordas longas e volumosas, cada Commando carregavam
sua Toggle-Rope. Os Commandos carregavam estas cordas em torno de suas
cinturas. Os pára-quedistas britânicos e americanos
e os US Army Rangers também usavam este modelo de corda.
Alguns itens:
Uniformes
Os Commandos normalmente usaram uniforme padrão do Exército britânico. Uma
exceção foi durante a invasão da África do
Norte, na Operação Tocha, quando os homens do Commando 1 e 6 usaram uniformes e
armas americanas, para dar a entender aos franceses, que a invasão era uma
operação puramente americana.
Normalmente os Commandos podiam ser identificados por suas boinas verdes (a cor
verde foi escolhida por causa da sua associação heráldica com a caça), que de
vem em quando, usavam em combate, além da insígnia das Operações Combinadas em
seus ombros e a identificação do Commando a que pertenciam.
A
principio, no início de 1942, existia duas cores de boinas, preta do Real
Regimento Blindado e verde.
No Commando 10 InterAliado (IA), os Commandos também usavam uma
faixa semicircular com o nome do país de origem (as vezes acompanhada de um
símbolo nacional) acima ou abaixo da
identificação do Commando 10. Em suas boinas verdes usavam
os distintivos de suas unidades nacionais. É importante destacar que os
Commandos britânicos não tinham distintivo, por isso as vezes os Commandos
usavam os distintivos de suas unidades de origem, como os homens no Commando 2 e
9.
O
distintivo das Operações Combinadas era uma junção das três armas britânicas:
Águia (RAF), Tommy (Exército) e a âncora (Marinha Real). Estava em vermelho sob
fundo escuro e identificado todos que serviam sob as ordens do Chefe das
Operações Combinadas.
Além das
boinas os Commandos também costumavam usar gorros de lã, inclusive o do tipo (Cap
comforter) e as vezes os capacetes de aço britânicos (Mark
II), com ou sem cobertura de pano e com ou sem rede de camuflagem. Os Commandos
muitas vezes pintavam os rostos de preto, durante ações noturnas. Outro
item padrão dos Commandos eram as sua botas com solado de borracha, ideal para
operações silenciosas.
No verão de 1942, apesar de terem sido criados no
verão de 1940, os Commandos ainda não tinha uma cobertura unificada. Em seus
uniformes eles usavam os distintivos de seus respectivos Commandos e e a
insígnia das Operações Combinadas.
Certa vem durante um se observou que a falta de
uniformidade quanto a cobertura era uma questão que precisa de solução. Nos
Commandos haviam homens de 79 regimentos e corpos diferentes do Exército
britânico e cada um deles usava a sua cobertura da unidade de origem. Desta
forma havia uma coleção considerável de quepes, chapéus e boinas (de vários
modelos).
Os Commandos 2 e 9 resolveram a questão adotando de
forma unificada a típica boina escocesa (conhecida como
tam o'shanter). Mas unidades como o Commando 1,
quase que inteiramente formado por galêses, não gostou da idéia de usar boinas
escocesas.
Diante do problema pensou-se em vários tipo de cobertura e terminou-se
escolhendo o modelo de boina usada pelos pára-quedistas ou unidades blindada,
por serem práticas e fáceis de guarda. A iniciativa de se procurar uma cobertura
unificada dos Commandos foi assumida pelo Commando 1.
Quanto a cor, levou-se em consideração que os
pára-quedistas já tinham as suas boinas vermelhas e o regimentos blindados as
suas boinas pretas. Por isso essas cores deviam ser evitadas. Como opção os
Commandos olharam para as cores da insígnia que o Commando 1 usava no ombro: uma
salamandra (verde), sob o fogo (amarelo e vermelho). Esta insígnia foi projetado
originalmente por Richmond
Herald do College of Arms. Não
era necessário ser um gênio para escolher entre as três cores, pois o verde era
de longe a melhor opção, além de mais
a cor verde foi escolhida por causa da sua associação heráldica com a caça.
Quando foi apresentada a opção ao Brigadeiro
Bob Laycock este a aprovou e os homens do Commando 1
já usavam a boina verde pouco antes de embarcarem para a África do Norte para
participarem da Operação Tocha em novembro de 1942. O primeiro Commando dos
Reais Fuzileiros Navais a adotar a boina verde foi o Commando 41. Depois disto a
boina verde se tornou marca registrada de todas as unidades Commandos.
AGUARDE:
BRITISH
COMMANDOS - OPERAÇÕES - PARTE I
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Assunto: British Commandos
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