Perfil da Unidade

12ª BRIGADA DE INFANTARIA LEVE (AEROMÓVEL)


O cerco do inimigo é uma das principais estratégias usadas para atingir a vitória. Enviar tropas para os flancos do inimigo e cercá-lo constitui uma vantagem decisiva. O desenvolvimento das técnicas de assalto aéreo veio juntar uma nova dimensão à guerra de cerco. Em vez de se prender a um esquema terrestre em duas dimensões, o comando tem hoje a possibilidade de manobrar sobre o inimigo, enviando tropas sobre as suas posições, dentro da tática de cerco vertical. Embora suas origens remontem às vagas maciças de pára-quedistas (Invasão de Creta, Operação Market-Garden) e o deslocamento e abastecimento de tropas pelo ar ("Chindts" na Birmânia)  usadas na Segunda Guerra Mundial, o moderno conceito dessa tática foi originalmente desenvolvido pêlos Fuzileiros americanos, que o adotaram, nos anos 50, para evitar os banhos de sangue ocorridos nos desembarques nas praias, que eles tinham dolorosamente experimentado na guerra contra o Japão. 

 

O desenvolvimento de helicópteros apropriados favoreceu a introdução desse conceito e ele foi rapidamente adotado por outros exércitos, entre estes o exército francês, durante a Guerra da Argélia. Mas foi o Exército americano o seu principal utilizador. Durante a  Guerra do Vietnam, devido as táticas de guerrilha dos vietcongs e da grande flexibilidade do exército do Vietnam do Norte, os americanos sentiram a necessidade de usar helicópteros para deslocar divisões inteiras até as zonas de combate. Essas divisões deveriam ser leves, flexíveis e ter grande mobilidade e aliar tudo isso a um poder letal de fogo. Foi durante este conflito que os americanos criaram a 1ª Div. de Cavalaria Aérea (1st Cavalry Division (Airmobile) em julho de 1965. 

              

 1ª Div. de Cavalaria Aérea dos EUA em ação no Vietnam

                 

Hoje a parceria helicópteros x infantaria leve é muito utilizada. Os EUA usaram tropas aerotransportadas em conflitos como Granada, Panamá, Golfo, Somália, Bósnia e Afeganistão. No mundo atual, que se seguiu à Guerra Fria, pequenos mas violentos conflitos podem surgir praticamente em qualquer parte e, para as forças de intervenção rápida, os helicópteros representam um fator importante. Nesse contexto, a velocidade com que as forças aerotransportadas devem ser deslocadas exige o emprego de meios aéreos e, por isso, as forças armadas mais modernas mantêm grandes formações em condição de utilização imediata. De acordo com as necessidades pode-se empregar hoje em dia forças aeroterrestres ou aeromóveis. Normalmente, usa-se uma combinação destas, com uma vanguarda de choque lançada de pára-quedas, seguida por forças de assalto helitransportadas mais fortemente armadas.

 

Aeroterrestres X Aeromóveis

O deslocamento aéreo é um processo relativamente caro em virtude do custo do aparelho de transporte utilizado, da sua manutenção, e infra-estrutura que exige. Termina por um lançamento ou aterragem. Ambos os processos de colocação em terra apresentam vantagens e inconvenientes próprios.

 

Em função da missão, das possibilidades do inimigo, dos meios disponíveis no objetivo e, ainda, do tempo que se prevê que demore a fazer-se a junção da força aerotransportada com outras forças, o seu reforço ou a sua retirada, poder-se-á, em princípio, utilizar um ou outro processo ou, pelo contrário, poder-se-á efetuar uma combinação de ambos de modo a extrair as vantagens de cada um deles.

 

As forças  pára-quedistas podem sustentar operações por até 72 horas por seus próprios meios, enquanto as unidades aerotransportadas, 48 horas. 

 

Analisando, sucintamente, as características de cada um, verifica-se que, se por um lado, o lançamento pode ser executado tanto de dia como de noite, em zonas de salto mesmo arborizadas ou relativamente acidentadas, permite a colocação rápida em terra de efetivos importantes, facilita a abordagem direta do adversário, evitando uma aproximação longa, e assegura a surpresa; por outro  lado limita a utilização dos materiais àqueles cujas características respondem aos procedimentos particulares da colocação em terra, exige o seu acondicionamento por meio de materiais específicos  cuja preparação demora certo tempo, pode necessitar duma marca ou balizagem preliminar sempre que a visibilidade é fraca, provoca na chegada ao solo uma dispersão, implicando, por vezes, a reorganização das unidades, e é praticamente impossível, com um vento de solo superior a dez metros por segundo. Por sua vez a aterragem, sendo independente da velocidade do vento no solo, permitindo um acondicionamento mais simples dos materiais, a colocação em terra dos mais pesados e conservando no momento da chegada ao solo a coesão das unidades transportadas, em contrapartida exige, freqüentemente, material aéreo especializado apto para aterragens e descolagens curtas em terrenos não preparados, é vulnerável e pouco discreta e não permite, em geral, uma colocação em terra simultânea de efetivos importantes. Em síntese, as principais diferenças, entre as operações levadas a cabo por forças pára-quedistas e forças aeromóveis após aterragem são:

  • As operações realizadas por pára-quedistas exigem unidades especialmente treinadas e equipamento de lançamento aéreo. As unidades aeromóveis utilizadas em operações após aterragem não necessitarão de tão especializada instrução e equipamento.

  • O lançamento em pára-quedas pode ser executado de dia ou de noite, em terreno relativamente livre de obstáculos. As unidades aeromóveis transportadas em aeronaves de assalto, exigem terreno sensivelmente plano, desobstruído e de suficiente consistência.

  • A aterragem de aeronaves que não sejam de assalto exige a utilização de aeródromos e facilidades de aterragem aperfeiçoada.

  • As operações de pára-quedistas permitem o lançamento rápido e quase simultâneo das forças.

  • As operações aeromóveis após aterragem permitem o deslocamento de equipamento mais pesado e volumoso do que as operações de pára-quedistas.

  • A reorganização de unidades aeromóveis após a aterragem é maior do que a de forças pára-quedistas, que estão sujeitas a ações de ventos.

Possibilidades as tropas aertransportadas

Às forças aerotransportadas podem ser atribuídas missões de natureza táctica ou de natureza estratégica. Ultrapassando estas missões, dado o conhecimento geral que se tem das mesmas, poder-se-á dizer que as aptidões particulares destas forças e a utilização da terceira dimensão lhe permite:

  • Assegurar uma grande mobilidade estratégica, possibilitando a sua intervenção rápida em todos os pontos dum teatro de Operações ou mesmo em TO diferentes. Esta característica

     obriga o inimigo a tomar medidas de precaução  desproporcionadas em relação ao volume de forças que representam.

  • Agir no interior do dispositivo do inimigo e sobre o seu território atuando sobre os seus pontos de menor resistência.

  • O benefício da surpresa táctica em virtude da dificuldade para o inimigo, de localizar as zonas de colocação em terra e de avaliar o volume das forças empenhadas, especialmente de noite ou com mau tempo.

     

    As operações aeromóveis sempre que necessário contam com o apoio da FAB. (Aviões AT-27 junto a um acampamento da 12ª Aeromóvel).

  • Dispor de um certo poder de choque devido à rapidez e à potência das suas armas.

É evidente que a mobilidade táctica e o poder de fogo das aerotransportadas são inicialmente limitados pelas possibilidades e capacidades de carga das aeronaves, mas estes inconvenientes poderão ser minimizados tendo em conta a escolha da área-objetivo, a utilização eventual de helicópteros e a recuperação local dos meios de transporte ou de combate.

 

Emprego de tropas aerotransportadas

O empenhamento das tropas aerotransportadas, implicando a utilização de meios da Força Aérea é, geralmente, decidido por um escalão de comando conjunto. Este comando deverá proceder inicialmente a uma avaliação da situação geral, especialmente nos domínios aéreos e NBQ (Nuclear, Químico, Bacteriológico), definindo o objetivo a atingir assim como os meios aéreos e aerotransportadas a atribuir. Por um período de tempo limitado e em determinadas circunstancias, o comando conjunto pode delegar num comando subordinado a iniciativa do empenhamento das formações aerotransportadas por via aérea. O advento das armas nucleares e o desenvolvimento de outras armas de destruição em massa vieram desequilibrar o binômio manobra-fogos, dando maior

ênfase a estes últimos. 

 

Alguns estudos doutrinários preconizam que a infantaria leve (aeromóvel) deve estar subordinada ao comando de um exército de campanha, servindo, com a sua flexibilidade, como um multiplicador de forças. É uma tropa otimizada para missões de curta duração em que se exijam rapidez, surpresa, mobilidade para manobrar de qualquer direção (proporcionada pela capacidade de aglutinação e transporte de poder de combate) e um cunho altamente ofensivo, ainda que a ação venha a ser defensiva. Ao mesmo tempo, não é aconselhável e nem prático empregá-la em uma função que possa ser cumprida por uma unidade convencional. A decisão de recorrer ao uso da infantaria leve precisa analisar a relação custo/benefício, dado aos elevados níveis de risco e cifras envolvidas.

 

Experiência Brasileira

Contando em sua estrutura com uma Brigada de Infantaria Pára-quedista plenamente instalada e operacional, integrante dos chamados "núcleos de modernidade", o Exército Brasileiro, ao elaborar o programa FT-2000, concluiu pela ativação de uma Brigada de Infantaria Leve. Assim, em 19 de junho de 1995, a 12ª. Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Caçapava (SP), foi transformada na 12ª. Brigada de Infantaria Leve (AMV). 

A 12ª Brigada de Infantaria Leve possui as seguintes unidades subordinadas:

4º Batalhão de Infantaria Leve-Osasco(SP);
5º Batalhão de Infantaria Leve-Lorena(SP);
6º Batalhão de Infantaria Leve-Caçapava(SP);
20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve-Barueri(SP);
22º Batalhão Logístico Leve-Barueri(SP);
12ª Companhia de Engenharia de Combate Leve-Pindamonhangaba(SP);
5ª Bateria de Artilharia Antiaérea Leve-Osasco(SP);
12ª Companhia de Comunicações Leve-Caçapava(SP),
12º Pelotão de Polícia do Exército-Caçapava(SP), e,
1º Esquadrão de Cavalaria Leve-Valença(RJ).

No mundo todo inexiste um padrão pré-determinado, rígido, de como deve ser constituída uma brigada leve, excetuando-se, talvez, os equipamentos. Isso porque cada país tem uma hipótese singular e distinta para a sua utilização. No caso do Brasil, sob esse escopo, muita coisa teve de ser considerada, como as enormes distâncias, obstáculos naturais de vulto, diversidades  geográficas e outras tantas.

 

Os estudos determinam que a 12ª Brigada de Infantaria Leve seja formada por tropa com alto nível de profissionalismo e adestramento, pronta para cumprir missões, a curto prazo, em qualquer ponto do território nacional e ao longo das fronteiras. Pode, também, integrar forças de paz enviadas a regiões conflagradas no exterior.

 

Está localizada no Estado de São Paulo por uma questão estratégica. Como suas unidades podem precisar fazer urgentes e longos deslocamentos, nada mais natural que ficasse próxima de uma boa malha viária, de alguns dos principais aeroportos, e da Base de Aviação de Taubaté, do Comando de Aviação do Exército. Seguindo a linha adotada pela Força Terrestre quanto ao reequipamento das formações classificadas como de "pronto emprego" e levando em conta o seu perfil, os membros da Brigada  Leve têm à disposição uma série de itens bastante modernos, sendo muitos de última geração. è bom ressaltar que a 12ª Brigada de Infantaria Leve faz parte da Força de Ação Rápida do Exército - FAR, que é composta também pelas seguintes unidades:  Brigada de Infantaria Pára-quedista; 1º Batalhão de Forças Especiais e os Esquadrões de Aviação do Exército.

 

A Brigada Aeromóvel está caracterizada operacionalmente por sua grande mobilidade estratégica e acentuada mobilidade tática. Como vimos à ela, estão subordinadas três unidades de elite da infantaria, que são os 4º,5º e 6º Batalhões de Infantaria Leve (BIL), todos eles especializados em operações helitransportadas. A principal característica destas unidades é a rapidez de sua mobilização e emprego. Em poucas horas estes batalhões poderão estar posicionados em qualquer parte do território nacional ou na Defesa Externa, numa zona de ação que pode situar-se até 100 km da linha de contato. Estas tropas especiais podem ser empregadas num leque diversificado de missões, que variam desde o combate em localidade, Garantia da Lei e da Ordem, à tomada de pontos estratégicos em áreas terrestres ou marítimas – como na defesa de plataformas de petróleo.

 

Os soldados estão dotados com coletes à prova de balas, máscaras contra gases com filtros protetores para face, olhos e aparelho respiratório, purificadores de água e sacos térmicos de dormir que diminuem as agruras da rusticidade típica de suas ações. Dispositivo para abertura de trilha em campo minado (disparado como granada de bocal e que traciona junto um explosivo igual ao cordel detonante que, quando acionado, abre uma trilha de 60 metros de extensão por 60 cm de largura), GPS e minas de ação horizontal remotamente controladas, óculos de visão noturna, lunetas e mira laser. O armamento individual adotado é o fuzil Pára-Fal MD-2 de 5,56mm da IMBEL,mas já se prevê a sua substituição por um modelo mais aperfeiçoado, produzido pela empresa. 

 

O conceito operacional de uma força aeromóvel ficou famoso no filme Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down), e é caracterizado, principalmente, pelo assalto, incursão e exfiltração aeromóveis. No contexto do Exército Brasileiro estas operações são realizadas em conjunto com o Comando da Aviação do Exército. Helicópteros Esquilo, Pantera, Blackhawk e Cougar podem transportá-los a qualquer ponto onde seja necessária sua presença. Somente um único helicóptero HM-3 Cougar pode transportar 25 soldados equipados, sendo que um pelotão de aeronaves deste modelo poderá colocar uma subunidade inteira de Força de Ação Rápida (nível Companhia) na zona de ação.

 

Por possuirem equipamentos e armamentos leves e de alta letalidade, estas tropas podem ser transportadas também por aviões de transporte Tático da Força Aérea Brasileira (C-130H e C-105A) e principalmente através de meios civis como vans, ônibus, caminhões, trens e navios. Quaisquer meios de transporte que sejam oportunos e rápidos poderão ser requisitados para as operações militares. Antes de entrar em ação, um pelotão de reconhecimento é enviado ao local do assalto. Suas células, altamente treinadas ficam operando na área dois dias antes da tropa chegar, o que requer uma complexidade e um alto nível de sigilo no seu deslocamento e operação. Geralmente, para o transporte destes efetivos, descaracterizados, são utilizados meios civis.

 

Por carregar equipamentos e armamentos leves, estas unidades de Infantaria Leve possuem um tempo de permanência de apenas 48 horas na defesa de uma posição. Este tempo pode ser prorrogado com o lançamento de mantimentos e munição. Doutrinariamente, elas devem estar operacionais por estas 48 horas até a junção com a cavalaria ou outros efetivos, para depois ser enviada a outro local, que de acordo com suas características operacionais se faça necessária.

 

Para estar preparada para atuar em qualquer Teatro de Operações e sob quaisquer condições meteorológicas, os militares passam o ano realizando cursos de operações na Caatinga, Selva, Pantanal, Montanha, GLO(Garantia da Lei e da Ordem), aerotransportadas, anti-carro, operações fluviais, helitransportadas, de combate noturno, com caçadores e escalada urbana. Seus efetivos são constantemente enviados a todas as operações combinadas realizadas pelo Ministério da Defesa. Durante a Operação Fronteira Sul II, os militares cumpriram missões de patrulha fluvial e de defesa de pontos sensíveis da Usina de Itaipú, chegando inclusive a trocar tiros com elementos criminosos na fronteira com o Paraguai. Na Operação Buquira, dois mil homens da Brigada Aeromóvel tiveram de fazer uma exfiltração a pé por mais de 30 quilômetros, alcançando baixas inferiores a 1%, o que demonstra a excelente preparação física dos militares e o rigor das operações onde são empregados.

 

Poderio
No setor de armamento coletivo, a unidade está empregando o lança-chamas da Hidroar, LC T1 M1, e recebeu o míssil antiaéreo portátil IGLA 9K 310 de procedência russa, um tipo de equipamento até então inédito no Exército, e que confere uma proteção no campo de batalha contra aeronaves voando em altitudes médias e baixas.  Da Suécia vieram o lança-rojão descartável AT-4 LMAW de 7,5 kg de peso no calibre de 84mm, capaz de perfurar blindagens de 150mm e o canhão sem recuo de múltiplo emprego de 84mm Carl Gustaf, uma arma versátil graças a gama de munições que pode disparar (HEAT, HEPD, HE, Fumígena e Iluminadora). O potencial de luta contra blindados estará completado com a chegada do sistema de mísseis Milan-3, um dos mais avançados na categoria de alcance entre 250 a 2.000 metros.

 

Equipamentos e armamento:

 

Os 4º, 5º e 6º BIL estão equipados com os seguintes armamentos anti-carro: o lança-rojão sueco AT-4, o CSR 84 mm Carl Gustaf e o míssil MBDA Milan 3. Também carregam morteiros de longo alcance Hotkiss-Brandt 60mm e Royal Ordnance L-16 81 mm, metralhadoras MAG, fuzis Pára-FAL e FAP, .308 IMBEL AGLC (caçador), possuindo também lança-chamas, miras laser, GPS, luneta e óculos de visão noturna. Na doutrina de operação da infantaria leve está previsto o uso de motocicletas para missões de reconhecimento.

 

Galeria de fotos

Motocicleta Yamaha  do Pelotão de Reconhecimento do 6º BIL

 

Armamento anticarro CSR 84 mm Carl Gustaf

 

Metralhadora MAG de 7,62mm

 

Morteiro de longo alcance Hotkiss-Brandt 60mm

 

Soldados plenamente equipados e armados com fuzis Pára-FAL e FAP  - Atrás caminhões Mercedes-Benz

 

Veículos Land Rover 110 do 1º Esquadrão de Cavalaria Leve

 

 

Helicópteros dos Esquadrões do Exército estão sempre apoiando as operações da Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel.

O apoio de fogo da infantaria da Brigada Leve é proporcionado pelos morteiros de 81mm, fabricados pela Royal Ordnance, do Grupo British Aerospace, que são equipados com direção de tiro automatizada, além de poderem utilizar munição de longo alcance, cerca de 5.800 metros. 

O Grupo de Artilharia, por sua vez, emprega o famoso obuseiro 105/14 (Pack Howtizer 105mm) da Otobreda. A peça, igual às que dotam a Brigada Pára-quedista e as Brigadas de Infantaria de Selva, pode ser totalmente desmontada para transporte e tem um alcance máximo de 10.222 metros, pesando somente 1.250 kg.

 

Mobilidade e flexibilidade, aptidão para combater sob condições e em locais não apropriados para outras tropas, missões visando a desarticulação do posicionamento e intenções do inimigo são as naturais vocações da Brigada Leve. Como em qualquer outro tipo de unidade, as comunicações têm um papel fundamental para a correta exploração e administração do C³I e, por enquanto,  estão disponíveis rádios TPX-720 (AM/FM), americanos  para a ligação solo-ar e os ERC-110 e ERC-103, que operam na faixa de freqüência de 30 a 88 Mhz com modulação (FM) para voz e dados analógicos (receptor e transmissor). Aeromóvel por excelência, a Brigada de Infantaria Leve, no entanto, está equipada com modernos caminhões Mercedes-Benz, jipes JPX e motocicletas Yamaha (para reconhecimento) que garantem a fluidez de homens e material para os pontos de embarque/refluxo, ou direto para a ação. Perfeitamente enquadrada nos planejamentos do Estado-Maior do  Exército que preparam a Força Terrestre do Brasil para o século 21, a 12ª. Brigada de Infantaria Leve está muito perto de atingir a sua total operacionalidade. Com ela, o Exército Brasileiro contará com mais uma tropa pronta para responder com eficácia a quaisquer eventuais ameaças.

 

Missão

A missão principal da Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel é realizar o combate não linear, atuando à

 retaguarda do inimigo. Para tal, possui flexibilidade suficiente para atuar tanto centralizada ou não. Os Batalhões de Infantaria Leve já são organizados para isso. As Operações mais comuns são o Assalto Aeromóvel, a Infiltração (aérea, terrestre ou fluvial) e o Combate Urbano. Seu principal meio de mobilidade tática é o Helicóptero. Sem os Helicópteros, ou simultaneamente com estes, utiliza a infiltração como forma de manobra, como já vem sendo usada pelos Exércitos mais modernos.

 

Possibilidades:

A Brigada, em sua organização, tem poder de combate que possibilita cumprir as seguintes missões:

• Conquistar e manter, por tempo limitado, acidentes capitais em profundidade, tais como: regiões que

 bloqueiam vias de acesso favoráveis ao inimigo, como regiões de passagem, localidades de pequeno porte, locais que canalizam o movimento de tropas e regiões que favorecem o prosseguimento das  operações;

• Desorganizar sistemas de Comando e Controle inimigos, apoio de fogo e/ou logístico;

• Conquistar pistas de pouso;

• Realizar incursões com seus BIL; e

• Transpor curso d'água com meios de transportes aéreos e fluviais colocados à disposição.

 

Limitações:

Possui limitada:

• Proteção contra blindados;

• Proteção antiaérea, principalmente durante o assalto aéreo;

• Ação de choque;

• Capacidade de atuar como infantaria motorizada; e

• Capacidade de durar na ação.

Tipos de Operações Aeromóveis

Missões de Combate:

• Assalto Aeromóvel;

• Ataque Aeromóvel;

• Reconhecimento Aeromóvel;

• Segurança Aeromóvel;

• Infiltração Tática Aeromóvel;

• Incursão Aeromóvel;

• Exfiltração Aeromóvel;

Missões de Apoio ao Combate:

• Ligações de Comando

• Guerra Eletrônica

• Lançamento de Obstáculos

• Monitoramento Químico, Biológico e Nuclear

• Observação de Tiro

• Observação Aérea

• Controle Aéreo Avançado

• Controle/Segurança de Coluna

Missões de Apoio Logístico:

• Suprimento Aeromóvel

• Transporte Aeromóvel

• Transporte Tático Aeromóvel

• Evacuação Aeromédica

• Busca e Salvamento

• Lançamento

• Controle de Danos.

Conclusão

A Brigada de Infantaria Leve tem características próprias que a diferenciam bastante de uma Brigada de Infantaria Motorizada. Ela não é apenas uma Brigada com equipamento mais leve e meios de transporte aliviados, mas sim, uma tropa dotada de grande flexibilidade e vocacionada para a execução de tarefas que exijam a aplicação de técnicas especiais de combate, para surpreender o inimigo e facilitar a sua destruição. Organizadas para atuarem em conjunto, o progressivo adestramento das unidades da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) e do 1º Grupo de Aviação  do Exército vêm propiciando crescente aptidão para realizar ações com grande mobilidade tática. Seus equipamentos leves e eficazes, seus armamentos de alta letalidade, a capacidade de conduzir o combate noturno e a profissionalização dos efetivos, qualificam-nas como vetores de modernidade no seio do Exército, que se articula para enfrentar os desafios do próximo século. O efetivo atual da Brigada Leve é de 3.200 homens, integrando Unidades de Combate e de Apoio ao Combate.

 

Fonte: http://www.defesanet.com.br/missao/est/bil.htm


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Assunto: Aeromóvel