Perfil da Unidade

Holanda / Korps Commandotroepen - KCT

Nunc aut Nunquam - Agora ou nunca

Parte 1 e Parte 2


O Korps Commandotroepen (KCT) é a elite das forças especiais do Real Exército holandês. Os commandos holandeses ao lado do Maritime Special Operations Forces (MARSOF), são as principais unidades encarregadas de operações especiais dos Países Baixos. Podem ser acionado para operar em qualquer parte do mundo, nas mais variadas missões, inclusive missões contraterroristas.

Tropa Nº 2 do Commando Nº 10 (Interaliado) 1942-1945

Tropa Nº 2 Em 22 de Março de 1942 quarenta e oito holandeses da Brigada Real Princesa Irene iniciaram o seu treinamento de Commandos em Achnacarry (Escócia).  Vinte e cinco deles se formaram e obtiveram a tão famosa boina verde dos Commandos. Após a conclusão de seu treinamento foi formada a Tropa Nº 2 do Commando Nº 10 (Interaliado). Em 1943 a Tropa Nº 2 recebeu a missão de apoiar a luta contra os japoneses no Extremo Oriente. Cinco commandos holandeses foram enviados para a Índia para darem assistência ao Royal Marine Commando Nº 44 e ao Commando Nº 5 operando atrás da linhas inimigas no Arakan (Birmânia). Em meados de 1944 a tropa foi reorganizada e enviada para a Europa, a pedido da própria unidade. Apenas algumas semanas depois a Tropa Nº 2 recebeu ordens para se preparar agir no Continente europeu. No domingo, dia 17 de setembro de 1944, grande parte da Tropa Nº 2 participou da maior e mais audaciosa operação aerotransportada da II Guerra Mundial: A Operação "Market Garden".

Sargento CommandoSargento da Tropa Nº 2 (Holandês) do Commando Nº 10 (Interaliado) em operação na região de  Arnhem em setembro de 1944.

ARNHEM: Doze commandos holandeses foram atribuídos a 1ª Divisão Aerotransportada britânica. Dois commandos holandeses estavam em planadores que colidiram em Noord-Brabant e Schouwen-Duiveland. Quatro comamndos holandeses foram feitos prisioneiros de guerra e o commando August Bakhuis- Roozeboom foi morto em ação em um valente esforço para alcançar a ponte sobre o rio Reno de jipe.  

NIJMEGEN: Onze commandos holandeses foram atribuídos a  e três commandos foram atribuídas ao QG do 1ª Corpo Aerotransportado.

EINDHOVEN: Cinco commandos holandeses foram atribuídos a 101ª Divisão Aerotransportada americana. Cinco commandos forma atribuídos a 52ª. Divisão Lowland, com a intenção de ser enviados para a feita para a área do Aeroporto de Deelen, finalmente acabaram sendo enviados para o Staff da ou no Estatuto do 1ª Corpo Aerotransportado.

Antes da Operação ''Market Garden'' cinco commandos receberam a missão de servirem como seguranças do Príncipe Bernhard. Em 11 de Outubro de 1944 o restante da Tropas Nº 2 (holandês) se reuniu em Eindhoven. Foi-lhes dada a escolha entre gozar um merecido licença ou participação na próxima missão. Entretanto quatro commandos já estavam em uma missão na parte ocupada da Holanda. Todos escolheram a última opção. Oito commandos receberam a missão de ministrarem aulas sobre o uso de armas e táticas de sabotagem e coordenar a resistência na Holanda ocupada, sob a ordem do  por despacho do Special Assignments Office. Três commandos rceberam a missão de se juntarem ao Regimento Stoottroepen como instrutores na parte sul da Holanda que estava liberta.

Para poder utilizar o porto de Antuérpia as forças aliadas tiveram que controlar o Estuário do Escalda. as tropas alemãs defendiam com ferocidade suas posições e decidiu-se por desembarques anfíbios em Vlissingen e Westkapelle.

VLISSINGEN:  Na madrugada de 1 de Novembro de 1944 o Commando Nº 4, a Tropas francesa e onze commandos holandeses foram desembarcados na linha de frente.

WESTKAPELLE: O desembarque em Westkapelle teve lugar nesse mesmo dia com o apoio de catorze commandos holandeses anexados ao Commando Nº 47 (Royal Marine). Nove holandeses ficaram feridos nos combates extremamente pesados.

Em 3 de Novembro de 1944 Walcheren foi liberado e o caminho por mar para Antuérpia estava livre. Neste tempo mais soldados holandeses foram recrutados no sul da Holanda e enviados para o treinamento de commandos em Achnacarry (Escócia). Setenta dos 107 participantes que deixaram Achnacarry em 19 de Novembro de 1944 conseguiram obter a boina verde. Esses novatos juntamente como o restante da Tropa Nº 2 foram enviados no final de Abril de 1945 para duas semanas no front entre Moerdijk e Geertruidenberg.

Além de quatro commandos que tinham sido designados como agentes secretos, dois outros commandos foram lançados de pára-quedas sobre Veluwe e Drenthe no início de Abril de 1945. Após a libertação dos Países Baixos, a Tropa Nº 2 recebeu a missão de servirem como guardas de prisioneiros de guerra alemães por um tempo. Em Outubro de 1945 a a Tropa Nº 2 foi dissolvida.

Insígnia dos Commandos holandeses com fundo preto é um punhal Fairbairn-Sykes (símbolo tradicional dos commandos) vermelho.

Korps Insulinde 1942-1945

Em março de 1942 o Korps Insulinde foi formado em Ceilão, que é hoje conhecido como o Sri-Lanka. A missão do Korps (que foi inicialmente denominado "Netherland Special Operations"), era coletar informações e organizar atividades guerrilheiras na Sumatra, que foi ocupada pelos japoneses. No verão de 1942 um número de militares, oriundos da Brigada Real Princesa Irene, começou seu treinamento para realizar essas missões. Eles receberam treinamento de guerra na selva e pára-quedismo.

Entre 1943 e 1944 esta unidade realizou 17 desembarques na costa Sumatra. Todas essas missões foram realizadas com êxito. Em uma dessas ações o tenente Wijnmalen foi feito prisioneiro. Ele foi morto pelos japoneses depois de ser interrogado e torturado. Em Maio de1945 o Korps Insulinde foi reforçado com 154 voluntários entre os quais muitos eram membros da Tropa Nº 2 (holandesa) do Commando Nº 10 (Interaliado) e das tropas especiais do Special Assignments Office. Em Julho de 1945 várias equipes foram lançadas de pára-quedas sobre a Sumatra.

Após a capitulação do Japão o Korps Insulinde entre outras coisas recebeu a missão guardar 15.000 prisioneiros de guerra e internados na Sumatra. A desmobilização do Korps Insulinde foi iniciada em Novembro de 1945 e concluída no início de Março de 1946.


Países Baixos Índias Orientais 1945 -1950


No início de 1946 a base de um novo comando pára-quedista unidade foi formado por uma parte dos antigos membros da Tropas Nº 2 e do Korps Insulinde. O Depot Speciale Troepen (boinas verdes), a Escola Opleiding de Pára-quedistas (boinas vermelhas), e mais tarde a 1ª Companhia Independente de Pára-quedistas.Em 1948, o Depot Speciale Troepen foi renomeado Korps Speciale Troepen.

Soldado holandês na Indonésia no período de 1946-49. Nesta época os holandeses usavam mistura de uniformes e equipamentos ingleses ou norte-americanos. Este soldados usa capacete britânico, sub-metralhadora Lanchester d 9mm e provavelmente o revolver é um Smith & Wesson, americano. Seu uniforme camuflado de duas peças para selva é americano. Este soldados está participando de uma ação contra um franco-atirador nacionalista em Malang, a leste de Java.

Naqueles dias estas unidades executavam uma série de curtas missões contra as forças republicanas indonésias e uma grande operação em Célebes. Em 1947, foi criado um grupo de batalha com as tropas pára-quedistas e os boinas verdes. Em julho de 1949 os boinas verdes e os boinas vermelhas foram unidos no Regiment Speciale Troepen.

Jacarta

Em Dezembro de 1948, quando a situação na Indonésia de deteriorou drasticamente política e militarmente, o governo holandês ordenou a condução da Tweede Politionele Actie. Em 19 de Dezembro de 1948 o commando pára-quedista holandês realizou uma espetacular operação aerotransportada contra Jacarta, a capital republicana. Todo o governo republicano indonésio, incluindo o Presidente Sukarno, foi capturado.

Sumatra Central
Dez dias depois, em 29 de Dezembro de 1948, este evento foi seguido por um assalto do  grupo de batalha pára-quedista contra a Sumatra e a conquista dos campos petrolíferos do próximo Djambi. Em 5 de Janeiro de 1949 uma outra operação, bastante ariscada, foi efetuada contra os os campos petrolíferos perto Rengat e Ajer Molek em Sumatra. Estas três operações aerotransportadas ocorreu em menos de três semanas e foram realizadas pelo  Regiment Speciale Troepen. Pela última vez, em 10 de Março de 1949, o grupo de batalha foi lançado de pára-quedas sobre Gading, sudeste de Jcarta em 27 de Dezembro de 1949.

A situação política mudou resultando na transferência de soberania para a República Federal da Indonésia. Na Primavera de 1950 uma parte dos soldados na Indonésia foi  desmobilizada. A outra parte regressou aos Países Baixos.

Stormschool Bloemendaal / Roosendaal 1945-1950

De 1945 a 1950 a guerra na Indonésia foi o ponto central para o Real Exército holandês. Após a II Guerra Mundial conscritos, não estavam disponíveis. Portanto o Comando do exército teve que confiar nos voluntários da Segunda Guerra Mundial e nos soldados profissionais que acabara de regressar do cativeiro.

O núcleo dos soldados consistia de ex-membros da famosa Tropa Nº 2. Portanto não é surpreendente que o espírito dos Commandos se traduziu na formação destes homens. Isto durou até abril de 1948 antes da Stormschool ter permissão para treinar cerca de vinte profissionais a tornarem-se soldados comandos. Dez obtiveram a boina verde. Na seqüência da Tropa Nº 2, muitos ex-militares se tornaram instrutores.

Em abril de 1949 a Stormschool foi transferida de Bloemendaal para Engelbrecht van Nassaubarracks em Roosendaal. Em abril de 1950 cerca de cem oficiais e NCOs do Regiment Troepen Speciale, que haviam retornado a das Índias Orientais, em Março de 1950, foram anexados ao Stormschool como instrutores. O Comando do Exército foi finalmente convencido das vantagens de uma unidade especial que poderia levar a cabo missões difíceis e perigosas.  Assim, em 1 de Julho de 1950 a Stormschool foi transformada no Korps Commandotroepen - KCT.

Korps Commandotroepen 1950-1964

Durante os anos 1950o KCT foi desenvolvido em uma organização com três companhias operacionais e um número variável de companhias de reserva em tempos de paz, uma companhia de treinamento e uma companhia de serviço de suporte. As três companhias operacionais, cada um tinha a dotação aproximada de 115 commandos, e poderiam ser utilizadas para diversas missões especiais em épocas de crise ou de guerra. Em tempos de guerra as companhias de reserva eram acionadas para proteger, capturar ou recapturar objetivos vitais, como aeroportos, pontes e portos.

Entre 1950 e 1964 os comandos realizaram um grande número das chamadas "missões especiais", que não pertenciam ao seu trabalho habitual responsabilidades. Entre 1951 e 1953 o KCT ficou responsável pela formação dos voluntários que serviram no Destacamento holandês das Nações Unidas na Coréia. Todos foram submetidos a seis semanas de treinamento pesado para combater. A contribuição do KCT para este conflito não se limitou apenas à formação. Entre aqueles que se deslocaram para a Coréia havia muitos ex-pára-quedistas e ex-comandos do Regimient Speciale Troepen - RST e cerca de quarenta soldados profissionais.

Em Setembro de 1952 os boinas verdes holandeses receberam uma outra missão. Com base na 103ª Companhia de Commandos uma força "voluntária" foi enviada para o Suriname. A Companhia Suriname" como foi chamada esta força retornou para a Holanda em março de 1953, tendo transferido as suas funções para a no Suriname para a Troepenmacht in Suriname (TRIS). Durante as cheias na Holanda de 1953, quase todo o KCT participou de missões de salvamento. Por duas semanas, os comandos foram ocupados em salvar o maior número possível de pessoas do afogamento, utilizando barcos, jangadas e pontões. Na vizinhança de Fijnaart os boinas verdes ajudaram a impedir o rompimento dos de diques. O commando JEWillemsen morreu afogado durante essa ação.

A partir de Janeiro de 1959 até Setembro de 1960 um descolamento de mais de cinqüenta commandos reforçou as tropas em Nova Guiné. Foram designados para garantir a ilha de Biak, onde a principal base naval e aérea estavam localizadas e de várias outras missões especiais, tais como a intercepção de infiltrações hostil.

No Outono de 1961 uma equipe de commandos foi destacada para a República Federal da Alemanha. Como conseqüência da construção do muro de Berlim, em agosto daquele mesmo ano, a tensão entre o Oriente e o Ocidente tinham aumentado perigosamente. Em turno, as Companhias Operacionais eram deslocadas para Camp Hohne. Em outubro de 1963 esta missão foi concluída.

Cabo commando da 104ª Cia (LRRP) do KCT na década de 1980. Ele está armado com uma Uzi israelense e plenamente equipado para operar atrás das linhas soviéticas.

Em 1964, o Secretário da Defesa da Holanda apresentou um grande número de cortes nas despesas. Esta política foi chamada de "Operatie Chirurg" e o Exército passou por várias reformas. Unidades que já não eram necessárias diretamente para atender o novo conceito de defesa, com uma parte para das unidades mecanizadas, tiveram que ser desmobilizadas. As três Companhias Operacionais, 104ª, 105ª e 108ª Companhias de Commandos, receberam o reforço de uma nova unidade: A 104ª  Companhia de Reconhecimento e Patrulha de Longo Alcance.

No fim da década de 1950, vários países da OTAN (alemães, belgas e holandeses) iniciaram o desenvolvimento o conceito das LRRP (Long Range Reconnaissance Patrol) ou patrulha de reconhecimento de longo alcance. As LRRP foram influenciadas diretamente pelas pequenas patrulhas independentes do SAS britânico que operaram na Europa entre 1944-1945.

Como a estratégia da OTAN na Europa era baseada em uma defesa em profundidade e contra-ataques na retaguarda inimiga, o reconhecimento profundo se se fazia por demais necessário. O objetivo era atacar os principais pontos de ataque inimigo e rotas de suprimentos, além de localizar os centros de comando, logísticos, defesa aéreas, sítios de artilharia e mísseis e área de descanso.

As LRRP da OTAN fariam aquisição de alvos para aeronaves e artilharia de longo alcance. As LRRP seriam infiltradas por ar, terra, ou água atrás das linhas inimigas. Após a infiltração as LRRP operariam em posições ocultas, vigiando rotas inimigas. Fariam reconhecimento de ponto e área das rotas de suprimento. Nos treinamentos a maioria das inserções era de pára-quedas lançados a noite. As LRRP treinavam muito cruzamento de rios, identificação de veículos, leitura de mapa e terminava o treino sempre com uma missão de escape e resistência. As LRRP não fariam ação direta. Usavam rádios AM enviando dados em pequenos rajadas rápidas difíceis de detectar.

As LRRP da OTAN eram FOpEsp usadas como olhos e ouvidos das forças convencionais bem atrás das linhas inimigas, chegando a 250km. As LRRP não fazem ação direta mas podem realizar ataques de longo alcance para determinar o tempo de reação do inimigo. Fazem vigilância e reconhecimento para detectar alvos e direcionar outras forças de manobra ou apoio. São usadas quando o reconhecimento aéreo é insuficiente e é capaz de fazer reconhecimento das intenções e rotas disponíveis. Foram usadas desde ações anti-guerrilha até guerra convencional como nas Malvinas e Golfo Pérsico. As missões de inteligência incluem detectar unidades e armas, personalidades, métodos e táticas inimigas, interrogar prisioneiros e estudar o terreno para atualizar mapas. Além da coleta de dados os LRRP também fazem disseminação e avaliação de dados. Cada Corpo de Exército na Europa teria uma LRRP para coleta de informações para o Posto de Comando.

Korps Commandotroepen - 1964-1990

Além das alterações surgidas com a chamada "Operatie Chirurg", o KCT recebeu a missão de treinar todas as unidades de infantaria do 1º Corpo de Exército holandês.  Em tempos de guerra os soldados da 104ª (LRRP) serviriam com os olhos e os ouvidos do 1º Corpo de Exército holandês, que tinha a missão de defender um setor da OTAN sobre a linha de defesa do Norte da Alemanha (as terras baixas). Por trás das linhas inimigas os commandos deveriam recolher o máximo de informação possível sobre o inimigo, com esforço principal de vigilância sobre possíveis rotas de avanço e aprovisionamento.

Ao longo dos anos, muitas unidades de commandos participaram em exercícios internacionais da OTAN, tais como "Eugenie" (França), "Pegasus" (Belgica), "Tristar" (Reino Unido), "Viking" (Dinamarca), e "Mínimo Terras "(Holanda). Estas manobras mostraram que as unidades especiais holandesas, apesar de consistirem em sua maior parte de conscritos, poderiam perfeitamente competir com as melhores unidades estrangeiras, que se consistiam em grande parte de soldados profissionais.

Ao longo dos anos a 104ª LRRP cresceu a partir de 18 equipes operacionais de três soldados para 27 equipes de quatro soldados cada. Além destas 27 equipes em tempos de guerra o 1º Corpo de Exército holandês também poderia ter 9 equipes reserva à sua disposição. Todos os homens tinham a capacidade sobreviver atrás das linhas inimigas por um longo período de tempo. Os pára-quedistas esclarecedores se especializaram em realizar missões de LRRP e de comunicações tendo por foco o reconhecimento do equipamento inimigo. Durante os exercícios e treinamento em campo, foi dada uma atenção extra a aspectos tais como a infiltração e exfiltração, fuga e evasão, e resistência a interrogatório. Após terem concluído Commando formação básica cada boina verde era treinado para se tornar um pára-quedista pelo Korps Parachutists Training Group. Todos também eram treinados pelo Grupo de Instrução de Sobrevivência para operar em todas as condições de terrenos e clima. Eles podiam operar com um pelotão de comunicações e um pelotão de suporte, formando uma excelente unidade de inteligência durante os dias da Guerra Fria.

Operador de uma Equipe Viper do KCT no Afeganistão em 2005. Entre os itens do seu "uniforme" está um óculos civil Okley M-Frame e um capacete US MICH. Ele também usa uma Glock 17 de 9mm e uma carabina Diemaco C8.

A 104ª LRRP também ajudava no treinamento 1º Corpo de Exército holandês. Eles eram usados durantes as semanas do curso de treinamento conhecido como "Pantserstorm", que durou de 1964 a 1995, quando o Real Exército holandês passou de um quadro de milícia do Exército para um Exército regular. O treinamento de combate para o pessoal regular já existia a muito tempo, especialmente para os cadetes da Real Academia Militar e para os alunos da Real Escolar Militar (NCOs). Os alunos da Real Escola da Polícia Militar (Exército) também recebiam treinamento de combate com o KCT. Além do treinamento regular de combate, também o KCT ministrava treinamento ocasional para o pessoal que iria servir em missões no exterior, como no caso do Líbano. O treinamento foi fornecido para o Ministério da Justiça, nos estágios iniciais da formação dos esquadrões especiais e brigadas anti-motim. Desta forma mais de 100.000 recrutas, conscritos e regulares se familiarizaram com as técnicas do Korps Commando Troepen. Até o início da década de 1990 a missão do KCT permaneceram praticamente inalteradas. A queda do Muro de Berlim, em Novembro de 1989 pôs fim à Guerra Fria e provocou uma mudança drástica na situação da segurança na Europa. O Exército holandês, o o próprio KCT, foram atingidos por essas mudanças, em sua missão e organização.

Korps Commandotroepen - 1990 até agora

Com o desaparecimento do Muro de Berlim, a inimigo imagem do pós-guerra também desapareceu. Pensar seriamente sobre as novas missões e o tamanho do Exército holandês foi um passo lógico seguinte. Ao mesmo tempo novas tarefas foram apresentadas. As missões de paz da ONU se tornaram constantes a partir da década de 1990. Como um fiel membro da Organização das Nações Unidas, a Holanda sempre se dispor a mobilizar o seu contingente militar para responder as necessidades da ONU nos lugares mais diversos como Líbano, Sinai, Iraque, Camboja, Haiti, Croácia, Bósnia e Kosovo. Com a reestruturação do Exército holandês, o serviço obrigatório foi abolido, e os holandeses focaram em formar uma força ágil e eficaz, com a capacidade de ser deslocada rapidamente para vários locais do globo, em resposta a compromissos da OTAN ou da ONU.

Essas mudanças também afetaram o KCT. Em 1992 foi criada a 11ª Brigada Aeromóvel, e com ela surgia a necessidade de uma unidade capaz de realizar missões especiais. Desta forma no dia 1 de Janeiro de 1993 foi criada a 108ª Companhia de Forças Especiais. Os commandos desta companhia foram destacados para realizarem operações especiais. Pouco depois de sua formação como "commando-operação-especial" foram formados três pelotões conhecidos por Dutchbat 1, 2 e 3, entre os anos de 1994-95. O Comando do Exército holandês também requeriu que a 104ª Companhia LRRP recebesse o status de unidade da reserva a partir de 1º de setembro de 1995. Em seguida a capacidade da 108ª Companhia de Forças Especais teve sua capacidade aumentada. Isso foi necessário, porque até ao final de 1995 cinco equipes tinham partido para a Bósnia para supervisionar o cumprimento do Acordo de Paz de Dayton. Pouco depois da virada do ano as equipes entraram na área que seria destacada para o 42º Batalhão Mecanizado vindo de Seedorf (Alemanha).

As forças holandesas que operaram tanto na Força de Implementação (IFOR), quanto na força de Estabilização na Ex-Iugoslávia, contaram com o apoio do KCT. Os commandos realizaram missões de reconhecimento, segurança de autoridades e outras ações secretas. Também foram acionados para caçarem criminosos de guerra. Em 18 de dezembro de 1997, dois croatas bósnios, suspeitos de crimes de guerra, foram presos. A ação foi realizada por commandos e fuzileiros navais apoiados por unidades holandesas e da aliança. Desde agosto de 1998, o KCT também apóia as ações da Comissão Mista de Observadores (JCO).

No início da Primavera de 2001 começou o conflito interno na Macedônia crescendo lentamente na direção de uma guerra civil. A comunidade internacional buscou impedir este conflito multi-etnico. Quando se chegou a um acordo se deu inicio a Operação Essential Harvest. Em 26 de agosto de 2001, O KCT enviou um destacamento de ligação que iria operar com uma Companhia da Brigada Aeromóvel. Eles vieram da Macedônia, sob o comando do 2 º Batalhão de Pára-quedistas (Reino Unido), como parte da Task Force Harvest. A missão era de recolher e destruição armamento. A operação terminou com sucesso em 27 de setembro de 2001.

Após a Task Force Harvest foi iniciada sob o comando da OTAN a Task Force Fox, que criou a situação para estabilizar a situação na Macedônia, e assegurar as eleições programadas. A principal função da TFF foi a de apoiar as autoridades macedônias para a segurança dos observadores da União Européia e da OSCE. Os commandos do KCT fizeram parte da TF-Fox, e a missão foi bem sucedida.

Os políticos holandeses e o Ministério da Defesa notaram os grandes esforços que o KCT fazia para cumprir suas missões no estrangeiro. Após algumas drástica reorganizações, o KCT ficou dotada de quatro companhias: 103ª, 104ª, 105ª e 108ª, além de uma companhia de Staff, Suporte e Treinamento. Nesta concepção o KCT é capaz de satisfazer a demanda para realizar operações especiais no âmbito das Forças Armadas e do Exército Real holandês de forma eficiente.

Atualmente, após os eventos de 11 de setembro de 2001, o terrorismo global é a principal ameaça enfrentada pelos países da Europa, ao lado dos EUA. Por isso a necessidade de se treinar e equipar unidades capazes de realizarem operações contraterroristas a nível global se faz prioritária. Para atender estas exigências, o KCT tem se dedicado com afinca a aperfeiçoar essa capacidade, inclusive com intercâmbios com outras forças especiais, principalmente britânica e americanas. Hoje o KCT stá encarregado das operações holandesas de contra-terrorismo no exterior. As operações domésticas de CT são executadas pela Unit Interventie Mariniers do Real Corpo de Fuzileiros Navais holandeses.

Um dos principais envolvimentos do KCT nos últimos anos foi no conflito do Afeganistão. Já em março de 2002 um destacamento do KCT foi enviado para o Afeganistão para servir sob as ordens da Brigada Multinacional de Cabul. a partir de 10 de fevereiro os holandeses formam com os alemães um comandando organizacional da Força Internacional de Assistência à Segurança - ISAF, realizando missões de reconhecimento no sudoeste de Cabul. No final de agosto termina essa missão.

Durante as três primeiras semanas de novembro de 2004, os holandeses enviam uma missão de "assistência militar" tarefa. Sua tarefa é aconselhamento e assistência para a Equipe de Reconstrução da Provincial de Baghlan, no contexto dos planos de segurança para o Afeganistão.

Operadores do KCT tomam posição em uma aldeia afegã

A Holanda enviou 165 operadores do KCT, 85 homens da Real Força Aérea holandesa e quatro helicópteros Chinook CH-47D do Esquadrão 298, sob as ordens da ISAF para este país em fevereiro de 2005. Os Commandos eram enviados em longas patrulhas entre as aldeias afegãs que duravam as vezes seis dias.

Em 2006 operadores do KCT foram para Tarin Kowt para realizarem missões reconhecimento especial e coleta de inteligência para o contingente holandês da OTAN em operação no Afeganistão.

Commandos holandeses em operação nos arredores de Kandahar

No início de julho de 2003, um batalhão reforçado de fuzileiros reforçado passou a operar na relativamente pacífica província de Al-Muthanna no Iraque. Devido a rumores persistentes de que a província era usada como uma base para elementos extremistas e terroristas, o governo holandês decidiu enviar para o Iraque, em dezembro de 2003, uma unidade de reconhecimento do KCT. Os commandos encontraram poucos indícios de que a área onde os holandeses eram responsáveis era utilizada para infiltração de forças hostis ou atos subversivos. A maior parte do destacamento, em seguida, retornou na segunda metade do mês de Janeiro de 2004 para Roosendaal. Uma pequena parcela dos commandos permaneceu no Iraque para a apoiar a formação do que tornou-se a Guarda Nacional iraquiana.

Outras operações

Em novembro de 2004, o governo holandês decide iniciar uma missão de evacuação da Costa do Marfim, devido as complicações naquele país. O KCT foi enviado para aquele país. Após a evacuação dos nacionais holandeses da Costa do Marfim, o embaixador, o seu núcleo pessoal e sua segura, ainda podiam trabalhar da residência do embaixador.Quando isso já não era possível, o embaixador e seu núcleo pessoal também foram evacuados. 

Em 2006, o KCT participou de uma operação em Beirute, capital do Líbano (em apoio a Embaixada holandesa).
Esta tarefa foi realizada em colaboração com os membros da Real Polícia Militar - Koninklijke Marechaussee (KMar). O destacamento KMar/KCT operou por seis dias em uma cidade afligida pelo caos total.

O KMar é uma força policial sob as ordens do Ministro da Defesa. entre suas atribuições estão a guarda da fronteira, a proteção de prédios públicos e a segurança da família real. Além disso é responsável pelo cumprimento da lei em áreas rurais e estabelecimentos militares. Também mantém uma unidade de controle de revoltas, e ajuda a Polícia Estatal
e as forças Policial Municipais quando necessário. Esta força é dividida em distritos regionais, que cobrem várias províncias, e cada distrito tem várias brigadas, que recebem o nome das cidades mais importantes da região. A área de Amsterdã tem duas Brigadas: Brigada Amsterdam e Brigada Schiphol (para a proteção do aeroporto internacional da cidade).

A ação do destacamento especial holandês foi primordial para que todos os nacionais holandeses saíssem em segurança. Como todas as nacionalidades tinham reduzido a sua presença militar, o destacamento KMar/KCT decidiu se retirar indo em helicópteros de Beirute para um aeroporto na região. No dia seguinte, todos os membros do KCT em um vôo civil regressou aos Países Baixos.

Parte 2 de Korps Commandotroepen - KCT


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Assunto: Holanda - KCT